1. Spirit Fanfics >
  2. Forgiveness >
  3. Capitúlo Único.

História Forgiveness - Capitúlo Único.


Escrita por: Little_Vik

Notas do Autor


Boa Leitura:

Capítulo 1 - Capitúlo Único.


O sangue rapidamente se espalhou pelo chão. Pike morreu lentamente, ninguém tentou estancar o sangramento, ninguém ousou.

Bellamy encarou aquela cena atônico, assim como todos que se encontravam naquela sala. Octavia, aquela que um dia fora tão doce e infantil, acabara de matar um homem a sangue frio. Talvez esse fosse o carma dos Blake, se tornarem assassinos, e Bellamy sabia, que no fundo, a culpa era dele.

Cansado e sentindo o desespero tomar conta de seu coração, Bellamy desabou, caindo de joelhos no chão, com a mãos sobre as pernas o moreno fez algo que não fazia a muito, ele se permitiu chorar.

O coração de Clarke apertou ao ver Bellamy naquela situação, ela que até então tivera se mantido em silêncio em meio a situação, aproximou-se de Bellamy e agachou-se a frente do moreno, e fez a única coisa que poderia fazer naquela situação, ela o abraçou.

A princípio o toque das mãos de Clarke assustara Bellamy, mais o moreno logo retribuiu o abraço, passando seus braços ao redor de Clarke a puxando contra si. Nenhum dos dois disse nada, o único ruído que se escutava eram as vozes que se encontravam naquela sala com eles.

Clarke nem mesmo tentou dizer nada, pois ela sabia que nada do que dissesse iria adiantar, Bellamy estava cansado e se sentia culpado, e ali, Clarke era a que mais e melhor conhecia o amargo sabor da culpa.

Os dois permaneceram abraçados por longos minutos, Bellamy chorava e Clarke não queria o deixar sozinho, ela não iria abandoná-lo outra vez.

Mais a voz de Abby chamando pelos dois, informando que o povo já começava a voltar para Arkadia, os forçou a se separem.

Uma semana tivera se passado desde a destruição de A.L.I.E, o povo já sabia da ameaça da radiação, que a cada minuto se aproximava cada vez mais deles. Os Skaikru estavam com medo, desesperados e desespero e medo formam uma combinação que nunca dá certo.

– Temos que pensar em algo, deve haver alguma coisa que possamos fazer para impedir que essa radiação chegue até nós. – Alguém falou em meio à multidão que se juntará ao redor de Kane e Abby.

– Estamos pensando em tudo o que possível, estamos fazendo o nosso melhor. – Abby responde.

Um coro de reclamações começa, pessoas gritando, desesperadas, com medo, o povo não conseguia entender por que era tão difícil viver na terra.

– Devíamos parar de buscar soluções miraculosas.  Não há como escapar daquela radiação, quanto mais cedo entenderem isso, melhor será. – Jaha comentou.

– Você desistir Thelonious? – Abby questionou incrédula.

– A questão aqui não é desistir, é ser inteligente o suficiente para saber, quando devemos abaixar a cabeça e entender que não há nada que possamos fazer para deter aquela radiação. – Jaha respondeu.

– Eu não desisti.

– Ninguém vai desistir Thelonious, vamos lutar até o fim. – Kane disse.

– Vocês nem podem prometer que vamos conseguir passar por mais essa. – Jaha vociferou.

Abby aproximou de Jaha.

– Eu posso até não poder prometer que salvarei todos nós, mais eu posso prometer que não serei fraca a ponto de desistir. Eu posso prometer que vou tentar tudo o que eu puder para que possamos sobreviver amanhã. – Abby murmurou.

Assim como a maioria ali, Clarke apenas assistia ao embate de palavras entre sua mãe, Kane e Jaha.

A loira que estava prestes a se meter na discussão, quando pelo canto de olho viu Raven, que parecia dar uma severa bronca em Bellamy. Clarke olhou de novo para sua mãe e Kane. Eles podiam cuidar de Jaha sozinhos, pois naquele momento, Bellamy precisava dela.

– O que está havendo, Raven? – Clarke questionou aproximando-se da morena.

