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História Forbidden Love - Não te quero por perto!


Escrita por: SahKatrina

Notas do Autor


Ei, fui rápida, como prometi!

Capítulo 50 - Não te quero por perto!


Fanfic / Fanfiction Forbidden Love - Não te quero por perto!

Março, 2015

Autora P.O.V.

Justin olhava de um lado para o outro na rua escura, enquanto o frio da madrugada chicoteava sua pele e penetrava o fino pano de seu casaco. Encostou-se a parede de tijolos do bairro simples da cidade, esperando pelo homem. Logo o avistou virando a esquina, no final da rua. Endireitou-se, mantendo as mãos nos bolsos.

  - Por que me chamou, Bieber? - a voz soou mais grossa do que ele se lembrava, o homem estava tentando amedrontá-lo? Essa era boa!

  - Vamos! Não se faça de durão comigo, eu te conheço. - riu sem animação.

  - Não, Justin, você não me conhece. - o homem tentava soar sombrio, mas Justin não se sentia intimidado.

  - Eu te chamei para dizer que não posso mais continuar com a farsa.

  - Não, acho que não deve ter entendido da primeira vez, não? - o homem riu, parecia desesperado.

  - Sim, entendi. Durante todo esse tempo, a única coisa que fiz foi tentar entender o porquê de eu ter caído em seus truques. Finalmente eu compreendo. Não tenho que temê-lo, nunca fará nada a Anne ou a Mellanie.

  - Bieber, você precisa fazer Tracy feliz! Eu posso matá-las se não cumprir com o que prometeu! - o homem ameaçou.

  - Eu vivi com essas suas ameaças sem fundamentos por um ano, e foi o pior ano da minha vida! Eu não conseguirei fazer Tracy feliz se eu não estiver feliz! - o castanho exclamou ainda atordoado com aquele homem.

Tudo o que ele vinha falando era sem fundamentos.

  - Bieber! - o homem grunhiu nervoso, fechando as mãos em punhos.

  - Vamos lá! Pode entregar aquelas porras de fotos, eu não me importo! Eu não posso mais privar-me de coisas que sempre sonhei por você ser um maluco! Por que você não tenta fazê-la feliz? Ah, verdade, você não pode, não é mesmo? - riu ironicamente.

  - Eu vou matá-las, Bieber!

  - Não enquanto eu estiver com elas! Eu sempre fui tolo o suficiente para não pensar. Eu agi por impulso e concordei com essa sua imposição absurda, mas se eu estiver com elas, você nunca conseguirá atingi-las!

  - Você não sabe o que está fazendo! Você realmente quer todos em cima delas? Você quer que os jornalistas cerquem sua filha, cerquem Anne, dizendo que ela não passa de uma prostituta barata? Pois você sabe que é disso que iram chamá-la. “A filha que traiu a mãe”! É isso que quer? Vocês não vão conseguir viver direito. E pode ter certeza que eu farei com que isso piore... Farei com que isso vire um verdadeiro inferno! - o homem mantinha a voz fria.

Aquilo fez Justin cambalear um pouco em sua decisão. O fez repensar se aquilo realmente era o melhor para elas. Anne seria tachada de coisas horríveis, Mellanie viveria cercada de jornalistas tentando uma nova foto do fruto de uma traição. Porém, ele estava decidido a não ficar mais longe das pessoas que amava. Estava disposto a reconquistar tudo que um dia foi seu, e não viver mais nas sombras de uma ameaça.

  - Vá em frente! - disse por fim, antes de virar as costas e caminhar em passos rápidos para longe daquele homem maluco.

Ele estava livre. Ele se sentia livre.

Ainda não tinha falado com Tracy, e nem falaria. Durante a semana havia levado embora tudo o que tinha na casa dela, sem que a mesma percebesse. Ele não queria escutar os chiliques dela, muito menos ter que lhe dar alguma explicação. Não queria ter que mentir mais. Ele apenas desapareceria da vida dela, e depois ele e Anne decidiriam o que iriam falar a ela. Ele e Anne... Só de pensar nisso uma carga de energia era solta em seu corpo. O sorriso em seu rosto o denunciava. Nunca estivera tão feliz.

Seus passos desorientados acabaram o levando para um lugar que ele tanto conhecia. O prédio de Ryan. Era para lá que ele corria quando precisava, e era para lá que ele iria agora. Ele precisava do seu melhor amigo. Precisava dos conselhos babacas de Ryan, que sempre estavam certos. Ele precisava começar com isso. Retomando a amizade de anos que construirá com aquele cara.

  - Joseph, Ryan está? - perguntou ao porteiro. Ele o conhecia bem.

  - Senhor Bieber, quanto tempo! - exclamou o mesmo. - Sim, está sim. Mas não acredito que esteja acordado. - olhou no relógio que marcava duas e pouco da manhã.

  - Por favor, deixe-me subir? Eu preciso muito conversar com ele. - pediu e o porteiro viu que tinha certa urgência.

  - Tudo bem, confio no senhor. - assentiu, abrindo o portão.

Justin agradeceu e entrou em disparada para dentro do prédio. Sentiu-se acolhido quando o frio da noite não o atingia mais. Entrou no elevador e seu desconforto rotineiro lhe atingiu. Xingou Ryan por escolher morar na cobertura. Por que não o primeiro andar? Para que morar na cobertura de um prédio de dezessete andares? Os minutos que passou no elevador foram horas para ele. Assim que pulou para fora dele sorriu, vendo aquela porta tão conhecida e então apertou a campainha com vontade. Muita vontade. Escutou xingamentos vindos do lado de dentro, e então a porta foi aberta por um Ryan com a cara toda amassada.

  - Justin? - perguntou espantado. - O que faz aqui há essas horas? Ficou louco? - parecia irritado, mas Justin não se importou, apenas abraçou o amigo.

Aquele abraço significava todos os meses que passou sem contato, apenas se isolando de todos. Ryan, surpreso de inicio, retribuiu.

  - Irmão, o que aconteceu contigo? - perguntou e Justin riu, afastando-se.

  - Eu estou livre! - gritou e Ryan franziu o cenho.

  - Pare de gritar, maluco! - falou, colocando a cabeça para fora do apartamento se certificando de que não tinha ninguém ali. Não teria mesmo à uma hora dessas. - Venha, entre. - falou, puxando Justin para dentro do apartamento. - E então? Por que essa cara de abobalhado?

