1. Spirit Fanfics >
  2. Glass Animals >
  3. Glass Wolf

História Glass Animals - Glass Wolf


Escrita por: DanteParis

Notas do Autor


Não é muito diferente da minha antiga fanfic Yuri ''Ice Flakes", mas eu garanto que é mil vezes melhor, tanto na história quanto na forma de escrita, afinal eu evolui muito de uns tempos pra cá.
Boa leitura, deixe um comentário ( isso sim é valorizar o meu trabalho :D ).

Capítulo 1 - Glass Wolf



(Lasciate ogne speranza, voi ch'intrate.)
Eu traguei a taça de vinho. Não era vinho, na verdade era suco integral de uva e parecia vinho. Eu me espreguicei no sofá. A televisão passava um programa chato sobre  o período de acasalamento dos hipopótamos somalianos. E aquilo estava me dando sono. Já começava a noite lá fora. O apartamento era grande, quase luxuoso. Meu pai estava financiando no meu nome mesmo eu implorando pra ter um apartamento menos caro. E ele dizia: ''Tudo de melhor pra minha filha linda''. Uma das vantagens de ser filha única. Mas não posso reclamar, afinal tinha um cartão de crédito com o limite de mais de seis mil euros, assim eu só precisava focar na minha faculdade de farmácia. E eu estava indo muito bem até agora. Mas mesmo assim eu me sinto sobrecarregada com os estudos as vezes, assim como qualquer outro ser humano. Na maioria das vezes eu saía com algumas amigas para beber ou fazer outra coisa. E as vezes Alice estava lá. Eu e Alice nos conhecemos na sexta série. Nós crescemos juntas e fomos melhores amigas até hoje. Lembro que na oitava série eu descobri que a amava. Gostava do jeito que ela roía as unhas das mãos, as vezes sem nem mesmo perceber. Gostava de tratar a sua alergia a chocolate, mesmo ela sabendo que tinha e insistia em comer uma barra de chocolate comigo. Gostava de quando ela era teimosa, e de como fazia para impôr a sua liberdade e independência. No fim do ensino médio ela decidiu ir pra Alemanha cuidar dos seus pais doentes enquanto fazia a faculdade. E quanto a esse amor, sempre tratei isso da melhor maneira possível. Nunca me torturei por ela provavelmente não gostar de mim de volta ou do mesmo jeito que eu gosto dela. Pra mim era até poético. O amor platônico é sim a forma mais pura e sincera de amor. E depois de mais de seis meses sem vê-la, ela ia voltar pra Florença pra passar uns dias. E um desses dias ela iria dormir no meu apartamento. Só eu e ela. Na cidade dos poetas e artistas. E quem sabe eu não me declaro pra ela como um garotinho mimado da quinta série?
Meu celular vibrou. Era Alice.
Eu era pequena, media 1,53 de altura e tinha o quadril largo e a cintura fina. Meu cabelo ia até a região lombar com mechas azul marinho. Eu gosto de azul bem escuro, ainda mais se ele estiver junto com roxo escuro. E eu tinha as unhas pintadas de roxo escuro. Inclusive as unhas dos dedos dos meus pézinhos. Meus peitos eram bem pequenos, eu não usava mais que 13 de busto. Meus olhos eram do castanho mais escuro, como se fossem dois poços pretos sem fundo, sempre atrás de um óculos de grau baixo. Escutei a campainha tocar. Eu nem vestida direito estava, apenas usando uma camiseta GG preta semitransparente e meias amarelas felpudas. E mais nada além disso...
Era Alice. E de em comum entre nós duas só tínhamos o primeiro nome. Eu era serena e pálida. Ela era quente e revoltada. E talvez fosse por isso que não devíamos ficar juntas. Eu era Lua e ela Sol.
Ela estava parada na minha frente no batente da porta, segurando um capacete preto em uma mão e três sacolas pesadas na outra. Estava vestida com um jeans preto e tênis surrado. Usava uma camiseta justa branca por baixo de uma jaqueta de couro masculina marrom clara, e no peito o símbolo da Harley Davidson. Seu cabelo negro não tão longo caía como uma cascata no ombro esquerdo. E ela me olhava de cima, como se fosse superior a mim com uma expressão impassível. Eu me controlei para não beija-la. E tentei conter a minha imaginação fértil demais que fazia meu rosto corar. E ela me olhava sem nem dizer uma palavra a mim. E seus olhos... Olhos de ressaca...? ... Vá, de ressaca. Traziam não sei que fluído misterioso e enérgico, que arrastava tudo para dentro, como a onda que se retira da praia, nos dias de ressaca...
