Acordei sozinha, sem despertador, sem nada. Tentei me sentar, mas tinha um peso enorme na minha cintura. Passei a mão nos olhos e vi que Lucas tinha passado sua perna pela minha cintura e seu braço na minha barriga. Balancei ele, que resmungou.
— Levanta! Essa perna gorda em cima de mim– digo empurrando e ele deita de barriga pra cima, passando a mão nos cabelos.
— Que horas são? – pergunta com uma carinha de sono muito fofa
— Sei lá… Cedo! – digo e me espreguiço.
Me sentei na cama e calcei meu chinelo pra ir ao banheiro calmamente. Mas de repente vejo Lucas correr com as calças caindo em direção ao meu banheiro.
— Lucas! – grito — Seu animal!
Bato na porta e escuto sua risada. Bufei irritada e caminhei até o banheiro do corredor. Fiz minhas higienes matinais e fiz um coque em meus cabelos. Passei pelo meu quarto e Lucas colocava a camisa. Entrei como quem não queria nada e dei um pescotapa nele. E saí correndo depois, claro.
Desci e Maria estava na cozinha, fazendo seu maravilhoso café. Ela ainda estava arrumada, então nem dormiu em casa provavelmente.
— Ainda bem que o Lucca te libera pra fazer meu café, né? – digo me sentando na mesa
— Carro do Lucas na garagem, ele tá aí? – ela pergunta e nem deu tempo de responder, ele estava descendo as escadas.
Ele veio pra cima de mim, até pensei em correr, mas era tarde demais. Lucas pegou meu braço e mordeu com força, me fazendo gritar e bater nele.
— Babaca – ele disse pra mim e eu revirei os olhos
— Dá pra parar de gritar? É manicômio aqui agora? – ouvimos Amélia da sala e eu comecei a rir. Parecia um zumbi.
— Bom dia, meu amor! – faço questão de gritar e ela tapa os ouvidos
— Bom dia pra quem, palhaça? Uma puta dor de cabeça – resmungou e eu ri novamente.
Maria deu um café forte pra ela. Tomamos café todos juntos enquanto conversávamos. Logo que terminamos, Lucas foi embora. Eu não disse nada à elas sobre nossa conversa, uma hora aí eu conto.
Alguns dias depois
Quando finalmente apareci no portão de casa, Maria parou de buzinar. Me sentei no banco do passageiro e estranhei ao ver Amélia já acordada. Eu realmente estava atrasada. Maria deixou o carro no estacionamento e nós seguimos de pé, já que nossos trabalhos eram perto um do outro. Ali era uma área de prédios comerciais.
[•••]
Chegamos em casa e fomos guardar as compras. Além dos mantimentos da casa, compramos algumas besteiras e bebidas alcoólicas. A noite estava abafada e extremamente quente.
— A gente podia ir pra piscina agora, né? – Amélia deu a ideia
— Tem que limpar, né linda? Tem meses que não usamos – Maria diz
— Que merda – digo, frustrada.
— Mas podemos limpar hoje e amanhã a tarde usamos, junto com um churrasco mara! – Maria diz animada.
— Ai, to morrendo de vontade de comer churrasco! – Amélia diz
— Vontades, desejos, é? – digo, sacaneando
— Adoraria ser titia… – Maria diz entrando na brincadeira.
— Mas geraria muitas dúvidas… o nenê ruivo do olho azul ou verde? – digo, com a mão no queixo.
— Vão se foder, vão! – Amélia diz e começamos a rir
Fizemos brigadeiro, comemos sorvetes e muitos doces. Ficamos assistindo filmes até tarde e dormimos na sala mesmo.
[•••]
Estacionei o carro na garagem e tirei as sacolas. Otávio veio me ajudar. Cumprimentei ele e levamos as sacolas. Amélia estava limpando a piscina e Maria na cozinha preparando as coisas.
POV. Lucas
Cheguei na casa de Júlia e já tinha bastante gente, a maioria era da faculdade delas. Fiquei até meio constrangido de entrar na área de lazer. Primeira coisa que vi foi Maria se agarrando com um cara. Ela me viu e se separou do cara, um pouco vermelha.
