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História Glass Reality - Começo


Escrita por: Hyrulian

Notas do Autor


ALO ALO
Gente, eu tentei muito reprimir esse plot, mas a ~AiKimSoo fez o favor de me encher o saco, então acabou saindo isso aqui.
Aliás, eu escrevi mais para ela mesmo, então eu dedico essa fic para você Kim.
Fico feliz por ter gostado

No final eu falo um pouco mais sobre ela,
Bom capítulo!

Capítulo 1 - Começo


TA

TA

TA

 

Os movimentos eram sincronizados e a cada vez que os pés batiam juntos no tatame um barulho oco retumbava pelo salão.

 

TA

TA

TA

 

- HÁ - gritaram juntos e conseguia-se ouvir as mãos, fechadas em punhos, quebrando o ar de forma precisa.

 

Aquele havia sido o último movimento e, com suor escorrendo pelo rosto, voltaram sua atenção ao sensei. O homem estava com a expressão fechada, havia feito os mesmos movimentos que seus alunos, mas nem sequer ofegava. Permanecia impassível, como sempre.

Depois de um tempo apenas mantendo aquele olhar, o homem se curvou, a turma logo o imitando.

 

- Dispensados - limitou a dizer e se retirou antes que lhe abordassem, o que era mais comum do que achava necessário.

 

Os alunos relaxaram na mesma hora em que o viram sair, alguns sussurrando o quanto aquilo era estranho e até mesmo um pouco intimidador, mas a maior parte já estava acostumada.

Já sabiam que o maior campeão de judô da Coréia, Do Kyungsoo, não agiria de outra forma. Alguns diziam que era pela responsabilidade e treinamento pesado que, hoje, agia daquela forma; outros que talvez o homem tivesse certo pacto, criando uma áurea mística sobre ele.

 

De todas as formas, Do Kyungsoo não se importava com nenhum dos rumores. Tudo o que queria, desejava profundamente, era aquele campeonato. Aquele prêmio.

Assim finalmente mostraria para eles que era capaz. Que havia mudado.

 

- E mudei - murmurou com a testa franzina. Não gostava de remoer aquilo, então tratou de deixar os pensamentos morrerem.

 

Não tinha tempo para aquilo agora.

Atravessava o corredor com as mãos atrás das costas, depois de anos não conseguia mais relaxar nem mesmo fora das aulas e competições. A disciplina já tinha sido implantada profundamente em sua rotina.

 

Quando chegou a sua sala - sala em que havia ganhado da Academia para seu treino pessoal - procurou as chaves em seu kimono, mas quando iria colocar a chave na fechadura, ouviu algo.

Poderia ter ignorado, afinal já esta a acostumado a fazer isso com os sussurros sobre si nos corredores, fazia o mesmo nas competições e quando iria visitá-los.

Mas o som vinha de dentro. Da sua sala.

 

Com o cenho franzido, já irritado com quem estaria ali - e o que diabos estavam fazendo - entrou de vez na sala.

A música invadiu seus ouvidos e agora as notas leves do piano eram mais claras.

 

Clássico

 

Pensou com desprezo. Nem mesmo o diretor iria convencê-lo em não jogar quem quer que estivesse ali na rua.

Quando atravessou o pequeno corredor, que tinha como final a espaçosa sala em que usava para seus treinamentos, encontrou  a fonte de toda a sua irritação.

 

O tatame que, antes, cobria toda a sala, agora, estava somente pela metade -  os que haviam sido retirados se encontravam entulhados em um canto - e o piso de madeira que ficava abaixo agora era visível.

O som estava apoiado em uma mesa, a qual não estava ali antes, e, em frente aos espelhos, um homem dançava ao som da música.

 

O lutador observou o dançarino como quem observava um de seus adversários. O homem usava roupas pretas e largas, os cabelos castanhos e grandes eram jogados de acordo com os movimentos delicados que fazia e seus olhos estavam fechados, como que absorto no que fazia.

Kyungsoo andou lentamente até o local em que o outro estava se aproximando da mesa e desligou o rádio - o "invasor" de sua sala parando no mesmo momento.

O homem o olhou confuso, mas logo muito a expressão para como todos geralmente o olhavam - apreensão, receio.

 

- Por que... - ele começou a dizer, mas logo foi interrompido.

 

- Quem é você?  - Kyungsoo perguntou sem rodeios. Sua voz soava de forma profunda  autoritária.

