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História Flores de Inverno (Jerza) - Ameaça Velada


Escrita por: Andynyxx

Notas do Autor


oiiiii amorzinhos `>3<
sorry a demora, finalmente consegui portar
AH E PREPAREM OS HEARTS. A PARTIR DE AGORA AS COISAS FICAM SERIAS CAPITULO COM TRETA EEEE
AMO VC UASHSUAHSAU
(perdão qualquer erro e/ou coisas desconexas, estou com MUITO sono)

Capítulo 10 - Ameaça Velada


Fanfic / Fanfiction Flores de Inverno (Jerza) - Ameaça Velada

 

 

-Mamãe, eu não quero ir.. -Lise estava emburrada no banco de trás, com os braços cruzados e reclamando desde que saíram de casa.

-Meu amor, eu já disse que é só um dia, ok? Não tínhamos nada pra fazer mesmo...

-Eu não quero! -ela voltou a afirmar, e olhou pra janela, sem nem tentar segurar as lágrimas. -Já que não quer fazer nada comigo, devia ter me deixado com o Jellal!

-Amorzinho, hoje não é dia de sair com ele.

-É sábado!

-Dois sábados com ele e um comigo, se lembra??? -ela estava muito preocupada com a estrada, mas ainda assim, partia o coração ver a pequena tão relutante. -Lise, sabe que sua avó está com saudades... Ela disse que tem presentes pra você... -disse num tom provocante.

-Ah mamãe... -Lise pareceu querer ceder, mas a teimosia era maior. -Eu também gosto da vovó, mas não quero ver ele.

-Ah Lise... -ela suspirou, batendo com as unhas no volante. Lise nunca gostara do avô, talvez pelo fato de ele nunca chama-la pelo nome, e sim de ''garota'' de nunca te-la pego no colo e nem deixado que ela o chamasse de avô, tudo isso nas poucas vezes em que se viram, então ela não podia culpar a pequena por não querer vê-lo. Eram dez da manhã, foi uma hora inteira só pra fazer Lise sair da cama, tomar banho e comer, isso fora o fato de que ela resolveu odiar todas as roupas do guarda-roupa e demorar mais meia hora pra, por pura obrigação, vestir uma camiseta amarela qualquer e uma jardineira jeans escura (além dos outros dez minutos de choro por querer calçar as sapatilhas de balé ao invés dos tênis, isso lembrando que ela odiava balé).

 -Filha, eu to tentando não me importar com suas pirraças, mas ta ficando difícil, coloca a droga do tênis e para de tirar ele...

-Ta coçando meu pé! E eu odeio essas meias.

-Elas são brancas, Annelise, não tem o que odiar nelas...

-Eu odeio que elas são brancas! Eu queria por as meias amarelas, já que me obrigou a pôr essa blusa amarela e o tênis amarelo, por que as meias são brancas? Eu odeio Branco e eu odeio amarelo!

-Annelise eu juro, juro mesmo que eu paro esse carro só pra pegar você.

 -Para mesmo aí eu grito e você vai presa e aí a gente não vai mais, haha! -ela amarrou os cadarços e bateu os pés no Banco. -Quem é que ganhou mesmo? -por mais que estivesse uma pilha de nervos, tudo o que conseguiu fazer foi parar no sinal vermelho, deitar a cabeça no volante e começar a rir. Ela tinha a filha mais dramática do mundo, isso era uma verdade.

-Lise, por que não passa um pouco do batom que comprei ontem, hein?

-Eu posso? -ela disse ainda emburrada.

 -Pode sim, querida. Só por favor, entenda que estamos fazendo isso pela vovó, ela ama você de verdade. Já te disse que não precisa falar com seu vô. Nem olhe pra ele se não quiser. -Ela entrou em uma Rua estreita, entrada pro bairro que seus pais moravam, onde ela havia morado. Lise finalmente tinha ficado quieta, brincando com a maquiagem, e Erza pode, pela primeira vez pensar em que diabos Laxus estava metido.

Eles nunca se deram bem, isso é verdade, mas ela não conseguia acreditar que seu irmão tinha algo a ver com o que tinha acontecido com ela, sua filha e Jellal no passado.

-Mamãe, Aura e Luca vão estar lá?