– Clarke eu desisto, tente você. – Raven bufou.

– Tentar o que? – Clarke perguntou com a testa franzida.

– Tentar convencer esse idiota que ele está vivo e que ele tem que parar de se culpar por tudo o que acontece no mundo. – Raven respondeu e se afastou.

Bellamy estava sentando perto de uma árvore, ele tinha algo na mão, que Clarke deduziu ser bebida.

– Hey. – A loira murmurou. – Bellamy o que está acontecendo com você?

– Não se meta Clarke. – A voz de Bellamy saiu embargada.

Clarke abaixou-se e sentou-se de frente para o moreno.

– Bellamy eu sei pelo o que se culpa. – Ela falou e Bellamy a fitou. – Mais acredite, se culpar só piora a situação.

– Olha quem fala. Não era você que vivia fugindo dos seus problemas? Que fugiu por não aguentar a culpa por Mount Weather? – Bellamy resmungou.

Wow, Bellamy tivera acertado em cheio Clarke.

– Eh, você tem razão, eu fugi por culpa. – Clarke confirmou. – Mais olha onde ela me levou. Eu fugi e passei três meses sem minha mãe e meus amigos. Eu me afastei de todos que eram importantes para mim, por medo, medo que machucá-los.

Bellamy olhou fundo nos olhos azuis de Clarke.

– Tipo quem?

– Tipo você. – Clarke respondeu sincera.

Blake a fitou sério.

– O que quer dizer com isso?

– Eu não sei. Eu apenas sei que eu não vou deixar a culpa te consumir, por que eu sei o que a culpa e o desespero podem fazer com uma pessoa. – Clarke falou decidida. – Bellamy, eu não vou desistir você.

– Por que? Eu já desisti de mim. – Bellamy falou. – Octavia não quer me ver, ela me culpa pela morte de Lincoln, eu no lugar dela, também me culparia. Acreditei em Pike e isso custou vidas de pessoas, inclusive de um grande amigo, Lincoln não era só o namorado da minha irmã, ele era um amigo, e eu ajudei, mesmo que indiretamente a matá-lo. Clarke eu sou um monstro. – Bellamy disse com a cabeça abaixada.

–  Não, não Bellamy. Você não é um monstro. – Clarke falou pegando o rosto do Blake em suas mãos o levantando. – O que fazemos para sobreviver e o que somos, é algo bem diferente. Todos matamos pessoas para sobreviver. Todos cometemos erros. Porque somos humanos é da nossa natureza falhar algumas vezes.

Bellamy nada disse.

– Eu não vou perder você. Eu vou te ajudar a se curar.

– Porque? Porque Clarke? Porque importa tanto para você eu ficar bem? – Bellamy gritou.

– Porque eu preciso de você. – Clarke disse. – E eu não vou te abandonar de novo.

Bellamy não conseguia entender por qual razão seu bem-estar significava tanto para Clarke. Mais no fundo o Blake estava feliz, por saber que alguém me importava com ele, precisava dele e que não abandonaria ele.

 

***************************************

 

 

Mais três semanas haviam se passado, o povo ainda vivia com medo da morte, a radiação se encontrava cada vez mais perto. E os Skaikru não sabiam o que fazer para impedi-la.

Bellamy se recuperava à medida que o tempo passava, nas últimas três semanas ele e Clarke tiveram passados muitas horas juntos, Clarke estava cumprindo o que dissera, ela não iria deixá-lo.

– Hey, você pegou uma frutinha minha. – Clarke reclamou.

– Eu? – Bellamy riu. – Não peguei nada.

– E o que é isso na sua mão? – Clarke perguntou.

– Okay, você me pegou. – Bellamy disse ao abrir a mão e mostrar a tal bendita fruta.

Clarke sorriu vitoriosa.

– Vem vamos descer. – Bellamy falou pulando do galho onde ele e Clarke estavam. – Pula, eu te seguro, Princess. – Bellamy brincou.

– Não preciso que me segure. – Clarke falou.

