E com o passar do tempo ficamos mais fortes, nossas dores ficam piores e com os dias conhecemos pessoas especiais e outras nem tanto. Quando pequenas sonhamos com o Príncipe encantado que nunca virá... Pensamos que somos princesas, e que tudo de ruim que acontece é algo passageiro. Sim, alguns são passageiros e depois você acaba se esquecendo, mas outros momentos cenas e mais cenas voltam na sua mente, repetindo aquele filme triste e torturoso. Você se sente impotente, como se nada do que quisesse fosse possível, como se estivesse sozinho e que nada lhe tiraria dali. Mas ai você conhece pessoas... Pessoas que aos poucos vão se tornando mais que importante para você, e então percebe que apesar de parecer estar no fundo do poço, eles vão sempre estar ali com uma corda prontos para nos ajudarem.
– Então você toca? – Inuyasha me perguntou impressionado.
Vou explicar, antes que vocês fiquem confusos.
Eu e Inuyasha ainda estávamos no quarto dele, os dois sentados em cima da cama, conversando e dando risada, quando ele conseguiu descobrir que eu tocava.
–Ãhn... É. – fitei o chão sem graça. – Aprendi com a minha avó.
– Tocaria para mim se eu pedisse? – Inuyasha perguntou animado.
Sorri um pouco e iria aceitar se não tivesse visto que horas eram.
– Quem sabe outro dia. – ele fez um bico. – Tenho que ir embora. – me levantei e ele segurou meu pulso, minha reação foi arquear as sobrancelhas.
– Só mais um pouco... – pediu.
– Nem mais um pouco, primeiramente nem deveria estar aqui. – respondi calmamente.
– Então eu te levo. – ele se levantou rapidamente.
– Eu posso ir sozinha. – murmurei.
– Mas eu te trouxe aqui e... Psiu! Nem adianta reclamar. – ele pôs um dedo sobre os meus lábios me impedindo de falar.
Assenti concordando, proximidades físicas com o Inuyasha me deixavam conturbada.
– Hm. Vamos. – murmurei assim que ele retirou os dedos dos meus lábios.
Ele assentiu e segurou minha mão, me puxando em direção à saída do quarto. Estávamos descendo as escadas, quando vi uma mulher de longos cabelos negros, a pele clara e os olhos castanhos. Ela estava usando um vestido azul marinho que ia até um palmo acima dos joelhos, falava no telefone e andava de um lado para o outro.
– Não Kikyou. – ela olhou para nos e eu senti um arrepio percorrer meu corpo ao ouvir o nome da Kikyou. – Eu não vi o Inuyasha o dia todo.
Alguns segundos em silencio e ela voltou a responder:
– Eu não faço ideia, ele deve de ter saído com o Sesshomaru. – a mulher revirou os olhos. – Sim, apesar de eles brigarem ainda são irmãos e saem juntos. Não Kikyou, não faço ideia se ele levou o celular, talvez tenha o esquecido. Sabe que o Inuyasha é cabeça de vento.
– Quê? – Inuyasha murmurou indignado e recebeu um olhar feio da mulher.
– Fale com ele amanha querida. – ela estreitou os olhos ao dizer aqui. – Tchau. – e então desligou, jogando o telefone no sofá.
– Er... Oi mãe. – Inuyasha sorriu amarelo.
– Oi mãe... – ela fechou os olhos. – Dá próxima vez em que der o bolo na sua “namoradinha”, me avise para que eu não atenda o telefone. – abriu os olhos e o encarou ameaçadoramente.
– Pode deixar... – Inuyasha murmurou e ela olhou para mim. Opa.
– E você quem é querida? – sorriu carinhosamente. – Sou Izayoi Taisho, a mãe do Inuyasha.
– Olá, sou Kagome Higurashi senhora Taisho, prazer. – me apresentei.
– Somente Izayoi, Kagome-Chan. – ela sorriu.
– Izayoi. – sorri, ela havia sido gentil.
– E aonde estão indo? – ela pôs as mãos na cintura.
– Estou indo levar a Kagome em casa, mãe. – Inuyasha me puxou, fazendo com que terminássemos de descer as escadas. Sim, ainda estávamos parados lá.