-Não sei bebê, mas provavelmente sim, minha mãe convidou a família toda... Já te disse, ne, não quero você deixando Luca quebrar seus brinquedos, aquele moleque é uma peste, meu deus... E vê se não deixa a Aura estragar sua maquiagem, essa já é o terceiro estojo.

 -Ta mamãe... Mãe, posso comprar doce, eles sempre estão com doces e nunca quererem me dar. Erza olhou o relógio, dez e quarenta, ela parou em frente a uma doceria e abriu a porta do carro. Talvez fosse algum tipo de instinto de proteção, com dezesseis anos de vivência naquela casa,ela sentia que não podia nunca estar abaixo de nenhum deles.

 -Dez dólares.

-Quinze. -a menina cruzou os braços e seu cabelo começou a se soltar.

-Sabe que se eu te der quinze aqui, não vou te dar mais lá, ne?

-Ta, mãe.... -Ela suspirou.

Depois que saíram da doceria, Lise parecia ter esquecido que odiava qualquer coisa que fosse, e estava calada lá atrás.

-Lise, você guardou o troco? Já estamos chegando.

-Mamãe, por que não chamou o Jellal pra vir com a gente?

 -Que? -Ela começou a procurar um lugar pra estacionar o carro, mas essa era a última coisa que esperava ouvir.

-É, ele...

-‘’Ele’’ Meu pai?

-É, ele sempre diz que você é uma vergonha pra família-

-Porque sou Mãe e solteira, eu sei. Ugh, filha, precisava me lembrar disso?

-Então, mas é o Jellal!!! Se você se casasse com ele, isso não ia ficar resolvido???

-Deus do ceu Annelise! -ela parou o carro e olhou pra trás. -De onde você tira essas coisas?

-Eu não 'tirei' nada, é óbvio isso!

-Lise. -Ela suspirou e tirou a chave da ignição. -Amor, o problema não é comigo, eu não tenho que resolver nada. Aliás, nem existe um problema, é só coisa do seu avô. Quem tem que tirar isso dá cabeça é ele...

-Eu queria que vocês se casassem...

-Isso não vai acontecer, meu deus do céu, Lise... Agora pare de graça e pegue sua bolsa, nós chegamos.

------

 

-Liiiiz. -Annelise soltou a bolsa na mesa do Jardim e correu para os braços de sua avó. Graciela Scarlet era uma mulher alta, com os cabelos pretos na altura dos ombros, um vestido branco com detalhes azuis e salto alto preto por algum motivo. É a história: não fique por baixo, nem em um almoço de família. Ela quase se sentiu mal pelo short jeans preto, as botas baixas e a camiseta roxa.

-Como está, princesa?

 -To bem vovó! To com fome também.

-Ah meu anjo. -Graciela riu, ainda olhando pra neta. -sempre tão sincera. O almoço ficará pronto logo.

-Oi Mãe. -Erza parou em frente a ela, era estranho, porque era mais alta que sua mãe, então tinha que se abaixar pra abraça-la.

-Filha, senti sua falta. -Graciela já estava com as lágrimas nos cantos dos olhos, Erza as secou e sussurrou. -Vai borrar a maquiagem, mam's. Ainda está cedo pra isso.

 -Obrigada por vir. É importante pro seu irmão.

-Claro Mãe. -ela riu, todos sabiam que Laxus não se importava com nada daquilo, nada além da atenção.

-Vó, mamãe disse que vai ter sorvete de sobremesa! –Lise puxou a mão dela.

-Ah, disse? Eu não me lembro de ter mencionado isso...

-Eu precisava tirá-la da cama... Sabe como é, uma lamúria pra acordar.

-Sei sim, é exatamente igual a você. -Elas foram entrando na casa e quando chegaram a porta da sala, Lise foi a primeira a emudecer, quando Erza olhou pra frente percebeu o motivo: Seu pai, de calça e camisa social, o cabelo loiro platinado penteado impecavelmente pro lado, os olhos puxados, como se estivesse sempre com raiva de algo. Ele olhou Lise de cima a baixo e então fez o mesmo com Erza. Ela sentiu o frio tomar o estômago e pensou que se ela se sentia assim, devia ser ainda pior pra Lise. Chegou a se arrepender de ter vindo só pelo olhar de desprezo que recebia. Então, ele se virou para Graciela e disse:

- Espero que esteja tudo pronto quando Laxus chegar, alguém nessa familia é digno de cuidados e ele está esperando por isso, não nos decepcione.

