Justin Bieber P.O.V.
- Como estou? - perguntei a Jazmyn, que sorriu.
- Prefeito, Justin. Aquiete seu cu.
- Deus! Que horror! Olhe palavreado que minha irmã, minha princesinha, usa! Estou envelhecendo! - dramatizei e ela riu.
- Pronto. Está perfeito!
Virei-me, encarando-me no espelho e, sim, eu estava gostoso.
- Sou incrível, não acha?
- Já vi melhores, mas Anne deve gostar.
- Ela é a única que tem que gostar. - afirmei e ela sorriu.
- E vai!
- Só não gosto de gravata. Já não basta usar durante toda a semana! - murmurei, mexendo nela e Jazmyn bufou.
- Cale a boca e faça-me o favor se tirar a mão daí! - exclamou, dando um tapa em minha mão e eu olhei para ela ofendido. Ela deu de ombros. - A sua limousine está lá embaixo.
- Que bom.
- Por favor, me diz que não comprou, literalmente, uma.
- Comprei, por quê?
- Justin, um dia você vai à falência!
- Deus nunca permitiria! - falei. - Trabalhei duro com sua ajuda para chegar aonde cheguei, e apenas avançarei.
- Okay, Virgem de Calcutá. Agora acho melhor você ir.
- Jazmyn, você precisa ir à igreja! - falei, saindo do meu closet. Passei mais um pouco de perfume.
- E você de parar com esse perfume, Justin! Cada frasco custa quinhentos dólares, e você usa um por noite.
- Não uso um por noite, Jazzy. Eu apenas preciso estar mais cheiroso hoje. Anne adora esse perfume.
- Na verdade, ela adora você, mesmo se estivesse fedendo.
- Você acha?
- Você é muito inseguro em relação a ela.
- Ela me deixa assim.
- Pare de ser uma marica. - ri. - Olhe, ela disse que provavelmente não irá entrar pela frente contigo.
- Repórteres?
- Sim. Ela não quer se expor. Aquele encontro com Tracy a abalou.
- Ela te contou?
- Ela me conta tudo. Seu pervertido! - sorriu maliciosa e eu gargalhei.
- O que ela te contou?
- Da vez que veio aqui e a atacou dormindo.
- Eu não a ataquei! - gritei irritado. Tenho que esclarecer isso com ela.
- Em fim... As linhas do telefone também são interligadas. "Eu não consigo dormir". - imitou-me e dessavez eu fiquei envergonhado. Minha irmã havia me ouvido transar por telefone, ótimo! - Não se envergonhe, eu já sabia que você era assim.
- Jazmyn, você devia cuidar mais da sua vida! - murmurei, saindo do quarto, e ela riu. - Boa noite.
- Ótima noite, irmãozinho! - falou maliciosa, beijando minha bochecha. Ri e beijei sua testa.
- Se cuida. - sussurrei contra a mesma e entrei no elevador. Ela acenou para mim antes de a porta se fechar completamente.
Eu estava apreensivo. Esse ia ser um encontro, tipo o que você faz quando não conhece a pessoa. Mas eu conheço Anne, e essa é minha chance para fazer todo o nosso rolo mudar. Eu a quero de volta, e preciso passar confiança, reconquistá-la. Anne é a mulher da minha vida, e eu não sei mais nada sobre seus sentimentos para comigo. Nós fazemos amor uma vez e a outra foi uma loucura de pessoas com desejo, além disso... Ela mal retribui quando a beijo, ou quando faço-lhe algum agrado. Eu tenho medo de perdê-la para outro. Principalmente aquele doutorzinho babaca.
- Boa noite, Mr. Bieber. - Duncan cumprimentou e eu sorri animado. - Vejo que está feliz.
- Boa noite, Duncan. Não tem como não estar. - respondi. - Apartamento da Anne, primeiro. - ele assentiu, e eu entrei na enorme e reluzente limousine.