Ela me beijou no rosto e entrou sem dizer uma única palavra. Colocou as sacolas na mesa da sala de jantar e jogou a jaqueta de couro marrom no sofá da sala. Ela me disse:
- Ali, amor, vou tomar um banho rapidinho - Ela foi até o banheiro do meu quarto -, eu tô toda suada!
Eu escutei o chuveiro ligar. Fui até as sacolas. Na primeira tinha um pote de sorvete de maracujá e 33 pacotes de bala de gelatina cítrica, na segunda uma torta de mousse de limão. Eu adorava coisas com gosto azedinho, e ela sabia disso. Na terceira, havia uma garrafa de vodca cara sabor baunilha. Eu não bebia. Fazia questão de me manter pura. Mas até que eu gosto de fazer esses tipos de sacrifícios por ela. Andei até o sofá e me deitei. Me enrolei na jaqueta marrom dela, me envolvendo no seu cheiro. O cheiro era de pêssego e suor. E eu adorei e me agarrei ainda mais a jaqueta. Fechei os olhos e deixei a minha imaginação ir pra onde ela quisesse ir. Imaginei coisas que nem achei que conseguia, e por consequência um calor ia crescendo no meio das minhas coxas. Eu podia ficar ali o resto da noite. Só eu e um pedaço dela.
Eu escutei o chuveiro desligar e me endireitei rapidamente, ficando dois metros longe da jaqueta só por precaução. Ela voltou de meias e com a camiseta branca justa e o jeans preto. E mesmo ela atrás do sofá da sala seus olhos tinham o mesmo efeito sob mim. Os olhos de ressaca. A onda que saía delas vinha crescendo, opaca e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Ela sorriu para mim. Como se percebesse que eu estava completamente hipnotizada pelos seus olhos. Eu recuei e desviei os olhos. Disse, tentando não gaguejar:
- Eu... Vou pedir uma pizza pra nós.
Ela não tirou os olhos de mim e continuava sorrindo. Concordou com a cabeça. Ela pulou no sofá e tirou o celular do bolso. Enquanto conversava com alguém pelo celular e via televisão. Eu fui até o telefone e disquei o número da melhor pizzaria de Florença. A Parisotto Pizzeria. Andei até a janela panorâmica e olhei para baixo enquanto o telefone chamava. Chovia lá fora, assim como um vento forte fazia as árvoes dançarem nas ruas de Firenze. E em frente a calçada do meu prédio a moto de Alice tomando chuva. Uma Dyna Street Bob 2017. A cor era azul escuro metálico e, dependendo da intensidade da luz, ela ficava da cor roxa. Eu não era muito fã de carros e motos e essas coisas, mas aquela moto era linda. E para Alice aquilo era a coisa mais importante da vida dela. E todos nós sabemos porquê. A atendente da pizzaria me atendeu.
- Boa noite, gostaria de fazer um pedido?
- Oi, boa noite! Eu queria pedir uma pizza meia mussarela meia... espera aí, por favor.
Eu cheguei pra mais perto de Alice e perguntei:
- Qual sabor da pizza você quer?
Ela não me deu atenção, apenas continuou lendo as mensagens que vinham aparecendo na tela do celular. Olhei para o celular e vi que ela conversava com o ex namorado dela. O Noze. Eu tinha um ódio por aquele garoto que fazia eu querer gritar. Eu fechei a cara e voltei a janela com o celular no ouvido.
- Oi, eu vou querer meia mussarela, meia pepperoni. Merda! - Eu não consegui conter o palavrão, mas o atendente registrou o pedido e não fez mais perguntas.
Desliguei o telefone. Eu queria parecer que não estava com o ciúme mais intenso que eu já tinha sentido na vida, mas era uma tentativa falha. Eu me sentei no chão da sala encostada na janela de vidro resistente. Fechei os olhos e suspirei. O som das gotas da chuva batendo no vidro me confrotava, pelo menos. Mas eu sentia aqueles olhos do mar bravio em cima de mim. Eu escutei ela dizer, nas palavras mais dóceis e agradáveis que ela conseguia forçar:
- Meu amor... Você tá brava comigo?
Eu bufei. Mas mesmo assim respondi:
- Você ainda fala com esse moleque? Depois de tudo o que ele te fez? Ele sempre te pisou, Alice, ele sempre te diminuiu e você sabe disso! Você me irrita com esse negócio de Noze. Ele nem é tão bonito, eu não sei como que você consegue. Ele não é metade de um homem. É só uma criança. Um moleque catarrento...
