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História Fuckin Perfect - Capitulo 19


Escrita por: PriyTaisho

Notas do Autor


Carambaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, quanto comentário MARAVILHOSO! ARMARIA, MEU HEART NUM GUENTA! *-* A fic tá entrando na reta final e com orgulho eu digo isso pra vocês
Esse capitulo está explicando algumas coisas e se eu posso defini-lo em uma unica frase "Uma moeda tem duas faces". De qualquer forma, espero que gostem!
Boa leitura.

Capítulo 19 - Capitulo 19


Girl you know we belong together

I have no time for you to be playing with my heart like this

You'll be mine forever baby, you just see

Garota, você sabe que nós pertencemos um ao outro,

Não tenho tempo para você ficar brincando com meu coração assim

Você será eternamente minha, baby, veja só

Não soube o que responder. As palavras tão verdadeiras ricocheteavam em minha cabeça, de forma tão delicada.

– N-Não pode? – minha voz saiu em um sussurro. Minhas bochechas estavam queimando.

– Eu estaria mentindo, se dissesse que poderia esquecê-la.

– E-Então não esqueça... – murmurei sentindo meus olhos ardendo. Era errado. Tremendamente errado, mas como eu podia recusar um amor tão bem correspondido?

Eu o amava, não havia descoberto isso há muito tempo, mas todo o aperto que senti em meu peito quando pedi para que ele se afastasse e toda a sensação ruim ao pensar que ele estava apaixonado por outra pessoa... Isso era amor. E se não fosse amor, eu não sei dizer o que seria. Era algo diferente de qualquer sentimento que eu já havia sentido... Era quente.

– Nunca. – Inuyasha sorriu, enquanto duas lagrimas passaram a escorrer tão delicadamente por suas bochechas. Deu uma risada baixa e virou o rosto de lado, se surpreendendo quando involuntariamente ergui uma mão e toquei seu queixo, fazendo com que ele se virasse para mim. Sequei as lagrimas com as pontas dos dedos, e dei um mínimo sorriso sincero em dias.

Although we've come to the End Of The Road

Still I can't let go

It's unnatural, you belong to me, I belong to you

Come to the End of the Road

Still I can't let go

It's unnatural, you belong to me, I belong to you

Embora nós tenhamos chegado ao fim da estrada,

Ainda assim não consigo desistir

Não é natural, você pertence a mim, eu pertenço a você...

Embora nós tenhamos chegado ao fim da estrada,

Ainda assim não consigo desistir

Não é natural, você pertence a mim, eu pertenço a você...

– Me prometa que nunca vai me dizer adeus. – Inuyasha segurou minha mão contra seu rosto, fechando os olhos. – Que irá ficar comigo para sempre... Que vai me deixar te proteger. - abriu os olhos. – Promete?

– Prometo. – sim, eu estava convicta de alguma ação minha.

Girl, I know you really love me,

You just don't realize

You've never been there before

It's only your first time

Maybe I'll forgive you, hmm

Maybe you'll try

We should be happy together forever, you and I

Garota, eu sei que você realmente me ama,

Você apenas não percebe

Você nunca passou por isto antes,

É apenas sua primeira vez...

Talvez eu te perdoe, hmm

Talvez você tente...

Nós devíamos ser felizes juntos pra sempre

Ele ficou surpreso, antes de abrir mais um daqueles sorrisos radiantes e me abraçar fortemente.

– Kagome, Kagome, Kagome! – repetiu meu nome eufórico. – Não brinque com o meu coração menina. – advertiu em tom de brincadeira. – Eu te amo tanto...

– Também te amo, Inuyasha. – murmurei erguendo o rosto para encara-lo. Nossos olhares se cruzaram, e nossos lábios foram se aproximando. Sentia sua respiração se chocar contra a minha e meu coração parecia querer pular do meu peito a qualquer momento, quando nossos lábios se tocaram.

– Não sabe o quanto esperei para ouvir isso, Kago... – ele começou encostando sua testa na minha.

– Rin, não ache que estou abusando dos seus dons. – aquela voz. Virei o rosto rapidamente, dando de cara com o...

– Sesshomaru? – exclamei confusa. – RIN?

– Kagome? – a morena, que estava atrás de Sesshomaru (que por acaso havia entrado em choque, ou algo do gênero). – Sesshomaru você... – ela foi para trás abruptamente, quando o meu psicólogo fez menção de sair correndo desesperadamente, mas por fim desistiu ao me encarar novamente.