Durante o percurso, que não demorou mais que meia hora, eu sentia meu estomago pular, e dei risada por parecer um adolescente perto de sua primeira foda, ou seu primeiro encontro. Eu estava assim. Eu sempre saí com muitas mulheres, mas eu me garantia com elas. Todas me desejavam com afinco, já Anne... Ela não demonstra estar tão interessada assim em mim. Ela me deseja, mas não é como as outras. Com as outras, meu dinheiro está sempre na jogada, e meu charme, claro, que também convence. Com Anne, não importa se tenho ou não dinheiro, e ultimamente nem se tenho beleza, pois está achando que sou um crápula e o outro idiota é o príncipe. Preciso mostrar para ela que posso ser o homem da vida dela, o homem que ela sempre sonhou. Eu PRECISO mostrar isso. Meus pensamentos se esvaíram ao sentir o carro parar. Duncan estava abrindo a porta. Não precisei sair, pois Anne entrou e sorriu para mim. Não pude analisá-la por completo, mas o que vi, foi o suficiente para me agradar. Ela era a mulher mais bonita que já vi no mundo.
- Boa noite. - sorri abertamente e ela fez o mesmo.
- Boa noite, Mr. Bieber. - beijei sua bochecha, pegando-a de surpresa.
Durante o caminho, Anne me parecia um pouco desconfortável com o nosso aproximamento. Ela entrelaçava os dedos, inquieta, e eu sorria a todo o momento. Precisava mudar isso. Ela vai achar que estou aos seus pés, e, apesar de estar, não é bom ela saber.
- A exposição é sobre o que?
- Hã... Uma fotógrafa brasileira. Fotos da essência feminina.
- Ah, sim... Marina alguma coisas, não é?
- Yeah!
- Tivemos um artigo dela na revista. Suas fotos são realmente ótimas. E você é quase dono de que galeria?
- Daqui a pouco você verá. - dei de ombros, não querendo entrar muito no assunto "Do que você é dono?".
- Terá muitos fotógrafos?
- Provavelmente. Ela é uma grande artista.
- Você se importaria se eu entrasse pelo fundo? - eu tinha que admitir que aquilo me magoava um pouco, mas eu entendia seu lado. Porém, ao observar a confusão em meu rosto, ela tentou se explicar: - É que eu me encontrei com a minha mãe há quatro dias e se encontrar com você agora, será estranho. E eu não quero aparecer na mídia, tenho medo deles começarem a me seguir e descobrirem Mellanie e tudo o mais. Você entende?
- É claro que sim, Anne. Não se preocupe. Duncan te levará até lá.
- Obrigada. - sorriu.
- Imagine. - sussurrei.
A verdade era que eu queria poder mostra-la para o mundo, do meu lado. Mostrar que ela é minha. Mas eu entendia sobre o que ela estava apreensiva. Se a vissem, provavelmente, iriam atrás para saber como ela está e descobriam Mellanie e Jacob. Seria um inferno. Não queria isso para os meus filhos, não por agora.
- Senhor... - Duncan abriu a porta e os flashes tomaram conta.
Sorri para Anne e beijei sua mão, saindo.
- Leve Anne até a entrada dos fundos. - pedi, em seu ouvido.
- Claro, senhor. - sorri, assentindo.
Anne Marie P.O.V.
O carro voltou a andar e eu suspirei, sozinha no banco de trás. Não tinha certeza se aceitar sair com Justin tinha sido uma boa. Jazmyn me disse que ele estava muito animado, mas ele mal reparou em mim. Quer dizer, eu estou loira e ele nem percebeu. Eu pintei ontem, no SPA. Jullie me obrigou a mudar, e eu tinha gostado. E Mellanie me implorara para que eu pintasse as pontas de azul, e eu achei tão divertido que não resisti. Eu me sentia jovem novamente. Como se nunca tivesse deixado de ser. Eu conversei com Albert, psicólogo e pai de Jullie, e ele me deu bons conselhos. Não sei por que Jullie me pediu para passar com ele, mas ela deve ter visto que encontrar com minha mãe, e toda essa coisa com Justin havia me afetado mais do que deveria. Foi bom, ele me mostrou que eu estava me privando de muita coisa por ser mãe. Também disse que isso era normal em mães novas. Então, mudar foi a proposta de Jullie para me tornar mais jovem. Só não tenho certeza se no trabalho isso será bem aceito, mas foda-se.