Ela ficou em silêncio ainda me olhando com seus olhos de ressaca. Ela disse:
- Eu sei que você quer meu bem, Ali. E você me conhece, baby. Ele quem tá se torturando por mim. - Eu encolhi os ombros, irritada. - Vem aqui.
Me levantei e andei até o sofá da sala. Me sentei ao lado dela. Ela me abraçou pela cintura beijou meu rosto. Eu engoli em seco. De longe aquela sensação era a mais intensa das que eu tinha sentido no mês até agora. Eu tentei não olhar nos seus olhos. Os olhos de ressaca que ainda iam me engolir por inteira. Mas mesmo assim me rendi a tentação. Virei para frente dela. Olhando fundo nos seus olhos. Ela trouxe a mão esquerda pra trás da minha orelha. Apertou a parte de baixo e sorriu pra mim. Eu levantei as sobrancelhas, quase que em estado de choque. Meus olhos estavam arregalados e nem piscar eu conseguia. Só fitava os olhos dela. Ela me fazia um carinho gostoso atrás da orelha. Arranhava minha nuca com as unhas. Eu fechei os olhos. Minha boca tremia de vontade. Vontade dela. Vontade de Alice. Que me levasse ao país das maravilhas, se assim quisesse. Que me levasse ao auge. Eu não ia reclamar.
A campainha tocou. Eu abri os olhos e Alice já estava na frente da porta pagando o entregador da pizza. Ela colocou a pizza na mesa e foi buscar os pratos e eu fui me sentar a mesa. Gritei pra que ela ouvisse da cozinha:
- Tem refrî na geladeira.
- Já peguei!
Ela trouxe dois pratos e meia garrafa de Coca-Cola. Encheu um copo de coca pra mim, e pra ela encheu um copo de vodca de baunilha. Ela disse sorrindo:
- Vodca e pizza!
Eu dei uma risada e coloquei um pedaço no meu prato. Comemos vendo televisão. Ela pegou uma caneta e desenhou na tampa da caixa da pizza. Um relógio sorridente dizia: Hmm, que delícia de pizza! E na versão da releitura de Alice ele dizia: Hmm, que delícia de pica! E um pênis malfeito na boca do relógio infeliz. Nós rimos e fomos até o sofá da sala.
Estava frio e tivemos que dividir o edredom. As coxas em camadas em baixo do edredom. Assistimos Código daVinci e depois discutimos o filme todo. Era bom o que fazíamos. E fazíamos isso sem a menor malícia. Conversávamos como amigas de infância. E era o que éramos. E eu tinha medo de me declarar a ela e desmanchar tudo isso o que passamos. Eu não queria vê-la longe de mim. Até porque eu prefiro ela perto de mim, mas sem o que eu realmente quero, do que ela longe e ainda sim não ter o que eu quero. Mas eu não podia pensar desse jeito. Ela iria entender. Provavelmente ela iria entender. Por favor, que o Universo me ajude...
- Alice, eu tenho que te falar uma coisa...
- Espera eu já volto. - Ela foi até as sacolas e abriu a torta - Quer um pedaço? - Antes que eu respondesse, ela continuou - Você nunca nega um pedaço de torta de limão.
É. Ela me conhecia, definitivamente. E ela veio dançando e rodopiando com dois pratos com torta de limão, cantarolando o começo da música Salvatore da Lana del Rey. Ela me deu o prato e sentou do meu lado. Eu comentei:
- Você quer me ver obesa, né?
Ela deu uma risada e respondeu:
- Eu e você vamos ser as mais obesas. Aí a gente dá as mãos e sai rolando por ai, que nem um casal.
Eu hesitei. Mas consegui fingir uma risada. Suspirei e encarei o pedaço de torta no meio do prato. Tinha até perdido o apetite. Ela se virou pra mim, eu fiz o mesmo. Ela me tinha na palma da mão. Se ela quisesse que eu fizesse qualquer coisa por ela eu faria sem nem mesmo pensar duas vezes. E eu estava cultivando uma síndrome dentro de mim. Ela me deixava doente. Meu complexo de Alice. Ela passou o polegar no mousse de limão da torta e colocou a mão no meu rosto. Seu polegar estava no meu lábio. Eu fiquei imóvel e minha respiração falhou. Eu passei a língua no seu polegar bem devagar. Depois deixei que ele entrasse na minha boca. Mordi de leve enquanto minha língua sentia todo aquele gosto de limão e Alice. Eu segurei a mão dela e tirei seu polegar da miha boca devagar. Uma ponte tênue e fina de saliva ligava seu dedo a minha boca. Que agora eu estava indo em inércia para beija-la na boca. Com uma nuvem cinza de confusão dentro da minha cabeça. Esperava que ela não entrasse em fúria e explodisse em raios. Mas quem sabe?
