•Madduh POV•
Bem, podemos dizer que eu não sou a pessoa mais romântica desse mundo, mas eu gosto de um bom beijo e uma boa pegada. Dias atrás eu estava completamente entregue a Arthur. O jeito com que ele foi romântico mais não tão meloso, as coisas que ele fez para o nosso encontro, nossa dança, os beijos e os sussurros. Mas, meus pais me mandam para um acampamento de merda pra aprender sei lá o que e aparece Lucas. Ele, com aquele sorriso, aquela pegada e aquelas sardas que eu achava tão charmosas. Ele me beija e depois pede para um amigo dele cantar uma música para mim e para minha irmã, tendo como parceiro o David que é super afim dela. Então, você querido leitor, não iria querer arrancar os seus cabelos e sair gritando um:Foda-se!? Pois eu queria naquele momento.
Minha cabeça começou a embolar e a querer férias só para pensar com quem ficar. Ah! COMO EU ODEIO INDECISÃO! PQP! Depois da "declaração" saímos em disparada para as nossas tentas e quando chegamos lá, eu olhei pra Malluh e ela olhou pra mim e eu já sabia o que viria.
- Estamos ferradas, não estamos? - Perguntei ofegante por ter corrido
- Sim, e eu não sei quem está pior. Se é você ou eu.
- Com certeza estamos no mesmo barco - E entrei na tenda minúscula e quente.
Claro, aqui não era o lugar perfeito para se dormir, mas era a única coisa que eu podia fazer. Bom, não tem internet, não costumo ler livros e também não vou mais sair dessa tenda até amanhã. Então vamos dormir nesse chão duro mesmo.
★★★
Acordei com Chris me chamando e me empurrando de leve.
- O que foi merda? - Perguntei
- Vamos Madduh, a gente vai tomar banho de rio e depois tomar café.
- Que horas são? - Perguntei sonolenta
- Cinco e quinze da manhã
- DA MANHÃ! ISSO AINDA É DE MADRUGADA CACETE! - Gritei. Como um ser poderia acordar a essa hora da madrugada?!
- É Madduh, mas tem gente que acorda essa hora mesmo. Agora levanta!
Bufei e expulsei Chris da tenda, ele até poderia ser gay, mas eu não deixaria ele me vendo trocar de roupa.
Saí da tenda e encontrei Malluh com uma cara de sono e com vestidinho florido soltinho, típico dela e fomos encontrar o pessoal. Tudo bem, se eu fosse outra garota, provavelmente eu teria voado no pescoço de Lucas no mesmo momento que o amigo dele cantou aquela música para nós duas. Mas, olha pra mim, não sou qualquer garota. E por isso, quis um buraco para enfiar minha cabeça quando o vi naquela manhã usando apenas bermuda. Babei, eu sei, mas não falei com ele.
Descemos a montanha e depois de quinze minutos andando, achamos um rio super lindo com a água cristalina. Eu me joguei na água e fechei os olhos enquanto escutava o mesmo cara de ontem cantar mais uma "declaração" para as meninas que os garotos falavam.
Ah, quase ninguém vê
Quanto mais o tempo passa
Mais aumenta a graça em te viver, iêh
Ah, e sai sem eu dizer
Tem mais do que te mostro
Não escondo quanto gosto de você, êh iêh êh
Malluh se sentou do meu lado antes que Lucas sentasse e começasse a conversar comigo. Quase dei um abraço nela por isso.
O coração dispara
Tropeça, quase para
Me encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro
- É ruim eu me sentir culpada? - Perguntou - Tipo, meio culpada meio confusa?
- Claro que não
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
- Eu me sinto culpada por não ter dito um "obrigada" memorável - Falou - E ao mesmo tempo eu me sinto confusa porque eu gosto de Arthur mas ao mesmo tempo...
