História Friends By Choice - A briga

•Madduh POV•

Estava na sala escutando o Lucas reclamar comigo por ter postado o vídeo da Malluh no painel pra escola inteira ver e ainda por cima te mandado pra todo mundo por email,  não sei porque ele está assim, aquela nojenta mereceu! Ela está fodida na minha mão! E quando eu menos esperava aparece a cobra e aquele garoto, acho que é David o nome dele.

- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! - Ela gritou tão alto, que acho que até as janelas devem ter quebrado.

- Olá irmãzinha tudo bom? Quem é esse trouxa que está do seu lado? - Perguntei sarcástica olhando para os dois e Lucas segurou o riso

- NÃO VENHA COM ESSA CONVERSA, NÃO! EU SEI O QUE VOCÊ FEZ, SUA...

- Oque eu fiz? Porque está tão brava? - Perguntei séria para ela, que cruzou os braços e David colocou a mão no ombro dela.

- EM TODA A MINHA VIDA, EU NUNCA IMAGINEI QUE VOCÊ FOSSE TÃO BAIXA! VAMOS VER SE VOCÊ SABE DO QUE EU ESTOU FALANDO, QUANDO EU CONTAR COMO FOI O SEU PRIMEIRO NAMORO COM AQUELE DESDENTADO!

- Qualé Malluh é só isso que você tem a dizer? Nem vai reclamar por ser a invisível?! - Lucas se sentou do meu lado e eu vi ela respirar bem fundo.

- Agora querida irmã, por sua causa, eu não sou mais invisível. Você colocou aquele vídeo de MERDA na internet. Muito obrigada, agora eu tenho fãs! - Falou mais calma

- Tem razão eu fiz a estranha ficar famosa vamos vê se o Arthur vai querer chegar perto de você agora. - Sorri em ver a expressão dela.

- Pelo menos eu tive coragem de beijar ele né. - Chegou mais perto - E quer saber de uma coisa Madduh? Você não passa de uma covarde! VOCÊ NÃO TEM A ATENÇÃO DOS NOSSOS PAIS SÓ PRA VOCÊ, E POR ISSO, FAZ ESSAS COISAS. SÓ PRA CHAMAR ATENÇÃO!

- UMA MERDA EU? QUEM SEMPRE FOI UMA MERDA FOI VOCÊ. VOCÊ FAZ TUDO POR ATENÇÃO, VOCÊ XINGA OS OUTROS SEMPRE, E POR ISSO, QUEM NÃO TEM AMIGOS É VOCÊ! PELO MENOS EU FICO FAZENDO ALGUMA COISA DE ÚTIL. E VOCÊ? VAI CONTINUAR AQUI COM OS NOSSOS PAIS E SER UMA COMPLETA IDIOTA? - Na hora uma lágrima ia escapar mais eu me segurei, não ia deixar ela fazer isso comigo

- Deve ser difícil ser confundida comigo todas as vezes, né? É isso mesmo, eu manipulo as pessoas, é o que eu faço de melhor! - Meu coração estava a mil então segurei na mão do Lucas pra vê se me acalmava mas foi inútil, continuei nervosa.

- Isso mesmo, você manipula as pessoas e sabe porque elas te obedecem? Por que tem medo de você! Todo mundo tem medo de você! Você é agressiva...

- Fria, sarcástica e sem coração. Foi no que eu me transformei e agradeço aos nossos pais por isso - Eu completei o que ela ia dizer, não sei oque deu em mim, apenas coloquei a cabeça no ombro do Lucas e o mesmo meu deu um abraço protetor, sem perceber eu ja estava chorando pra mim essa conversa tinha encerrado!

- Isso é porque você quer. Não se deixa ser amada, você sempre é grossa, sempre esta na defensiva. Quantas vezes eu parei pra tentar conversar com você, mas você sempre me distanciava e não me deixava te ajudar. - Lágrimas saiam do rosto dela, assim como o meu - Mas agora, você passou de todos os limites, Madduh. Eu nunca iria passar por cima de você por um garoto, mas você acabou de fazer isso. E por isso, vou fazer a mesma coisa que você fez comigo. - Ela pegou na mão de David e puxou ele para o quarto dela.

Lágrimas caiam freneticamente no meu rosto, me sentia fraca, mas não podia demonstrar meus sentimentos.

- Ei - Lucas sussurrou no meu ouvido e me dei conta que ainda estava abraçada com ele. - Você ta legal?

Se fosse em outra situação, eu gritaria com ele e diria:"você acha mesmo que eu estaria chorando por felicidade?". Mas eu estava tão cansada de tudo que acabei negando, recebendo um abraço apertado.

- Eu falei Madduh, você não deveria ter postado aquele vídeo. Por mais que ele não tenha nada demais, isso é errado. - Seu tom de voz era de preocupação. Eu não falei nada, simplesmente sentei com tudo no sofá e respirei fundo, enxugando as lágrimas.

Lucas foi até a cozinha e voltou com um copo de água e chocolates.