  - Está sozinho?

  - Não, Jennie está dormindo lá em cima. - respondeu passando a mão pelo rosto. - Café?

  - Claro.

Os dois seguiram para a cozinha, e Ryan colocou a cafeteira para funcionar. Em silêncio, esperaram pelo café ficar pronto e quando já estavam servidos, cada um com uma xícara, Ryan o encarou, esperando que falasse.

  - Vamos, mané! Desenrola!

  - Eu estou livre, cara! Eu finalmente estou livre!

  - Livre do que? - bufou. - Justin, você bebeu, não bebeu? Cara, mais que caralho! E por que vem justo pra minha casa?

  - Não bebi nada, Ryan! - exclamou, rindo.

Justin explicou ao amigo por tudo que passou, com detalhes que qualquer um acharia desnecessário, mas que ele preferiu deixar claro. Naquela mesa, Justin sentiu que seu amigo estava ali, que nunca havia ido, na verdade. Ryan estava atento a cada palavra. Estava boquiaberto quando Justin terminou.

  - Porra, eu sabia! Eu sabia que tinha alguma coisa errada nessa história. Puta que pariu, Justin, por que fez isso?

  - De inicio eu fiquei com medo de que ele realmente pudesse fazer algo com elas. Ryan, Anne e Mellanie são as coisas mais importantes do mundo para mim, eu não poderia correr risco nenhum. - passou as mãos nos cabelos, bebendo um gole do café já morno em sua xícara. - Mas, depois de todo esse tempo vendo esse cara agir, percebo que ele não é nada. Ele ladra, mas não morde. Ele vai liberar as fotos que tem, mas a pessoa que ele mais vai ferir será Tracy, não nós. Eu compreendi que se eu estiver com elas, por mais que tente algo não as atingirá.

  - Não acredito que demorou todo esse tempo para perceber isso. Você perdeu tanta coisa, cara! - riu.

  - Eu sei.

  - Não, você não tem noção! Você perdeu MUITA coisa! - frisou, rindo.

Justin mal sabia que seu filho havia nascido. Ele ao menos imaginava que havia perdido o nascimento de seu filho e que ele já estava com seis meses de vida.

  - Eu preciso falar com a Anne. Preciso me desculpar, dizer que ela é a mulher que eu mais amo na minha vida, que nada foi culpa minha, e que quero criar nossa filha junto a ela. - falou com um sorriso bobo no rosto.

  - Dude, ela... A Anne está namorando. - Ryan tentou ser cuidadoso, mas pela expressão do amigo, aquilo não saiu do jeito que ele queria.

  - Como assim? - a voz de Justin vacilou, mostrando desespero. Isso foi como uma facada no estomago.

  - Ela na podia ficar te esperando a vida toda. Você a chutou.

  - Mas não porque eu quis! - gritou, levantando.

  - Vai dizer isso para ela. - Ryan deu de ombros.

  - Me passa o endereço. - pediu e Ryan riu. - Vamos, Ryan, estou falando sério!

  - Justin, deixe para ir amanhã. Olhe a hora que é.

  - Não! Até o amanhecer muita coisa pode ter acontecido. Eu quero ir lá e agora! - falou irritado, seu rosto vermelho de raiva. Só de imaginar Anne com outro homem.

  - Justin...

  - Vai, Ryan! Você sabe que você dando ou não o endereço eu vou chegar até ela.

O loiro fechou os olhos, respirando fundo e assentiu, passando o endereço ao amigo desesperado. Justin saiu como um furacão. A ansiedade, a raiva, a saudade, todo o amor reprimido. Tudo aquilo estava fervilhando em sua mente. Assim que pisou na calçada do lado exterior do prédio, agradeceu por Nova York ser uma cidade 24 horas e por muitos táxis estarem rodando de madrugada. Aquilo era tudo o que ele precisava.

Anne Marie P.O.V.

Escutei a campainha tocar bem no fundo dos meus sonhos e rolei preguiçosamente na cama, abraçando Jake, que dormia comigo. O barulho agudo persistiu, fazendo-me resmungar e me levantar. Coloquei um travesseiro na beira da cama e sai do quarto, descendo as escadas. Cocei os olhos, olhando no relógio. Quatro da manhã. Quem é o louco?

  - Já vai! - gritei, procurando pela chave.

Só podia ser Jazmyn. Ela deve ter esquecido as chaves, ou está bêbada demais para achá-la. Caminhei até a porta, resmungando xingamentos. Minha paciência já não estava boa. Hoje Pattie havia me ligado para exigir que eu contasse a Justin sobre Jake, e nós nos desentendemos. Nada demais, mas me irrita ela me ligando sempre para pedir. Quando ela vem nos visitar então.

Abri a porta, pronta para xingar Jazmyn por me acordar no meio da madrugada só para abrir a merda da porta, porém, o que vi ali foi chocante demais para mim. Todo o meu corpo paralisou diante daquele ser. Não parecia ser real. Não PODIA ser real. Fechei os olhos, contando até cinco e então os abri novamente, aquela assombração ainda estava ali, parado e sorrindo como um retardado.

  - J-Justin? - sussurrei, segurando a porta para não cair.

De repente toda uma fraqueza tomou conta do meu corpo. Eu senti que meu chão se abriria a qualquer momento. Eu estava caindo em um buraco negro sem fim. Minha cabeça toda girava e o ar não parecia ser suficiente para os meus pulmões. As imagens ao redor pareciam borrões. Meu corpo suava.

  - Anne, você está bem? - Seja um sonho. Por favor. Sonho. Por favor.

Encostei a cabeça na porta, respirando fundo, puxando o ar com urgência. Eu estava em um pesadelo. Aquilo era brincadeira, não podia ser outra coisa. Quando senti minha cabeça parar de girar pisquei algumas vezes antes de erguer a cabeça. Ele ainda sorria, mas seus olhos pareciam preocupados. Justin tentou aproximar-se, mas o primeiro instinto que tive foi virar um tapa em seu rosto. Usei toda a minha força. Extravasei minha raiva em um único tapa. Ele fechou os olhos, com a mão sobre o local que bati.

