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História Forbidden Forest - Chapter 3


Escrita por: UnnieChoa

Notas do Autor


Obrigada a todos por lerem a fic e aqui vai mais um capítulo delicinha pra vocês... 😘😘

Capítulo 4 - Chapter 3


Atravessamos o portão e seguimos para o leste do vilarejo, um caminho silencioso, sua mão ainda se prendia á minha e seus olhos estavam voltados para o chão. Daquele ponto podia-se ver o meu vilarejo, um pesar veio sobre meus ombros ao me lembrar da minha família. Um barulho de passos me assustou e olhei para o Kai, sua expressão era a mesma que a minha. Uma voz rouca me fez estremecer e me virar.
-Quem é ela Jongin?

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-Suho? O que você faz aqui? Não era para você estar no festival da lua?- Jongin falou com surpresa estampada em sua face, sua voz estava trêmula, mas ele tentou manter se o mais firme possível. Apertei mais minha mão á dele, minhas pernas tremiam e eu me perguntava se essa era minha sentença de morte ou apenas um imprevisto. Quem mandou confiar em um lobisomem desconhecido...

-O que essa garota faz aqui? Ela não é do vilarejo e você conhece as leis, se algo de errado está acontecendo é melhor você me explicar direitinho... – Falou variando seu olhar sobre o moreno e eu.

-Ela é uma menina que eu encontrei na floresta, ela não tinha para onde ir e eu ofereci uma noite aqui, apenas isso- Ele preferiu ocultar a parte de que sou uma bruxa do outro vilarejo, uma decisão muito sábia. Minha mão afrouxou quando senti a fisionomia do desconhecido se suavizar, minhas pernas ainda estavam trêmulas, mas meu coração já não batia tão rápido.

-Eu vou voltar para a fogueira, tenha juízo Jongin, você conhece o seu pai e sabe que ele não costuma ser tão compreensível... – O rapaz de feições leves acenou levemente com a cabeça se despedindo e seguiu para o oeste do vilarejo, de onde vinha todo o barulho de música e o cheiro de comida. Deve ser um festival importante para toda essa comemoração.

O festival do sol é assim, o dia inteiro é repleto de cantigas, comidas deliciosas, danças e ouvimos sempre a mesma história, a história da Grande Deusa do Sol, como ela foi compassiva com o nosso povo e nos ajudou nos momentos difíceis contra os lobisomens, a lenda dizia que a Grande Deusa do Sol iluminou o céu por 24 horas para que nosso ataque fosse de dia, criando dificuldade para os lobisomens, que costumam atacar durante a noite. Nosso povo pegou os lobisomens de surpresa enquanto os mesmo estavam desorientados pelo eclipse, exterminando a maioria e expulsando os sobreviventes para o norte.

Jongin segurou o meu antebraço e me virou, fazendo nossas faces ficarem de frente uma para a outra, seus olhos profundos e seus lábios delineados, minha concentração se esvaecia e só conseguia perceber os movimentos dos lábios, sem entender uma única palavra. Seu olhar se mantia sobre mim, me fazendo ruborizar de leve.

-Você pode parar de babar em cima de mim e escutar o que estou falando. Parece uma boba- Falou em tom de ironia, me fazendo acordar e perceber que eu realmente devia estar igual uma boba olhando para o movimento dos seus lábios. – E ainda está toda vermelhinha, chega a ser fofinha- Falou agora soltando uma risada abafada. Soltei-me de seus braços e andei uns dois passos para trás. O vermelho de vergonha se transformou em vermelho de raiva, e minha vontade era de estapear-lo.

- Você pode me levar logo para a droga da sua casa, não quero correr o risco de encontrar com mais algum da sua matilha- Falei raivosa cruzando os braços na frente dos seios e batendo o pé direito nervosamente. – Se você não percebeu, eu estou com frio, não tenho pelos para me aquecer. – Falei revirando os olhos e lançando-lhe um sorriso recheado de ironia.

- Bruxinha malcriada, por isso dizem que sua raça não vale o pão que come, eu te salvo de passar a noite na floresta repleta de perigos e não recebo ao menos um agradecimento- Falou com um drama completamente falso e exagerado, deixando escapar um sorriso de canto, totalmente devastador.

O moreno agarrou minha mão esquerda e me puxou trilha afora, seus passos eram longos e ligeiros, me dando um certo trabalho para alcançá-lo. De longe consegui avistar uma cabana de madeira no fim da trilha, cabana era um nome completamente equivocado, a casa parecia um palácio de tão grande, toda em madeira e com um portão enorme. De perto a casa parecia ainda mais majestosa e elegante, uma casa de pessoas importantes, com certeza.