– Não quer comer, querida? – ofereceu pegando minhas mãos e segurando entre as suas.
– Não precisa se incomodar Izayoi... – comecei, mas ela me interrompeu.
– Só sai daqui depois que comer alguma coisa. – ela começou a me arrastar para a cozinha. - A proposito, eu não gosto nem um pouco da sua irmã. Você é muito mais bonita que ela. – a senhora Taisho olhou para mim e sorriu.
– Ãhn... Obrigada. – murmurei sentindo meu rosto esquentar.
– Hm... Vamos comer bolo. – Inuyasha passou por nós correndo em direção a uma bandeja que continha um bolo.
– Se hoje não fosse dia da Pizza, lhe bateria com uma colher de pau. – Izayoi estreitou os olhos e eu tentei reprimir o riso da cara de assustado do Inuyasha.
– Senhora T... Izayoi não precisa se preocupar, nem tenho fome. – comentei.
– Querida, se não comer vou bater em você com a colher de pau. – o olhar dela foi maligno. – Agora se sinta a vontade. – e então sorriu de novo.
– Ok. – sorri amarelo. – Vamos comer.
X-X-X
Depois de comermos bolo, bebermos suco e ficarmos conversando com a Sra. Taisho, Inuyasha me levou para casa.
– Me lembre de nunca tentar negar nada para a sua mãe. – comentei antes de sair do carro, ele havia parado na esquina, para que Kikyou não nos visse.
– A colher de pau é maligna. – ele deu risada. – Te vejo amanha?
– Claro. – suspirei. – Obrigada. – agradeci sorrindo sinceramente.
– Por...? – ele franziu o cenho confuso.
– Por me fazer esquecer um pouco dessa realidade, definitivamente obrigada Inuyasha. – respondi fechando a porta e seguindo em direção a minha casa. Depois de uns 3 minutos caminhando, cheguei a frente à porta de casa e esta estava muito barulhenta. Entrei e vi alguns adolescentes dormindo no chão, dois em cima do sofá em uma cena um tanto que constrangedora, copos de bebida no chão e haviam alguns dançando, fora os que estavam se pegando nos outros cantos da casa. Subi rapidamente para o meu quarto e entrei fechando a porta, melhor trancando-a.
– Tomara que meus pais não cheguem... – murmurei tendo um mau pressentimento. Soltei os meus cabelos e tirei os sapatos. Fui em passos lentos até a minha cama e me deitei, tirando o óculos e o colocando na cabeceira da cama.
– Um dia você verá o quão brilhante as estrelas são, Kagome. – uma senhora de cabelos grisalhos e olhos claros murmurou. – Aqui na cidade elas são confusas, você nunca sabe se são estrelas, ou aviões. – ela deu risada.
– Elas são tão lindas... – uma garotinha de media 08 anos murmurou encantada, estavam na varanda de casa quase 02h00min da madrugada, mas não tinha medo sua avó estava ali com ela.
– Sabe Kagome, estrelas são como pessoas. Cada uma tem seu brilho e sua função aqui na Terra. – a senhora olhou para a neta. – Não deixem que ofusquem o seu brilho, ou você fará falta um dia.
– Sim senhora. – a menina sorriu e logo em seguida bocejou e esfregou os olhos. – Amanha me ensina aquela canção? – murmurou com sono.
– Ogni volta che si vuole, la mia principessa.* – a avó sorriu. – Vamos entrar, está tarde.
Lagarta na árvore
Como você sabia quem seria?
Não pode ir longe
Mas você sempre pode sonhar
Desejar você pode e desejá-lo pôde
Não se preocupe, aguente firme
Eu te prometo
Chegará um dia
Borboleta voe longe
Borboleta voe longe (Borboleta voe longe)
Cantei fechando os olhos, uma sensação de paz invadiu o meu ser, lembrar-se da minha avó me deixava assim, com a sensação de reconforto.
– Mia nonna ... Il mio punto di pace.* - murmurei antes de adormecer.
Ogni volta che si vuole, la mia principessa: Sempre que você quiser, minha princesa.
Mia nonna ... Il mio punto di pace : Minha avó... Meu ponto de paz.
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