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História Gata Boralheira - Cinderela


Escrita por: InfiniteVitium

Notas do Autor


Criticas construtivas são bem vindas. Se quiser que a história continue comente algo, até um simples "continua plmmds!!".

Capítulo 1 - Cinderela


Meu nome é Cinderela, o motivo eu nunca soube e se eu pergunto para minha mãe, ou ela responde porque sim, ou me manda parar de tagarelar e continuar a limpar a mesa. Bom minha vida é horrível e não eu não preferia estar morta. Acredito que todos nascem por um motivo e eu acho que não nasci apenas para ser a serva de minha mãe.

Já tentei pedir ajuda para alguém, mas não tenho muitas pessoas a quem pedir ajuda. Meu pai está preso nas masmorras do rei Leopoldo, minha tia é uma fofoqueira mentirosa, já existiu o tempo em que eu confiava nela, porém ela traiu a minha confiança e mentiu para toda a minha família e toda a vila dizendo que eu estava bebendo vinho escondida e praticando adultério. Depois disso nunca mais confiei nem em um suspiro dela, mas obviamente passei semanas trancada em casa e de noite não conseguia dormir porque jogava toda a minha dor e sofrimento para fora chorando e chorando deixando meu travesseiro encharcado.

A única pessoa que eu posso confiar é a minha avó, ela é como uma fada madrinha rechonchudinha e quando estou doente ou prestes a desmaiar por conta da tensão e do trabalho duro, ela sempre sabe o que fazer para eu ficar melhor. É como magia. Também tenho uma prima, que por ainda ser uma criança muito nova e inocente não me maltrata igual a todo o resto da família.

Além de tudo isso, minha querida mãe Cornelia, teve duas filhas depois que meu pai fugiu, quando eu era ainda muito pequena e nem conseguia pensar que meu pai era alguém mau, sempre pensei que ele era o meu herói, uma espécie de Robin Hood. Porém fui enganada pelos meus sonhos.

Essas minhas irmãs são quase tão megeras quanto a minha mamãezinha, porém elas ficam no meu pé o dia inteiro. Ana e Giulia nunca em um milésimo de segundo pararam de me irritar. Às vezes fico pensando que quando ainda estavam na barriga de minha mãe elas já planejavam as torturas e brincadeiras sem graça.

Desde que tenho 10 anos e comecei a fazer todo o trabalho doméstico, as cobrinhas me atazanavam. Lembro que quando eu estava no jardim varrendo as folhas do outono naquele ano, dois dias depois de meu aniversário, elas me irritaram até eu não suportar mais, como eu gostaria de poder voltar no tempo e desfazer tudo o que fiz e tentar suportar elas. Ana veio perto de mim e começou a tortura com aquela vozinha irritante de chocalho.

–Cinderella, por que seu nome é tão feio? – Eu apenas ignorei e continuei a varrer as folhas, até que Giulia a mais gorda das duas decidiu continuar, enquanto ela lambia um pirulito colorido.

–E por que você tem pés tão pequenos que parecem de ratos?

Odiava quando me comparavam a ratos, tá certo que eu já tive alguns de estimação, mas isso não significa que eu seja um.

Ana chegou mais perto da pilha de folhas que eu estava varrendo e ficou de um lado dela, enquanto Giulia foi se posicionando na outra extremidade, as malditas ruivas começaram a falar sem parar com suas vozes irritantes.

–Então é por isso que tem pés pequenos e unhas tão grandes, é porque é um rato, deve ter sido mordida quando ainda era um bebezinho e ai ficou igual a eles.

Eram tão idiotas, que mal sabiam que estavam chamando nossos pais de ratos. Giulia olhou ao redor e com seu olhar malicioso falou.

–Acho que ela não está ligando para as nossas provocações hoje, que tal chamarmos Lúcifer para matar todos os ratinhos dela? Assim não terá mais que respirar o mesmo ar que aquelas coisas e aí vai ficar bonita que nem nós.

Odiava aquele gato no meu quarto, ele sujava tudo e quando mandavam ele caçar os ratos ele deixava as carcaças dentro do meu armário, como um aviso para não cuidar mais deles.

 –Vocês não vão fazer isso, se não eu conto para Cornelia.

Nunca podia chamar nossa mãe de mãe, ela dizia que não queria que percebessem que eu era filha dela, como se isso fosse algo ruim.

–Contar o que? –Perguntou Ana – Que nós queremos lhe ajudar? Não seja mal-agradecida, tudo o que fazemos é para lhe ajudar irmã.

E como sempre antes de terminar suas falas e começarem a agir as duas arrancam um fio de meu cabelo loiro, eu joguei a vassoura de palha no chão e corri atrás delas. Como sempre aquelas meninas calculistas de sangue frio armaram tudo para eu me dar mais mal do que se eu deixasse elas fazerem sem minha interrupção.

As duas ruivas idiotas corriam por cima dos montes de folhas que eu juntava desde que acordei, e eu corria atrás espalhando mais ainda, não que isso não bastasse elas gritavam e gritavam para todos na casa acordarem, não iria demorar muito e minha mãe iria aparecer para brigar comigo, apenas comigo.

Quando estávamos perto de entrar na porta dos fundos do quintal, nossa mãe estava ali parada na porta e as duas cobrinhas foram para atrás da naja.

–Mamãe, ela brigou com a gente só porque queríamos ajudar a juntar as folhas. –

Mentirosas, aí se eu pudesse bater nelas, elas começavam a fazer biquinhos e chorar igual hienas.

–É verdade mamãe e só porque queríamos ajudar ela derrubou todos os montes de folhas.

E num uníssono perfeito elas dizem:

–Nós só queríamos ajudar.

Como sempre, nossa mãe acredita nelas.

–Você... PASSOU DOS LIMITES CINDERELA! DE AGORA EM DIANTE, VOCÊ NÃO SÓ LAVARÁ AS LOÇAS, IRÁ LIMPAR ESSA CASA DE CIMA A BAIXO E FAZER A COMIDA! Isso até é bom, iremos economizar com criados.

EU não conseguia acreditar, como ela podia fazer isso? Com sua própria filha, uma criança?

–Mas... Mas... Elas estão mentindo você não consegue ver isso, as duas fazem isso todos os dias! E você não percebe!

Ela me olhou com aquele olhar de superioridade e levantou o dedo indicador para cima de mim.

–Mocinha, isso é mentir e não tolero mentiras suas, sempre você diz isso mas eu não consigo achar nenhuma prova aqui.

Ela então se virou e começou a andar com as duas dos seus lados.

–No dia que me provar uma dessas mentiras, eu iriei acreditar em você.

Enquanto a megera andava e perguntava se as ruivas fingidas estavam bem, Giulia me mandou uma língua e jogou seu pirulito ainda na metade no chão para dificultar o meu trabalho.

Foi assim, que o inferno que eu chamo de vida, começou. 



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