-Espero que não se importe com a poeira e com as teias de aranha- Falou enquanto abria o portão de madeira da casa – Há muito tempo ninguém vem aqui, desde que construímos outra casa essa vive abandonada. Deve estar com poeira até o teto. – Falou já adentrando a casa e buscando alguma lamparina.

- Tudo bem, é só por hoje- Falei com um sorriso sincero, mesmo não me conhecendo ele foi tão gentil comigo e me ofereceu uma noite na sua casa. Ele merecia ao menos um voto de confiança da minha parte e uma boa parcela de agradecimentos. – Muito obrigada por me ajudar, obrigada mesmo.

-Bom, você podia me dar uma mãozinha né, faz aquele foguinho com a mão para acender a lamparina- Falou me estendendo um objeto, que mesmo no escuro deduzi ser a lamparina que ele estava procurando. Soltei uma risada baixa e peguei o objeto, fiz um feitiço qualquer de fogo que logo fez com que a ponta do meu dedo se acendesse com uma pequena chama, que foi usada para acender a lamparina.

-Valeu bruxinha, até que vocês servem para alguma coisa- Falou com um tom brincalhão, o que fez com que eu desse língua para ele e encostasse com o dedo em chamas no seu braço, o fazendo soltar um gemido de dor e me olhar de cara feia

- Olha Minhee, pare de me queimar, essa sua mania é muito feia e deselegante. – Falou rindo enquanto entrava novamente na casa me puxando pelo braço. Com ajuda da lamparina, pude observar melhor a casa, mesmo com muita poeira e teias de aranhas que vinham do teto ao chão, continuava majestosa. Os móveis estavam cobertos por um tecido qualquer branco e em meio á minha admiração, não percebi quando o moreno sumiu pelas portas adentro. Espalhadas pela casa haviam várias lamparinas e velas recém acendidas pelo mais velho, que iluminavam a minha visão.

- Jongin? Cadê você? – Falei enquanto pegava uma vela e adentrava os cômodos á procura dele. A casa era tão grande por dentro, até maior do que eu pensava quando vi por fora. Pé direito alto, paredes revestidas de madeira cobertas de quadros e candelabros. Um quadro me chamou atenção, me aproximei dele para observar melhor, nele havia vários meninos, crianças ainda, doze para ser exata, todos completamente diferentes uns dos outros, de idades entre cinco e onze anos mais ou menos. Algo em uma criança me chamava atenção: os olhos penetrantes.

Flashes do meu sonho da noite passada se reavivavam na minha mente, os mesmos olhos me observando, os mesmos olhos me hipnotizando, os mesmos olhos me devorando e se alimentando do meu medo. Minha cabeça começou a latejar e minhas pernas fraquejaram, uma tontura pegou-me de surpresa me levando ao chão, ou quase. Mãos fortes me seguravam enquanto meus olhos permaneciam fechados, a voz e os uivos entupiam meus ouvidos e as mesmas lágrimas do meu sonho se espalhavam pelo meu rosto. Meu coração batia freneticamente e a minha respiração falhava, o desespero se alastrava pelo meu corpo como a adrenalina se espalha pelas veias.
Permiti-me descansar nos braços que me seguravam enquanto tentava inutilmente acalmar meus batimentos cardíacos, a imagem da lua cheia brilhante me passou um pouco de paz, me deixei sorrir em meio às lágrimas de pavor. Abri meus olhos dando de cara com o moreno simpático que me olhava com uma mistura de desespero e curiosidade. Ainda com o sorriso no rosto sibilei uma frase que eu levaria para o resto da vida.

“Não tenha medo”

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Acordei em uma superfície macia e quente, senti algo em minha cintura me prendendo à mesma, girei meu pescoço para descobrir o que era e me deparei com Jongin dormindo como um anjo preso em meu corpo. Sua respiração leve e feições delicadas me fez sorrir por um momento, senti pena de me mexer e acordá-lo. Olhei em volta para tentar ao menos me localizar, estava em um quarto grande e espaçoso, numa cama de casal sendo agarrada por um lobisomem recém conhecido.

-Jongin-ah, acorde. – Falei tocando levemente seus ombros, mas o mesmo nem ao menos se mexeu. - Vamos Jongin, eu preciso levantar. – Falei manhosa e finalmente o moreno deu sinal de vida e semicerrou os olhos. Uma visão adorável, claro.

-Yaa Minhee, me deixa dormir mais um pouquinho, só mais cinco minutinhos- Falou agarrando ainda mais forte minha cintura. Resolvi acatar seu pedido, cinco minutos não seria o fim.