Mas algo deu errado, quando Clarke se preparava para pular, seu pé escorregou. Bellamy que a esperava no chão, vendo que a loira iria se machucar a pegou e os dois caíram um em cima do outro.

– Aí. – Clarke gemeu.

– Tudo bem, Clarke? – Bellamy se preocupou.

– Sim, obrigada. – Clarke respondeu e fitou Bellamy.

Foi só aí que a loira se deu conta que estava em cima de Bellamy e que ambos estavam a centímetros de distância um do outro. Tão perto, que Clarke só teria que esticar um pouco o rosto e poderia beijá-lo.

– Eh Clarke, se eu não te conhecesse bem, diria que quer me beijar. – Bellamy sussurrou.

Clarke assustou-se.

– Como assim?

– Bem, é que você ainda está em cima de mim, e está me admirando, eu sei que eu sou muito lindo e....

– Você é um idiota Bellamy Blake. – Clarke reclamou saindo de cima do moreno e levantando-se.

– Ah qual é Clarke eu estava brincando. – Bellamy sorriu. – Eu sei que você nunca me beijaria.

Aquela frase pegara Clarke de surpresa.

– Por qual razão você acha que eu nunca te beijaria?

– Porque você ainda gosta da Lexa, certo? – Bellamy disse.

O que o Blake perguntara não era de todo mentira, mas, também não era de todo verdade. Clarke realmente gostara de Lexa, mas, ela não sabia ao certo se o que ela e a comandante tiveram fora um romance ou apenas desejo.

– Eh sim, eu gosto. – A loira respondeu impulsiva.

Não era verdade, há dias Clarke vinha sentindo-se estranha em relação a Bellamy, mas, depois de ter tido seu coração quebrado duas vezes, um por Finn e outra por Lexa, a loira não queria arriscar novamente, ela estava bem, seu coração ainda se recuperava, ela não queria sofrer novamente. Então ela fez o que achava ser o certo, ela mentiu.

– Humm. – Bellamy respondeu.

O moreno não sabia o que, mais, algo dentro de si, se quebrará com o que Clarke acabará de dizer.

– Ehh, bem, eu vou indo. Tenho que falar com a Raven. – Clarke disse.

– Tudo bem, eu também que tenho de treinar. – Bellamy falou.

Ambos começaram a andar de volta a Arkadia.

– Fico feliz em saber que você voltou a treinar. – Clarke disse sincera.

– Eu também. – Bellamy respondeu curto.

Aquilo surpreenderá Clarke, o Blake não era grosso assim há tempos.

– Bem, vejo você mais tarde. – A loira disse começando a se afastar de Bellamy, que murmurou um “tanto faz”.

Confusa com o que acabará de acontecer Clarke caminhou até a tenda de Raven, onde encontrou a morena consertando alguma coisa.

– Raven posso falar com você?

– Ah, claro. – Raven falou.

– Temos que achar um jeito de salvar Arkadia da radiação.

– Tá mais como? – Raven perguntou.

– Não sei, talvez....

– Nem você sabe como.

– Raven, e Mount Weather? – Clarke lembrou.

– Foi destruído Clarke, você sabe. – Raven respondeu enquanto consertava uma peça qualquer.

– Eu sei, o que quero dizer é, e se a gente conseguisse achar um local parecido com Mount Weather, talvez pudéssemos sobreviver.

– Está falando de acharmos algum tipo de base subterrânea? – Raven questionou fitando a loira.

– Sim. Mount Weather não pode ter sido a única base na terra. Deve existir mais.

– E senão existir? Ou pior e se existir e forem iguais a Mount Weather e quiserem nos matar. Eu não sei você, mais estou cansada de pessoas ou coisas tentando me matar. – A morena suspirou.

– Raven tenho que pensar em todas as opções.

– E desde quando isso é uma opção? – Raven zombou.

– Eu estou tentando achar uma forma de nos salvar. – Clarke disse. – Existem minas, passagens subterrâneas, deve haver algum lugar, onde possamos ficar. Sobreviver.

Raven fitou Clarke.

– Você realmente acredita que ainda temos chance?

Clarke que havia se sentado em uma mesa, levantou-se bruscamente.