- Senhorita, o senhor Bieber está lhe esperando ali. - ajudou-me a sair e me mostrou uma pequena fresta de luz vinda do beco. Era um beco escuro, mas que parecia ser como uma entrada para um deposito. Havia algumas latas de lixo por ali, mas elas não exalavam um cheiro ruim.
- Obrigada, Duncan. - sorri, seguindo pelo beco. O único barulho era do meu salto batendo contra o chão de pedra. Cheguei perto da porta e Justin estava ali, sorrindo para mim. Adentrei o lugar, sentindo-me um pouco mais quente. Olhei para ele, sorrindo de lado. Estávamos em um corredor.
- Nossa, você está... Linda! E loira! - falou, enquanto caminhávamos pelo corredor, logo saindo num salão. Olhei todos ali e mordi o lábio.
- Acho que não estou vestida de acordo, Justin. - olhei para ele. - Foi mal mesmo, eu, na verdade, não compro roupas a muito tempo, e estou sem nada formal.
- Anne, shiu! Você está perfeita, e isso não é um evento formal. - apontou discretamente uma mulher. - Viu, ela está de calça jeans.
- E uma camiseta de seda e um scarpie. - revirei os olhos.
- Desencana. - deu de ombros.
- Você fala isso porque está todo arrumado. Falando nisso, Bieber... Uau! - exclamei, observando-o melhor.
Ele estava incrível. Eu estava de boca aberta. Usava um terno com as mangas até a metade do braço, deixando os desenhos em seus braços a mostra. Era azul marinho e preto. Por baixo uma camisa branca com uma gravata preta. Mordi o lábio, imaginando que era aquele homem que eu queria ver no altar, esperando por mim se eu resolvesse casar um dia. Eu não queria dar o braço a torcer, mas estava ficando cada dia mais difícil.
- Anne, pare de me deixar sem graça! - falou brincalhão e eu ri.
- Você está incrível!
- Eu sei. - deu de ombros. - Vamos andar por ai. Quero ir embora logo.
- Pare de ser imaturo. - comentei, olhando uma das fotos.
Nós andávamos pelo local, aproveitando o clima gostoso e ameno que estava ali dentro. Vez ou outra, tomávamos uma taça de champagne. Também sentia as pessoas me olhando de esguio, pensando que eu fosse uma prostituta, ou tentando me reconhecer. Ninguém ainda havia me visto loira. Havia alguns fotógrafos por ali, eles tiravam fotos de Justin, na esperança de conseguir meu rosto em algumas, mas eu nunca dava moleza. Às vezes, ele ria e me abraçava, escondendo meu rosto.
- Nunca mais saiu com você! - murmurei, a cabeça escondida em seu peito.
- Você sai sim, pequena. Porque você me ama.
- E você é um sonhador. - rebati e ele gargalhou, chamando atenção de algumas pessoas. Justin beijou minha testa e continuou andando, eu estava agarrada a ele. Entramos em uma sala que não tinha ninguém, e eu suspirei, me afastando dele.
- Odeio câmeras. - murmurei.
- Pare de ser ranzinza.
- Justin, todos vão reconhecer meu cabelo depois.
- Quem mandou pintar de uma cor tão escandalosa assim?
- Mellanie pediu para que eu pintasse de azul, e Jullie de rosa. Escolhi o azul por pensar que seria menos chamativo.
- Não é. - dei de ombros. - Anne, essas suas coxas de fora me matam! - falou, olhando minhas pernas descaradamente. - Parece que estão maiores.
- Justin, não seja inconveniente, por favor.
- Não estou sendo inconveniente. Apenas te elogiando. Pelo que sei, seu namoradinho não curte roupa assim. - falou, sorrindo debochado.
- Marcus apenas acha que devo me preservar por ser uma mãe de duas crianças. - dei de ombros, tentando abaixar o vestido. - Jennifer me convenceu a usar esse vestido, mas não deveria ter aceitado.