– Custava você mandar um sms, seu babaca? – Sesshomaru se pronunciou coçando a nuca. – Sinal de fogo? Um pombo correio? – olhei para Inuyasha e ele sorria amarelo.

– O que tá acontecendo? – perguntei endireitando a postura. – Taisho! – exclamei repreendendo Sesshomaru. – O que você e a Rin estão fazendo na casa do Inuyasha? Eu não... Pera aí, TAISHO? – olhei para ele e para Inuyasha, fiz isso umas cinco vezes. Eles eram praticamente idênticos, como eu...

– O que tá acontecendo aqui? – perguntei novamente. – Vocês são...

– É melhor você se sentar ali no sofá, Sesshomaru. – Rin balançou a cabeça levemente. – Vou pegar alguma coisa na cozinha para acompanhar a maravilhosa conversa que vai acontecer aqui. – o tom dela era irônico.

– Não faça ironias, Nakamura. – reprendeu estreitando os olhos.

– Tenho o direito de fazer isso, Taisho. – ela deu um peteleco na testa dele. – Eu avisei sobre isso desde o começo, eu avisei. E foi para os dois. – e então apontou para Inuyasha.

– Você veio pra que hein? – Inuyasha perguntou estreitando os olhos, assim como o outro.

– Culpa do seu irmão, e de uma italiana. – respondeu Rin olhando mortalmente para Sesshomaru antes de ir em direção à cozinha.

– IRMÃO? – praticamente gritei. – Não me façam repetir de novo, o que tá acontecendo aqui?

Sesshomaru me encarou seriamente, como se avaliasse meu estado. Seus olhos percorreram o curativo em meu braço, com certeza ele me daria uma bronca...

– Não quer esperar pelos biscoitos? – Sorriu amarelo. – Minha mãe os fez ontem.

Tenho certeza de que minha expressão de incredibilidade fez com que Sesshomaru desistisse da ideia dos biscoitos. Seu rosto havia adquirido seriedade.

– Ah Kagome, não fique tão irritada. – falou revirando os olhos. – Tudo o que fizemos foi para o seu próprio bem e...

– Me enganar é para o meu próprio bem? – levantei-me. Estava me sentindo traída, não com raiva, mas... Droga como sou lerda. – Você contou tudo o que eu te falei no consultório? – aquela duvida me assustou. Será que Inuyasha sabia de tudo?

– Tudo o que se passa no consultório, fica no consultório. – dessa vez foi Inuyasha que respondeu. – Eu não sei de nada do que vocês conversaram, ou sobre o que ele te disse e vice-versa. Não sei Nada.

– E como você apareceu lá em casa?- apontei para Inuyasha que estreitou os olhos. - Você contou! – apontei para Sesshomaru em forma de acusação.

– Primeiramente eu nunca havia ido a sua casa. – Sesshomaru respondeu calmamente. – E segundo, eu admito que agi impulsivamente em chamar meu irmão para ir a sua casa sem ter certeza da situação em que você se encontrava. – pausou por um momento, para me analisar. – Mas se a situação fosse ao inverso eu me sentiria impotente por não poder ajudar a pessoa que amo.

Eu não sabia o que dizer. Não tinha motivos para ficar brava ou acusa-los de alguma coisa e se o fizesse, seria uma grande ingrata por todo o trabalho que eles tiveram para esconder as coisas de mim.

“Eles nos enganaram... Mentiram para nós e nos conduziram como um boneco e vamos perdoa-los? Depois de nos manipularem... Olha só, até a Rin sabia de tudo! Quem dera Sango, provavelmente estava mancomunada com esses Taisho’s que nos acham uma louca. Vamos perdoa-los tão rápido?”

“Vai! Kagome você sabe que eles somente quiseram o seu bem com tudo isso, nunca tentaram lhe fazer mal algum. O Inuyasha te ama, o Sesshomaru te ajudou e muito e a Sango... Como pode pensar que ela te acha uma louca depois de tudo o que ela fez para te ajudar? Ela deu a cara à tapa por nós! Não temos nem ao menos o direito de pensar algo sobre ela. Sango é nossa irmã, devemos muito a ela e se ela estava envolvida com isso, com toda a certeza foi para o nosso bem.”.

– Tem razão. – concordei deixando meu corpo cair no sofá novamente. Apoiei o cotovelo nos joelhos e reclinei meu corpo, para apoiar meu rosto nas minhas próprias mãos. – Me descul... – comecei a falar, mas Inuyasha abraçou-me pelos ombros e virou meu rosto para o dele.