- Sente um puto desejo pelo David. Eu também sinto isso pelo Lucas - Admiti
Ah, quase ninguém vê
Quanto mais aumenta a graça
Mais o tempo passa por você, êh
Ah, e sai sem eu dizer
O tanto que eu gosto
Me desmancho quando encosto em você, êh iêh êh
O coração dispara
- Eu odeio me sentir assim - Suspirou
- E essa música romântica não ajuda - Resmungei
- Verdade
Tropeça, quase para
Me encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
O coração dispara
Tropeça, quase para
Me enlaço no teu beijo
Abraço teu desejo
A mão ampara, acalma
Encosta lá na alma
E o corpo vai sem medo
Descasca teu segredo
Da boca sai, não para
É o coração que fala
O laço é certeiro
Metades por inteiro
Não vou voltar tão cedo
Mas vou voltar porque
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Eu amei te ver
Quando a música acabou dei graças a Deus! Não que a música fosse ruim, mas músicas românticas me lembram o acontecimento de ontem. E o acontecimento de ontem me faz querer coisas que até dias atrás eu não queria.
Depois do café da manhã, tivemos que atravessar o rio de tirolesa. Almoçamos no "refeitório" improvisado, e fomos ajeitar os caiaques para a corrida. Muitas duplas caíram na água e eu ri quando Tony mandou um Vá se Lascar! Para o cara que derrubou ele na água. Resolvemos fazer uma corrida entre os grupos e me preparei pra jogar poeira nesses merdas.
- Posso conversar com você? - A voz dele me fez arrepiar.
Quando a mulher apitou e o som chato do apito se alastrou a única coisa que eu pensei foi:Correr.
•Malluh POV•
A probabilidade de uma pessoa baixinha ultrapassar um cara alto e musculoso em uma corrida, era pequena. Mas, a primeira coisa que eu pensei na hora que David me chamou, foi correr. Correr para um lugar onde ele não estava, para evitar de falar com ele. Por que? Bem, eu poderia beija-lo. Mas existia Arthur em minha mente. Claro, toda garota iria querer que um garoto lindo, cheio de músculos e com um sorriso maravilhoso, fizesse uma "declaração" daquelas. Mas eu me sentia confusa e nem um pouco afim de forçar minha mente.
Corri
Corri o mais rápido que eu pude quando ele me chamou. Encontrei a Madduh no meio do caminho e eu já sabia de o porquê dela estar correndo para o lado oposto da corrida, o mesmo motivo que o meu. Depois de um tempo correndo, nós paramos já ofegantes.
- Já estamos longe o bastante? - Perguntei colocando a mão no coração
- Eu acho que sim, vamos sentar um pouco - Nos sentamos em baixo de uma árvore enorme
- Você também fugiu dele, não foi?
- Não faz pergunta que você já sabe a resposta - Respondeu
Derrepente uma flecande passou de raspão entre mim e ela e se fixou na árvore no meio da gente.
- Mas que diabos...- Ela não terminou de indagar, pois milhares de flechas saíram do nada da floresta.
Milhares de flechas vindo na nossa direção, do nada por alguém que eu não vi. Nos levantamos correndo, mas uma flecha passou de raspão perto do meu braço e o arranhou.
- Aí - Resmungei passando a mão no meu braço.
- Vem pra cá! - Nos escondemos atrás a árvore e o barulho das flechas passando pela gente ficavam zombando.
Meu braço começou a latejar e a doer, como se uma flecha estivesse dentro do meu braço.
- Ah Madduh, tá doendo! - Quase gritei. A dor era muito grande.
- Calma, Malluh - Eu via as flechas passarem por nós, mas nós estávamos atrás da árvore e por isso, elas não batiam em nós duas. Quem quer que esteja fazendo isso, estava do outro lado, e não podia vir para o lado que nós estávamos.
Minha cabeça começou a girar e eu me sentei, tonta.
- Malluh, olha pra mim. O que você está sentindo? - Madduh perguntou e agora, eu via duas dela não só uma.
- Eu...
Eu não consegui falar mais nada. Meu estômago revirou, minha cabeça começou a doer, como se alguém tivesse batido forte nela. E a última coisa que eu ouvi da Madduh, foi um pedido de socorro.
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