- Você sabe que me enlouquece assim. Está... Muito gostosa. E não deveria deixar de usar roupas assim só por que aquele bichinha não gosta. Você tem vinte, não cinquenta.
- Obrigada. - murmurei sarcástica, olhando a sala ao nosso redor. - Isso é um depósito?
- Sim. - assentiu, passando seu olhar pelo lugar. - Acho que sim.
- Eu já estou cansada disso aqui. - murmurei. - Estou com fome.
- Vamos jantar. Eu só preciso ir cumprimentar a artista. Se quiser, peço para Duncan te esperar por onde entrou.
- Pode ser. - assenti e ele sorriu de lado. Retribui o sorriso, abaixando a cabeça e o senti se aproximar.
- Você é o ser mais encantador do mundo quando fica envergonhada. Faz-me apaixonar ainda mais. - me abraçou. Ergui a cabeça lentamente, e ele se afastou um pouco, olhando em meus olhos. - Seus olhos são lindos.
- Os seus também.
Ele afastou uma mecha de meus cabelos, colocando atrás da orelha, e acariciou meu rosto, aproximando o seu. Seus lábios tocaram os meus e eu fechei os olhos. Ele não aprofundou o beijo, apenas selou-os e depois beijou minha testa, puxando-me para fora da sala. A música calma novamente atingiu meus ouvidos, apenas me trazendo de volta a realidade. Parecia que seus lábios ainda estavam junto aos meus.
- Eu já volto. - Justin sussurrou, deixando-me no corredor. Só então eu percebi que estava de frente a porta que dava para os fundos.
Sai por ali e Duncan estava me esperando. Ajudou-me a entrar na limousine - um exagero a meu ver -, e ficou esperando por Justin ali mesmo. Logo ele estava ao meu lado.
- Aonde quer ir jantar?
- Você ainda não planejou isso? - abri a boca, fingindo estar chocada e ele riu.
- Vamos, decida. Podemos ir aonde quiser.
- Quero MC Donalds. E parar de andar de limousine. Isso chama a atenção.
- Seu pedido é uma ordem. - deu de ombros. - Duncan, nos leve até o MC Donalds da Medison Square e depois pode tirar o resto da noite de folga. - falou por um interfone e me olhou, como se perguntasse se estava tudo certo. Assenti sorrindo abertamente e ele fez o mesmo.
Senti sua mão em minha nuca e torci a boca, indecisa sobre o que ele faria a seguir. Sua boca encostou-se a minha bochecha e de suspirou.
- Eu te amo, mas não vou te beijar se não quiser. - falou em meu ouvido, beijando novamente minha bochecha e se afastou, olhando para mim. Uma de suas pernas dobrada sobre o banco, deixando-o de frente para mim.
- Obrigada. - sussurrei e ele balançou a cabeça, acariciando meu rosto.
Ficamos daquele jeito, olhando um nos olhos do outro, por muito tempo. Seus olhos eram encantadores. Seu sorriso calmo, suave. Sua mão acariciando levemente minhas coxas, mas de modo singelo. Sorri, puxando sua nuca, e o beijei. Ele sorriu entre o beijo e agarrou minha cintura, assumindo o controle do beijo. Uma de minhas mãos estava em seu rosto e a outra em sua costela, puxando-o para mim. Beijamos-nos com ferocidade por tanto tempo, que cheguei a achar que Duncan estava fazendo um caminho mais longo. Não estávamos tão afastados da Madison Square. Porém, não reclamei, e tentei não deixar minha consciência falar muito alto. Estava seguindo meu coração.
Às vezes, as mãos de Justin avançavam o sinal, entrando por debaixo de meu vestido, mas em momento algum ele ultrapassou minha coxa. Também beijava meu pescoço, mas não descia até meus seios. Ele estava sendo respeitoso e só avançaria se eu dissesse que queria algo a mais. Era engraçado, levando em consideração que nós já temos um filho, e agora ele está agindo como se tivéssemos acabado de nos conhecer.
- Acho que chegamos. - sussurrei, beijando sua boca uma última vez, ao sentir o solavanco do carro.
- Não quer ir para a minha casa?
- Não.
- Tem certeza?