– Pare de se desculpar sem motivos. – deixou um sorriso escapar. – Vamos comer alguma coisa, porque eu quero te levar em um lugar...

– Inuyasha não precisa ficar com toda essa agonia. – a voz da senhora Taisho foi ouvida assim que ela adentrou a sala, sendo seguida por Rin que estava com uma bandeja em mãos. – Acho que seria uma ótima ideia se você dormisse aqui alguns dias, Kagome querida. – acrescentou sorrindo para mim. – Rin anda garota, coloca essas coisas na mesinha. – revirou os olhos e ajeitou os cabelos que estavam desgrenhados no coque.

Tentei me soltar de Inuyasha, mas ele apenas me segurou e fez com que eu me sentasse devidamente, ainda mantendo os braços em volta dos meus ombros e agora, apoiando o queixo em meu ombro. (Eu não estava nenhum pouco vermelha, claro).

– Por que toda vez em que eu venho aqui sofro bullying? – Rin perguntou frustrada. – Sou uma pessoa do bem!

– Já te expliquei os motivos. – Izayoi deu ombros. – O que acha de dormir aqui? – perguntou novamente para mim.

– Não posso. – respondi tristemente. – Eu...

– Telefone da sua casa, agora. – mandou estendendo a mão. – Inuyasha solta logo à menina pra ela poder me passar o numero e vá arrumar o quarto de hospedes. – completou estendendo a mão em minha direção.

– Mas... – comecei novamente, mas dessa vez Sesshomaru me interrompeu.

– Vai querer mesmo discutir com ela? – apontou para a mãe e franziu o nariz de forma engraçada.

A Sra. Taisho decidiu por fim que eu passaria alguns dias com eles, e ligou para minha casa e deixou um recado com a Kaede para avisar aos meus pais... Não que eles fossem se importar, mas isso despreocuparia a Kaede por conta do meu sumiço. 
Já estava anoitecendo, Rin e Sesshomaru estavam na biblioteca há quase três horas e o único barulho que ouvíamos de vez em quando eram os gritos da garota chamando o Taisho de idiota - claro que ele revidava e isso fazia com que Izayoi gritasse da cozinha, mandando-os calarem a boca - fazendo com que eu e Inuyasha déssemos risadas. 
– Quando meu pai chega, as coisas ficam piores. - comentou ele rindo. Inuyasha parecia ter tirado um peso das costas, seus olhos tinham um brilho diferente e ele sorria por qualquer motivo ; isso me fazia sorrir também. - Hei o que foi? - perguntou fazendo uma careta engraçada. 
– Ainda não acredito em tudo isso. - respondi encostando a cabeça no ombro dele. 
– Mas você vai ver que é tudo real. - apertou-me levemente contra seu corpo. - Amanhã temos que ir ao oftalmologista por causa dos seus óculos... - comentou distraído. 
– Meus óculos! - exclamei surpresa. - Eu havia esquecido completamente. - falei lembrando- me dos meus companheiros que haviam sido quebrados há algumas horas atrás. 
– Sério? - Inuyasha perguntou. - E você ta enxergando tudo direito? Quer dizer, sem dificuldade e tals... 
– Bem, da ultima vez em que fui ao médico ele me disse que minha miopia havia sumido completamente, mas que eu ainda usaria óculos por um tempo... -respondi pensativa. 
Ele ficou em silencio por alguns segundos antes de dizer: 
– Bem não importa. - deu ombros e eu o encarei curiosa. - Que foi? - corou e desviou o olhar envergonhado. - Você é perfeita de qualquer forma, já te disse isso. - formou um bico e eu dei risada, enquanto apertava sua bochecha levemente, fazendo com que ele me encarasse com a sobrancelha arqueada. 
– Obrigada. - agradeci sentindo minhas bochechas arderem levemente. - Você fica fofo corado.

Tudo estava sendo tão natural, tão simples... Tão fácil.
– Ah é? - Inuyasha arqueou uma sobrancelha. - E assim? Eu continuo fofo? - fez uma careta estranha e ficou vesgo. 
–Brilhante demais - cobri os olhos com as mãos e me afastei teatralmente. - Você é um ser brilhante, sinto que vou derreter... 
– Não venha dar uma de Sunako, dona Kagome. - ralhou tentando ficar sério. 
– Você já viu Wallflower? - perguntei parando com a encenação. 
– Lógico. - Inuyasha deu ombros. - Mas agora você vai pagar por me comparar ao Kyouhei. - acrescentou dando um sorriso maldoso. 
– AAAH! - gritei quando ele começou a me fazer cócegas.