 -Eu também amo nosso filho, Ítalo, não se preocupe com a recepção, quero o bem dele tanto quanto você. -Ele olhou Graciela e assentiu, abotoando o último botão da camisa.

 -Vou buscar uma coisa que esqueci na empresa. Volto logo. -Lise já tinha cruzado os braços e Erza tentava encarar qualquer coisa que não fosse o pai. Assim que ele começou a se virar, Grace apertou os olhos e se virou pra ele.

-Ítalo, sua filha está aqui. -Ele parou, se virou e mediu Erza de cima abaixo. Então voltou a andar, soprando o ar, como se estivesse com raiva. -Ítalo! -Graciela chamou, mas Erza pôs a mão em seu ombro.

-Para Mãe. Deixa isso. Não quero aborrecer a Lise. –Sussurrou.

-Oh vó... –Lise descruzou os braços assim que Ítalo passou pelo portão, suspirando. –Mamãe disse que você comprou um presente pra mim...

-Annelise! –Erza repreendeu, mas Graciela apenas sorriu, como sempre fazia com sua neta.

-Deixa, Erza. Ela só está sendo sincera, né, Liz?

-De qualquer maneira se quer presente espere Lucca e Aura chegarem porque eu não quero choro quando eles estiverem ganhando coisas e você não. Sei lá, vai ver tv enquanto isso.

-Ah mãe! Você é muito chata! –ela saiu batendo os pés para a sala onde ficava a televisão.

-Ta vendo mãe, você ta mimando a menina. Aliás, se não cobrir o mousse com papel alumínio, ele não vai airar, e se deixa-lo fora da geladeira vai derreter todinho.

-Logo seus tios vão estar aqui, meu deus, vai chegar tanta gente e eu nem terminei as coisas. Eu nunca deveria ter liberado os empregados!

-Ah, mãe, por favor!. –Erza se curvou na mesa e começou a rir. –Você tem uma faxineira e um homem que corta grama de vez em quando e diz, toda cheia de si ‘’ eu dispensei os empregados’’.

-Erza, folgada, você vai fazer metade dessa comida agora, senhorita cheff. –Graciela apontou o dedo pra filha.

-Ata, eu sou confeiteira mãe, aliás é dom natural, porque se eu dependesse de você e seus talentos culinários...

-Pega. A. Panela. –Grace disse pausadamente. –Você pode tar com quase 30 anos, mas eu ainda posso te descer o cacete!

-Ah mãe... –ela se abaixou pra pegar as panelas no armário.

Graciela sorriu um sorriso sincero, mostrando as poucas marcas que tinha em torno dos olhos. Por um momento ali, as duas com aventais e luvas, mexendo na cozinha e conversando sobre bobagens, Erza se lembrou de sua infância e adolescência, onde embora seu pai e irmão sempre a tivessem rejeitado de certa forma, ela estava ali, com sua mãe e seus amigos e a vida era calma e divertida.

Mas isso estava no passado, ela lembrou, e essas coisas não iam voltar.

Os pensamentos que vinham rondando sua mente há um tempo voltaram assim que terminaram o último prato. Mais pessoas haviam chegado, mas todos ficavam lá fora, conversando e Erza preferia assim, ela observou a mãe guardar o doce na geladeira e inspirou fundo.

-Lise vem perguntando muito sobre o pai. -Graciela parou com a mão no meio do caminho entre a pia e a mesa. 

-Ah.. É.. Deve ser difícil.

-Sabe por onde anda Jellal, Mãe?

-Vai procura-lo? -a mulher assumiu um tom assustado. -Sabe, não vemos aquele garoto há muito tempo, Erza. Ele provavelmente nem se lembra de nós, você vai querer pôr Liz no colo dele? Tenho certeza que vai te chamar de louca...

-Mãe... hey! Calma, não vou procura-lo. E muito menos ''por Liz no colo dele'' Não fale isso, por favor. É apenas curiosidade.

-Mas se quer saber... -Grace remendou, ignorando a pergunta da filha- acho que poderia mesmo tentar se casar de novo. Tu é tão linda, minha menina.

-Sou sim, por isso mesmo to bem feliz com minha filha e meu trabalho. 