— Oi, Lucas – disse, tímida. Sorri pra ela e acenei com a cabeça pro cara — Quer que eu chame a Júlia?
— Por favor. Tem muita gente, né? – digo e ela ri.
Ela me chamou até a porta que dava a área e gritou a Júlia, que estava na piscina rindo com outras pessoas. Ela saiu da piscina pela escada e Deus que me perdoe, mas imaginei mil coisas. Ela usava um biquíni branco e seus cabelos loiros estavam grudados em seus seios avantajados. Ela andava um pouco rápido, então seus seios balançavam levemente. Balancei a cabeça espantando meus pensamentos antes que minha situação se complique aqui em baixo.
— To molhada e vou te dar um abraço porque sou cuzona – ela disse e envolveu seus braços em meu pescoço. Passei meus braços pela sua cintura e ela me beijou a bochecha.
— Eu vi muito bem que você está molhada… – eu disse malicioso e ela riu alto.
— Vem – puxou minha mão e me levou até perto da piscina. Me apresentou a algumas pessoas e depois me sentei em uma espreguiçadeira. Pra minha infelicidade, ela colocou uma blusa que mostrava sua barriga — Você não vai entrar?
— Ah não, outro dia – digo sorrindo pra convencer. Estava até com roupa pra entrar, um short branco e uma regata azul com branco, mas não estava no clima.
— Toma cuidado que eu te jogo – ela disse, divertida.
— Cunhado frouxo! – ouvi a voz da Amélia e me virei. Ela estava com um cara ruivo e alto — Olha aqui seu herói!
— Opa! – apertei a mão dele, sorrindo simpático.
— Como assim herói, cara? – ele perguntou, rindo.
— Mano, é que essa aí é doida demais! – eu digo apontando pra Amélia — E você é um herói pra aguentar ela.
— Doida ela realmente é, mas não te garanto que não sou também… – ele disse e eu ri — Prazer, Otávio
— Lucas!
Eles logo foram pra piscina e eu voltei minha atenção a Júlia
— Vou buscar uma bebida, quer? – perguntou.
Assenti e segui ela. Ela não estava com nada cobrindo a parte de baixo, e ela andando na minha frente… Foi inevitável. Ela pegou uma garrafa de vodka e outra de energético, e pediu que eu pegasse dois copos.
— Juju, quebraram um copo lá. Pega uma pá e uma vassoura no armário de limpeza – Amélia entrou dizendo.
— Pega lá, Amélia! – Júlia gritou, e a amiga apenas mandou um beijo no ar – Odeio entrar nisso aí, horrível.
Ela foi até uma pequena porta que ficava ali do lado e abriu, acendendo a luz em seguida.
— Segura a porta pra mim – pediu e eu fiz. Ela tentou alcançar a pá, que estava pendurada na janela. Sem sucesso — Pega aqui, faz favor
Adentrei o pequeno cômodo e me estiquei para pegar, mas ouvi a porta de fechar. Peguei a pá, mas Júlia me gritou.
— Eu disse pra segurar a porta, porra! – ela disse, em um tom alto
— Tá achando que eu sou o homem elástico, minha filha? – digo, irônico e giro a maçaneta, mas a porta não abre — O que…?
— Essa merda emperra. Por isso eu disse pra segurar – ela respondeu, cruzando os braços.
— Caralho… Você grita comigo, mas a burra foi você, né? Como é que eu ia saber? – ela me dá um tapa.
— Tá com o seu celular?
— Não, deixei em cima da mesa pra segurar a porta – sorrio irônico — Será que vão roubar? Puta merda!
— Ninguém vai roubar nada, para – disse, calma — Com essa música, ninguém vai escutar, só esperar alguém dar falta.
— Então vamos morrer aqui, quem é que vai dar falta sua? – digo, zoando ela e esperando os tapas.
— A gente em uma situação séria e você fazendo gracinha. Cala boca! – ela veio pra me bater, mas segurei suas mãos, e consequentemente, a puxei mais.