Eu me contorcia e ele continuava com a tortura enquanto dava inúmeras gargalhadas, e isso acabou fazendo com que nós dois caíssemos do sofá. 
– Opa. - disse começando a rir mais ainda, sendo acompanhado por mim.

– FAMILÍA CHEGUEI! – a porta foi aberta e de lá entrou um homem igualzinho ao Sesshomaru. – Ah olá! – sorriu para mim.

– Olá. – senti minhas bochechas corarem e me levantei, sendo acompanhada pelo Inuyasha que ainda continuava rindo.

– Pai, essa é a Kagome. – Inuyasha nos apresentou. – Kagome, esse é o meu pa...

– InuTaisho. – ele o cortou, sorrindo para mim e depois se voltando para o Inuyasha novamente. – Já disse pra não me chamar de pai na frente dos outros, acaba com o meu estilo garoto.

– E você ainda tem algum, velho? – Inuyasha perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Sempre. – InuTaisho piscou galanteadoramente. – Kagome, sinta-se em casa. – acrescentou fechando a porta. – IZAYOI EU QUERO TORTA! – gritou correndo em direção a cozinha.

Segundos depois ela saiu correndo atrás dele, que tinha uma forma de torta nas mãos.
Narradora pov's:

Leiam ouvindo essa música, é perfeita por favor :3

I never meant the things I said

To make you cry can I say I'm sorry?

It's hard to forget and yes I regret

All these mistakes

Nunca quis dizer as coisas que eu disse

Para fazer você chorar, posso dizer que sinto muito?

É difícil esquecer e sim, eu me arrependo

De todos esses erros

Estava escurecendo, a brisa fria bagunçava lhe os cabelos e fazia com que se abraçasse numa tentativa falha de se aquecer. Poderia voltar para casa e trocar de roupa, mas se o fizesse teria de encontra-la novamente e não conseguiria formar uma máscara de indiferença enquanto ouvia palavras e recebia ordens brutas... Cruéis em sua opinião.

Xingou-se mentalmente por ter saído de casa de shorts e não de calça. Sua cabeça doía e os olhos ardiam, fora que sua costela e sua perna esquerda doíam a cada movimento que fazia. 
Continuou andando, esfregando as mãos nos braços. 
Quem a visse ali, não a reconheceria de forma alguma, e aquilo a fazia se sentir um pouco confortável.
Algumas pessoas lançavam lhe olhares curiosos, já que ela mancava, mas não se aproximaram quando se sentou em um dos bancos vazios da praça. Gostava de ir ali sempre que quisesse ficar sozinha. 
Permitiu-se fechar os olhos e ficar assim por um tempo, até que teve a sensação de alguém se sentar ao seu lado e quando os abriu novamente, viu que ele encarava o céu pensativamente.

I don't know why you're leaving me

But I know you must have your reasons

There's tears in your eyes, I watch as you cry

But it's getting late

Eu não sei por que você está me deixando

Mas eu sei que você deve ter suas razões

Há lágrimas em seus olhos, eu assisto enquanto você chora

Mas está ficando tarde

Usava um agasalho de moletom azul marinho, com uma calça jeans preta e um all star branco surrado. 
Logo os olhos tão vermelhos quanto sangue, desviaram a atenção do céu e passaram a fita-la. 
Ficaram longos minutos se encarando, ou talvez fossem apenas segundos mais demorados que o normal.
Ele não sorria, tinha uma expressão tão vazia que ela chegou até duvidar se era o mesmo que havia conhecido dias atrás. 
– O que aconteceu? - a voz dele soara preocupada. 
– Nada que seja da sua conta. - Não precisava dos olhares de pena de ninguém, muito menos dele. 
– Kikyou, por que sempre tão evasiva? - perguntou voltando a encarar o céu que perdia os tons alaranjados e que aos poucos ia se tornando negro.
– Não sou evasiva. - mentiu se preparando para se levantar, mas a dor pontiaguda na perna a obrigara a se sentar novamente.
– Então por que esta mancando? - perguntou seriamente. - Se não é evasiva, conte-me a verdade!
– Não te devo explicações! - Kikyou rebateu ouvindo um trovão, o qual não se importara.
Queria ficar sozinha, queria chorar, queria tirar toda a dor que estava sentindo por toda aquela farça... Queria um abraço, queria não ser tão idiota... Queria tantas coisas. 
– Isso é o que você acha. - Naraku tentou controlar o tom de voz. 
– Você não acha que está invadindo demais a minha privacidade?! - praticamente gritou sentindo um bolo se formar em sua garganta e os olhos arderem fortemente. - POR QUE NÃO VAI EMBORA? POR QUE NÃO ME DEIXA EM PAZ? - Já estava chorando. Querendo ou não ela estava descontando suas frustrações em cima dele.

