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História Flashes - 02


Escrita por: dreamworld_

Notas do Autor


Heyy! Boa leitura. ❤️

Capítulo 2 - 02


— Texas? — Pergunto fitando Scooter do outro lado da mesa e continuo a mastigar meu cereal calmamente. Definitivamente eu não estava surpreso com mais uma decisão sobre mim e minha vida sendo tomada sem o meu consentimento. 
   — Sim, Texas. Mais precisamente Huntsville, é uma cidade interiorana situada no Condado de Walker. 
   — Está planejando isso desde...? — Pergunto dando mais uma colherada no cereal. No presídio, eu sentia falta de comidas assim, agora que eu poderia comer qualquer coisa, eu já não sentia o mesmo desejo de antes. 
   — Talvez há quatro ou cinco meses. — Ele murmura dando de ombros. — Você assistiu a tevê ou acessou a internet nestes três dias? — Ele pergunta com certo receio na voz e eu apenas nego com a cabeça. — As notícias são desanimadoras, Justin. Suas músicas apenas caem nas paradas, você perdeu pelo menos cinquenta milhões de seguidores nas redes sociais e as revistas e jornais apenas dizem... 
   — Quando é a mudança? — O interrompo realmente não dando importância para aqueles fatores. Eu não ligava se estava sendo esquecido, trocado, odiado ou coisa do tipo. Justin Bieber, o astro pop,  estava morto e assim permaneceria. 
   Scooter arregala os olhos com a minha pergunta e ele pausa o gesto de elevar o copo com suco de laranja até à boca. Ele estava em um leve estado de choque com a minha reação não previsível. 
   — Você... Você irá aceitar tão facilmente assim? — Ele pergunta ainda sem acreditar e eu apenas assinto, terminando de passar o guardanapo na boca. 
   — Eu quero mesmo mudar para uma casa menor e “normal”. E além do mais, eu apenas quero poder ter a chance de recomeçar como uma pessoa “normal”. Sem flashes, sem paparazzis, sem pessoas pedindo por fotos o tempo todo. — Falo pausando algumas vezes para comer a panqueca com mel. 
   — Como? — Ele pergunta com a testa franzida depois de alguns segundos em silêncio, como se estivesse se esforçando para entender o que eu havia dito. 
   — Os paparazzis logo saberão aonde estou. Estes vermes estão por toda a parte. — Falo colocando ainda mais mel em cima da panqueca e ignorando sua pergunta. Logo eu diria à Scooter sobre minha decisão, mas não era assunto para àquele instante. 
   — Não saberão. — Ele afirma e eu ergo a sobrancelha. 
   — Como? 
   — É preciso que você evite sair para lugares públicos, pinte o cabelo de uma cor diferente, como preto, por exemplo. Desative suas redes sociais por um período e evite acessar à internet. — Ele fala e eu solto uma risada irônica. 
   — Você está praticamente dizendo para eu evitar ter uma vida social e ficar trancado em uma casa sem poder sair, assim como no presídio. — Falo com a voz levemente alta e Scooter nega com a cabeça. 
   — Não será para sempre assim, Justin. Agora, o que você menos precisa, são de paparazzis e repórteres te perseguindo para cima e para baixo. Hunstville é um recomeço, apenas tente não chamar atenção. 
   — Scooter... 
   — Estou fazendo isso para o seu bem, Justin. Você ainda não notou, mas logo notará. — Ele fala e o seu celular, que estava em cima da mesa, começa a tocar uma música estridente. Ele me lança um último olhar e por fim, se levanta caminhando em direção à outro cômodo para atender a ligação. 
   — Que ótimo. — Murmuro sarcasticamente e dou uma última golada no suco. 
   Levanto da cadeira e cato uma maça da fruteira. Dou uma mordida grande e quase a devoro por inteira enquanto caminho até meu quarto. Chegando lá, rodo meus olhos pelo local, tentando imaginar aonde poderia estar meu celular. Eu não o usava a dois anos e agora, dificilmente Scooter deixaria eu ter algum tipo de contato com a internet. 
   Vasculho o Closet e todas as gavetas e armários existentes no quarto, mas não consigo o achar. Talvez o objeto nem ao menos estivesse em minha casa e sim, na casa de Scoot. 
   Torço a boca caminhando para fora do cômodo. Passo por todos os quartos de hóspedes e percebo que em todos Scooter havia retirado os notebook's. 
   Eu havia cumprido toda minha pena em regime fechado e agora mais parecia que eu ainda estava preso e cumpria em regime aberto, já que Scooter estava a monitorar cada respirada que eu dou. 
   — Val. — Chamo uma empregada no topo da escada e ela caminha até mim apressadamente. 
   — Sim, senhor Bieber? — Ela pergunta educadamente e eu sinto vontade de revirar meus olhos, mas não o faço.
   — Preciso que me empreste seu celular. — Falo um pouco mais baixo que o normal e olho ao redor procurando por Scoot que eu sabia que ainda não havia ido embora. 
    — Desculpe, senhor Bieber. O senhor Braun deu ordens para todos os funcionários da casa para não emprestarmos nenhum objeto tecnológico para você. — Ela fala e eu bufo com toda aquela insanidade e proteção exagerada de Scooter. 
   — E se... 
   — Justin, não tente persuadir os funcionários. A ordem é clara: sem internet por algum tempo. — Ouço a voz de Scooter atrás de mim e reviro meus olhos ficando de frente para ele. 
   — Você sabe que não poderá me prender por muito tempo. Eu ainda estou vivo e não é porque estive preso que vou parar a minha vida. Eu vou recomeçar em Huntsville e depois disso, não espere ainda que eu vá reaparecer com músicas novas ou merda do tipo. — Falo subindo as escadas e ignorando o olhar de mágoa que Scooter me lançava.
   — O que quer dizer com isso? — Ele pergunta subindo apenas um degrau e eu o olho rapidamente. 
   — Justin Bieber, o artista, não existe mais. — Falo com firmeza e continuo meu caminho até meu quarto, ignorando os chamados exaltados de Scooter. 