Ela não se mexeu. E cada vez mais a minha boca ia de encontro a sua. E ela novamente não se mexeu. Quando minha boca tocou a sua a nuvem me explodiu em relâmpagos azuis meio roxo. Todos me atingiram violentamente e um pulso elétrico percorreu todo o meu corpo. Enterrei meus dedos no seu cabelo e a outra mão apertava forte a sua coxa. E cada movimento que fazíamos, sem pressa alguma, eu saboreava Alice. As línguas em uma dança harmônica repercurtindo o caos dentro de mim.  Eu ia jogando meu corpo em cima do seu, e ela apertava meu quadril e me acariciava a nuca. E aquilo que tinha começado de uma forma lenta foi se tornando muito mais intensa. Ela me conduzia, e me fazia o corpo tremer de vontade. E eu já podia sentir o que aquilo estava gerando. Ela puxou meu cabelo com força até doer e passou a mão pela minha coxa esquerda. Eu montei nela. Abri as pernas e juntei os joelhos no seu quadril. Eu não estava usando calcinha, como já tinha dito. Sentei nos seus joelhos e empinei a bunda. A camiseta ainda cobria minhas partes de baixo. Eu segurava o seu rosto e beijava sua boca. Ela me deu um tapa forte na bunda e eu gemi, interrompendo o nosso beijo. Aquilo tinha me colocado de volta pra realidade. Eu sai de cima dela e pedi desculpas um milhão de vezes antes de ir para o meu quarto.
Eu enterrei a minha cabeça no meio dos travesseiros. Eu não acreditava que tinha feito aquilo sem a permissão dela. Estava constrangida demais pra qualquer coisa além de chorar. Com certeza Alice nunca mais ia estacionar a moto na minha calçada e depois entrar pela porta do meu apartamento. Mas eu não a culpo pela minha mania de se apaixonar por pessoas que não sentem o mesmo. Já que o recíproco ás vezes dói mais que o platônico. E eu acho que era melhor assim. Ela é Sol. Eu sou Lua. Eu permaneci ali por um bom tempo. Mergulhada no escuro chorando baixinho. Até que ela bateu na porta. Eu fiquei em silêncio. Ela bateu na porta mais forte. Eu não queria que ela me visse naquele estado. Mas pedi pra que ela entrasse. Eu puxei mais um travesseiro pra cima da minha cabeça. Ela encostou o ombro no batente da porta e ficou parada por alguns segundos antes de entrar. Ela se sentou na cama, longe de onde eu estava. Eu me encolhi para ficar o máximo longe dela. Ela passou a mão pelo lençol da cama e suspirou. Limpei as lágrimas do rosto com a mão e massageei as têmporas. Aquilo tudo tinha me dado dor de cabeça. Alice se deitou do meu lado. Foi se aproximando lentamente de mim. Tirou os travesseiros que eu tinha colocado na cabeça e os jogou no chão com carpete. Ela afastou o cabelo dos meus olhos e me fitou. Tínhamos os olhos colados um no outro. E o mar bravio parecia ainda mais inflamado depois daquilo tudo. Eu estremeci. Ela passou a mão pelos meus cabelos me fazendo carinho. Eu disse a ela:
- Acho melhor você ir embora...
Ela franziu as sobrancelhas e ficou em silêncio por um bom tempo. Ela disse:
- Também foi esquisito pra mim, Alice.
Ela veio mais para perto de mim. Encostou o nariz no meu e eu só conseguia olhar pra sua boca, me segurando pra não beija-la novamente e terminar o que havíamos começado. Eu coloquei a mão esquerda no pescoço dela e apertei. Era tão gostoso sentir ela perto de mim, assim desse jeito. Eu queria dizer que a amava. Que estava perdidamente apaixonada por ela, porra! Ela me olhou nos olhos e disse:
- Me diz que você me ama... - ela abriu um sorriso gostoso.
Mas eu hesitei. Puxei todo ar que cabia nos meus pulmões e disse:
- Eu realmente acho que você devia ir embora...
Eu ri daquela situação, assim como ela. Ela me apertou a orelha e disse:
- Eu tô falando sério!
