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História Fix a Heart - Memory Problem


Escrita por: LuuIstilli

Capítulo 2 - Memory Problem


Fanfic / Fanfiction Fix a Heart - Memory Problem

 

“Resumindo você perdeu sua memória, seu cérebro regrediu até os seus 18 anos”. Disse o doutor suavemente, com todo o profissionalismo que a sua carreira exigi. Mostrando o raio-X do meu cérebro. “Mas iremos trabalhar para que você possa recupera-la aos poucos...”.

Ele continuava a falar, mas eu já não prestava mais atenção.

“Perdi a memória? Mas como?...agora pouco  Dexter estava experimentando tequila pela primeira vez, a meu pedido.”Pensei.

Ele sempre fora um pouco certinho, não ao todo, fazia algumas merdas, claro, mas não era um conhecedor da vida boêmia.

E como assim regredi aos 18? Eu tenho 18, certo? Eu preciso urgentemente de um espelho, vai que agora eu tenho sei lá... 50 anos.

Meu Deus. Perdi a melhor fase que é a adulta, agora sou uma idosa.

Se bem que tem umas partes do meu corpo que posso ver nesse momento, sentada nessa maca desconfortável.

Mãos...

Gente idosa tem mãos velhas, não?

Tá...checando...

Hm...ainda estão novas, nada flácido ou enrugado...

Rosto... dá pra tocar nele...

Nada...

Nenhuma ruga que fosse perceptível ao meu toque.

Acho que o médico está pensando que eu sou louca, que pessoa em sã consciência, ficaria tocando e apertando o próprio rosto, enquanto o doutor tentava te explicar o seu problema e como enfrentar ele daqui pra frente.

Ele havia parado de falar, e me olhava confuso, com o cenho franzido, concluindo que além de ter Alzheimer eu tinha pirado de vez.

“Algum problema, senhorita James?”. Disse mantendo seu olhar confuso.

Senhorita...

É... Definitivamente eu não sou velha.

Suspirei de alívio, um pouco ainda absorta de meu devaneio, levei uns segundos para realmente entender o que me fora perguntado.

“Ah... nenhum doutor” disse baixo, quase em um sussurro, percebendo que minha garganta estava seca e doía.

“Ótimo, começaremos o seu tratamento e as consultas psiquiátricas na sexta”.

“Que dia é hoje?”. Perguntei completamente perdida, acho que o belo doutor esqueceu que a maluca aqui perdeu a memória.

É... é lindo,  parece ter uns 30 anos.

Ruivo, olhos azuis, alto, deveria ter um tanquinho por baixo daquele jaleco...

A palavra “gostoso” me veio a mente.

Lábios levemente rosados, sardas no rosto e cabelos curto.

Nossa! como seria se a gente desse uns amassos, nessa cama hospitalar horrível?.

Acho que eu aprenderia a gostar dela, se fosse ter essa lembrança.

Mordi os lábios com esse pensamento.

Sai do meu transe novamente, com o doutor tentando chamar a minha atenção.

“Senhorita James!?, senhorita...” Disse um pouco alto para que eu o ouvisse.

“O-oi...desculpa doutor, não entendi o que disse, poderia repetir?”. Disse tentando me recuperar do pensamento de eu e o meu neurologista transando no hospital.

Será que além de ser burra o suficiente de provavelmente ter batido a cabeça tão forte a ponto de não lembrar mais de nada. (O que possivelmente deve ter acontecido levando em conta meu histórico de acidentes o qual envolvia eu inventar novas maneira a cada dia de arranjar algum hematoma pelo corpo), eu ainda sou uma ninfomaníaca.

Tá Aurora, não é o momento pra você ficar pensando merda.

“Disse que hoje é quarta feira, amanha você irá receber a visita de seus familiares”.

Parentes...

Será que mamãe virá? Lembro que no dia anterior a minha saída com Dexter, tivemos um briga feia e por isso não queria vê-la.

Mas espera ai... Eu não sei quantos anos tenho ainda, vai que eu a perdoei e nós voltamos a nos falar.

Preciso perguntar quanto tempo de vida eu perdi.

“Doutor... Montez”. Falei após conseguir ler o seu nome no jaleco.

“Quantos anos exatamente eu regredi?”. Perguntei começando a ficar nervosa, eu ainda torcia para que fosse 1 ano no máximo. Nem sei o quanto vou ter que recuperar e um ano pra mim já seria bastante coisa.

“7 anos...”disse receoso, provavelmente imaginando que  eu surtaria.

7 anos...

Tenho 25 anos.

É metade da idade que eu achei que poderia ter.

Antes que eu ficasse muito pilhada e desesperada com essa informação, comecei a fazer outras perguntas.

Eu definitivamente não estava acreditando que eu não lembro de 7 anos da minha vida.