- Toma, dizem que chocolate ajuda. - Me estendeu a caixa de bombons mas eu não peguei.

- Valeu, mas eu não gosto de chocolate.

-Ah, então bebe a água pelo menos- Peguei o copo e bebi toda a água.

Ele se jogou do meu lado e passou o braço pelos meus ombros, fazendo minha cabeça se encostar em seu ombro largo. Ficamos assim por alguns minutos, quando ele pigarreou:

- Sei que eu não sou bom com concelhos, eu geralmente dou uns tapinhas no ombro e saio. Mas...saiba que eu estou aqui pra você, garota problema. - Pegou a minha mão e entrelaçou nossos dedos, senti um arrepio pela pele de encostar na minha. Apenas fechei os olhos. - Quer ver um filme?  - Mudou de assunto. - Você pode escolher o que você quiser, até esses romances de menininha  que vocês, garotas vêem.

Realmente, ele não me conhecia.
- Vamos assistir esquadrão suicida. Tem alí, do lado da TV.

- Você gosta desses filmes? Pensei que garotas gostavam de romance.

- E eu gosto, mas sou mais fã de filmes de terror.

- Ótimo, vamo lá! - Se sentou do meu lado e o filme começou.

Ja estava no meio do filme e meus olhos começaram a se fechar. Senti meu corpo relaxar e minha cabeça se encostar no travesseiro do sofá da sala. Derrepente eu sinto ser carregada por braços fortes.
Minha cabeça estava doendo e meus olhos não queriam se abrir.
Sinto a maciez da minha cama e tento abrir os olhos, vendo Lucas procurar algo no meu closet.

- Cadê...- Ele procurava em todos os cantos - Cadê o maldito cobertor!

- Meu cobertor ta aqui - Falei sonolenta

- Eu não sirvo pra cuidar de ninguém mesmo. - Sorri

- Tudo bem, obrigada por me colocar aqui na cama.

- Ok, mas se você não estivesse mal, com certeza eu te levaria pra cama de outra forma. - Ele sorriu e eu joguei meu travesseiro nele.

- Pervertido! - Gritei

- Tudo bem, desculpa.

- Ok. - Me virei para o lado e me aconchegei no travesseiro. Ele ainda continuava me olhando - Vai ficar aí parado? - Perguntei com os olhos fechados

- Gosto de te ver dormindo. - Sorri com o comentário fofo dele. Ele pegou minha mão e beijou minha bochecha - Boa noite.

Caí em um sono profundo.

•Malluh POV•

Dizem que palavras doem mais do que tudo, acabei de descobrir que isso é verdade. Nunca, em toda a minha vida, palavras me machucaram tanto assim. Eu sentia uma dor enorme no peito, um vazio. Minhas pernas estavam trêmulas, minha garganta estava seca, minhas mãos estavam suando frio. A primeira coisa que fiz quando cheguei no quarto, foi procurar a câmera, mas ela não estava mais alí. A Madduh deve ter tirado.

- Você tá procurando o que? - David fechou a porta do meu quarto.

- A câmera, mas ela não está mais aqui. - Me joguei na cama e as lágrimas começaram a cair. David passou a mão pelo cabelo várias vezes, parecia nervoso, eu não deveria ter discutido com minha irmã na frente dele. - Olha, vai pra casa, ou sei lá o que você vai fazer agora. Não queria tomar o seu tempo. - Falei

- Não tem problema, eu também tenho uma irmã, ela é mais nova, mas mesmo assim brigamos muito. - Se sentou do meu lado.

- Com a Madduh é diferente. Nunca nos entendemos, sempre brigamos muito e agora...nem sei mais o que fazer - Suspirei.

- Fica calma - Me abraçou - Vai dar tudo certo entre vocês duas. - O seu toque fez meu corpo arrepiar e minhas pernas virarem gelatina.

- Obrigada.

- De nada. Você...quer que eu fique aqui com você?

- Não precisa, você deve ter outras coisas pra fazer do que ver os meus choros. - Sorri sem mostrar os dentes.

- Eu...- Ele olhou para o meu pescoço e pegou o meu colar em suas mãos - Sempre te vejo usar esse colar. - Olhei para o meu colar de coração. Tinha escrito dois M.

- Meus pais, quando nascemos, eu e a Madduh, nos deu esse colar. Pra sempre lembramos que estamos sempre juntas. A Madduh usava mas agora, ela não usa mais. - Tirei o colar e joguei em cima da penteadeira - E eu também, agora não uso mais. Nunca mais!

Eu estava com raiva, mas ao mesmo tempo triste. Por achar que uma relação de irmãs existia.

- Você ta muito nervosa pra falar alguma coisa, se acalma. Tenta dormir e descansar. - Ele ajeitou os travesseiros pra mim e eu me deitei, relaxando meu corpo. Ele me cobriu com o cobertor e ficou acariciando meu cabelo.

- Boa noite, David - Susurrei com a voz sonolenta.

- Durma bem Malluh. - Então, apaguei completamente.