Me aproximei ainda mais dela. Encostando o meu corpo no dela. Arqueei as costas e fiz ela me segurar pela lombar. Eu estava um pouco mais em cima dela. Seu nariz roçava o meu queixo. Eu beijei a sua testa e disse:
- Eu... .... te amo.
Ela estremeceu por um momento. Talvez um espasmo involuntário ou algo do tipo. E permaneceu em silêncio. Não me disse que me amava de volta. Mas eu não senti falta. Até porque eu sabia que as paixões platônicas são as que mais dão certo, afinal nenhum dos dois vai sofrer por sentimentos um pelo outro. Estava claro que ela não gostava de mim de volta e eu sabia. Eu levantei da cama e disse:
- Eu vou tomar um banho, cinco minutinhos.
Eu entrei no banheiro e tranquei a porta. Eu não sabia ao certo o que eu estava sentindo. Mas era bom. Eu tirei a camiseta e as meias. Liguei o chuveiro e entrei no box. Limpei meu rosto com a água quente. Alice me tinha como dela, eu admito. E eu estava louca pra poder beija-la novamente. Aquela tinha sido a sensação mais intensa que eu tinha sentido até hoje. E quando ela me deu aquele tapa forte no meu bumbum, senti o meu sexo latejar e pulsar. Minha respiração falhou quando eu lembrei daquilo. Eu olhei para fora do box e vi que não tinha toalha. Nem embaixo da pia. Eu não queria mas eu fui até a porta e gritei a Alice. Eu abri a porta só o bastante pra mostrar a minha cara. Deixando meu corpo molhado e nu atrás da porta. Ela veio até mim e eu disse:
- Me trás uma toalha, por favor?
Ela foi até o armário e pegou uma toalha grande e rosa. Ela veio andando com a toalha na mão e me entregou. Eu peguei a toalha e fitei seus olhos. O erro que cometi. Eu estava hipnotizada. Praticamente acorrentada aqueles olhos de ressaca. Era como se eu estivesse olhando o meu próprio naufrágio dentro daquelas esferas. E depois de o náufrago ser recolhido e posto em segurança, ainda assim com medo, volve o olhar para as ondas. Com desejo...
- Eu posso entrar...?
Eu engoli em seco. Meus olhos estavam arregalados e eu não conseguia respirar direito mais uma vez. Ela me olhava de cima, com seu olhar soberano e superior a mim. Eu levantei os olhos e não disse nada. Estava paralisada. Ela passou o polegar pelo meu rosto, afastando uma gota de água quente. Eu abri a porta para que ela entrasse. Ela entrou no banheiro. A névoa de vapor da água do chuveiro deixava a visão dela turva. Mas mesmo assim ela conseguia ver o meu corpo. Eu estava completamente nua. Ela me beijou mais uma vez e o pulso elétrico fez meu corpo tremer. O chuveiro barulhento deixava a água cair. Ela se libertou de mim e foi tirando a roupa sem pressa. Colocou a camiseta branca na pia e me mostrou seu sutiã preto rendado. Eu senti meu sexo ficar cada vez mais úmido. Ávido. Eu cheguei mais perto e beijei seu seio por cima do sutiã, depois mordi. Ela sorriu e disse:
- Calma... Eu vou fazer o mesmo em você... Até você desmaiar de tesão.
Eu queria muito aquilo. Ela finalmente tirou o sutiã preto. Os seus seios eram médios, bem firmes e empinados. Os bicos eram escuros. Eu cheguei mais perto. Beijei o bico sem tirar os olhos dos seus. Os olhos de ressaca. Ela sorria pra mim e segurava a minha nuca. Eu mordi de leve e depois chupei mais forte. Mas ela não reagiu. Só aumentou o sorriso naquela boca deliciosa. Eu mordi mais forte, até que ela fechou os olhos e gemeu. Eu quase desmaiei de tesão naquele momento. Ela me empurrou pra trás e me beijou mais uma vez. Ela disse:
- Você vai entrar no box agora, e vai me esperar lá dentro - Eu estava respirando pesado e não tinha entendido o que ela tinha dito de forma clara -, eu tô mandando...!