  - Não podia esperar por outra coisa. - falou, virando lentamente o rosto para me olhar. E mais uma vez eu virei um tapa em seu rosto. - Porra! - exclamou, esfregando o outro lado do rosto.

Senti uma raiva incontrolável me tomar e a única coisa que eu consegui fazer foi soca-lo. Eu batia aonde dava e ele não fazia nada, apenas tentava se esquivar quando via que pegar em cheio em seu rosto. Eu parecia uma criança birrenta. Eu sentia o ar faltar em meus pulmões e meus músculos reclamarem, mas eu não parava. Eu precisava daquilo.

Quando todas as minhas forças se esgotaram, eu apenas cai no chão, chorando como um bebê. Eu soluçava alto, sentindo meu peito doer. Eu buscava por ar, mas estava difícil respirar.  

O senti me tocar e levantei meu rosto, o encarando. Ele estava mais magro, barba por fazer, os cabelos maiores, olhos fundos. Parecia cansado. Parecia outro Justin. Afastei-me dele, tentando desviar de suas mãos, mas não teve jeito de escapar de um abraço sem jeito que ele me deu. Meu corpo inteiro se arrepiou e meu coração pareceu se aliviar de tudo. O que estava o deixando apreensivo não estava mais ali.

  - Anne...

  - Sai, me solta! - pedi, tentando me afastar.

Meu Deus, o que esse homem está fazendo aqui?

  - Anne...

  - Vai embora da minha casa! - gritei desesperada. Tê-lo perto de mim não havia me feito bem. - Sai! - gritei novamente, dessa vez ouvindo o choro de Jake ao fundo.

Justin me olhou com o cenho franzido.

  - Isso é um bebê? - perguntou, me olhando apreensivo.

  - Não! Sai! - pedi, levantando-me do chão e o empurrando. Era obvio que ele não se moveu.

  - Anne, que bebê é esse? - perguntou, passando por mim.

  - Porra, sai da minha casa ou eu chamo a policia!

  - Chama, mas me responde. Que choro é esse? - perguntou, insistindo.

  - Sai, sai! É a TV, não é nada demais. - puxei seu braço.

  - Não, não é! - falou, seguindo o choro enquanto começava a subir as escadas.

  - Justin, não! Para, por favor! - gritei, tentando puxar seu braço. - Para! Eu vou chamar a policia se você não sair do meu apartamento agora!

  - Eu quero ver minha filha, juro que vou sair.

  - Não! Não ouse subir mais um degrau!

  - Mellanie! - gritou e eu sentido meu corpo tremer.

Ele não devia chegar perto, nem de Mellanie, nem de Jake.

  - Anne, que porra de barulho... - Jazmyn parou de falar assim que viu Justin. Seus olhos se arregalaram levemente.

  - Jazmyn? Jazmyn? - perguntou, intercalando seu olhar entre nós duas. - O que faz aqui?

  - O que você faz aqui? - ela perguntou, vacilando com a voz e me olhando desesperada.

  - Não o deixe subir! - pedi.

  - Anne, eu quero ver minha filha. Nós precisamos conversar, tudo bem? É uma longa conversa. Eu apenas quero vê-la, por favor!

  - Não, não! Não quero que você chegue perto dela!

  - Por favor! - implorou e eu neguei.

  - Seu tempo de ficar com ela já passou. Você não quis ficar conosco, agora eu não te quero perto!

  - Não! Não! Você vai entender o porquê, apenas me deixe vê-la por um segundo.

Parei, negando e passei as mãos pelos cabelos. Ele não podia subir, Jake estava lá, e estava chorando muito alto.

  - Mãe, vai cuidar do Jake! - meus olhos se arregalaram de maneira exagerada ao ver Mellanie descabelada, com cara de sono coçando os olhos. - Por que ta deixando ele... - parou, sorrindo ao ver Justin.

  - Mellanie, sobe! - ela continuou ali, ameaçando a descer.

  - Anjo! - Justin exclamou, sorrindo.

  - Jazmyn, leve-a daqui! - pedi, sentindo meu coração parar apenas por pensar que eles estavam próximos.

  - Anne, não! - Justin exclamou, vendo Jazzy começar a se mover com Mellanie no colo.

  - Papai! - ela gritou e aquilo quebrou meu coração.

  - Anne! - ele gritou, sua voz rouca, como se pudesse chorar a qualquer momento.

  - Sai da minha casa! - falei, subindo os degraus até ele. - Eu vou chamar a policia, Justin. Não sei o que veio fazer aqui!

  - Eu amo vocês! - gritou e eu paralisei onde estava. - Eu voltei para vocês.

  - Mentira! Cala a boca, desgraçado!

  - Eu só quero ver minha filha! - falou, como se ele se desculpasse e então começou a subir as escadas.

  - Não! Não! Justin, filho da puta, eu vou chamar a policia! - ele não deu bola, apenas desapareceu no corredor.

Filho da mãe! Peguei o telefone e subi as escadas correndo. Eu chamaria a policia, ele não podia se aproximar dos meus filhos. Cheguei ao corredor e o peguei tentando abrir a porta.

  - Jazmyn, abra!

  - Não, não abre! - gritei, contradizendo-o.

  - Mel, meu amor, abra a porta! - pediu e eu o fuzilei.

  - Justin, eu vou ligar para a policia, vai embora!

  - Eu quero ver ela. E que bebê é esse? - perguntou, tentando abrir a porta novamente.

Meu coração parou quando escutei a trinca da porta ser aberta. Mas que porra?!

  - Papai!

Justin Bieber P.O.V.

  - Papai! - meu coração deu um tranco quando aquele pequeno corpinho se chocou as minhas pernas. - Você voltou! Você prometeu e voltou. - falou, sorrindo e eu a peguei no colo.

Abracei seu corpo, sentindo seus bracinhos rodearem meu pescoço. Eu me senti aquecido novamente, me senti completo, feliz. Senti meu rosto molhado por algumas lágrimas de alegria. Beijei a cabeça da minha princesinha, sentindo o cheirinho de melancia.

  - Eu prometi, pequena. - sussurrei.

Ela estava tão linda.

  - E tem surpresa! - ela exclamou, e eu franzi o cenho, passando uma das mãos no rosto. - Vem.