– POR QUE VOCÊ NÃO QUER SER DEIXADA SOZINHA! - Aumentou o tom de voz, sentindo as grossas gotas de chuva molharem seu rosto. - Você se faz de forte, mas desde o primeiro momento em que te vi, notei o quão hipócritas eram as suas atitudes. 
– C-Como? - surpreendeu-se, para ela suas atitudes fúteis eram o disfarce perfeito.
– Eu vi a dor que ninguém viu, a dor que você sente ao maltratar sua irmã de forma tão cruel. - Viu a garota em sua frente desabar e teve a certeza de que queria protege-la mais do que tudo. Abraçou-a, mesmo pensando que Kikyou logo o empurraria para longe de si e gritaria os mais diversos palavrões.

O que lhe surpreendeu, foi que ao invés disso a garota o abraçou fortemente chorando tão compulsivamente que seu corpo tremulava, enquanto sua mão apertava o tecido do moletom que ele usava.

– E-Eu nunca quis... – Kikyou soluçava, tão frágil como nunca antes fora vista. – Eu dizia que era errado... Ainda digo, tento, eu não quero... Não mais... Obrigada... Eu fui obrigada, Naraku eu não quero mais isso. – balbuciava palavras sem nexo algum para ele, mas que para ela faziam todo o sentido. Era parte de pensamentos interrompidos, que jorravam em sua mente, por sua boca e por suas lágrimas. – Quando eu recusava, eu... Tentei muitas vezes, cabos... Ela me batia com cabos de ferros, com... Com o que tivesse ao seu alcance. E-E eu tinha que fingir que estava tudo bem e continuar com aquele teatro ridículo de ser a filha perfeita na frente de todos... Naraku ela me jogou contra a minha irmã... Me-Me forçou a ser esse monstro... – o Kageyama escutava tudo em silencio e acariciava os cabelos da moça tentando conforta-la.

A chuva encharcava os dois, mas eles estavam tão absortos na situação em que estavam que nem ao menos estavam se importando.

Ao fundo daquela cena, pessoas corriam em busca de algum abrigo enquanto outras passavam apressadas apertando os agasalhos contra o corpo para evitar ao máximo ficarem molhadas. Cachorros brincavam nas poças que eram formadas... Eles mesmos já estavam encharcados e a única coisa que o preocupava era em relação à moça.

Suas lágrimas eram tão intensas quanto à própria chuva.

– Amaya é a minha mãe e... me obriga a fazer tudo isso... – Kikyou murmurou, já estava tremendo por conta do frio. – N-Não quero mais... Não mais... Não...

Was I invading in on your secrets?

Was I too close for comfort?

You're pushing me out,

When I wanted in

What was I just about to discover?

When I got too close for comfort

And driving you home?

Guess I'll never know

Eu estava invadindo seus segredos?

Eu estava perigosamente perto?

Você está me afastando

Quando eu quero entrar

O que eu estava a ponto de descobrir,

Quando eu cheguei perigosamente perto?

Levando você para casa de carro

Acho que nunca saberei

Ele então tomou consciência do que estavam fazendo e a empurrou levemente, a afastando de si. Antes que Kikyou pudesse reagir, tirou o agasalho (mesmo que ele estivesse encharcado) e cobriu os ombros da garota.