O tom de autoridade na sua voz fez com que eu obedecesse. Fiquei dentro do box deixando a água percorrer meu corpo. E pelo vidro eu podia ver ela tirando a roupa. Ela tirou a calça jeans justa e colocou na pia. Ela vestia uma calcinha preta de renda nos lados. Bem sensual. E ela virou de costas. Desceu a calcinha até os calcanhares. Eu podia ver tudo dali. Eu prendi a respiração. Ela rebolava só pra me provocar. Agora nós não tínhamos uma peça de roupa no corpo. Apenas nós. Ela veio até o box e entrou. Ela me beijou rudemente. Não pra saborear nem nada. Só pra eu saber que ela quem começa, ela quem termina, ela quem manda. Ela me fez sentar no banquinho de madeira e me entregou o vidro de shampoo. Ela me disse:
- Eu ainda não lavei o cabelo.
Ela se ajoelhou na minha frente. Meus joelhos estavam colados um no outro, mas não demoraram pra se abrir diante dela. Eu abri as pernas. Podia sentir as gotas percorrendo o meu rosto. Não eram gotas de água, mas de suor. Eu sentia meu rosto todo quente. Quente demais. Eu devia estar toda vermelha. E nos meus lábios, um sorriso débil. Ela cravou seus olhos nos meus e beijou a minha pélvis. Eu recuei com um espasmo. Ela sorriu e disse:
- Eu sei o que eu tô fazendo, meu amor.
Ela me beijou os lábios de baixo. Eu estava sensível demais. Arqueei as costas e agarrei meu seio direito com os olhos fechados. Mordi a mandíbula ainda mais forte. Meu coração batia em um ritmo acelerado e me martelava o peito. E dei uma gemida baixa e sensual. Ela parou e foi até perto do meu rosto. Puxou os meus cabelos com força até doer e me disse:
- Olha no meu olho quando eu estiver te chupando.
Eu apenas assenti com a cabeça, ainda meio atordoada. E ela voltou para o meio das minhas pernas. Eu passei um pouco de shampoo nas mãos e comecei a lavar o seu cabelo. Ela passou a língua de cima para baixo em mim, e logo depois beijou o meu clitóris que pulsava de tesão. Eu apertei forte as minhas coxas grossas nas suas bochechas. Enquanto as minhas mãos iam massageando o seu cabelo e de vez em quando eu puxava pra mais perto de mim. Ela beijou a minha boca e enquanto isso me estimulava inserindo o dedo em mim. Ela baixou aos meus pés. Meus pés eram pequenos e gordinhos. Tinha pintado as unhas de roxo. Ela beijou meus dedinhos e passou a língua por eles todos. Mordeu com força de um jeito que um prazer insano me arranhou a perna. E a dor e o prazer se fundiam como uma só. A combinação impecável, todos sabemos disso. Ela agarrou o meu cabelo e puxou para baixo com força, sentou no meu colo como se montasse em mim e me beijou a boca. Ela estava por cima de mim com as mãos segurando meu rosto. Eu coloquei uma mão na sua bunda e a outra segurava suas costas. Ela me beijou o pescoço até meus seios.
- Como você consegue ser tão gostosa?
Eu sorri com os olhos fechados. Enquanto ela mordia os bicos dos meus seios e brincava com eles com as mãos. Eu atirei a cabeça para trás e gritei quando uma onda de prazer me varreu o corpo. Eu me agarrei onde podia para não ser arrastada. Minha respiração falhou e senti uma tontura muito forte. E Alice pareceu se divertir com a minha situação. Com seus olhos intimidantes sobre mim. Ela deslizou a sua língua pelos meus braços até meus dedos das mãos. Ela segurava minhas mãos pelos punhos como se eu estivesse presa sob domínio dela. E eu fitava seus olhos que me corroíam sem pressa. Ela colocou minhas mãos atrás da sua nuca e desceu as suas pra minha cintura. Nossas testas se encostaram e eu olhava para baixo evitando seus olhos. E o que via quase me consumia de vontade. Suas pernas abertas nas minhas coxas. E um piercing bem indiscreto na sua parte íntima. Ela terminou de lavar os cabelos e fechou o chuveiro. Se secou e se vestiu, enquanto eu fazia tudo isso só que de uma forma bem mais lenta. Não queria ficar vestida perto dela, de jeito nenhum. Mas mesmo assim vesti a minha calcinha azul clara e listras grossas brancas, com renda nas cinturas e nas bordas. Uma camiseta larga PP da Marvel, com todos os super-heróis dos quadrinhos quebrando uma parede branca e saindo por ela. Eu sai do banheiro e fui até a sala. E do relógio eu podia ver os números. 2h21. Eu me assustei, afinal tínhamos perdido muito tempo naquele joguinho. Vi Alice no bar, escolhendo a dedo uma bebida nas prateleiras. Até que ela percebeu um uísque caro na prateleira mais alta. Um HighLand Park 50 anos. Meu pai tinha comprado aquela garrafa por £10,500,00 pra quando viesse me visitar, e colocava na prateleira mais alta só pra eu não poder alcançar. Eu nunca vi necessidade de pagar mais que dez euros em alguma bebida destilada. E achava ridículo ter que pagar dez mil. Mas eu não podia negar que a garrafa era muito bonita, feita a mão em prata esterlina com os fios entrelaçados no vidro transparente que mostrava o uísque cor de madeira. Envelhecido por cinquenta anos que é mais que o dobro da minha idade. Ela colocou o uísque no balcão. Ela me disse:
- Meu deus! - Seus olhos estava arregalados de ansiedade - Eu posso me servir uma dose desse uísque?!