Coloquei-a no chão e a mesma saiu me puxando para dentro daquele quarto. Anne estava vivendo em um lugar ótimo, eu nunca imaginaria que ela estaria se virando tão bem sozinha e com uma criança. Eu também queria saber o que Jazmyn estava fazendo ali. Congelei no lugar, quando vi Jazmyn com um bebê no colo, um bebê que não parava de chorar. Muito pequeno. Minha irmã havia tido um filho?

  - Eu sou tio? - perguntei, encarando Jazmyn. - Como pode esconder isso de mim?

  - Senhor! Você realmente acha que eu engravidaria com dezoito anos? Justin, eu me cuido! Mas você... Bom, parece que não. - meus olhos se arregalaram, pareciam que iam sair de orbita.

  - Como assim? - ri nervoso, soltando da mãozinha de Mellanie.

  - Papai, esse é Jacob, meu irmão. - Mellanie falou animada, batendo palmas e eu ri. Gargalhei.

  - Isso... É brincadeira, certo?

  - Justin, para de ser bobo! - Jazmyn exclamou. - Nossa, acho que ele está com fome, não para! - falou, levantando com ele.

Meu filho? Meu Deus, meu filho? Eu sou pai? Eu. Sou. Pai! Meu Deus!

  - Esse é o meu filho? - perguntei bobo, sentindo uma emoção enorme e diferente.

Aquele menino era sangue do meu sangue. Eu havia o feito. Ele havia nascido a partir de um amor tão bonito como o que eu e Anne sentimos. Meu coração parecia que ia sair pela boca a qualquer momento.

  - Posso pega-lo? - perguntei receoso.

  - Cuidado. - advertiu, o colocando nos meus braços lentamente.

O que cresceu dentro de mim ao segurá-lo pela primeira vez não estava escrito ou explicado. Era um sentimento único, diferente. Meu peito parecia rasgar de tanta felicidade. Deus estava devolvendo a minha felicidade. Eu estava vivo novamente.

Olhei para Mellanie, que mantinha seus olhinhos atentos aos meus movimentos, e sorri. Meus filhos!

  - Ele é lindo. - falei, olhando para cada pequeno detalhe do meu filho. Mais um Bieber no mundo. Ele era tão delicado, pequeno e frágil. Precisava da minha proteção. Eu estive longe todo esse tempo, sem poder apreciar seus primeiros meses de vida. - Quanto tempo ele têm?

  - Seis meses. - sorri triste, brincando com a mãozinha pequena dele.

Eu perdi tanto tempo. Perdi a gravidez de Anne. Ela deve ter sido uma grávida esplêndida! 

Virei-me para a porta, esperando ver Anne ali, mas o que vi foram dois policiais. Meus olhos se arregalaram ao ver Anne atrás deles.

  - Solte meu filho, seu maníaco! - gritou, passando entre eles e vindo até mim.

Entreguei o menino a ela.

  - Venha conosco, marginal! - o homem mandou, puxando-me.

  - Mas o que está acontecendo? Anne, que porra é essa?

  - Ele invadiu minha casa, senhor. E ainda tocou em meus filhos, esse maníaco! - gritou, agarrando Jacob e puxando Mellanie para perto de si. - Leve-o e o tranque naquele lugar! - a encarei perplexo.

  - Anne! - Jazzy gritou, mas ela ignorou.

  - Mamãe! Não os deixem levar o papai! - Mel pediu, deixando algumas lagrimas molharem seu lindo rostinho, olhando para aqueles dois homens prendendo meus braços para trás assustada.

  - Nós vamos levá-lo.

Eu fui algemado! Eu fui algemado! Anne estava ficando maluca? Como pode fazer isso comigo? Eles me levavam como se eu fosse um animal, e eu ainda tinha que ouvir aquelas conversas escrotas. O porteiro me encarou assustado e eu abaixei a cabeça, logo eles me enfiaram na viatura.

Depois disso eu parei de prestar atenção em tudo a minha volta, minha mente só voltou a funcionar quando fui jogado em uma selinha no fundo da delegacia do bairro, com mais alguns ladrõezinhos pé de chinelo. Uns roubaram uma padaria, outros um mercado. Nada demais.

  - Vai passar o resto da noite ai. - o policia proferiu ao jogar-me no chão daquele lugar, já sem as algemas.

Era escuro, úmido e tinha cheiro de mofo. Havia manchas pretas nas paredes que um dia foram brancas. Alguns colchonetes espalhados pelo lugar, e uma privada num canto, que exalava um fedor horrível. Jogados no chão, vários caras sorriam parecendo retardados, observando-me da cabeça aos pés. Que lugar nojento!

  - Olha o engomadinho! - um pirralho riu, vindo para perto de mim.

  - Deve ter roubado uma dessas roupas bacanas. - outro falou, sorrindo com os lábios cortados e sujos de sangue.

Era tudo o que eu merecia no momento, Senhor!

  - Não tô com paciência para aturar pirralho. - falei, indo para um canto dali, mas eles gargalharam e me seguiram.

  - O playboy ta cheio de marra. Acho que temos que dar um jeito nisso. - Bufei, irritado.

  - Voltem para o que estavam fazendo, vai! Daqui a pouco já estou longe daqui.

  - Os papais vão vir tirar o bebêzão daqui? Se liga otário! Depois que vai preso, eles esquece que você existe. - um deles zombou e eu revirei os olhos.

  - Como se eu dependesse dos meus pais. - ri sarcástico.

Eles continuaram falando mais algumas coisas sem importância, que foram ignoradas rapidamente por mim.

Sentei num canto da sela, pensando no que eu acabara de descobrir. Era uma coisa boa demais para ser verdade. Após um ano vivendo em completa escuridão, minha vida fazia sentido novamente. Eu tinha um filho. Sangue do meu sangue! Porra, eu não me aguentava de felicidade. Anne tinha que me perdoar. Depois de ouvir o porquê deu me manter longe ela vai me aceitar e nós vamos ser felizes juntos. Eu vou pedi-la em casamento, nós vamos nos mudar para a casa que eu venho mantendo apenas pensando em nosso futuro juntos. Eu vou ajudá-la a planejar o quartinho de Jacob, vou ajudá-la a cuidar dele.

Eu mal posso esperar por tê-los juntos a mim e ter a família que sempre sonhei.