— E não me dá joelhada – digo, lhe encarando — Não vá quebrar um brinquedo que talvez um dia você use…
— Sonha! – soltou uma risada irônica e puxou seu braço — Me solta, Lucas.
Puxei mais ela, até que me tocasse. Me abaixei um pouco e alcancei seu ouvido.
— Com o que eu devia sonhar? – sussurrei, e senti ela se arrepiar. Ri rouco — Tá arrepiada por quê?
— Para de ser idiota, me solta – disse, falha.
Soltei suas mãos, mas ela permaneceu no mesmo lugar, totalmente envolvida. Ouvia sua respiração descompassada.
POV. Júlia
Eu não conseguia mais controlar minha respiração e meu corpo. Eu estava livre, mas era como se meus pés tivessem criado raízes. O cheiro do perfume dele me embriagava. Perdi o controle quando ele passou a contornar meus lábios com seu polegar, bem sexy.
— Lucas? – digo, ofegante.
— Hum – murmurou vagamente
— Me beija – pedi e logo vi um sorriso se formar.
Lucas rapidamente puxou minha nuca com uma mão e a outra me puxou pela cintura, colando nossos corpos. Selamos nossos lábios e logo sua língua pediu passagem, que concedi imediatamente. Seus dedos adentraram meus cabelos, puxando levemente enquanto sua língua explorava toda minha boca. Que pegada! Minhas mãos passaram a puxar seus cabelos. Lucas passou sua mão pela minha coxa e me arrepiei. Ele deu impulso e eu envolvi minhas pernas em sua cintura. Encostou minhas costas na parede e me empurrou contra ele segurando minha bunda. Senti seu membro já dando sinal de vida e arfei durante o beijo. O ar nos faltou e Lucas desceu seus beijos molhados até meu pescoço, enquanto puxava minha blusa pra cima. Quando ele ia alcançar meus seios com a boca, escutei a voz de Amélia me gritando.
— Foi buscar na fábrica? Cadê a porra da pá?
Apenas ri e olhei Lucas, que estava muito sexy. A respiração pesada, os lábios mais vermelho que o normal, um meio sorriso, a boca levemente aberta e a cabeça jogada pra trás. Ele percebeu que o encarava e mordeu o lábio inferior.
— Não morde a porra do lábio, Lucas – peço, intercalando meus olhos entre boca e olhos. Involuntariamente ele repete o ato, o prendendo parcialmente com o dente — Porra…
Calmamente, puxei seu lábio com o dente e em resposta, ele me apertou mais pela bunda, me fazendo sentir que ele estava bastante excitado.
— Júlia, caralho! – Amélia gritou novamente.
— Espera, inferno! Não tá vendo que a porta emperrou? – respondo enquanto desço do colo de Lucas e arrumo meu biquíni.
O que aconteceu aqui?
Nem deu tempo de pensar, a porta se abriu pelo lado de fora. Minha amiga e Lucca, rolo da Maria, estava lá
— Meu Deus, eu achei… Oi, Lucas! – ela disse enfiando a cara lá — Emperrou, né?
— Ah Amélia, vai deitar – digo revirando os olhos e saindo do armário — Vem, Lucas.
— Eu preciso de um tempinho, sabe…? – ele disse e eu entendi. Lucas fechou os punhos e ficou olhando um ponto fixo no chão, pra ver se baixava o menino dele.
— Meu Deus, vocês iam transar no armário de limpeza?– Amélia me perguntou, rindo — Mas deve ser bom. Apertado, quente e…
— Você não tá me ajudando, Amélia! – Lucas gritou e eu comecei a rir
— Tudo bem, vou lá ver se o Otávio topa no armário… – ela disse saindo e eu revirei os olhos, rindo.
— Valeu, Lucca – digo, já que foi ele com certeza que abriu a porta.
Ele assentiu sorrindo e voltou lá pra fora. Entrei novamente no armário pra pegar minha blusa, mas Lucas não deixou. Mas consegui pegar a bendita pá!
— Vai pra lá com essa bunda de fora! – ri alto. Levantei as mãos e saí de lá.
— Trás minha blusa depois – digo rindo e indo até a piscina novamente.
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