Eu me sentei no banco de couro vinho e sorri para ela.
- Pode sim! Coloca um pouco pra mim também.
Ela entendia de bebidas alcoólicas em geral. Mas em especial uísques. Ela adorava uísques. Ela tinha comprado quase todas as edições da John Walker & Sons Private Collection. E colecionava todos. Ela abriu a garrafa de forma delicada. Pegou dois copos largos e rasos próprios para uísque e colocou na mesa. Ela disse:
- Sabe por que o uísque tem esse nome?
Eu suspirei e disse:
- Ali, sinceramente eu não estou nenhum pouco afim de ter aulas sobre uísque agora... - Ela levantou uma sobrancelha, irritada - Mas pode falar, amorzinho.
- A palavra uísque vem de outra palavra Gaélica que é ''uisge beatha'' e significa ''água da vida''.
Ela colocou uma dose grande no seu copo, e outra pequena no meu. Eu dei um gole, e o sabor extremamente forte fez minha língua ficar dormente. O gosto da madeira era de pêssego, forte e depois me deixou com um gosto que me picava a boca, mas mesmo assim agradável. Eu fiz uma careta quando a bebida desceu a minha garganta. Alice riu de mim com o uísque na boca. Eu disse, tossindo:
- É bem forte, né?
- ... É perfeito.
Eu não entendia de bebidas alcoólicas. Gostava de vinho, sim. Mas acho que nada além disso. Coloquei o copo raso na mesa ainda com uísque dentro. Ela olhou para mim como quando ela tem uma ideia. E confesso que me senti um pouco intimidada. Tinha receio do que ela iria fazer, e um milhão de possibilidades me vinham a cabeça, mas nenhuma delas estava certa. Ela me agarrou pelo braço e me jogou com força no sofá. Eu gemi baixo com o impacto enquanto ela se jogava em cima de mim, apertando o seu corpo no meu. Ela tinha o copo de uísque caro na mão direita, me beijou e me fez subir a camiseta até o pescoço. Ela agarrou meio seio e mordeu meu lábio inferior com os olhos cravados nos meus, tragou o copo de uísque e não engoliu, veio até a minha boca e me beijou, derramando toda a bebida da boca dela na minha. Enquanto eu sentia o gosto dela e da bebida forte. Ela se levantou e rebolou para mim, como se dançasse uma música, derramou o resto do que tinha no copo na minha barriga. Eu só olhava para ela enquanto ela fazia tudo. Me apoiei nos cotovelos enquanto um frio na barriga me fazia arrepiar. Ela beijou os meus seios e percorreu o caminho do uísque com a língua. Minha barriga não era tão magra, era gordinha e cheia onde deveria ser, uma barriguinha gostosa. Ela me mordeu enquanto eu gemia baixo a cada uma delas. Eis que ela chegou ao meio das minhas pernas. Baixei a calcinha até o calcanhar. Ela me beijou e passou os lábios pelo meu clitóris pulsante. Eu gemia cada vez mais alto. Até que ela enterrou a língua em mim, sugava com força e o prazer era cada vez mais intenso, enfiou um dedo em mim e disse:
- Você e tão apertadinha, Ali. Goza pra mim!
