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História Gelado. - Ato IX


Escrita por: Takkano

Capítulo 9 - Ato IX


Anya corria desesperada pelo corredor do centro de patinação. Mal abriu a porta do banheiro e a jovem vomitou ali mesmo, bem na entrada. As pernas cederam e mesmo passando muito mal ainda, arrancou o casaco que usava limpando tudo aflita. O cheiro e a visão do pano sujo, apenas contribuiu para que ela vomitasse de novo , e de novo. Trancou a porta pelo lado de dentro, pouco se importando se alguém precisasse usar o local. Sentou ali e começou a chorar. Seu mundo começava a ruir, e levaria pelo menos mais duas pessoas junto.

Estava grávida, e não poderia ser descoberta. Precisava achar uma saída segura para aquilo, e rápido; o tempo estava correndo.

Em sua busca desesperada, o único meio acessível que encontrou foi uma clínica clandestina, escondida na área mais isolada da cidade. Uma senhora muito distinta e amável disse que ela não teria problema algum caso tomasse os cuidados necessários e mantivesse todo o sigilo possível.

Anya não queria que ter que chegar aquele ponto. Não mesmo. Ir contra seus princípios, de que a vida, era coisa mais importante neste mundo tão perdido. Mas se salvasse uma destruiria duas, três, quatro; até mais. Então estava realmente fazendo a coisa certa, não é? Se não fizesse, Georgi a odiaria para sempre, Victor entraria em colapso, Yakov e Lili, além de toda a equipe, que agora eram a sua única família, também a abandonaria. Tinha que confessar que não gostava de Victor, já que o rapaz era o protagonista de uma história de amor que deveria ser sua. Mas, apesar de gostar de jogar na cara de Victor o fato dele não poder ter Georgi só para si, ela sabia que o ex patinador estava em um momento conturbado e frágil, e não seria ela a culpada por terminar de despedaçá-lo. Enquanto caminhava até o local indicado, ficava se questionando sobre suas prioridades.

Ao chegar o local indicado pela senhora, notou que se tratava apenas de uma casa um pouco grande para os padrões do bairro. Como já havia sido instruído antes, a moça entrou naturalmente sem se anunciar ou chamar por ninguém. Desceu uma imensa escadaria e sumiu pelos enormes e mal iluminados corredores.

Agora ali, bem no interior do local, é que Anya começava a perceber a terrível situação em que estava se metendo.

O lugar não era nem de longe adequado para realizar o tipo de procedimento que oferecia. Pelo corredor parcialmente escuro, Anya podia ver várias macas, quebradas, imundas, sujas, inclusive de sangue. Algumas seringas e até mesmo um estetoscópio, foram vistos espalhados pelo chão. Tentando ignorar toda aquela cena de horror, seguiu até a porta com o número que foi indicado pela senhora. Mas, ao passar pela porta do suposto consultório, susto foi ainda maior.

A mesma senhora que vendia frutas na feira e que indicou o local, era a mesma mulher que agora colocava as luvas e sorria de forma medonha. Na pequena sala, Anya via vários objetos estranhos espalhados por todo canto. Um que chamou muito a tenção da moça foi uma grande pinça disposta dentro de uma bacia metálica. A senhora ao notar o olhar insistente de Anya sobre o objeto, rapidamente o removeu, colocando-o em uma gaveta.

– Não se preocupe querida, não será necessário; no seu caso – a mulher completou retirando o lençol sujo de sangue de cima de uma outra mesa. Anya olhou ao redor. Estava em um açougue. Era óbvio que não sairia bem dali; talvez seus problemas apenas triplicassem.

– Ah pensando bem acho que preciso pensar melhor no caso. - Anya disse rápido já abrindo a porta na intenção de sair dali o quanto antes.

A velha senhora estreitou os olhos de uma forma ameaçadora, antes de grudar no braço de Anya.

– Você não pode sair assim, precisa se livrar desse peso. - de repente a mulher pareceu descontrolada. – É apenas uma vida, certo? Se você está aqui, deve ser porque está pensando em mais alguém; no pai, não é mesmo?

Anya paralisou. A mulher tinha razão, Georgi jamais a perdoaria. Ele odiaria ela e a criança se por causa deles, perdesse Victor para sempre.

– Eu… eu… - a velha sorria vendo a confusão em que Anya se perdia. Os clientes mais perturbados e confusos eram os que sempre acabavam cedendo no final.

Um estrondo muito alto foi ouvido seguido de muita correria. Antes que Anya pudesse pensar a porta foi chutada com força.

– Polícia todo mundo pro chão! Agora!



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