Iria puxa-la para saírem o mais rápido o possível da chuva, quando viu a expressão de dor da garota e isso o lembrou que ela estava mancando a minutos atrás. - O que está fazendo? - Kikyou perguntou surpresa quando ele a pegou no colo e passou a praticamente correr com ela nos braços, como se não pesasse nada. - Naraku, me coloca no chão! - pediu antes de tossir. 
– Você não vai conseguir andar rápido e nós temos que sair da chuva antes que fiquemos resfriados. - respondeu enquanto viravam em uma esquina. - Minha casa é perto daqui. - acrescentou ao ver o olhar dela, que sem querer estava achando as atitudes dele fofas. 
O rapaz por sua vez tratou de acelerar mais ainda o passo quando viu que ela havia começado a tossir com mais frequência. Abriu a porta da casa sem cerimonias e colocou Kikyou no sofá. 
Ela estava tão frágil, a pele mais pálida que o normal, com os cabelos grudados ao rosto e com os lábios arroxeados pelo frio que ele teve vontade de beija-la.
– Vou pegar algumas toalhas e uma roupa seca pra... 
– O que ela ta fazendo aqui? - A voz de Ellen o interrompeu enquanto a mesma adentrava a sala com uma xícara florida em mãos. - Achei que tinha ido comprar algo para comermos, mas demorou tanto que tive de pedir uma pizza. - acrescentou encarando Kikyou. 
– Já te explico. - o moreno respondeu seguindo em direção as escadas, e ela o seguiu em passos firmes. Viu Naraku entrar em um dos banheiros e tirar de lá três toalhas brancas e felpudas, para depois entrar no quarto da irmã apressadamente. 
– O que acha que ta fazendo? - a loira perguntou parando em frente a ele impedindo sua passagem. - São roupas minhas! - acrescentou.
– Ellen será que dá pra entender que eu preciso entregar isso pra ela, já vou te explicar tudo. - Naraku respondeu em um tom baixo para que a Higurashi que estava no andar de baixo não lhe escutasse. 
– Não, não dá. - retrucou ela colocando a xicara em cima de uma mesinha que havia ali. - Você foi comprar algo no mercado e volta com uma das garotas que estuda no colégio em que trabalhamos! Tem noção do que é isso? Eu já te disse pra esquecer essa garota, você por acaso tem algum problema?!- acrescentou frustrada. 
– Eu não mando você esquecer ninguém, não venha querendo mandar em mim como se tivesse algum direito. - rebateu começando a ficar irritado. - Eu apenas quero ajuda-la! - defendeu-se. 
–Não, você não quer ajuda-la. - Ellen disse em um tom irritado. - ELA NÃO É A KIM, e você a está confundindo porque elas são parecidas! Não pode salvar essa garota, porque ela já está perdida. - soltou sem perceber, arrependendo-se em seguida. - Naraku eu não...

– Não fale como se a Kim fosse uma garota qualquer! – Naraku perdeu a paciência. Os olhos vermelhos demonstravam raiva e amargura. – Ela foi uma pessoa importante pra mim, tanto quanto para você. Não tem o direito de insultar a memória dela com esse seu tom displicente!

– Eu sei disso. – Ellen rebateu, sabia o quão sensível o irmão era ao falarem sobre Kim a melhor amiga dela, e namorada dele que havia falecido. – Mas você a trata, fala dela como se fosse a Kim!

– A Kim está morta Ellen, e você não tem ideia do quanto sinto por isso. – o tom dele foi frio. – Mas depois de anos eu encontrei alguém com que eu me importe além de você, e eu não posso deixa-la na mão sabendo que tenho essa oportunidade de ajuda-la.

Ellen ficou em silencio por alguns segundos, ainda encarando o irmão gêmeo que sustentava seu olhar. Odiava admitir isso, mas ele estava realmente apaixonado pela garota que estava encharcando seu sofá no momento.

– Você está realmente apaixonado por ela? – perguntou cruzando os braços. – Como isso aconteceu?

– Não posso te responder isso, porque nem mesmo eu sei a resposta. – o moreno respondeu finalmente desviando o olhar e respirando fundo. – Só te peço uma coisa... Se não vai me ajudar em relação à Kikyou machucada que está na sala, peço que não me atrapalhe. – decretou passando por ela, que não conseguiu esboçar nenhuma reação a tempo.

Poderia ficar ali e não ajuda-lo, era uma opção que o próprio irmão havia lhe dado e se o fizesse, ficaria com a consciência pesada depois.

– Maldita mania de me importar demais. – praguejou pegando a xicara novamente e bebendo um pouco do chá, que estava quase frio. Esperou mais alguns minutos e decidiu voltar pra sala, revirando os olhos ao ver o irmão dando um pouco de chá para Kikyou que já estava vestindo suas roupas e tinha os cabelos enrolados em uma das toalhas.

A camiseta tinha vários botões costurados nela, embora fosse uma simples regata. Ellen conseguira fazer com que as alças fossem de botões coloridos e alguns botões ainda enfeitavam a frente da camisa. O short tinha várias tachinhas de metal e caveiras de tecido preto. Eram as peças de roupas mais simples que ela tinha, mas que não deixava de ter ciúmes.

