História Fuego do Amor - Camarim

Paola Carosella

Estava me preparando para dormir quando meu celular apita, sinalizando uma mensagem. Era ele.

"Hoje no supermercado foi engraçado demais, Paola. Carine ta morrendo de ciúmes, e eu to rachando de rir dessa porra!"

Não me segurei e ri na mesma hora.

"Fiquei com medo como você reagiria a situação. Fiz para provocá-la."

"Porque reagiria mal, Paola? Eu te conheço, e sei que fez aquilo para irritá-la, e pelo visto conseguiu. Hahahahahha"

"Kkkkk. Ela ainda está aí?

Já era tarde da noite, e resolvi perguntar. Mesmo aquilo não sendo da minha conta.

"Não. Ela foi embora. Porque quis saber?"

Não deveria ter mandado. Transpareceu ciúmes para ele, mas agora estava feito.

"Nada. Só quis saber, ué."

"E se ela tivesse aqui comigo? Você ficaria com ciúmes?"

"Ah Fogaça... Ela é sua namorada, não tem o porque de ter ciúmes."

"Não minta pra mim, Senhorita Carosella. Aliás to com saudade de você."

"Saudade? Nós nos vimos hoje, seu maluco."

"Você sabe do que tenho saudade... dos seus beijos, dos seus toques, de você falando sacanagens no meu ouvido em espanhol..

Sem perceber, arregalei os olhos olhando para a tela do celular e gelei. Eu também estava com saudades dele, mas não queria transparecer.

"Está na hora do tatuado dormir, já esta tarde."

"Eu durmo tarde, Senhorita. Aliás, fico fazendo coisas de madrugada pensando em uma Argentina.

Sorri.

"Como essa Argentina é?"

"Humm... Ela é alta, dona de um corpo gostoso pra caralho..Seus cabelos são cacheados acima dos ombros, lindos. Seus olhos brilham transmitindo luz e amor por onde passa, e seu sorriso.. ah, o seu sorriso, uma das coisas nela que eu mais gosto é seu sorriso, não tem como explicar em palavras.

Me emocionei com aquilo. Olhava para o celular em minha frente. Tentei digitar palavras em agradecimento, mas logo apagava. Ele me tirava dos eixos quando me elogiava.

"Paola? Ainda ta ai???"

"Estou, Fogaça. Preciso ir dormir. Obrigada pelas lindas palavras..."

Acabei enviando só isso. 

"Só disse a verdade.. Também vou indo, durma bem, meu amor."

"Você também. Beijo.

"Beijo na boca."

Ele encerrou.

Ri com sua ultima frase, balançando a cabeça em negação. Ele não tinha mesmo jeito.

Arrumei meus cobertores, pois a noite estava fria em SP. 

Quando me deitei, olhei para o lado vazio da minha cama, e me lembrei que no final dessa semana, Jason estaria ali deitado comigo. 

Mas no fundo, a única pessoa que eu queria que estivesse ali, era Henrique Fogaça.

Henrique Fogaça

Depois da troca de mensagens com Paola no celular, fui tentar dormir. Não estava dormindo muito bem de uns tempos pra cá. E a culpa era de Paola. Realmente como falei nas mensagens, toda madrugada fico pensando nela. Mesmo a gente não ter ido para cama depois de alguns anos, tudo o que já fizemos, estava em minha mente. Quando estamos juntos, não tem como disfarçar a tensão sexual que rola entre nós. E eu adoro isso. Sinal que temos química. E uma baita química.

Virei para o canto e depois de alguns minutos, caí no sono.

- PRÍÍÍÍN, PRÍÍÍÍN, PRÍÍN. 

- Ai que caralho de despertador. — Peguei o celular e desliguei aquela merda.

Hoje iria ter gravação do programa logo cedo, então me levantei com muito custo, fui no banheiro, lavei meu rosto, escovei os dentes e fui direto ao quarto me arrumar.

Escolhi uma blusa do oitão, bermuda e pronto. Porque de qualquer jeito mesmo, na band eles nos dão outras roupas para gravar.

Acordei João para a escola e fomos.

- Tchau pai. — João se despediu abrindo a porta do carro.

- Tchau filhão, boa aula. 

Sai dali em direção a band. 

Estava na metade do caminho quando meu celular toca.

- QUE PORRA. 

Era Carine.

Pensei em ignorar mas achei melhor não.

- Oi, Carine. — Fogaça atendeu sem demonstrar desânimo.

- Oi amor. To aqui na band. Cadê você pra gravação? — Carine perguntou animada.

- VOCÊ TA AONDE???? — Fogaça gritou irritado.

- Na band. Hoje irei acompanhar as gravações.

- Porque você não me avisou?

- E qual o problema? — Carine mudou o tom de voz.

- Nenhum. Estou quase chegando. Beijo.

Desliguei sem deixar ela responder.