-Ah Erza, se você tomasse jeito tenho certeza que seu pai ficaria feliz. Ele-

-Ah mãe, por favor. Tomar jeito de que? Eu to ótima! Olha, ta apitando a panela. -ela queria encerrar o assunto, não queria se aborrecer de novo por isso. -Além do mais, precisava mesmo desse escarcéu todo? Pra que tanta gente? 

-Seu irmão está seguindo os passos de seu pai, está até desenvolvendo negócios com compradores estrangeiros. Isso é muito bom, filha. A família inteira está feliz com isso.

-Sei.

-Mamãe, ta pronta a comida? –Lise apareceu, o penteado já desfeito, com as mexas azuis caindo pelo rosto.

-Já vamos por a mesa, docinho. Pode se sentar se quiser.

-Vou esperar, vovó.

-Lise não se sente bem sozinha com eles, Mãe.

-Quer ajuda mamãe? -Lise abraçou Erza de lado, ignorando o que Graciela estava falando sobre ela não precisar ter vergonha.

-Não amor, está tudo muito quente. Pode me ajudar com os doces mais tarde.
Enquanto Erza colocava os pratos na mesa, ouviu sua mãe falar ao celular, pelo modo como ela ficou feliz de repente e falou cada vez mais alegre com seu pai no telefone, ela sabia -e suspirou por desânimo- seu irmão estava chegando.

 

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Erza estava tirando o pimentão da comida de Lise quando ouviu a voz de seu irmão romper a sala. Todos estavam sentados a grande mesa que ficava no jardim e tinha sido projetada especialmente para ocasiões como essas. Ela prendeu o cabelo novamente e engoliu o nervoso. Não porque tinha medo, mas porque a simples presença de seu irmão mais velho era tão irritante que se segurava pra não socar a cara arrumadinha dele ali mesmo. A repulsa era instantânea por ambos os lados, já que ele também revirou os olhos ao vê-la, mas parou o olhar com uma estranha curiosidade sobre Lise.

Seu pai se sentou a cabeceira, com Laxus ao lado, as pessoas que estavam ali começaram a puxar assunto com ele, que respondia sistematicamente, com aquela simpatia falsa que ela sinceramente sentia vontade arrancar dele na porrada.

-Mamãe, por que ele está falando tanto e por que aquele moço loiro fica olhando pra gente? –Lise perguntou baixinho, se referindo aos elogios exagerados de Ítalo.

-Aquele é meu irmão, Lise. Não se importe com ele, ok?

-Soube que fechou negocio com uma empresa estrangeira, é verdade, Lax?

-Duas empresas, Miles... –Laxus respondeu com aquele sorriso-propaganda. –Querem abrir uma filial aqui e nos chamaram para o design e desenvolvimento de projeto.

-E isso não é o melhor. –Ítalo sorriu –Sabe que nosso interesse não é comprar serviço, e sim vender. Se continuarmos assim, logo abriremos filiais fora do país.

-Isso é ótimo, filho! –Graciela finalmente se sentou, mas não antes de abraçar o Laxus como se fosse feito de ouro. Erza revirou os olhos.

-Mamãe, a vovó tá agindo de um jeito ridículo.

-É, seu avô também está.

-Ah não. –Lise sussurrou, rindo. –Ele sempre é assim. –Aparentemente a risada de Erza chamou a atenção, porque as pessoas na mesa pararam de falar e Laxus sorriu pra ela.

-E você, irmãzinha, como andam os negócios?

-Ora Laxus, não tão pretenciosos quanto os seus, mas estou bem feliz.

-E a garotinha, é quem eu estou pensando?

-Mamãe, seu irmão sempre faz perguntas idiotas assim? –Lise falou, dessa vez alto, e Erza não sabia se ria ou se enfiava a cara no gramado. Laxus não respondeu, mas ela viu a raiva faiscar em seus olhos.

-Ah por favor. –Ítalo voltou com seu tom frio. –Vamos falar dos negócios que realmente importam. Aliás, vamos pelo menos falar do que pode ser chamado de negócios.

-Só falar, né pai, porque depois dos seus problemas com a Receita federal, falar é tudo o que consegue fazer. –Só Erza riu –e Lise, mas só pelo apoio moral, porque não tinha entendido.  A tensão se espalhou e ninguém sabia o que falar. Graciela se pegou no meio do fogo cruzado, Laxus e Ítalo procuravam respostas a altura, e tudo o que Erza pensava agora é que se eles queriam provocar, ela ia provocar em dobro.