- Tenho. - ri.
Saímos do carro e ele parou para dizer algo ao motorista. Entrei sozinha, e escolhi uma das poucas mesas vazias. O que eu menos queria era que pessoas nos vissem juntos. Eu ainda namorava Marcus, e tenho certeza que ele surtaria se visse as fotos nossas nas revistas amanhã, ou em algum site.
A mesa ficava num lado mais escuro do local, e só tinha mais uma ali, que estava ocupada por uma família.
- Hey, o que vai querer? - Justin apareceu na mesa, sorrindo como um garoto.
- O de sempre, ainda lembra?
- Com certeza! - exclamou, selando nossos lábios e voltou para o caixa.
Peguei meu celular em um compartimento na jaqueta e vi que já estava na hora de Mellanie estar na cama, e Jake já devia dormir faz tempo. Vi que Justin estava enrolado na fila e disquei o número de Chaz.
- Annezita! O que acontece?
- Chaz, como estão as coisas ai?
- Ótimas, e aposto que ai também! Já estão indo para o apartamento dele ou vão ficar no carro mesmo? - ri de sua pergunta.
- Seu pervertido! Nós estamos saindo como amigos. Tenho um namorado.
- Mas isso não te impede de transar na casa dele, transar por telefone...
- Como sabe disso?
- Jazmyn escutou pela extensão.
- Filha da... Pattie! - exclamei. - Charles, não vai acontecer nada.
- Ah, você vai dar pra ele, né, sua safada? - Jullie deve ter tomado o celular de Chaz.
- Nós nos beijamos, apenas.
- Sabia! Amiga, aproveita esse homem gostoso, que está doido para te comer, e não volte antes do meio dia.
- Tenho namorado.
- E ele passa parte do tempo dele num hospital. Anne, escute bem o que vou te dizer: você tem um cara lindo, gostoso, milionário, e que faria qualquer coisa por você e por seus filhos bem a sua frente. Não deixe passar. Homens assim são poucos. Pense no que estou te falando, amiga. - suspirei, olhando para Justin fazer nossos pedidos. - As crianças estão bem, estão dormindo. Chaz e eu vamos cuidar deles.
- Por favor, não façam coisas impróprias no meu sofá.
- Ai, amiga! Pode deixar. Eu e Chaz já escolhemos um quarto.
- Pode apostar. - ele gritou e eu ri.
- Tudo bem. Se cuidem.
- Aproveite, meu amor. Só não apareça com outro filho!
Finalizei a ligação e suspirei, entrando na internet. Pesquisei nome de Justin e em segundos, trilhares de notícias sobre ele apareceu. As fotos de hoje à noite já circulavam pelos sites de fofocas, e eles perguntavam quem era a loira misteriosa que desfilava pelo evento ao lado de um empresário tão renomado. Agradecia por não aparecer meu rosto em nenhuma delas. Ninguém sabia nada de Anne Winks faziam meses, então, me ligar a ele era quase impossível.
- Seu pedido. - Justin colocou a bandeja no nosso meio e eu sorri, levantando a cabeça para encara-lo.
- Obrigada.
- Estava falando com quem?
- Chaz e Jullie. As crianças já estão dormindo.
- Ótimo. - deu de ombros.
Comemos enquanto ele me fazia relembrar o passado. Contava piadas e me contava coisas de sua família. Ele ainda não sabia que Pattie sabia de tudo, e ele me disse que só falaria sobre as crianças quando eu aceitasse me casar com ele. Eu apenas ri e disse que não aconteceria. Não aconteceria mesmo. Eu não sei o que estava acontecendo essa noite, mas não seria definitivo. Porém, não falei isso a ele. Não queria estragar o resto da noite.
- Pare de me fazer rir! - pedi, tentando tomar meu refrigerante.
- Você é a primeira pessoa que me pede uma coisa destas.
- Devo ser a primeira pessoa que escuta suas piadas ruins enquanto toma refrigerante. Vai sair tudo pelo nariz.
- Que deselegante, Anne.
- Tonto.