Após horas que pareceram dias, um dos policiais veio até mim dizendo que eu tinha direito a uma ligação para pedir a alguém que viesse pagar a fiança. Ele me algemou novamente, como se eu fosse poder fugir a qualquer momento, ou fosse lhe dar um soco, e então me guiou para fora da sela. O telefone ficava do lado, num corredor estreito, e todos aqueles caras ali podiam ouvir o que eu falasse. Dei de ombros, pegando o fone com as mãos juntas, prendendo-o entre minha orelha e ombros, e comecei a discar o número. O primeiro número que veio a minha mente foi o de Ryan.

  - Alô.

  - Ryan, vem para a delegacia aqui perto do apartamento da Anne. - falei e ele estranhou.

  - Como assim, dude? Tu ta preso? - riu e eu bufei.

  - É, seu idiota! A Anne ligou para a policia! - falei e ele começou a gargalhar. - Pare de rir seu retardado e vem logo caralho.

  - Vamos, já está bom! - um dos guardas falou, vindo para perto de mim.

  - Vem logo! - exigi e desliguei, assim que o homem parou ao meu lado.

Ele me levou de volta e mais uma vez aqueles caras vieram me amolar. Ignorei ao máximo, pensando que logo estaria longe dali e poderia tentar falar com Anne.

Após meia hora, mais ou menos, um animal apareceu empoleirado nas grades.

  - Chaz? - levantei do chão, rindo da cara de idiota dele. - Cara, o que tá fazendo aqui?

  - Nunca pensei que fosse ver o renomado empresário Justin Bieber atrás das grades. - zombou e um burburinho entre aqueles meninos ali começou.

  - Vai tomar no cu! - ri. - Cadê o Ryan?

  - Tá pagando a fiança. - deu de ombros. - Então, quer dizer que você invadiu a casa da baixinha?

  - Não, ela abriu a porta. Eu apenas subi as escadas. Filha da mãe! Ainda não acredito que ela chamou a policia. - ri, lembrando-me da cara enfezada dela. - E eu tenho um filho!

  - Ah, é! - assentiu se desencostando um pouco da grade.

  - Como assim "Ah, é!"? Eu tenho um filho e vocês não me contaram!

  - Longa história. - deu de ombros. - Conte-me como é a vida de um criminoso.

  - Se não quer ficar desempregado, cale a porra da boca! - murmurei e ele gargalhou.

  - Falou, patrão!

  - Seus machos vieram te buscar, engomadinho?! - um cara debochou e Chaz olhou para ele.

  - Ele está falando com o meu homem? - perguntou com a voz afetada e eu ri. - Escuta aqui, seu pirralho!

  - Senhor, desça da grade, por favor. - um policial apareceu atrás de Chaz, que acalmou os ânimos e se afastou. - Senhor Bieber, pagaram sua fiança.

  - Graças a Deus! - exclamei, esperando que ele abrisse logo aquele negócio.

  - Eu falei para ele te deixar mais tempo aqui, mas ele não quis! - Chaz falou e eu o fuzilei.

  - Eu saindo daqui iria despedir todos vocês! - exclamei, saindo da sela.

  - Qual é! Você merece!

  - Eu não fiquei afastado porque quis. - argumentei e ele assentiu.

  - Ryan me contou. O homem estranho, certo? - assenti.

Ryan nos esperava do lado de fora. Terminei de assinar uma papelada para pegar minhas coisas de volta. Acenei com a cabeça ao delegado, saindo dali rapidamente. Não voltaria a um lugar desses nem morto!

  - O que fez para acabar aqui?

  - Anne... Não, isso não vem ao caso! - parei, me virando para eles. - Por que ninguém me disse que eu tenho um filho? - alterei minimamente a voz.

  - Justin...

  - Justin um caralho! - os fuzilei. - Vocês sabem o que é isso? Um filho! Filho não é algo que se pode esconder como um segredo bobo!

  - Nós sabemos, e tentamos falar para Anne que isso era errado, mas...

  - Ela te mandou para a cadeia, temos que falar mais alguma coisa? - Chaz completou.

  - Tudo bem, Anne não é uma pessoa fácil. Mas, um filho porra! Um filho é incrível!

  - Nós cuidamos bem deles.

  - Não é a mesma coisa.

  - Justin, no momento é melhor você tomar um banho, porque, meu amigo, está complicado para o seu lado. - Chaz falou, empurrando-me em direção ao carro.

Eles me levaram até em casa e, enquanto eu fui tomar um banho, ficaram assistindo a um jogo de futebol americano na TV a cabo. Eu admito que sentia falta de ter esses animais em casa, zoando, bagunçando tudo e comendo minha comida. Era bom ter pessoas com as quais você pode contar sempre, e eles são essas pessoas.

Vesti-me e desci, encontrando-os comendo salgadinhos.

  - Justin, tá precisando ir ao mercado! - Ryan avisou e eu ri, assentindo.

  - Eu to indo para a casa da Anne, vocês vão comigo, ou vão ficar ai?

  - To pagando para ver ela te mandar para a cadeia de novo! - Chaz falou, levantando e jogando o saco de salgadinho no sofá. Porco!

Saímos e Ryan deixou seu carro guardado em minha garagem. Durante o caminho eles iam me contando como foi esse ano que passei longe. Anne passou por tantas coisas, e ainda passa. O apartamento foi comprado por uma mixaria, com o dinheiro que ela ganhou no concurso, e a maioria das contas são pagas atrasadas, ou nem chegam a ser pagas. Disseram-me também que eles, às vezes, levam comida para elas, ou as levam para comer fora, pois ela não aceita ajudas.

Eu a fiz passar por tudo isso. A culpa é minha!

A partir de hoje, eles não passarão mais necessidades.

Estacionei de frente ao prédio e nós descemos. O portão foi aberto assim que o porteiro viu Ryan e Chaz, mas o mesmo bloqueou-me.

  - O senhor não tem autorização. E me enganou ontem à noite, quase fui demitido. - falou. Senti-me um pouco culpado por tê-lo feito de bobo, dizendo que era um futuro dono de um apartamento que eu vi que estava a venda.

  - Desculpe-me, eu não queria causar problemas para você. Mas eu preciso subir.

  - Não tenho autorização para isso.