-Aquele incidente não tem mais importância. O que vale é que agora estamos ascendendo. –Laxus revidou.

-Às custas dos outros .

-Negócios são negócios.

-Administrar uma empresa sem nem ao menos conseguir tirá-la da lama são negócios?

-Meu esforço está valendo a pena, estamos em alta novamente, graças a mim, porque se dependesse de você...

-Mas que esforço, rapaz. –ela bateu o garfo no canto do prato. –Tudo o que faz é vigiar a empresa do seu pai que basicamente te sustentou e sustenta, pagou sua casa, sua faculdade e seu carro e ficar dando ordens enquanto os funcionários realmente fazem o serviço.

-Pelo menos eu não sou uma vadia que joga o sustento dos pais fora dando pra qualquer um e arrumando uma barriga.

-A barriga que eu arrumei ta muito bem cuidada, diferente de você que paga de perfeitinho, mas gasta todo o lucro mensal com pedra e farinha.

-CHEGA VOCÊS DOIS!

-Meu deus do céu, mulher! Isso é tudo culpa sua. –Ítalo olhou feio pra esposa, que revidou o olhar e se ocupou em comer. -Eu não quero ouvir uma palavra. – le disse olhando pra Erza especialmente, arrancando um sorriso de Laxus.

-Eu fiz esse almoço maravilhoso. –Graciela elevou o tom, chamando novamente a atenção das pessoas estáticas da mesa. –Não quero que o dia seja arruinado por uma briga estúpida de irmãos.

-Mamãe, terminei.

-Ah, Annelise! Olha sua roupa... –Lise riu e desceu da cadeira. –Com licença mãe, vou cuidar da barriga que eu arrumei e está toda suja de molho. –a ruiva pegou a filha no colo e olhou pras pessoas na mesa, desafiando qualquer um deles a falar algo. Felizmente todos eles eram sensatos o bastante pra não abrir a boca.

-Mamãe, eu não sou uma barriga!

****

Lise tinha tomado banho e vestido uma camiseta azul com gliter e um short, que foi tudo o que ela permitiu antes de sair correndo pelo quintal. Tinhe se fechado no que era seu antigo quarto, aparentemente sua mãe se negava a mexer lá. Então o edredom e os livros da escola continuavam arrumados como ela deixou, até o guarda roupa estava lá, só que agora cheio das pelúcias que colecionava. Tinha lavado a louça e apenas evitado todo o resto das pessoas, queria estar em casa, dormindo ou vendo Tv, pensou por um momento que devia ter ouvido Lise.

Fechou os olhos e divagou nos tempos que essa cama era sua cama, parecia ter sido em outra vida...

-Sua filha quebrou um daqueles pratos brancos que a mamãe adorava. –Erza se sobressaltou ao ver Laxus escorado na porta do quarto, mas controlou a respiração e continuou deitada onde estava.

-Lise é hiperativa, mamãe não se importa.

-Essa desculpa que usa pra dizer que não sabe educar uma criança?

-Se veio aqui falar mal da minha filha, juro que arrebento você.

-Ahn, isso me lembra de quando brigávamos antigamente. –ele riu, aquela risada falsa e seca. – Essa menina é filha daquele seu ex namoradinho ne? O que vivia vindo aqui. Pena que ele realmente meteu o pé em você.

Ela ergueu a sobrancelha, supressa por ele ter a cara de pau de mencionar Jellal.

-Hm, você se lembra, é? –ela abriu os olhos. –Se quiser me passar o contato dele... Sei que tem, maninho. –ela sorriu, cínica.

-Não se meta no que não pode aguentar, Erza.

-Eu? Sou apenas uma confeiteira, Laxus. Diferente de você, eu conheço meus limites... Mas... sabe que se eu quiser, posso requerer a liderança da empresa a qualquer comento né? Ou no mínimo, metade dos lucros. Eu tive aquelas aulas de administração, assim como você, maninho. Eu poderia acabar com seu sonho cor de rosa.

-Você conhece seus limites, Erza. Estou confiando nisso pelo seu bem.

-Mamãe está te chamando. –eles ouviram a voz de Graciela chamando pelo filho.

