Aquele sábado amanheceu ensolarado e com céu limpo. À mesa do café-da-manhã, o casal conversava animado:
— Acho que é possível reequilibrar o escritório. — Mario estava otimista.
— Me preocupa mesmo é a nossa qualidade de vida. — Isso importava para Elizabeth.
— As meninas estão sobrecarregadas, não sei como estão aguentando.
— Ué? Com a gratificação que estão recebendo — esclareceu a esposa.
Ao lado, Renata tomava café com leite e comia torradas com ovos mexidos, mas atentava para a conversa dos pais.
— Mesmo assim, é insalubre. Precisamos resolver isso.
— Quando diz isso, acha que podemos ser acionados na justiça, certo?
— Correto.
Então a garota falou:
— Desculpem por eu me intrometer, mas estão falando sobre o escritório, não é?
— Sim, Renata. Desculpe tratarmos desse assunto à mesa.
— Não tem problema. Se eu puder ajudar em algo…
Os pais se entreolharam.
— Bom, já que se ofereceu… — E Mario começou: — A situação é a seguinte…
Após minutos ouvindo o pai sobre a situação do escritório, ela ponderou e respondeu:
— Se quiser manter a qualidade de vida, aliada à lucratividade, precisará contratar mais funcionários. Nesse momento, precisa, no mínimo, dobrar a quantidade deles.
— Eu pensava nessa possibilidade — confessou o pai.
— Mas é quase certo que essa ideia já seja obsoleta. Inclusive pela frequência com que novas empresas aderem ao seu escritório.
— Pai, é contratar e observar.
— Você sugere alguma forma de recrutamento e seleção? — perguntou Elizabeth.
— As funcionárias atuais talvez conheçam quem tenha experiência nessa área e esteja precisando do emprego. Só peçam que não comentem sobre os benefícios extras.
— Por quê?
— Ora, papai. Podem surgir pessoas que se comprometam exclusivamente com esses benefícios. E convenhamos, com o que vocês estão pagando, até eu me candidataria à vaga. — Renata gargalhou, mas os dois ficaram calados. — O que foi? Por que estão me olhando sérios?
Desde aquela conversa, se passaram três semanas. O projeto foi levado ao grupo de industriais e aprovado de forma unânime. Qual foi a primeira medida de Mario? É claro! Contratou Renata. Em dias, a garota estava integrada ao cotidiano da Andarate, e como a nova gerente conhecia as rotinas e nuances da empresa. A ela foi conferido o mesmo poder dos donos, tanto para intermediação de negócios, análise de pedidos, contratação de pessoal. Renata era plena. Dessa forma, contratou mais quatro colaboradores, com três pessoas em cada turno. O escritório agora operava das 7h às 19h, tendo um rodízio entre Mario, que ficava até as 11h, Elizabeth, que ficava até as 15h e Renata, que ficava até as 19 h. Esse planejamento foi benéfico para todos os envolvidos nas operações da Andarate.
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