Me deixei observar o rosto do moreno, seu maxilar marcado era com certeza seu charme, e os lábios carnudinhos e delineados eram de suspirar. Seus cabelos castanhos bagunçados e com os fios apontando para várias direções me arrancou um risinho. Seu nariz reto e pequeno combinava perfeitamente com os outros traços. Fui despertada dos meus devaneios com uma voz rouca e suave.

-Gosta do que vê bruxinha- Falou com os olhos pequenos ainda inchados de sono e um sorriso de canto brincando em seu rosto. Minhas bochechas coraram na hora e me desgrudei do seu corpo imediatamente, quase caindo da cama como conseqüência. Desferi um tapa em sua cabeça e fechei a cara.

-Aish seu cachorro pulguento, deixa de ser idiota- Falei já me levantando e procurando alguma porta que me levasse em algum banheiro ou algo do tipo. Pelo barulho dos passos, ele me seguia em minha busca. No caminho passei por aquele corredor onde ficava o quadro e fiquei me perguntando se era mesmo real. Segui em frente entrando no corredor e me aproximando do quadro.

-Jongin-ah, quem são essas pessoas?- Falei com os olhos vidrados na tela da pintura, tão bem feita e real que parecia que eu estava olhando para uma janela e essas pessoas realmente estivessem paradas ali.

-São os doze descendentes, são os filhos dos líderes do vilarejo. – Falou dando de ombros e olhando o objeto. –Bem, aquele penúltimo ali sou eu, acho que eu tinha uns sete anos na época. Esses outros são meus primos– Falou com um sorriso aberto deixando seus dentes á mostra.

-E esse aqui quem é? Eu não sei por que, mas ele me é tão familiar... - Falei com um timbre de duvida. – Parece que eu o conheço, mas não consigo lembrar-me de onde. – Vi sua expressão mudar para um semblante curioso.

-Kyungsoo, Do Kyungsoo, meu primo e um dos doze descendentes. – Falou por fim e seguiu andando para o outro lado do corredor, voltando para o cômodo em que estávamos antes. Segui seus passos e o encontrei sentado na cama calçando suas botas marrons. 

-Vou buscar algo para tomarmos café da manhã, não irei demorar e, por favor, em nome da Grande Deusa, não saia desta casa. – Falou sério e eu apenas assenti com a cabeça. Ele logo saiu andando pelos corredores enquanto ajeitava a blusa social.

Deitei-me novamente na cama enquanto encarava o teto, os lençóis tinham o cheiro dele e estavam tão quentinhos e confortáveis que eu quase peguei no sono novamente. Meus pensamentos voaram para meu vilarejo, onde todos devem estar preocupados com o meu sumiço repentino. Meus irmãos devem estar loucos atrás de mim á essa hora. Não sei o que fazer, eu combinei com o Jongin de passar apenas essa noite e logo vou embora deste vilarejo, mas para onde eu poderia ir? É capaz de que quando eu voltar meus pais obriguem-me  a casar com Seokjin e eu ainda me mantenha presa no vilarejo. Uma coisa eu tenho certeza:  para o vilarejo do sol eu não posso voltar.

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Alguns minutos depois escuto a porta sendo aberta e me desperto com sua voz.

-Minhee, eu peguei algumas frutas, alguns pães e um cantil com suco de uva que sobrou do festival. Espero que você goste- Falou Kai entrando no cômodo com uma bolsa de pano com os alimentos e se sentando no chão ao lado da cama.

Sentei-me ao seu lado o ajudando a tirar as frutas da bolsa, sua expressão era neutra e suave. Peguei o cantil e o beberiquei, o suco estava divino. Os pães estavam macios e frescos e as frutas estavam docíssimas. Uma refeição deliciosa mesmo sendo simples.

-Está tudo maravilhoso Jongin- Falei com um sorriso sincero presente no rosto. Vou sentir muita falta do Kai, ele é tão gentil e cuidadoso, mesmo sendo um lobisomem mortal que se alimenta de pessoas e mata á sangue frio. Bem, não se pode confiar cegamente né.
Assim que terminamos a refeição, o ajudei a limpar tudo e arrumar a cama. Fui até o banheiro da mansão para jogar um pouco de água no rosto e lavar as mãos. Tenho que decidir o que farei e para onde irei. Enquanto me limpava, senti o colar no pescoço e não evitei sorrir quando olhei para ele. Nem me lembrava que eu o estava usando. O moreno entrou no cômodo e sua atenção logo se direcionou ao colar em meu pescoço.

-Como você conseguiu esse colar?


Notas Finais


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