  - Hugo, ele está com a gente! - Ryan disse, tocando o ombro do porteiro gentilmente.

  - Senhor, a dona Anne teve um surto! - exclamou, assustado e eu me segurei para não rir.

  - Hugo, nós nos resolvemos com ela. - ele assentiu e o cara bufou, assentindo e liberou o portão para que eu passasse.

Agradeci com um aceno de cabeça e adentrei o prédio com eles. Já no elevador, Ryan começou a me dar instruções.

  - Primeiro nós entramos, aliviamos as coisas para o seu lado, ai abrimos a porta para você entrar e falar com ela.

  - Tudo bem. - assenti, saindo do elevador e parando do lado da porta. - Vou estar aqui.

Eles bateram na porta, e do lado de dentro nós podíamos escutar gritos e choro. Consegui captar partes da conversa.

  - Você é uma chata! - Mellanie gritou, sua voz chorosa.

  - Mellanie, pare de gritar, vai acordar o Jake!

  - Quem ta gritando é você!

  - Meu Deus, o que eu te fiz? - Anne parecia irritada, sem paciência, desesperada.

  - Não o deixou ficar! A policia levou-o embora!

  - Vocês duas, calem a boca! Não estão escutando a porta? - Jazmyn entrou no meio, e logo a porta foi aberta.

Eles entraram e eu me encostei à parede, escorregando até o chão. Que ela aceite me receber!

Anne Marie POV

  - Vá para o seu quarto! - mandei e Mellanie mostrou a língua, correndo escada à cima. - Oi, meninos! - sorri de lado, cansada.

  - Que cara horrível. - Chaz analisou, beijando meu rosto.

  - Eu sei! - exclamei, beijando o rosto de Ryan.

Joguei-me no sofá, suspirando e jogando a cabeça nas almofadas.

  - O que estão fazendo aqui?

  - Visitando. - Ryan deu de ombros.

  - Hm... Sei. - olhei para eles com um olho só e o fechei em seguida.

  - Então... Por que essa cara horrível?

  - Meu carma!

  - Deixe de ser dramática, Anne! - Jazmyn gritou da cozinha. - Quer saber, eu vou ir dar uma volta. - falou, saindo da cozinha e passando por nós. - O clima está pesado demais nessa casa.

  - Vai, criança, vai! - Chaz brincou e ela mostrou a língua, enrolando o cabelo em um coque. - Cadê as mexas verdes?

  - Já sou uma adulta. - deu de ombros, virando de costas para nós, deixando a parte rosa de seu cabelo à mostra.

  - Adulta. - Ryan gritou, rindo. Ela deu de ombros e saiu pela porta. - E então, que carma?

  - Justin... Ele reapareceu! - falei receosa, sentando-me ereta.

  - Ah! Nossa... - Chaz exclamou e aquilo não me convenceu.

  - Você não me parece surpreso! - exclamei.

  - E não está. - Ryan disse, intrometendo-se. - Ele é nosso melhor amigo, é claro que sabemos. - suspirou, passando a mão no cabelo.

  - Falta de vergonha na cara dele e de vocês por aceitarem voltar a falar com aquele traste!

  - Ele nos contou tudo, Anne! Tem uma história por trás das coisas. - Chaz falou e eu parei, olhando-o minuciosamente.

  - Não, ele disse...

  - Nós sabemos, estávamos lá. Mas tem toda uma história por trás dessas coisas. Justin quer poder te explicar, quer poder recuperar o tempo perdido, mas se você mandar prendê-lo quando ele tentar chegar perto não dá certo.

  - Okay, talvez aquilo tenha sido demais. Mas... Eu entrei em desespero! Jake estava chorando e ele queria subir e Mellanie apareceu... Eu não o quero perto dos meus filhos!

  - Anne, a culpa não foi dele!

  - Tudo bem, mas isso não muda o que ele fez! Vocês são amigos dele, okay, mas não venham na minha casa para defendê-lo!

  - Dê apenas a chance para ele se explicar. Por favor. - Ryan pediu e eu neguei.

  - Pare com isso! Não! Eu não o quero perto de nós. - neguei novamente. - Eu estou bem sem ele. Marcus é incrível!

  - Você e esse Marcus de novo! - Chaz bufou.

Eles não gostavam de Marcus, só Jennie, Jullie e Jazmyn me apoiava nesse relacionamento. Ele era especial, adorava as crianças, me apoiava em tudo, era amoroso e me dava um carinho excepcional.

  - Não entendo o que Marcus fez para vocês! - falei irritada. Meu tom de voz aumentou pouco, mas consideravelmente.

  - Ele não me passa confiança. - deu de ombros.

  - Claro, porque o único que passa confiança a vocês é aquele que me abandonou, não é? Vai você lá casar com aquele viado! - gritei, enfurecida. - Vocês falaram que iam me apoiar, que sempre estariam comigo.

  - E nós não estamos? - Ryan perguntou, se levantando. - Escute-me, eu não quero saber desse Marcus, nós estamos aqui para lhe aconselhar a fazer o certo. Seus filhos já passaram muito tempo sem um pai, dê ao menos uma chance a ele de se explicar. Escute o que ele tem a dizer.

  - Quem sabe vocês não se acertam?

  - Chaz, eu e Justin não temos mais chances, nem que ele apareça como um anjo a minha frente eu teria coragem de voltar para ele. Estou feliz, finalmente, e acho que achei a pessoa certa!

  - Pessoa certa... - arqueou a sobrancelha, sorrindo debochado. - Tudo bem. Mas pense no bem de seus filhos.

  - Nós não vamos sair daqui enquanto não aceitar. - Ryan falou, se sentando no sofá novamente.

Suspirei.

  - Podem ficar ai, não me importo. - dei de ombros, subindo as escadas.

Fiquei com Jake, cuidando dele e o paparicando, até meu celular tocar. Sorri vendo que era ele.

  - Amor, tudo bem?

  - Tudo sim, anjo, e com você?

Sorri com o carinho que ele me tratava. Eu me sentia muito bem. Ele falava como se eu fosse sua boneca. Falamos-nos por minutos, ele estava próximo a entrar na sala de cirurgia.

  - Tudo bem, vai lá cuidar dos seus pacientes. - sorri, mesmo sabendo que ele não estava me vendo. - Te adoro.