Ele assentiu, mordendo o lábio. Estava nervoso e essa era uma mania que infelizmente compartilhavam, porque ela também o mordia, mas mais pra controlar a raiva que pra reprimir o medo. Laxus não se moveu, então quando Graciela chamou seu nome, Erza se levantou.

-Viu seu irmão por ai? –Grace perguntou do fim da escada.

-Não faço ideia de onde esteja. –quando saiu, viu que seu irmão a fuzilava com o olhar.

Agora, mais que tudo, sabia que ele tinha envolvimento com o que quer que tivesse acontecido. Só tinha medo de saber o que.

Mesmo que seja pra essa família desmoronar de vez, então que assim seja.

 

**************

 

Lise veio pela porta da cozinha, ela estava cabisbaixa e o cabelo azul ondulado estava se soltando de novo, ela se enfiou no colo da mãe, empurrando a mesa.

-O que foi, pequena?

-Quero ir embora mamãe.

-Por que, anjinho? -Graciela parou de estender a toalha para olhar Lise.

 -Não quero mais ficar com o Luca. -e escondeu o rosto no peito da mãe pra chorar. -Ele quebrou minha boneca.

-De novo, Lise? Não te pedi pra tomar cuidado?

 -Ele pegou quando eu fui no banheiro mamãe. Não foi minha culpa... -ela falou com a voz embargada. -Quero ir embora! Eu odeio ele.

 -Ah não fale isso, princesa... -Graciela ainda tentou ajudar, mas Lise apenas a ignorou.

-Mamãe!

-Não fique chorando a mesa! -Ítalo parou no batente da porta e encarou Lise pela primeira vez naquele dia- talvez pela primeira vez realmente. -Se quiser chorar, vá chorar em outro lugar. E pare de falar mal do Luca, com certeza ele não fez isso.

-Luca! -A mãe dele chamou, visivelmente irritada. O menino chegou, ajustando o boné, enquanto atrás vinha a irmã.

-Eu não fiz nada, Mãe! -o menino disse, dissimulado. -Foi ela que quebrou, ne, Aura? -ele cutucou a menina mais nova, que enrolou um cacho loiro e depois assentiu, meio sem saber o que fazer.

-Você quebrou sim, seu mentiroso! -Lise avançou contra o menino, ambos tinham a mesma idade, mas ele era mais magro e mais alto, ainda assim eles chegaram a trocar tapas e arranhões, antes de Erza puxar a filha.

-Hey Lise, o que é isso?

 -Ele quebrou sim, mamãe, arrancou a cabeça dela, aquela que a tia Mira me deu mamãe, eu gostava tanto.

-Não se meta nesse tipo de coisa Luca, meu deus, se ela está mentindo, apenas deixe! –a mãe dele, que Erza não sabia quem era e realmente não tinha o menor interesse em saber, se manifestou.

-Eu não to mentindo! -Lise gritou, soltando da perna da mãe.

-Eu acredito na minha filha.

-Não tome lados, Leandra. –Graciela falou, dura.

-Chega disso! -a voz de Ítalo se ergueu sobre as outras.-Eu não aceito que haja tanta falta de educação em minha casa. Se veio pra minha casa pra inventar mentiras que causam discórdia, é melhor ir embora. Tudo fica ótimo sem vocês aqui!

 -Ítalo! -Graciela quase perdera a voz.

-Nada fica ótimo, pai. –Erza finalmente perdeu a cabeça e gritou. -Vocês apenas são um bando de cobras!

 -Filha, por favor, se acalme.

-Mamãe, não quero te magoar, mas preciso ir.

-Erza, preciso conversar com você um pouco. -ambas ignoraram o homem com a cara feia e os outros murmurando. -Você é mãe de Lise e eu sou sua mãe, o que sente por ela é o mesmo que sinto por você. Por favor, você fica tanto tempo longe... -Erza olhou a filha de braços cruzados, a menina segurava as lágrimas (sem êxito), mas preferia deixar transparecer a raiva do que o sofrimento -exatamente como a mãe.

Quando Erza abaixou a cabeça, como sempre acabava fazendo pra Graciela, Ítalo adentrou em direção ao quarto e Lise rangeu os dentes e saiu correndo pelo quintal já escuro. Grace a puxou para o seu antigo quarto, para que conversassem. Mas Erza não conseguia parar de pensar na pequena sofrendo.