– Em mim fica melhor. – murmurou contragosto e depois franziu o cenho ao ver um hematoma grande na perna de Kikyou. – Vai pegar a caixa de primeiros socorros, seu ameba. – mandou fazendo com que ele a encarasse surpreso, e ela apenas respondeu com um dar de ombros.

– Obrigado. – Kikyou sorriu fracamente. – Acho que já posso ir pra casa...

– Não mesmo. – Naraku rebateu. – Olha o estado da sua perna e...

– Suas roupas estão molhadas. – Ellen acrescentou. – Fora a chuva que ainda não deu uma trégua, acho melhor você esperar ela passar para que o Naraku te leve de carro ou durma aqui. – não encarou o irmão, sabia que ele tinha uma expressão de incredulidade no rosto por isso decidiu ignorá-lo.

– E nós ainda temos que conversar. – eles trocaram um olhar que a loira não entendeu, mas que faria questão de descobrir depois.

– E vocês ainda tem que conversar, enquanto eu como pizza. – comentou indo em direção a cozinha.

Havia mesmo deixado Kikyou usar suas roupas?

Kikyou estava se sentindo sem graça, estava ali na casa de estranhos e por mais que houvesse agradecido aquilo não lhe parecia o suficiente.

– Seus lábios já não estão mais roxos... – Naraku murmurou enquanto se sentava ao lado dela. – Acho que agora nós podemos continuar a conversar. – comentou a encarando.

– Como você me conhece tão bem? – a garota perguntou encarando as mãos em cima do colo e começando a brincar com os dedos nervosamente. – Quer dizer... Ninguém nunca sequer cogitou que eu não tivesse a vida perfeita que finjo ter... Mas você...

All this time you've been telling me lies

Hidden in bags that are under your eyes

And when I asked you I knew I was right

Todo esse tempo você esteve me dizendo mentiras

Escondidas em bolsas que estão debaixo dos seus olhos

E quando eu te perguntei, eu sabia que estava certo.

– Quando eu te encontrei naquela sala, sozinha encolhida num canto eu tive a certeza de todas as minhas suspeitas. – ele respondeu pensativo. – Você estava chorando, não estava?

– Estava prestes a chorar. – Kikyou murmurou. – Por que sempre me perseguiu? Por que não me deixou de mão? Não sou a única adolescente no mundo que tem problemas pessoais...

– E familiares. – acrescentou o moço de olhos avermelhados. – Por que continua mantendo sua farsa dentro do colégio? Amaya não vai ao colégio, por que mantém tudo isso?

– Porque existem pessoas que me vigiam lá dentro e se eu me recuso a fazer algo, ou mudo e acabo impedindo algum ato contra a minha irmã, as coisas voltam contra mim de forma arrebatadora. – Kikyou mordeu o lábio inferior e piscou diversas vezes tentando dispersar as lagrimas.

– E quem te vigia lá dentro?

– Kagura. – a garota respondeu prontamente. – Ela fica na minha cola, por exemplo hoje... Eu fiz com que ela “parasse” de martirizar a Kagome... Amaya me jogou no chão e me chutou por diversos minutos, principalmente na costela e na perna. Ela tem uma máscara tão hipócrita, mas teme tanto a Isabelle...

– Quem? – Naraku perguntou confuso.

Kikyou contou todos os detalhes que havia descoberto durante o dia e ele ouvia atentamente, às vezes opinando e fazendo perguntas que ela nunca havia parado para refletir. A conversa dos dois durou horas. A Higurashi estava contando tudo o que estava entalado em sua garganta por anos, chorava às vezes e ainda assim demonstrava convicção em dizer que se pudesse não teria feito nada daquilo.

E Naraku entendeu tudo, ficando cada vez mais disposto a ajuda-la.

– Se Isabelle, não tivesse abandonado a filha dela isso nunca teria acontecido. – Kikyou concluiu passando a mão pelos cabelos.

– Não existe um “se”, porque já aconteceu. – ele a encarou seriamente. – Você nunca pode pensar em como as coisas seriam, se não fossem dessa maneira. A única coisa que importa é o agora, e o que você vai fazer pra sair dessa.

– E eu não faço ideia de como fazer isso. – admitiu Kikyou sem graça.

– Nos vamos tentar. – Naraku colocou sua mão sobre a dela institivamente. – Não é?