  - Se cuida, pequena. - falou e finalizou a ligação.

Eu ficava mais leve depois de falar com ele. Ele estava me fazendo esquecer Justin, e por isso eu não queria me encontrar com ele. E se tudo aquilo voltasse. E se aquele frio no estômago voltasse a me atormentar depois de vê-lo. Na noite passada eu já havia tido uma dose disso e tenho medo de novamente ficar frente a frente a ele e acabar me afundando de vez.

Mellanie havia deixado de me tratar bem. Depois que ela viu o pai ser preso por minha culpa, saiu correndo do quarto e se trancou. A única que pôde entrar no quarto foi Jazmyn, e quando ela conseguiu convencê-la a sair, nós brigamos. Eu estou em pé de guerra com a minha filha de cinco anos!

E isso tudo é culpa de Justin! Ele mal voltou e está fazendo da minha vida um inferno.

Comecei a escutar gritos vindos do andar de baixo e me desesperei. Era Mellanie! Certifiquei-me de que Jacob estava bem e desci correndo as escadas, até perceber que aqueles gritos se misturavam a risadas. Cheguei à sala e quase tive um ataque ao ver minha sala quase toda destruída. Salgadinho espalhado por todos os cantos, os sofás afastados e com marcas de pés. Meu sofá branco!

  - Senhor, minha sala! - gritei. - O que vocês fizeram com a minha sala seus monstros!

  - Olha, mamãe! Tio Chaz e tio Ryan estão me ensinando a jogar Hóquei!

 - Com o meu abajur? - perguntei exasperada. - Vocês dois! Vocês querem morrer, desgraças?!

  - Qual é, Anne?! Ela tem que aprender!

  - Não com os meus objetos, seu retardado! - gritei, tirando o abajur cumprido de suas mãos. - Charles, se você continuar na minha casa, sai em uma maca!

  - Nossa, falou Charles, vai ficar de castigo, tio! - Mellanie falou, esfregando as mãos e eu senti vontade de rir.

  - Mellanie Bieber, suba!

  - Nome completo! - Chaz exclamou, rindo maldoso para a menina.

  - Ah, vai se ferrar! - falou e eu arregalei os olhos.

  - Mellanie, aonde você aprendeu a falar assim?

  - Com você. - deu de ombros.

  - Sobe... Sobe que depois nós conversamos. - falei, respirando fundo.

Ela bufou e fez o que eu pedi.

  - Seus imbecis! - gritei descontrolada, estapeando os dois. - Não estão vendo que ela está fora de controle? Não a ajudem a me desobedecer!

  - Então fale com Justin. - Chaz sorriu sapeca.

  - Eu não quero falar com ele!

  - Mas tem!

  - Não!

  - Vai!

  - Para!

  - Por favor!

  - Cala a boca!

  - Vamos, Anne.

  - Tudo bem, eu vou falar com ele. - assenti, só para que eles pudessem deixar-me em paz.

  - Ótimo! - Ryan exclamou.

  - Amanhã de manhã vou até a empresa e falo com ele. Agora saiam da minha casa! Marcus vai vir aqui mais tarde e eu tenho que arrumar isso aqui.

  - Não vamos esperar! - falou, indo até a porta e a abrindo.

Meus olhos se arregalaram ao ver Justin entrar pela porta sorrindo.

  - O que ele faz aqui? - minha voz saiu esganiçada.

  - Nós vamos deixá-los a sós. - sorriram maliciosos e nos deixaram sozinhos, subindo as escadas. Meus olhos se arregalaram e eu virei de costas, para não encara-lo.

Meu nervosismo me fez agir de forma ridícula: eu comecei a arrumar a sala. Eu coloquei os abajures no lugar, escutando suas risadinhas.

  - Para de rir! - falei irritada, virando-me para ele e o fuzilando.

  - Você ainda fica nervosa perto de mim. - riu levemente.

  - Olha a bagunça que esses capetas fizeram! - exclamei, pegando as almofadas do chão e batendo no sofá para tirar os salgadinhos e a poeira das arcas de pé, que depois eu teria que passar um paninho para tirá-las completamente.

  - Você continua linda. - falou, sorrindo galanteador, e eu me segurei para não meter a mão na cara dele.

  - Comece a falar e termine logo, tenho coisas para fazer. - mandei finalmente me virando para ele.

  - É uma longa história, vamos, sente-se aqui comigo. - pediu, sentando no sofá.

  - Prefiro ficar em pé. - cruzei os braços.

  - Como quiser. - deu de ombros.

Ele começou a contar-me as coisas com cuidado e delicadeza, não deixando que nenhum detalhe passasse despercebido, e sempre enfatizando o como eu era importante na vida dele e o quanto sentia saudades de Mellanie de suas perguntas inconvenientes e das minhas risadas escandalosas. Dizia que nunca reagiu bem a nossa separação, disse que ficou sem rumo, e que o culpado de tudo aquilo era aquele homem. Ele me contou uma história digna de filmes hollywoodianos. Eu não conseguia acreditar no que ele me contava. Aquilo não podia ser verdade. Era muita informação para mim.

  - Então... Você não quis me deixar? - perguntei, me sentando ao seu lado.

  - Em momento algum isso passou pela minha mente.

  - Aquilo tudo que me disse...

  - Foi uma mentira, e das piores mentiras. Eu precisava afastá-la de mim, fazer com que você nunca mais me procurasse. Aquilo, com certeza, doeu mais em mim do que em você, pode acreditar, querida.

  - Mas... Você ficou todo esse tempo longe.

  - Eu tinha medo de que ele fizesse algo de ruim com vocês, me desculpe.

  - Você tem certeza de que ele fez tudo isso?

  - Sim, fez! Eu sei que é horrível pensar nisso, mas foi sim. Ameaçou-me com fotos nossas, disse que mataria vocês. Isso é uma coisa que eu nunca poderia arriscar.

  - Meu Deus! Que coisa horrível, Justin! - exclamei, pondo a mão sobre a boca, pasma com tudo.

  - Eu sei, meu amor! E é por isso que te peço que me deixe cuidar dos nossos filhos com você, que me permita fazer parte da vida deles! - pediu, tentando se aproximar, mas como um reflexo, afastei-me.

