História Gírias - Único

Quando Hoseok chegou em mim naquela festa em 2014 com um sorriso contagiante e com a gíria tremendão, eu juro que não teria me apaixonado logo de cara se soubesse qual fim desolador nosso romance teria. 

A falta que sinto toda vez que lembro de uma gíria tosca como chocrível ou grilado é sufocante. 
É tanta, mas tanta saudade de escutar um: "amor, para de ficar pianinho e vem se enturmar" ou: "eu to ficando pistola, já". 

As gírias me dão uma tremenda falta da voz dele. 

É meio bobo achar que tudo está perdido. Ele deixou bem subjetivo que era apenas um tempo pra "segurar a barra!". Mas, que barra? 

É impressionante o quanto ele se afastou aos poucos e logo depois disse que estava tudo meio bode. 

Mas, não! Eu não sinto falta dele. Sinto falta apenas da sutil forma que aquelas gírias se tornaram parte do meu cotidiano que se tornou difícil não poder as usar no meu dia a dia com ninguém. 

Foi tão patético no dia em que eu escutei pela segunda vez uma daquelas gírias... Onde fugimos de casa para nos encontrar em uma noite chuvosa e a primeira coisa que ele me disse foi: "batata descer essa janela, né?". Eu juro que foi ridículo e eu teria rido se fosse nos dias de hoje. Mas, não! Eu apenas achei aquilo maravilhoso, uma ótima expressão e beijei o rosto do outro como se ele tivesse falado a coisa mais fofa do mundo. 
Ainda naquela noite ele teve que dizer: "para de chorumelas, Yoongi, seus pais não vão brigar" e eu nem dei risada. Me deixei ser acolhido por seus braços como se fizesse todo o sentido. 

Quando Hoseok chegou em minha porta e usou a mesma expressão quando eu disse que poderíamos tentar fazer dar certo e ainda disse que eu era muito piegas eu quase chorei porque não foi nenhuma gíria pra me deixar feliz. Foi um "eu to duca, você que está desesperado". 

Mas não importa para meu ex namorado pelo qual não sinto falta. Não poder usar aquelas gírias era bem mais triste do que perder meu amor.