Era de tarde, Sexta feira e o ultimo dia do mês, parecia que tudo estava programado para ser o último, e realmente estava.
Chegava do trabalho árduo, Elisabeth já estava em seu carro quando recebe uma ligação, era sua irmã.
- Eu não poderia estar atendendo isso, sabe que horas são?
- Pare de ser tão fria irmã, quero saber se você está chegando em casa, pelo jeito já descobri.
- Descobriu, então se me der licença tem um marido que me espera em minha casa.
- Não, espera!
- Diga, rápido, Yejun vai ficar preocupado.
- Por falar nisso... ele está bem? faz tanto tempo que não o vejo, sinto tantas saudades...
- Seu marido está bem, sua estúpida.
- Que agressão para uma pergnta tão simles. Nunca foi fácil lidar com esse seu temperamento... espero que ele esteja realmente bem.
- Ele está, eu garanto.
- É bom mesmo. Então tudo bem, onde você está?
- Preocupada comigo?
- Estou procurando assunto.
- Não quero assunto, pode desligar.
- Argh, Apenas responda.
- Estou a caminho de casa, mas ainda longe. Ou estava indo para casa, antes de receber uma ligação.
- Isso é bom, longe de casa hm... longe de Yejun? ele está sozinho?
- Eu não gosto dele, não me importo.
- Deveria gostar, como eu gosto.
- Eu não sou você Elisabeth, podemos ter trocado de cidade, mas eu nunca vou ser você. Nem essa vida é minha, ah...
- Não sei o que Yejun viu em você.
- Ele viu você Elisabeth, ele te viu.
- Provavelmente... Mas não se preocupe, ele não deve gostar de você tanto assim.
- Espero mesmo.
...
- Como é viver ai? aposto que está aproveitando tanto quanto eu aproveitava. - Diana dizia com um certo rancor em sua voz. -
- Não quero dizer nada sobre isso.
- Obviamente, não queria tocar nesse assunto.
- Então pronto. - um silêncio toma conta do ambiente antes de Elisabeth dizer algo - sente saudades da sua irmãzinha?
- hmm... Sabe, o dia em que decidiram me trazer a essa cidade, e me deixar longe de você, eu estava feliz.
- Acho que não está mais.
- Você me liga todo dia, qual a diferença de ter você aqui ou do outro lado do país?
- A diferença é não ter que ver seu rosto sempre tão triste e acabado.
- Esse rosto é o mesmo que o seu, e não sou tão velha para ter rosto assim, tenho apenas 20... Mas esquece isso, Como estão nossos pais?
- Estão ótimos, estão terminando de pagar a faculdade de nosso irm-
- Seu irmão.
- Diana, ele é seu irmão também, sabia? - Elisabeth apenas suspirou profundamente - Que implicância... Já está casada com Yejun?
- Sim, estou. vi que você vai se casar com Lee, você é simplesmente uma nova Elisabeth.
- Pare, Diana, sou a mesma pessoa de sempre... quando Yejun puder vir eu log-
- Você logo o que? vai armar um processo contra mim por estar casada com ele?
- Pare de me cortar! - Dizia afinando sua voz em desaprovação - vamos dar um jeito, e nem era isso que ia dizer.
- Aposto que não, pois quero ganhar. - Mais uma vez, o silêncio tomou conta do local. -
- Diana, você já tem carteira de motorista?
- Já, tirei com 16 anos. Quando eu ainda morava aí, e você? Seu motorista te leva para os lugares?
- Como você...
- Tsc, eu já fui cantora Elisabeth.
- E ainda assim preferiu tirar carteira?
- preferi, não gosto de depender das pessoas. Mas acho que não importa tanto agora.
- Dirigindo ao telefone? - trocou de assunto -
- Estou estacionada, não sou tão burra. Mas queria mesmo era ignorar sua ligação.
- Não ouse fazer isso, hm?
- Nunca com uma estrela como a senhora. - Diana riu, mas um riso de deboche - eu não ligo pro que você quer que eu faça ou não, nem sei porquê continuo na ligação.
- Você continua porquê não vai desligar.
- Devo ser isso mesmo. Mas sua voz me da náuseas.
- Sempre tão carinhosa, tenho dó de Yejun.
- Deveria ter dó de mim, vivendo sua vida precária e simples, a minha era bem melhor que isso. Eu tinha tantas coisas para conquistar, ser cantora era bom.
- Acho que não seria nada, mas eu cansei, você tem... não, você PRECISA entender, você não sabe cantar.
- O que?
- Você não sabe cantar, Diana. - Elisabeth disse com certeza - por isso vim te substituir, você não sabe cantar. Queria dizer logo, você não para de reclamar e está começando a irritar.
Elisabeth estava agora cansada, cansada de não poder ouvir sua irmã conversar como alguém normal sem nem reclamar, era algo que deixaria qualquer um zangado, ser tratado com tanta raiva sem ter feito nada, e ouvir sempre a mesma coisa como se mudasde algo.
- Você é ridícula, eu sei cantar sim! bem melhor que você!
- É? então porquê sou eu quem estou seguindo a vida de cantora no seu lugar? ah sim, talvez seja porquê você saiba cantar tão bem que precisaram te substituir, e como você é bonita e precisavam de alguém assim recorreram a sua irmã gêmea.
Elisabeth estava irritada agora, e não era diferente com Diana que estava sentindo algo inexplicável, uma raiva imensa dentro do seu peito e uma vontade de gritar ali mesmo, mas apenas respirou profundamente e manteu a calma, falando normalmente.
- Eu não pedi pra ter uma irmã gêmea, sabe? eu poderia viver minha vida normalmente.
- E você acha que eu pedi pra ter uma irmã gêmea?
- Oh, desculpe senhorita. Deve ser bem decepcionante "trocar" de vida comigo, que era simplesmente a pessoa predestinada ao sucesso. Agora Elisabeth, agora é você.
- De novo falando sobre isso? Diana, nós não trocamos de corpos, pare de exagerar!
- Eu não queria casar com Yejun! eu digo que o amo, mas são palavras vazias, sem sentimento, sem nada!
- Você está me escutando? não foi decisão minha vir pra cá, tá? - Elisabeth tinha um tom de choro em sua voz. -
- FOI SIM! você acha que sou tola? eu ouvi você falando com nossa mãe que queria ter uma vida melhor e JUNTO comigo, mas acho que ela não entendeu isso. - Sua raiva se duplicou ao ouvir a voz de sua irmã como se fosse a mais inocente na história -
- PARE DE GRITAR, DIANA.
- Você simplesmente roubou minha vida, sem sequer um poder ou magia Elisabeth, você sempre me liga, e sempre é tão igual... me devolve...
- Desculpe, eu não posso devolver algo que nunca foi seu justamente, Diana. Você não tem talento algum, então eu... - Elisabeth foi cortada-
- CHEGA ELISABETH, CHEGA!
- PARE DE GRITAR - seu tom de voz foi se acalmando - Eu não liguei para brigar...
- EXATAMENTE - Diana estava ofegante, procurando forças para falar, depois de algum tempo em silêncio e respirar profundamente, teve coragem para terminar aquela ligação. - então acho melhor você desligar.
- ... Eu vou, e não espere uma ligação novamente.
- Nunca esperei.
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