– Sim. Eu espero que sim. – Clarke respondeu. – Raven, você não pode desistir, se você desistir, não há mais nada que possamos fazer. Você sempre encontra uma maneira de nos salvar, por favor, eu peço, não desista. – Clarke implorou.

Raven viu desespero e a esperança no olhar de Clarke.

– Tudo bem, eu vou pensar sobre o assunto. Você está certa, deve haver algum lugar desse tipo, vou pedir para Monty me ajudar, pois se tiver algum lugar onde possamos nos salvar da radiação, nós o encontraremos. – Raven falou decidida.

– Obrigada. – Clarke agradeceu.

As duas ficaram conversando até ao anoitecer.

Durante a noite, Bellamy não se aproximou de Clarke e nem a loira o procurou, depois da última conversa que tiveram, parecia que algo havia quebrado entre eles.

No outro dia, Clarke conversava com Raven, quando Jasper chegou afobado.

– Eh Clarke, acho que você devia ver isso. – Jasper falou.

– O que houve?

– É o Bellamy. – Jasper respondeu e Clarke o seguiu.

Eles andaram até uma árvore, perto do lago, onde Clarke viu Bellamy caído no chão, com Monty ao seu lado, tentando levantá-lo.

– O que aconteceu? – Clarke perguntou agachando-se ao lado de Bellamy.

– Eu não sei, o encontramos assim.

– Ele está ferido? – Raven perguntou.

– Aparentemente não. – Clarke respondeu. – Me ajudem a leva-lo para a enfermaria. – Clarke pediu a Jasper e Monty.

Os meninos deixaram Bellamy na enfermaria, onde Abby os esperava.

– O que houve com ele? – Dra. Griffin perguntou.

– Monty e Jasper o encontraram desde jeito, perto de uma árvore. – Clarke respondeu passando um pano limpo pela testa de Bellamy.

– Saiam, eu cuido dele. – Abby pediu.

Monty, Jasper e Raven rapidamente saíram.

– Clarke, eu cuido dele...

– Não, deixe comigo. – Clarke pediu. Abby apenas assentiu e deixou a filha sozinha com Bellamy.

Clarke cuidou de Bellamy arduamente, o Blake tinha uma alta febre que não baixava. Clarke estava muito preocupada.

– Eu não entendo o que houve, ele estava bem. – Disse para os amigos a noite.

– Ele deve ter comido alguma coisa na floresta. Ainda não sabemos tudo sobre as coisas que nascem aqui. – Jasper falou.

– Não, Bellamy sabe que não pode comer nada da floresta, ele sabe que é perigoso.

– Acha que alguém tentou matar ele? – Raven questionou.

– Eu não sei. Ele está queimando em febre, mais é só isso. Não tem sinais de luta nem nada do tipo, não acho que alguém tentou mata-lo, foi outra coisa. – Clarke respondeu.

– Clarke. – A voz de Octavia surpreendeu Clarke que se virou para encarar a Blake mais nova.

– Octavia, onde esteve todo esse tempo? – Clarke perguntou.

– Eu precisava ficar sozinha. – Octavia respondeu. – Mais isso não vem ao caso, onde está meu irmão? Ele está bem? Me disseram que ele estava bem mal.

– Oh, mais ou menos. Vem, vou te levar para ver ele. – Clarke disse.

As duas entraram na enfermaria e pararam perto da cama de Bellamy.

– O que ele tem?

– Febre. – Clarke respondeu.

– Ele está desacordado Clarke.

– Eu sei, mais, ele só tem febre. Não fala nada, nem se mexe.

– Tem alguma ideia da razão dele estar assim? – Octavia indaga.

– Não. – Clarke respondeu. – Eu vou deixar você a sós.

A loira saiu e voltou para onde estavam os amigos.

– Hey Clarke acho que você devia saber. – Jasper falou assim que a loira se aproximou deles.

– Saber do que?

– Octavia voltou ontem a noite, Harper a viu com Bellamy exatamente onde nós o encontramos. Ela deve ter sido a última pessoa que falou com ele. – Monty completou.