Três dias depois... 


    Termino de colocar minha última peça de roupa que levaria em minha mala e certifico mais uma vez se tudo o que eu precisava estava ali. 
   Levaria uma única mala e teria que sobreviver com estas roupas por pelo menos três semanas, já que Scooter pretendia esperar as coisas se acalmarem para contratar o serviço de alguma companhia de caminhões para levar todas as minhas roupas e alguns móveis escolhidos até Hunstville. 
   — Senhor Bieber? — Ouço a voz de Val e desvio meus olhos da mala para ela. — O senhor Braun já está te esperando lá fora. Ele pediu para você se apressar. 
   — Certo. — Murmuro terminando de fechar o zíper da mala. 
   Olho para meu reflexo pela última vez no espelho e fito meu cabelo. Ele estava raspado e tingido de preto, havia acatado à ideia de Scooter, talvez aquilo disfarçasse pelo menos um pouco. Coloco um boné e um óculos de sol para tentar tampar meu rosto, pego minha mala e saio do quarto a arrastando. Logo eu já avistava o carro popular que Scooter havia alugado para não chamar atenção. Entrego a mala para o motorista e ele a coloca no porta-malas rapidamente. 
   — E aí. — Cumprimento Scoot adentrando o carro. 
   — Olá. — Ele fala com certa frieza e eu apenas reviro meus olhos para aquilo. Ele ainda estava chateado com o que aconteceu. 
   O restante do percurso até o aeroporto de Atlanta foi silencioso e com um clima pesado entre nós. Logo quando chegamos, solto um suspiro longo de alívio ao constatar que não havia nenhum paparazzo. 
   Abaixo ainda mais a aba do boné e arrasto a mala de porte grande pelo aeroporto. Logo consigo ver o jatinho particular na pista, o motor já estava ligado e o barulho era alto, mas não era nada que eu não estivesse acostumado. 
   Subo as escadas apressadamente e antes de entrar, respiro um pouco mais fundo e olho para trás analisando o edifício grande do aeroporto. 
   Aquela seria a última vez que eu pisaria em Atlanta. 


Notas Finais


Justin está a caminho do seu destino e de algo que mudará a sua vida para sempre.
DEIXEM COMENTÁRIOS. Críticas construtivas, opiniões e sugestões serão sempre bem-vindas. 😘


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