 

O silêncio foi o único a responder e os dois mantinham o olhar elevado, o dançarino começava a fechar a expressão e a apreensão que sentiu inicialmente se desfazia.

 

- Kim JongIn - disse e pensou em estender a mão, mas não queria dar o braço a torcer - E você é...?

- O dono dessa sala, que você invadiu e bagunçou - respondeu seco, olhando para o monte de tatames no canto, logo trazendo sua atenção de volta para o homem a sua frente - Não sei como permitiram um drogado entrar aqui, mas...

 

- Eu não sou um drogado! - Jongin o interrompeu agora mais irritado - Tive total permissão de usar essa sala e, até onde fui informado, ela não é exclusivamente de ninguém - enfatizou a palavra, percebendo o cenho ainda mais franzido do outro - Não sei como permitiram um lunático entrar aqui, mas posso te indicar um psiquiatra para tratar isso.

 

Terminou de falar, deixando as palavras um pouco mais lentas enquanto o olhava como se fosse mesmo um louco. Kyungsoo estava estático, nunca havia sido tratado daquela forma - não por um mero estranho - e só teve noção da raiva que sentia quando percebeu que estava perfurando sua mão com as unhas.

Ele se aproximou bem do rosto do outro, encarando-o com todo o ódio que sentia dentro de si, mas ainda tendo a lúcidez de que não havia motivos para atacá-lo. Aquelas provocações eram só palavras, não iria, e nem podia, levá-las para o lado físico.

 

- É muito engraçado ver um veadinho como você falar feito homem - Disse com um sorriso sacana, a expressão de JongIn retesou na mesma hora e se transformou em algo indecifrável - Talvez, se largar essa dancinha sua, tenha chance de...

 

Ele não conseguiu completar a frase, pois foi atingido no rosto com um soco. O golpe o pegou de surpresa, mas mesmo assim seus instintos já treinados fez com que desviasse - o punho do outro se arrastou em seu maxilar, sem tocá-lo de forma mais violenta.

Kyungsoo suspirou e revirou os olhos. Aquele garoto não sabia mesmo com quem estava lidando. 

JongIn viu seu punho passar de forma ilesa sobre o outro. Sentia o sangue ferver e sua vista estava começando a ficar embaçada. Ele não estava daquela forma por ser chamado de veado, sempre ouvia comentários como aquele desde que havia começado a fazer jazz, e só piorou quando começou o balé; O que o irritava era o jeito que o estranho menosprezou a dança. O jeito como falava com desgosto, como se fosse uma doença ou algo pernicioso.

 

Poderiam ofendê-lo de todas as maneiras, mas nunca iria permanecer indiferente quando atacavam a coisa que mais amava na vida.

 

Ele se precipitou novamente sobre o outro, mas dessa vez Kyungsoo não se limitou a desviar. O mestre judoca segurou o braço do outro e aplicou o golpe, derrubando-o no chão de madeira, causando um imenso barulho quando seus corpos atingiram o chão.

O dançarino gritou assustado e gemeu de dor quando sentiu as costas atingirem a madeira, sem a proteção do tatame, mas sentia que poderia ter sido pior. O lutador havia absorvido a maior parte do impacto.

 

- Talvez não tenha salvação mesmo para você - Kyungsoo voltou a falar, agora imobilizando o outro no chão - Além de se alterar na primeira vez que é criticado, geme desse jeito até quando recebe um machucadinho - ele bufou em deboche, sentindo o outro se remexer inquieto embaixo de si - É só mais uma mulherzinha mesmo - deixou as palavras saírem com ainda mais desprezo e fixou seu olhar com o do outro.

 

- Talvez seja você, já que está tão preocupado em tocar em mim - rebateu vendo como o lutador tocava em seu corpo, apesar de saber que estava procurando a melhor forma de imobilizá-lo.

 

Ambos se olharam no final daquelas palavras. Naquele contato sentiram quão nervosos estavam. Uma estática parecia pairar no ar e, a qualquer momento, iria engolir os dois. Kyungsoo iria falar mais alguma coisa quando a porta do salão foi aberta com violência e passos apressados atravessaram o pequeno corredor até chegar onde estavam.

 

- Sensei, posso saber o que está fazendo? - a voz grave soou e Kyungsoo não precisou olhar para saber que era o diretor da Academia e que falava diretamente consigo.

 

- Imobilizando um drogado - respondeu como se fosse óbvio e ouviu o suspiro atrás de si. Logo sentiu a mão do homem sobre seu ombro.