– Tudo bem, mais o que estão insinuando com isso?

– Não estamos insinuando nada, mais é que ela foi a última pessoa que falou com Bellamy, ela deve saber de algo. – Raven falou.

Clarke ficou em silêncio, se isso for verdade, como ela sabe que é, Octavia está sozinha com Bellamy.

A loira dá meia volta e começa a retornar à enfermaria.

– Por que você não acorda...me desculpe, eu não queria ter dito o eu disse...por favor Bellamy acorde, você é meu irmão e apesar de tudo o que fez, eu te amo, não pode me deixar... – Era a voz de Octavia.

Clarke ouvia todo o desabafo quieta.

– Clarke eu sei que está aí, você não é nada silenciosa. – Octavia falou.

– O que aconteceu ontem, entre você dois? – Clarke perguntou ao entrar.

– Eu tinha voltado, Bellamy me encontrou e implorou que conversássemos, eu aceitei. – Octavia disse. – Ele pediu perdão e falou um tanto de outras coisas, mais eu não o perdoei e disse coisas horríveis para ele, como que eu o odiava, que queria que ele morresse e que nunca o perdoaria. – Octavia parou ao sentiu lágrimas rolarem por sua face. – O que não é verdade, eu só falei aquilo no calor do momento, eu não odeio meu irmão, nem quero, nem posso vê-lo morto, eu já perdi Lincoln não conseguiria perder Bellamy também. – A Blake choramingou.

– Octavia, seu irmão passou as últimas três semanas tentando se perdoar por tudo o que ele fez e eu o ajudei. Ele se culpa tanto, você não tem nem ideia, ele cometeu erros, mais ele é humano, está sugestível a errar. Você deveria perdoá-lo, se não conseguir fazer por você ou por Bellamy, faça por Lincoln, tenho certeza que ele iria querer isso.

– Eu sei. Eu preciso do meu irmão. – Octavia murmurou olhando o irmão deitado na cama. – Bellamy, por favor, acorde, sua irmãzinha, precisa de você. Eu te perdoo.

Nesse momento a mão de Bellamy que se encontrava entre as mãos de Octavia se fechou, o Blake mais velho estava se recuperando.

– Clarke ele apertou minha mão. – Octavia sorriu.

Clarke apressou-se e foi para o lado de Bellamy.

Bellamy abriu os olhos lentamente.

– Oc. – Bellamy sussurrou.

– Oi, hey, você acordou. – Octavia sorriu.

– E você...me per.…perdoou.

– Hey, fica quieto, não força muito. – Clarke pediu.

Princess, obrigada. – Bellamy disse.

– Pelo o que?

– Por não desistir de mim.

Clarke apenas sorriu.

 

***************************************

 

Dois dias depois, Bellamy estava recuperado, ele e Octavia estavam reconstruindo a relação de irmão e irmã.

O acampamento estava mais calmo, as pessoas estavam aos poucos desistindo e aceitando que dessa vez, não havia nada que eles pudessem fazer para sobreviver.

Bellamy e Clarke estavam sentados perto do lago.

– Bem, parece que o povo desistiu. – Bellamy disse.

– Eh...

– O que foi, Princess?

– Eu não gosto de ver eles desistindo. Eu queria poder salva-los, afinal, eu puxei aquela alavanca, eu destruir a nossa única chance de sobreviver...

– Hey, conheço esse papo. Nem vem com essa. – Bellamy interrompeu. – Você está se culpando, cadê a Clarke que me falava que a culpa não nos leva a lugar nenhum?

– Tem razão, desculpe. – A loira riu. – É que as vezes é inevitável. – Clarke disse fitando Bellamy.

– Eu sei. – O Blake concordou, também fitando a loira.

Não se sabe exatamente que tomou a iniciativa, o que se sabe é que os lábios de ambos se tocaram simultaneamente e iniciaram um beijo singelo e sereno, que aos poucos se tornou mais profundo, feroz, exigente. Quase como se eles precisassem daquele beijo para sobreviver.

O beijo só durou alguns segundos, mais foi suficiente para aquecer o coração de ambos.