Terminamos de comer e eu pedi para darmos uma volta. Saímos pelas ruas movimentadas da Madison Square e nos misturamos ao mar de gente. Eu era apaixonada por aquela euforia de gente. Artistas tentando ganhar a vida, musica, telões. Paramos de frente a um homem que tocava violão apenas de cueca e eu comecei a rir, enquanto Justin fazia careta.
- Não gostei disso. - murmurou e eu ri, puxando suas mãos para seguirmos em frente.
Dois homens dançavam e uma pequena multidão se formou ao lado deles. Justin me abraçou por trás, apoiando seu queijo em minha cabeça. Eu era no mínimo dez centímetros menor que ele.
- Esses caras são bons. - falou e eu assenti.
- Sim, são mesmo. Pena eles terem que dançar na rua. Deviam estar dançando com Justin Timberlake, e não com a musica dele. - respondi, mexendo os quadris ao som da musica, como todas as outras pessoas ali.
- Você acha?
- Sim! Eles têm muito talento. - Ergui a cabeça e ele sorriu.
- Concordo. - deu de ombros.
Esperamos o número acabar e estranhei ver Justin gravando, mas não dei importância, continuei a cantarolar e dançar. Depois dali, seguimos para uma dupla que cantava. Eles não eram tão bons, mas conseguiam ganhar dinheiro suficiente para comer e pagar um lugar para dormir. Aquela era uma rua aonde todas as nações se uniam.
- Flash mobile, Justin! - falei empolgada, olhando para as pessoas que começaram a dançar.
- Adoro Nova York! - ele disse sorridente e eu assenti.
Aquela cidade... Era a minha vida!
Depois de vermos aquilo, caminhamos mais um pouco e então paramos em um barzinho que tinha a ponte do Blooklyn.
- Isso me lembra de uma cena de Amizade Colorida.
- Esse não é o filme preferido da Mellanie?
- Ah, sim. Não acredito que aqueles retardados deixaram-na assistir aquilo.
- Eu sei! - rimos. - Hey, amigo! Uma dose dupla de whisky e... - olhou para mim.
- Uma vodka. - o garçom assentiu. - Fazia tanto tempo que não saia. Obrigada por me ajudar a espairecer.
- De nada, senhorita Winks, futura Mr. Bieber.
- Meu Deus, Justin! Não vou me casar com você.
- Mas eu caso, gato! - uma ruiva gostosa passou por nós, piscou para Justin e deixou um beijo no canto da boca dele. Ela sumiu em seguida.
- Porra! - ele exclamou e nós caímos na gargalhada. - Será que é muito tarde para eu correr e pedir o número dela? Pelo menos se você me abandonar tenho uma noiva reserva.
- Idiota! - ri.
O garçom chegou com as nossas bebidas e eu agradeci. Eu e Justin conversávamos como dois velhos amigos. Eu gostava tanto de conversar com ele. Ele me fazia se sentir bem comigo mesma.
- Vamos dançar, Anne? - perguntou, olhando para a pista ao ar livre. Varias pessoas se agitavam nela. Assenti, sorrindo, e virei o copo de vodka, puxando ele, que fez o mesmo com o whisky e o deixou na mesa de alguém enquanto eu o arrastava.
Misturamos-nos as pessoas e começamos a pular e ele parecia feliz. Muito. Eu estava. Agarrei-me em seu pescoço e colei nossas bocas, sem me importar com nada. Nossos lábios se moviam com rapidez, paixão e vontade. Sua língua acariciava a minha lentamente. Separamos-nos e eu joguei os braços para o alto, deixando-me levar pela batida da musica. Justin beijava meu pescoço, enquanto apertava minha cintura. Era a melhor sensação do mundo ter seu corpo colado no meu.
Meus cabelos iam para lá e para cá, enquanto eu pulava junto a Justin, cantando as musicas a plenos pulmões. Demorou para que nos cansássemos.
- Isso foi incrível! - comentei, enquanto caminhávamos na beira do rio. A ponte bem atrás de nós. Era uma cena digna de filmes. Meus sapatos em minhas mãos, junto a minha jaqueta de couro, Justin sem seu terno, os cabelos bagunçados e sua testa suava minimamente.