 

- Por favor, Kyungsoo, solte o novo professor - pediu e aquilo fez com que o mestre judoca arregalasse os olhos.

- Novo professor? - perguntou incrédulo e deixou uma risada escapar - Não seja ridículo, Kris. Ele estava dançando quando entrei...

 

- Por que eu sou professor de dança, seu lunático! - JongIn falou ainda enfurecido abaixo do outro, se movimentava violentamente para se livrar do aperto, mas a técnica do outro não permitia que ele se movesse.

 

- Isso é uma academia de luta! Pare de dizer coisas absurdas!

 

- Pelo amor de Deus, Kyungsoo. Sai de cima dele - Kris falou começando a puxá-lo para  trás - Se ele se machucar você vai receber um processo tão grande que vai entrar em falência

 

- E quem disse que ele não me machucou também? - Kyungsoo rebateu, mas deixou que o maior o tirasse de cima do dançarino, que se sentou na mesma hora.

 

- Se ele tentou alguma coisa pode até ser, mas tenho certeza que não te causou absolutamente nada - o diretor disse firme e ajudou JongIn a se levantar - Até por que, se conseguisse, também estaria falido - completou olhando de forma séria para o novo professor, que se limitou a sustentar o olhar - Creio que já devem ter se apresentado, de uma forma ou de outra, então só vou esclarecer as coisas para os dois: Antes éramos unicamente uma academia de artes marciais - ele viu Kyungsoo concordar avidamente e logo continuou – Mas agora, abriremos um espaço para artes e dança - e foi a vez de JongIn afirmar olhando desafiadoramente para o outro.

 

- O QUE? - Kyungsoo perguntou incrédulo - Mas que palhaçada é essa, Yifan? Está mesmo me dizendo que vai transformar esse lugar em um ponto para essas bichas acharem que tem talento? -  ele disparava as palavras de forma rápida e não conseguia parar de encara JongIn, como se tudo aquilo fosse culpa dele - Sabe como esse contato vai ser ruim para os lutadores? Como vai incomodar todos nesse lugar?

 

Ele teria continuado a falar, mas Kris ergueu uma de suas mãos em um pedido mudo para que parasse.

 

- Eu não terminei - disse de forma fria, encarando-o de forma nervosa, impaciente - Como ainda não temos estrutura para abrigar a nova turma, decidimos que metade dessa sala será usada...

 

- ISSO É UM ABSURDO - Kyungsoo gritou. Estava completamente exaltado, o que assustou um pouco Kris - EU NÃO IREI ACEITAR ISSO, KRIS.

 

Geralmente o pequeno sensei de judô passava a imagem de sério e durão, mas Kris sabia que era uma pessoa tranquila e, a maior parte da sua vida foi para agradar e dar orgulho aos pais. Raramente se irritava e quando acontecia não era nada do que estava presenciando agora. Nunca ouvira sequer Kyungsoo gritar e achava muito estranho vê-lo fazer isso com algo que considerava supérfluo.

 

- Eu não estou pedindo nada, sensei Kyungsoo. Estou avisando - O diretor respondeu depois de um tempo em silêncio, assimilando o que acontecia - Se, se sente tão incomodado, pode se retirar completamente da sala - ditou firme e viu a expressão do menor fechar novamente.

 

Kyungsoo sabia que Kris não poderia ameaçá-lo mais do que aquilo. A academia nunca aceitaria que o diretor demitisse um profissional como ele, mas o judoca entendeu que - para o diretor estar praticamente tirando sua sala de treino os sócios também não estavam dispostos a perder JongIn.

 

 O lutador se limitou a respirar fundo e acenar olhando para Kris. Arrumou seu kimono, que ainda estava bagunçado, e lançou um último olhar significativo para ele, virando-se em de costas para os dois homens a sua frente e indo para a porta.

 

- Volto para a aula de 15h - avisou antes de bater a porta e ir embora, a cabeça turva em pensamentos e os punhos cerrados.


Notas Finais


E então? haha
Vou mentir não, vai ter bastante sofrimento aqui, vou arrasar bastante o D.O, JongIn e vocês, coisa que eu adoro akshakhs

Eu terminei de escrever ela ontem e, como sou inquieta, vim postar logo (por isso também que tá sem capa, mas daqui a pouco eu coloco alguma)
Enfim, eu devo postar dois por dia. São só 7 capítulos, então fiquem tranquilos que a tortura acaba daqui a pouco haha

Até daqui a pouco


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