– Clarke... – Bellamy sussurrou. – Desculpe...

– Não, pare, você não beijou sozinho. – Clarke falou.

– Por que? – Bellamy questionou.

– Eu não sei, só, quis te beijar. – A loira disse.

– Mais e Lexa? – Bellamy perguntou confuso.

 – O quer que tem, Lexa? – Clarke remexeu-se.

– Eu achei que você gostasse dela.

– E eu gostei, mas ela está morta e eu estou viva. – Clarke falou. – E eu precisava te beijar.

– Não vou dizer que não gostei, pois, eu gostei e muito. – Bellamy brincou e Clarke riu. – Mais, se você só me beijou para tentar esquecer....

– Nem continue, você realmente acha que eu faria algo assim? – Clarke quis saber.

– Não. – Bellamy respondeu.

– Eu te beijei, por que eu precisava. Já faz um tempo que eu me sentia diferente em relação a você, eu sempre me senti assim. – A loira disse. – Você não sabe como foi difícil te dizer Adeus naquele dia que eu fugi e pior, como foi difícil e desesperador te deixar sozinho naquele lugar quando Roan te esfaqueou. Naquele momento eu não implorei pela a sua vida, implorei pela minha, eu não iria conseguir olhar para mim mesma, se algo acontecesse com você.

Bellamy apenas escutou, nada falou.

– Bellamy fala alguma coisa, por favor.

– Eu não vou falar, vou fazer.

Então ele a beijou novamente, mais dessa vez o beijo foi necessitado, selvagem do começo ao fim.

Quando se separaram o ar lhes fazia falta.

Clarke fitou Bellamy.

– O que isso significa?

– Significa que eu demorei muito tempo para perceber o sentimento que eu tenho por você.

Clarke abraçou Bellamy.

– Não posso perder você. – Clarke disse. – Tive meu coração quebrado e traído duas vezes, por favor, me diga que você não vai fazer o mesmo que Finn e Lexa fizeram.

– Não vou, vou ficar exatamente aqui, do seu lado, até o fim. Te protegendo e te amando.

– Bellamy eu ainda não posso dizer aquelas palavras. – Clarke sussurrou e Bellamy entendeu.

– Relaxa Princess, não precisa dizer, não agora. Vamos apenas aproveitar o tempo que ainda temos juntos.

– Bom, então teremos muito tempo. – Clarke disse. – Raven me contou hoje mais cedo que achou uma antiga base militar no subsolo de algum lugar perto daqui. Ela acha que os Skaikru, podem sobreviver a radiação lá. – A loira disse e fitou Bellamy.

– Acha que isso vai dar certo?

– Eu espero que sim. Porque eu acabei de decidir que quero um futuro ao seu lado.

– Ae, decidiu foi.

– Sim, decidi.

– E por que logo comigo?

– Porquê eu confio em você, mais do que eu confio em mim mesma, eu preciso de você para me manter sã, estou cansada, meu coração estava morrendo, você está o revivendo.

Princess, eu não sei sobre o futuro, mais, se eu tiver um, quero que seja ao seu lado.

– Então é melhor você se preparar, pois vai ter que me aguentar por longos anos, Rebel King. – Clarke sorriu.

– Longos anos ao seu lado? – Bellamy indagou a loira assentiu. – Me parece a definição perfeita de futuro. Parece bom.

– Para mim também.

 

Não sei dizer se eles de fato sobreviveram, se a base militar que Raven e Monty encontraram os salvaram da radiação, se eles puderam ter o futuro que imaginaram, o que eu sei é que, enquanto eles viveram, Bellamy e Clarke foram realmente felizes. Pois para eles, o amor não veio de um desejo avassalador ou de uma paixão devastadora, para eles o amor veio do tempo, da confiança e sobretudo da amizade.  

O verdadeiro amor não é alimentado de carícias e beijos, mais sim aquele que suporta a renúncia e consegue sobreviver na saudade. Não importa quantas paixões surjam, nunca nenhuma delas será mais forte e mais durável que o verdadeiro amor.


Notas Finais


Obrigada por ter lido até aqui.
*-*
-Vick


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...