  - Olhe, uma coisa é isso tudo que você me contou ser verdade, outra muito diferente é eu te aceitar após um ano. Você podia muito bem ter me contado isso, ter falado-me e nós pensaríamos em algo junto. Porém, você preferiu agir só, não quis me incluir.

  - Anne, eu fiz isso para protegê-la!

  - Justin, quando se está junto a uma pessoa, se espera que elas se ajudem! Nós juntos poderíamos ter encontrado uma solução, mas ao invés disso, você preferiu agir como se apenas você pudesse ser atingido nessa história. Você foi egoísta! Quando se está junto, se agi em dupla, um com o outro, sempre. É assim que eu e Marcus estamos agindo agora, e eu estou me sentindo bem. Pela primeira vez em meses, eu não penso mais em você, eu não sofro mais com a sua ausência. Ele não só aceita a mim, como também aos meus filhos. Eu acho que nós podemos ter um futuro juntos, e que ele pode se tornar um ótimo pai para Mellanie e Jacob.

  - Anne, escute a bobagem que está dizendo! - ele se levantou nervoso. - Eu sou o pai deles. Eu sou o homem que te ama e com quem você terá um futuro! O que está dizendo não tem cabimento. Eu não fui egoísta! Pelo contrário, tudo o que fiz, foi por vocês e mais ninguém! Droga! - seus dedos longos e esguios corriam nervosos por seus fios dourados, seu maxilar estava travado, e seus músculos rígidos. - Eu te amo! - exclamou com seus olhos vermelhos.

  - Ah, Deus! Era só o que me faltava esse showzinho! - murmurei, fingindo que aquilo não me afetava. Afetava, muito!

  - Showzinho? Anne! Puta que pariu! - gritou enfurecido; seus olhos diretamente em mim. - O que houve com você?

  - Eu mudei, Justin! Aprendi a não deixar me abalar com o que você diz. Tudo não passa de mentiras!

  - Anne, me escute, por favor. - aproximou-se de mim em passos lentos. - Eu nunca tive a intenção de te magoar, eu te juro! Eu te amo mais que a mim mesmo e nunca mentiria sobre esse sentimento. - suas mãos passaram por meu rosto lentamente.

Seu toque causou-me um pequeno choque por todo o corpo. Eu não o sentia a pouco mais de um ano. Eu sentia falta de suas mãos quentes e reconfortantes passando por minha pele gélida. Porém, eu precisava me livrar dele, livrar-me de suas lembranças e de tudo que podia me aproximar dele. Afastei-me, tirado suas mãos bruscamente de mim, e balancei a cabeça, reprovando seu ato.

  - Por favor, vá embora. - perdi, virando-me de costas.

Eu não conseguia encará-lo, ver seus olhos marejados, sua expressão vazia e que me parecia sincera. Eu não queria acreditar nele novamente, não podia!

  - Anne, não faça isso comigo. - pediu, sua voz indicava que ele estava chorando. - Por favor. - suplicou, sua voz saindo em um sussurro baixo e dolorido. - Por nós, pelos nossos filhos, por todas as coisas lindas que passamos juntos. - senti suas mãos em meus ombros e neguei, fungando. Eu também estava chorando.

  - Que pena, eu apenas me recordo das coisas ruins. Da traição. Das verdades jogadas duramente em mim. Do abandono. - virei-me para ele, com os olhos fechados, mas os abri no segundo seguinte para encarar aquelas poças de mel avermelhadas e cheias de lagrimas. - Eu não confio mais em você, e nem te amo mais. Agora, por favor, saia da minha casa e esqueça que eu existo, como fez todo esse tempo.

  - Deixe-me ver meus filhos ao menos. - pediu, passando as mãos pelo rosto.

  - Não, não são seus filhos. - neguei. - Eles são meus, e eu não te quero perto deles, está me ouvindo? Eu te processo se souber que está se aproximando deles sem meu consentimento.

  - Anne, por Deus, deixe-me vê-los! Eu quero conhecer Jake, quero poder conviver com ele, quero ser o pai que não pude ser.

  - Você pôde, mas você não quis!

  - Você o escondeu de mim!

  - Por motivos óbvios! Agora, saia! - empurrei-o para a porta e bati a mesma na sua cara, se deixá-lo falar uma palavra a mais.

Encostei-me a porta e suspirei, aliviada por não tê-lo mais a minha frente. Ele ainda me deixava muito nervosa.


Notas Finais


Amores! Voltei, um dia atrasada, mas voltei. Meu computador está horrível, acho que com vírus, mesmo o antivirus não apontando nada. Preciso mandar formatá-lo. Já deixei boa parte de meus arquivos em um pen drive, para não correr riscos e talz. Ontem, sempre que eu abria o anime - após postar CD e ir para a minha vó - o computador travava todo e eu tinha que desligar e tentar a sorte de novo. Fiquei nisso umas quatro, cinco vezes, até me cansar e ir fazer meus deveres.

Em fim, espero que tenham gostado! A partir de agora vai começar uma fase que, particularmente, é a minha favorita. Já tenho capítulos prontos, e estou apx por eles. Pela primeira vez em meses estou animada de verdade com o que estou escrevendo para FL, e as coisas estão vindo em minha mente fácil. Até mesmo partes da segunda temporada (que será um pouco mais curta, claro, mas terá mais "ação"), eu já estou esboçando. Agora, só depende de comentários. Não sei quantos de vocês leem a fic, mas espero que comentem e me falem como está. Quero muito saber. Eu já estou bem desanimada com CD (por diversos motivos), e quero muito ter animo ao menos com essa.

Ah, e obrigada por todos os parabéns! Amo vocês, e um oi para a leitora que também é uma shadowhunter <3 EI, ESPEREM! EU COMECEI A FALAR BASTANTE AQUI, TANTO QUE RESOLVI POSTAR EM UM LINK SEPARADO, POIS REALMENTE TINHA COISA. SEI QUE A MAIORIA VAI IGNORAR, MAS EU PEÇO QUE LEIAM O QUE ESCREVI, NÃO É NADA CHATO, PELO CONTRÁRIO, É PARA DIVERTIR VOCÊS! ENTÃO, ACESSEM: http://kidrauhlfanfictions.blogspot.com.br/p/olhe-estou-lendo-um-livro-no-momento-na.html

Bye babes! Espero ver comentários de vocês ;D


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