 -Filha, não se importe tanto com isso. É coisa de criança...

-É muito maior que coisa de criança, mãe! Ele sempre arruma um jeito de desprezar ela. E além de tudo, todos parecem não nos querer aqui. -ela mexeu no bolso e suspirou. -Tsc, Lise pegou meu celular de novo.

-Não diga isso querida. Eu quero vocês aqui.

-Não é o bastante, mamãe. Precisa começar a ir me ver, sinceramente. Não dá mais pra vir aqui.

-Sabe que seu pai não gosta que eu vá. -Ela apertou as mãos e desviou o olhar.

-Então Mãe. Mas também não posso machucar minha filha vindo aqui. Além do mais, você vive indo ver meu irmão. Estando ele no país ou não!

-Laxus não tem tempo de vir aqui.

 -Ah e eu tenho?? Ele vem aqui quando quer e é bem recebido! Comigo as coisas não são assim. –A tensão foi quebrada pela batida na porta.

-Erza -era a voz de uma prima. -tem alguém aí fora procurando por você.

-Ahn... ok. diga que já vou. -de início não lhe ocorreu quem poderia ser, então os olhos tristes, a raiva de Lise e a lembrança de que ela pegou seu celular só a levaram a uma pessoa. -Ah não.

E estava certa.

 Jellal estava parado com a pequena Lise no colo e as pessoas em volta, no Jardim e as que estavam na mesa mais perto da sala, pararam o burburinho pra olhar por um momento.

 -Jellal.

-Desculpe. -Ele colocou Lise no chão e coçou a nuca. -Lise me ligou chorando, então imaginei que havia acontecido algo.

-Não exatamente, mas eu já estava indo embora, de qualquer maneira.

 -Erza?

-O almoço estava ótimo, mãe. -Erza tentou pegar a mão da filha, mas essa apenas continuou abraçada a Jellal. A ruiva pegou a bolsa, com raiva de mais pra até dar tchau. Ela sabia que sua mãe conhecia Jellal e pensar que talvez ela esteja envolvida ao que aconteceu, era uma ideia aterradora. Passou pelas pessoas sem realmente se importar, apenas queria sair logo dali. Lise não quis ir no carro da mãe. Ela também não falou uma palavra quando entraram em casa. Jellal é quem não entendia muito bem nada que estava havendo ali.

 -Lise, va tomar banho.

-Não quero.

-O que? -ambos olharam a garotinha, sem saber o que falar.

 -Eu quero ir pra casa do Jellal.

-O que? -agora pareciam ainda mais assustados.

 -Annelise, não é você quem decide isso.

-Não sou eu quem decido nada ne? Você nem se importa comigo, eu fui te falar, mas você preferiu acreditar no Luca.

-Não acreditei no Luca, por deus, Annelise.

-Você quis ficar. Ele brigou comigo, mas você quis ficar! Eles não gostam da gente. Você sempre fica fingindo que está tudo bem, mas quer saber? Não ta não! -ela subiu as escadas com passos mais pesados que o normal e começou a mexer no armário, Erza julgou pelo barulho das portas.

 -Ah.. Erza, sinto muito se fiz algo errado, ela só me ligou chorando do seu celular e eu fiquei preocupado. Quando ela me disse onde estava, eu fui.

 -Eu sei Jellal, não estou zangada. Na verdade, quero te agradecer, você foi o pretexto que eu precisava pra ir embora. E de qualquer maneira, Lise está certa. Eu sempre fico apenas fingindo.

-Deixe ela vir comigo, vou tentar conversar. Se ela ficar aqui, do jeito que vocês duas são, as coisas podem piorar.

 -Nunca pensei que minha filha pudesse sentir odio de mim.

-Ela não te odeia, Erza. Está apenas magoada. Deixe-me conversar com ela hoje, ok?

-Jellal... Eu... Preciso conversar com você sobre umas coisas. Sobre nós.

-É, eu sei. Mas vamos ver isso amanhã, quando eu trouxer Lise. Ai vamos poder tirar algumas duvidas.

-O que? O que pretende fazer?

- Falar com as pessoas que tenho certeza que sabem de algo. Vou procurar Gray e Juvia. 


Notas Finais


pensaram que teriam respostas, ne suahsuashaushausha
só mais perguntas kkkkk
ate logo peessoal, bjs *3*


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