- Você não perdeu o pique! - falou e eu ri.
- Me sinto jovem novamente! - gritei, girando pelo caminho e ele riu quando tropecei e ele me pegou pela cintura.
- Você nunca deixou de ser jovem, pequena. - falou, colocando-me de pé novamente. - Não é por que somos pais que não podemos nos divertir. - sorri para ele e o mesmo se aproximou de mim, beijando-me. Envolvi meus braços em seu pescoço e ergui um pé, rindo durante o beijo.
Ele me levou a pé até em casa, em meio a risadas e beijos roubados. Ele era uma companhia tão suave e tranquila.
- Uma rosa, para a única flor do meu mundo. - falou, pegando uma rosa com um vendedor no meio do Central Park. Ri e senti o cheiro da mesma. Era fresca, havia sido colhida naquele mesmo dia. Ele pagou ao senhor e continuamos a caminhar.
- Isso foi muito cafona. - comentei e ele deu de ombros.
- Eu sou romântico.
- E eu adoro isso em você. - sorri.
Só ele para me dar uma rosa. Um gesto tão pequeno, mas que significou tanto para mim. Justin era tão minimalista com esse assunto: romance. Era uma peça rara em todo o mundo. Um romântico incorrigível. Eu o amava por isso.
Paramos na calçada do outro lado do meu prédio e eu permiti que ele me beijasse por mais uma vez. Suas mãos passavam por meu corpo, enquanto perdíamos minutos incontáveis ali, nos beijando. Senti sua mão apertar minha bunda, e agradeci pela rua ser escura.
- Justin. - sussurrei, tentando me afastar, enquanto ele beijava meu pescoço.
- Deixe-me subir com você. - pediu e eu ri, afastando-o.
- Não!
- Anne... Por favor. Você está tão gostosa assim. - me olhou de cima a baixo. - Esse vestido coladinho e que deixa suas coxas de fora, seu cabelo jogado desse jeito, sua boca inchada! Por favor.
- Bieber, foi o melhor encontro que já tive, mas não vou para a cama com você, desculpe. - sorri de lado e ele fechou os olhos passando os dedos entre os fios dourados e sorriu.
- Tudo bem, anjo. - beijou a minha testa. - Boa noite. - sussurrou, a boca ainda colada em minha testa.
- A noite foi incrível. - abracei sua cintura.
- Se cuida, e dê um beijo nas crianças. - se afastou e eu sorri, assentindo.
- Okay. - beijei sua bochecha e comecei a me afastar. Pisei na rua e me virei, vendo-o me observar com um sorriso lindo nos lábios e os olhos brilhando. - Vá embora direitinho. - ele riu.
- Pode deixar. - bateu continência e eu ri, voltando a atravessar a rua.
Assim que cheguei ao portão, Hugo sorriu e abriu o mesmo. Virei-me antes de entrar e peguei Justin abrindo a porta de um taxi. Acenei novamente e entrei de uma vez. Meu rosto se esticando em um sorriso enorme. Adentrei meu apartamento como uma adolescente boba.
- Os sapatos nas mãos, os olhos brilhando e sorrindo como uma idiota... Hã... Deixe-me ver... O encontro foi ótimo. - me assustei com Chaz parado a minha frente, vestindo uma calça de moletom e com um copo de água na mão, a outra no bolso. Ele estava muito sexy com aquela carinha de sono e os cabelos bagunçados.
- Foi. - assenti. - Incrível!
- Se resolveram?
- Não sei... - dei de ombros.
Joguei os sapatos no chão e a jaqueta no sofá, seguindo para a cozinha.
- Anne, ele já deu provas suficientes de que te ama.
- Mas eu não quero deixar Marcus. Ele é um amor comigo.
- Tudo bem. Como foram as coisas?
Sorri empolgada e comecei a contar tudo para ele, enquanto bebericava minha água. Chaz ria de minha empolgação, e dizia estar feliz por mim. Ele realmente estava.
- Agora, basta a você uma decisão. - piscou, deixando-me sozinha e subindo.
É realmente, basta a mim uma decisão.
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