“Por que eu não tenho memória de todos esses 7 anos?”. Perguntei aflita, engolindo seco. Minha mente já criando vários cenários terríveis, para que eu estivesse passando por isso.

“Essa dúvidas serão respondidas com calma na sua consulta de sexta feira”. Notei seu desconforto, como se compartilhasse de alguma coisa que somente ele sabia. ”A Doutora Winchester irá acompanha-la até que possa se habituar à nova vida, ou seja, mesmo quando a senhorita tirar alta, continuara se consultando com a doutora”. Disse

                                                       

Depois que o médico saiu, o choro que nem sabia que estava segurando surgiu.

Lágrimas e lágrimas molhavam o meu rosto. O único som, tirando a TV o qual passava algum desenho, mas com o som baixo, mais aqueles troços que tem nos quartos de hospital, era o dos meus soluços.

Estava sentada, abraçando os meus joelhos.

Tentava inutilmente cessar as lágrimas, passando o dorso da mão nelas.

Estou tão perdida...

Como seria minha vida, agora?

Lembro que faltava uma semana para eu receber a carta da faculdade, me dizendo se tinham ou não me aprovado.

Esse choque com presente que na minha cabeça era o meu futuro, me deixava angustiada, desesperada.

Já não tinha certeza alguma sobre mim. Quem eu fui, o que me tornei, aonde fui, quem conheci, com o que trabalhava.

Não conseguia parar de chorar e o som do monitor cardíaco frisava o fato de que alguma bosta ocorreu pra eu estar nessa merda de hospital, e a curiosidade fodia com a cabeça.

Queria tanto Dexter aqui...

Somente ele tinha a capacidade de me aturar, me aconselhar, e estar comigo quando eu mais precisava.

Por mais que Murilo fosse meu namorado (é eu sei, não sei se nesse presente ele continua sendo).

Era esquisito pensar que quando estava triste pra caralho, sabe aquelas bad’s fodidas?

Então...

Era Dexter quem eu queria ao meu lado, nessas minhas crises.

Ele me entendia como ninguém...

Ninguém do meu grupo de amigos assistia filmes mela-cueca como Murilo chamava, eles sequer sabiam que eu gosto desses tipos de filmes.

Dexter os via comigo, ele dizia que secretamente também curtia romances, mas no fundo, no fundo eu sabia que ele queria me agradar, e não me deixar sozinha.

Murilo ia ao cinema comigo, e eu era obrigada a ver os filmes que ele adorava.

Ele não assistia os meus, mas eu ia ver os dele. Não havia tanto problema porque a maioria eu curtia também.

Será que Dexter vai vir?

Ah... Lattoy como reagiria quando souber que a trouxa aqui, que era a que recordava dos podres da galera, sendo assim era a que mais aloprava, não lembra porra nenhuma agora? .

                                                     

 O quão fodido é ver que só o seu irmão veio te visitar?

Kauê vinha com um buquê de Lavandas.

“Serio Kauê?” pensei alto, rindo de meu irmão idiota.

Eu amo a cor roxa e ele sabe disso.

Tinha um sorriso no rosto.

Estava com uma barba devidamente aparada, cabelos pretos curtos, penteado desengonçado (como sempre). Mesmo olhos castanhos claros que herdada de papai.

Usava uma calça jeans preta, uma camisa de manga curta cor vinho e um all star preto de cano médio. (Estilo igual também).

Apesar das características iguais que mencionei antes, nem fodendo que o “piralho” que tinha 22 anos é o que está aqui na minha frente.

Sim ele é mais velho e não tem sentido eu chamar ele de pivete, mas é que antes ele tinha uma cara de virgem...que mano do céu, ele ter conseguido namorar a Rebecca é um mistério.

O título de maior cara da derrota ia pra mim. Deitada na cama do hospital, usando aquelas fronhas que as enfermeiras chamam de roupa. Aquelas que deixam o seu belo traseiro a mostra.

Maravilhoso.

Havia alguns roxos pelo meu braço, coxa e barriga. A canela tava com um roxo da porra, aquele que fica até amarelo, manja? Pelo menos era só o que eu podia ver, ainda não tinha me visto no espelho.

Ninguém nessa droga de hospital respondia o porquê do meu corpo estar todo ferrado. Quem iria me dar às respostas aparentemente era somente a doutora Winchester.

Felizmente nenhuns dos locais arroxeados doíam, mas minha costela sim e minhas pernas formigavam, tinha a impressão de que quando levantasse fraquejaria.

“Como vai a minha Lilo?”. Disse sorrindo, se aproximando para entregar o buquê.

Eu amo o filme “Lilo e Stitch”, eu assistia demais quando pequena e dizia que queria ser a Lilo, desde então Kauê me chama assim.

Tocou o meu rosto com os dedos e pelo cristalino castanho de seus olhos pude ver a tristeza neles.

E me preparei para o pior.



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