•Malluh POV•
Quando eu era pequena, estava louca por um menino da minha sala. Eu tinha seis anos quando comecei a gostar do carinha de olhos escuros e cabelo encaracolado. Na época, pedi um conselho pra Madduh - Já que eu considerava ela como A irmã mais velha, hoje não mais -, e ela me disse uma frase que eu nunca mais vou esquecer: "Não desista fácil e não insista pra sempre"
Eu entendi mais ou menos naquela época, mas hoje eu entendo perfeitamente.
Depois do beijo de David, eu não sabia o que fazer ou o que dizer. Mas o nome de Arthur veio na minha mente e eu me lembrei que eu gostava do Arthur e não de David. Até gostei do beijo dele, mas uma vez, uma pessoa me disse que era pra ficar com quem quisesse, mas se apegar JAMAIS! David não era o cara certo para se apegar, quer dizer, Arthur era o cara certo pra mim, não era?
Eu saí correndo no mesmo instante, voltando pra casa de carro, sem ligar para a Madduh. Eu sei que ela iria me matar, mas depois eu dava uma desculpa esfarrapada e saia de perto dela, já que não conseguiríamos passar dois minutos juntas, sem brigar.
Enfim, agora eu estava completamente certa de que gostava de Arthur, e iria lutar por ele.
- Senhorita Luísa, será que você pode me explicar como encontramos o valor de x? - O professor de álgebra chamou minha atenção e eu olhei para o quadro, que estava cheio de números e letras.
Álgebra é basicamente a parte da matemática que acaba generalizando a aritmética e introduz as letras(variáveis). Era isso que os livros diziam,mas ALGUÉM ME DIZ, POR FAVOR, COMO ENTENDER ISSO!
- Ahm...- Pesquisei palavras na minha mente, mas nada vinha. Olhei mas uma vez pro quadro, sem entender.
- Da próxima vez que eu ver a senhorita nas nuvens, você vai cair diretamente na diretoria. - Rosnou
Eu concordei e voltei minha atenção para o quadro.
•Madduh POV•
Jantar em família. Essa palavra me dá calafrios. Por que? Geralmente, minha irmã mais velha, Maria Heloisa, vem nesses jantares e trás sem namorado-bem-sucedido com ela. Da vontade de vomitar quando ela fala do salário dela, das roupas dela, do namorado dela e aqueles blá blá blás da faculdade.
Minha cabeça ainda doía pela noite anterior. Eu realmente não lembrava de nada. Só de Lucas saindo hoje de casa, antes de me dar um baita sermão por ontem.
- Oh, Heloisa minha bela! - Minha mãe gritou com os braços abertos indo abraçar minha irmã e logo em seguida abraçando o namorado dela.
- Minha filha, meu genro - Papai abraçou eles também, seguido pela Malluh. Que estava incrivelmente quieta no canto, em seus pensamentos.
- Não vai me dar um abraço, Madduh? - Helô abriu os braços para que eu abraçasse ela.
- Prefiro pegar germes de outros - Virei o rosto, escutando uma risada dos dois e um abraço - que eu não queria - da minha irmã.
Fomos pra mesa e os pratos ja estavam prontos, com as devidas porções. O que foi uma merda, ja que eu como por dois e meu prato estava com uma quantidade miniminissima, ou como isso se escreve.
Dei uma garfada grande, cuspindo tudo em cima do namorado da minha irmã. Senti um gosto horrível e meus dentes quase quebraram quando eu mastigei. Minha mãe deu um grito escandaloso e eu vi um papelzinho de baixo do meu prato.
"A guerra começa de novo Madduh. Se prepare!"
Malluh!
Que raiva!
De novo isso? Eu achei que tinha ganhado e quase liguei para Arthur e dizer pra ele:Eu ganhei! E agora você é todo meu!
Mas, claro eu não fiz isso. Cheguei até a ligar, mas desisti no terceiro toque.
Depois de um discurso, da minha mãe e do meu pai, eu fiquei de castigo e fui para o quarto e fiquei fazendo carinho em Marley.
Quando uma ideia veio na minha cabeça. É isso! Marley!
Levei Marley até o jardim com a desculpa dele precisar fazer côco.
Ele fez e eu peguei um saquinho e tirei de lá. Sorrateiramente, fui até a cozinha e coloquei o côco dele no liquidificador.
Vocês devem estar pensando:como assim?
Vocês já vão ver!
Coloquei o côco em um copo e misturei com coca. Fui até a sala, onde meus pais conversavam alegremente com Helô e namorado dela e Malluh estava assistindo Netfliz no computador.
Sentei do lado dela e ela nem sentiu, ja que estava assistindo Pretty little liars com o fone de ouvido no máximo.
- Olha, desculpa pelo ocorrido Rafael - Pisquei os olhos e tentei ser educada, ja que nunca tinha falado a palavra"ocorrido" na minha vida. E não pretendia mais falar em lugar nenhum, a não ser em reuniões de famílias chatas, que eu precisaria parecer arrependida.
- Não tem problema, Eduarda. Não melou minha camisa - Sorriu
Ri super hiper mega falso e fui para o meu quarto.
Eles achavam que estava tudo bem e nada tinha acontecido, além do meu discurso de arrependimento. Mas quando o grito da Malluh se ampliou pela casa, eu só conseguia sorrir.
Agora sim, Malluh tinha acabado de comer merda!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.