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História Freak Blue Neighbourhood - Ease - Parte I


Escrita por: VictorMarlboro

Notas do Autor


Demorei pra aparecer. Não que eu tenha esquecido daqui, mas a vida anda muito apertada! Como bônus (tanto pra mim que estava com saudades de falar desses dois), vou estender alguns capítulos :) Espero que gostem!

Capítulo 5 - Ease - Parte I


Toda vez que acho que estou melhor mantendo a cabeça erguida acabo chegando a lugar nenhum.

 

Parar tudo que pudesse me fazer lembrar dele. Essa era a ideia que decidi tomar assim que abri os olhos naquela manhã. Não foi uma atitude simples, algo como decidir qual sapato usar, ou qual caminho seguir indo para a escola. Definitivamente passar outra semana incansável procurando seu olhar, não estava nos meus planos. Era exaustivo demais gostar dele.

Por isso eu prercisava relaxar.

- Prometa que vai me ligar quando chegar lá.

Era a segunda vez que minha mãe falava sobre isso. Estava com o avental preso ao corpo, o cabelo meio desgrenhado, mas o rosto impecável de uma beleza que eu invejava e me perguntava quase sempre, por que não tinha caído um pouco sobre mim.

- Ligarei assim que chegar na estação...

- Antes de sair de área.

- Eu já ia dizer isso.

Ela sorriu. Deixou o peso do dia cair sobre seus ombros, quase como quem quer me acompanhar nesse final de semana. E ela precisava, ao menos foi o que eu sugeri quando comentei sobre a casa de campo dos pais de Isadora.

- Pena que tenho essa conferência de vendas amanhã. Adoraria passar um tempo com vocês.

- É uma pena mesmo. – Fui sincero. Após conhecer algumas pessoas em Leeds, eu simplesmente confiava apenas na minha mãe. Isa era uma boa amiga, mas não conseguimos nos conectar.

- É melhor você ir. Vocês tem que sair o quanto antes. E aproveitem!

Foi uma das últimas palavras dela antes de me abraçar, passar a alça da mochila no meu ombro, um beijo no rosto e um aceno. Logo estava caminhando até o ponto de ônibus.

Sentado, organizei o dinheiro para a primeira passagem, separando ainda o que precisaria para o segundo. Seria algo em torno de duas horas de viagem até um vilarejo afastado, com um lago pequeno e simpático – era a descrição que ela me fez. A época do ano estava agradável, não fazia tanto frio e era até possível usar uma camiseta.

- Indo acampar?

- Eu? Ah... – Merda! O que há de errado com esse garoto? Como ele simplesmente consegue estar onde eu estou? – O que você tá fazendo aqui?

- O mesmo que você, Troye. – Deu um sorriso irônico que desviou minha atenção para seus dentes separados no meio, que incrivelmente perfeitos se encaixavam em sua boca.

- Indo pra St. Steels? Mas… - Argumentei atônito.

- Não, apenas esperando uma condução. Afinal, é o que as pessoas fazem num ponto de ônibus, certo?

Claro.

- Minha moto está com problemas, então vou passar o final de semana como uma pessoa normal e prudente. – Senti o odor fraco de álcool que vinha de sua direção. Era bem cedo para que ele já estivesse bêbado, ou, ainda estava de porre. – Então – Continuou. – Vai acampar? St. Steels. Bem pacato. Gosto de lá. – Retirou uma garrafa do casaco que estava jogado do outro lado do banco. Um frasco pequeno de prata que pareceu se esgotar naquele último induto.

Um pequeno torpor tomou conta, até que meu cérebro finalmente processou as informações.

- É, sim. Vou... vamos! Isa tem um chalé próximo ao lago, daí decidimos ir para lá. Eu lhe convidaria, mas – Estou com ódio de ti, lembrei agora, inclusive. – Não falei com ela antes.

- Não, sem problemas, T. – Ele sorriu. Por que tão perfeito? – Seria até uma boa ideia, sabe? Ir acampar. A cidade está bem chata. Conheço algumas pessoas por lá. – Ele parou me encarando mais sério. – Pensando bem, acho que vou.

- Que?

Um zumbido chamando minha atenção. Catei o celular na mão e atendi.

- To aqui te... Quê? – Era Isadora. – Mas como? Vamos perder o ônibus, e me minha mãe me mataria se eu fosse no que chega lá a noite. – Ela disse algo sobre precisar levar o irmão menor ao hospital. – Mas, Isa... – “Eu sei, eu sei. Você pode ir na frente, ok? A chave fica dentro de um vaso vermelho. O da direita... CALMA, MERDA!” Afastei o telefone do ouvido nessa parte. “Desculpa, por isso”, ela disse do outro lado da linha. – Tudo bem. – “Meu irmão tá chorando. Eu vou chegar bem tarde, levo mantimentos pra gente, ok? Não se preocupe.” – Aff! – “Não seja tão ruim, você me deve uma”. – Ok. – E assim me passou algumas informações sobre o gás, energia e alguns cuidados. – Tá. Até a noite. – Desliguei.

O engraçado de tudo aquilo era que a expressão de Olly ainda estava a mesma desde que parei para usar o telefone.

- Você pode me emprestar alguns trocados pra passagem? Eu devo ter gastado tudo, e agora quero ir.

- Mas...

- Não ligo pra roupas. Posso ficar nu.

E aquela imagem encheu minha cabeça.

- Tudo bem.

- Tudo bem. – Ele disse se levantando. – O ônibus.

- Que? - Eu iria me assustar em todas as frases que ele disser? Estava difícil conviver coimigo mesmo.

Ele apontou na direção da rua de onde a primeira condução se aproximava.

Além de estar sozinho indo pra uma casa desconhecida – que até então eu não saberia como chegar –, ainda deveria controlar o impulso de não usar meu ódio por Olly sobressair naquele momento. Ele não tinha culpa de nada, acho. Era livre pra beijar quem quisesse, como fez, na minha frente, semana passada.

E eu era um idiota por tratá-lo bem?

Ocupamos duas cadeiras juntas próximo ao final do ônibus quase vazio. O motorista arrancou enquanto eu acompanhava a parada ficar para trás.

- E então... Como andam as coisas, Troye? – Uma segunda garrafa estava em sua mão.


Notas Finais


Obrigado pelas mais de 100 views <3 Além de todos os FAVs. É muito importante saber que estão gostando!


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