Não é possível que essa mulher vai ficar aquele carrapato de novo em mim. Odiava isso, e ela sabia.

- PORRA, VAI SE FUDEEEE! — Fogaça batia as mãos no volante irritado.

Paola Carosella

Cheguei na band e não vi o carro de Fogaça. Então fui direto ao camarim de Ana. Queria contar pra ela o que fiz. Eu parecia uma criança feliz que acabou de ganhar um presente.

Passei pelos corredores cumprimentando todos do estúdio. Quando cheguei no camarim de Ana, bati na porta.

- Entra, Paola. — Ana gritou.

- Como você sabe que sou eu? 

- Só você vem no meu camarim antes do programa. — Ana respondeu abraçando a amiga.

- Como você está? — Paola perguntou.

- Estou bem. E você? Pelo visto ta feliz.. olha esse seu sorrisinho no cantinho dos lábios.. — Ana falou enquanto apertava as bochechas da Argentina.

- Encontrei Fogaça, João e Carine no supermercado ontem.. E meio que a Carine sentiu um ciúmes da gente.. — Paola falou baixo enquanto colocava as mãos na boca segurando o riso.

- Eu te venero, Paola Carosella.. — Ana deu um tapa no bumbum de Paola.

Ambas riram.

A porta bateu.

- Ana? Daqui a pouco vão começar a gravar. — Fogaça a chamou.

- Entra, Fogaça. To com companhia. — Ana falou. Paola xingou a amiga e deu um tapa no braço fino da mais baixa. Ana riu com aquilo.

Fogaça entrou e nos olhamos.

- Bem, vou deixá-los, sozinhos. — Ana saía de fininho.

Fogaça riu com aquilo enquanto eu estava irritada.

- Você me paga. — Paola disse para Ana.

- Que nada. E ó, não demorem nem borre muito o batom da minha amiga, Fogaça. — Ana soltou.

- Pode deixar, — Fogaça respondeu meio sem jeito. Ele entrou ali para falar que Carine estava lá, e não esperava encontrar Paola ali.

Me aproximei de Fogaça segurando na gola de sua blusa xadreza. Ele me olhou assustado.

- Que foi? — Paola perguntou já cheirando o pescoço de Fogaça.

- Carine ta aqui. 

- QUE? — Paola perguntou incrédula.

Me afastei dele.

- Não sabia que ela viria. — Fogaça puxou o pulso de Paola para ambos se olharem. E ficaram ali, um olhando no fundo dos olhos do outro. Paola havia acreditado nele apenas com o olhar que ele havia dado para ela. 

- Não precisa ficar com ciúmes, apenas vamos ter que nos controlar em frente as câmeras. Sem muitos olhares. — Fogaça subia sua mão nas costas de Paola, a acariciando ali. Apertou sua cintura de leve e Paola arfou. Fogaça a encarou, e juntaram suas testas. 

- Eu gosto tanto de saber que você tem ciúmes de mim. — Fogaça colocou sua mão ao redor do pescoço de Paola. 

- E quem disse que eu tenho ciúmes? — Paola falava com dificuldade.

- Tem certeza que não tem ciúmes quando eu aperto a cintura da Carine assim? — Fogaça apertou a cintura dela. — Tem certeza que não tem ciúmes se eu puxo o cabelo dela assim? — Fogaça adentrou seus dedos por debaixo do cabelo de Paola e o puxou para baixo. Paola estava com suas mãos no peito de Fogaça. Ás vezes beliscava o local, e ás vezes apertava. 

- Nã-ão, eu não tenho.. — Paola falou com dificuldade devido a proximidade de suas bocas e ao calor do local.

- E quando eu beijo ela assim? — Fogaça rapidamente a puxou para um beijo de tirar o fôlego literalmente. O beijo começou quente e sensual. As línguas se encontravam, e cada momento que se tocavam, era como um xoque elétrico que ambos sentiram. Enquanto se beijavam, Paola levantou uma de suas pernas para a cintura de Fogaça, e ele rapidamente segurou a coxa de Paola e começou a massagear ali. O beijo era como se eles não se beijavam a anos. Beijo urgente. Paola encerrou para buscar o ar, com mordidas no lábio de Fogaça. Logo, ele começou a morder o lábio inferior de Paola também. Eles se separaram aos poucos. Precisavam se recompor e irem gravar.

- Se você beija ela dessa maneira, aí sim, tenho ciúmes. — Disse Paola piscando para ele e sorrindo, mostrando suas covinhas. Fogaça se aproximou dela novamente. A fazendo encostar na parede do camarim. Ele chegou perto do ouvido de Paola soltando seu ar quente.

- Eu jamais beijei alguém assim como beijo você. — Ele disse a encarando.

Paola sorriu. E Fogaça também. Um sorriso tímido, e ao mesmo tempo malicioso.