Ele estava mesmo disposto a ajuda-la?

– Vamos. – concordou sorrindo e apertando a mão dele, que sorriu em resposta fazendo com que o coração dela se acelerasse.

Casa dos Taisho:

23h59min

– Essa não é uma cena que eu veja todo o dia. – Izayoi comentou com uma falsa emoção ao observar os quatro homens em sua frente. – Isso me faz ter certeza de que eu não sou parecida com nenhum de vocês... Maldito InuTaisho. – sorriu para o marido que a encarou frustrado.

Ele ainda vestia a roupa social que utilizava durante o dia e estava sentado na enorme poltrona de couro da biblioteca. Os traços de seu rosto eram idênticos aos de Sesshomaru, sendo somente um pouco mais maduros e isso deixava Izayoi frustrada, pois era a única na família a não ter os malditos olhos dourados.

– Isso foi uma critica? – perguntou falsamente interessado. – Há quanto tempo não vejo a família toda reunida e...

– Você já me vê e o Inuyasha todo dia, qual a diferença? – Sesshomaru perguntou sentando-se em uma das cadeiras. – Na sua casa não tem um negocio chamado relógio não, hein? – acrescentou ironicamente.

– Pai eu to com sono, amanhã vou ter um dia cheio no colégio e...

– Inuyasha não tente dar desculpas, porque todo mundo sabe como você é no colégio. – todos o cortaram ao mesmo tempo. – Principalmente aquela sua nota vermelha em biologia... – Satoru completou maldosamente, vendo o mais novo apontar um dedo para ele acusadoramente.

– Agora eu também tenho que aguentar a cópia barata do Sesshomaru? – perguntou frustrado para os pais.

– Tecnicamente o Sesshomaru é minha cópia, porque sou o mais velho. – comentou naturalmente, recebendo um olhar enviesado do outro.

– Copia um escambal! – protestou.

– Quem usa a palavra escambal hoje em dia? – Satoru provocou.

– Você está sendo hipócrita e extremamente ignorante ao tentar provar que seu vocabulário é melhor que o meu, coisa que sabemos que não é verdade. – Sesshomaru se defendeu com um sorriso triunfante.

– Parece que estou vendo o Sesshomaru discutir com o espelho. – Inuyasha esfregou os olhos e bocejou.

– Por que nós tivemos filhos gêmeos mesmo? – Izayoi perguntou para InuTaisho enquanto os dois filhos mais velhos discutiam para provar quem era mais inteligente.

– Por que nós tivemos o Inuyasha? – ele perguntou da mesma forma que ela, quando o filho mais novo começou a falar o quão idiota eles eram, fazendo com que uma nova discussão se iniciasse.

– Já tomou coragem pra pedir a Rin em namoro? – Satoru perguntou após algum tempo.

– E você já começou a sair com a coelhinha? – Sesshomaru mudou de assunto. – A Kagome tá mesmo dormindo? – perguntou para Inuyasha.

– Coelhinha? – os pais que estavam alheios a tudo isso perguntaram.

– Ela me parou hoje numa lanchonete, e devo admitir que a garota estava mesmo nervosa. – assentiu lembrando da forma como foi abordado.

– Ela tinha os cabelos loiros e encaracolados? – Satoru perguntou pensativo. – Tinha mais ou menos 1,69 de altura e... Estava vestida de coelho?

– Aham. – confirmou.

– Era a Ellen. – concluiu Satoru suspirando. – Eu me esqueci que havia marcado com ela para nós resolvermos sobre o musical do colégio do Inuyasha e acabei indo ao seu consultório, que por sinal estava fechado.

– E eu encontrei sua coelha exótica. – alfinetou. – Não encosta em mim, porque eu... – os dois começaram a brincar de lutinha, de um modo bem estranho já que eram dois marmanjos.

– Eu não mereço ficar vendo isso. – Inuyasha acrescentou indignado, antes que fosse puxado para o meio da baderna também.

– Esses dois tem 24 anos e aquele idiota mirim tem 17, não é? – InuTaisho perguntou rindo. – Por que eles não crescem?

– Não me pergunte. – Izayoi deu ombros e começou a rir porque Inuyasha estava sendo esmagado pelos irmãos.

– Por quê? – ele a encarou curioso.

– Porque eu não tenho os olhos dourados. – formou um bico e continuou a observar os filhos, fazendo com que o marido começasse a rir mais.

No dia seguinte...

 


Notas Finais


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