Eu estava agarrada nos meus seios me estimulando enquanto ela fazia os movimentos em ritmo com os dedos em mim. Então ela enfiou o anelar e o médio juntos. Eu gemia o seu nome. Ela veio até o meu rosto com seu olhar dominante e me mordeu a bochecha com força enquanto eu gritava seu nome. Eu estava chegando ao orgasmo. Ela me mordia mais forte e me estimulava cada vez mais rápido. Até que eu cheguei ao auge. O prazer quase me consumia por completa quando gozei. Eu estava ofegante e sentia meu coração martelar com violência. Ela tirou o dedo dentro de mim ensopado e colocou na boca, me beijou e se levantou. Tirou toda a roupa que tinha. Estava toda nua na minha frente. Ficou de costas pra mim e se curvou para abrir a mochila, ou só pra me provocar. Enfiou a mão até o fundo da mala e tirou um presentinho de lá. Um golfinho de silicone rosa, e quando ela abaixou uma alavanca, ele começou a vibrar. Ela veio até mim e me fez ajoelhar com as pernas abertas e ela fez o mesmo na minha frente. Ela encaixou o golfinho no meio das minhas pernas e na outra ponta encaixava no dela. Ela me disse:
- Eu vou ligar...
E sem que eu me preparasse ela baixou a alavanca. O golfinho começou a vibrar e eu gemi baixinho. Ela sorriu pra mim, parecendo divertida com a minha expressão. Ela veio pra mais perto de mim, encostando os seus peitos nos meus. Apertando o seu corpo no meu como se quisesse fundi-los como um. Ela me abraçou e eu conseguia sentir o seu coração batendo, assim como o meu. Batiam no mesmo ritmo acelerado. Ela agarrou meu quadril e soltou um palavrão. Eu beijava o seu ombro e arranhava suas costas com minhas unhas roxa. Podia sentir aquela mesma sensação de antes, agora muito mais intensa como um tsunami. Eu mal conseguia respirar e minha visão estava turva. Ela me bateu com força na bunda e me fez gemer de dor. Agarrou sem piedade e gritou um palavrão, me deitou no sofá e colocou a mão no meu ventre e seu polegar no meu clitóris. Eu rebolei no seu dedão enquanto o golfinho vibrava. Eu gemia e gritava por mais. Senti meu corpo se endurecer e contorcer. Ela estava linda estendida sobre mim. Com seus olhos de ressaca me punindo por ter a ousadia de olha-los.
- Eu vou gozar muito... - Ela gritou.
Eu me agarrei no sofá sentindo o orgasmo se construir em volta de nós duas. Não conseguia pensar em mais nada além do desejo de foder. Uma necessidade feroz de fazer sexo com Alice até que toda aquela tensão se desmanchasse e me libertasse daquele desejo escravizador. Usando as duas mãos, Alice comandava meu ritmo, me curvando em um ângulo que fazia o golfinho esfregar no ponto mais sensível que havia dentro de mim. Ela me olhava com vontade de me ver perder as estribeiras. Me beijou quando o orgasmo explodiu dentro de mim, fazendo meu corpo se contorcer a cada espasmo de prazer extremo. Ela deixou seu corpo cair em cima do meu quando gozou. Seu rosto úmido de suor contra o meu peito. Afastei o cabelo do seu rosto pegajoso e olhei em seus olhos. Os olhos de ressaca que ainda vinham por me engolir. Agora indefesos como nunca achei que os veria. E mesmo assim me via a deriva no oceano dos olhos dela. Eu beijei sua boca e suspirei. Nós duas nuas uma em cima da outra. Mas só nossas almas despidas. Despidas de todo o medo, fazendo amor. E depois daquela noite de sexo espiritual com a pessoa que me fez gozar 3 vezes em menos de quatro horas, aprendi que toda forma de amor é válida. Desde que sejamos sinceros e leais, a unica barreira que vai separar o possível do impossível é um beijo. Adormeci com ela deitada no meu peito. Mas antes de dormir sussurrei pra mim mesma: '' l'amor che move il sole e l'altre stelle''

 

Por: O Amante Vampiro que Roubou um Anel (Dante Parisotto)

http://amantevampiro.blogspot.com.br/


Notas Finais


(Eu gostei bastante desse conto, pra ser sincero. Apesar de ter ofendido algumas pessoas no processo de criação [as pessoas em que me inspirei para escrever, pra ser mais exato]. No fim das contas peço desculpas a elas, e também peço para que não levem isso a sério e aprendam a rir de situações como essa. Poupem seus comentários ofensivos me chamando de fetichista, porque eu tenho certeza absoluta que você que está lendo isso agora se identificou em algum ponto desse conto [pra não falar que ficou excitado(a)].)

(E uma coisa que tenho certeza absoluta que ninguém percebeu [e seu eu não falasse, ninguém ia descobrir, também] é que esse conto nunca foi sobre as duas, mas sim sobre eu e Beatrix. Mas não acho que eu seja digno de nada além de pena.)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...