O sol nascia, mas naquele singelo apartamento em frente ao teatro municipal, dois olhos verdes se mantinham acordados.
Lexa não dormira praticamente nada, ter a presença de Clarke no outro cômodo a perturbava demais pra que relaxasse o bastante. Assim que o relógio bateu oito da manhã, levantou-se agoniada. Lavou seu rosto, prendeu seu cabelo num coque bagunçado e colocou um roupão em cima de sua camisola. Saiu de seu quarto com cuidado, imaginando que Clarke ainda estaria dormindo.
Ao sair, se deparou com um sono leve e contido. Clarke estava agarrada com o próprio travesseiro, encolhida e enrolada com o cobertor. Lexa sorrira achando a cena encantadora.
Delicadamente foi até a cozinha e pegou a massa pronta de panquecas que comprara na noite anterior, separou um pouco e guardou o resto, adicionou ovos e leite, mexeu sutilmente, sempre espiando pra ver se a loira havia acordado, mas seus passos leves e toques gentis não faziam absolutamente nenhum ruído fora da cozinha. Despejou uma concha da massa homogênea na frigideira e ali permaneceu até ter uma torre de panquecas quentes e douradas. Picou alguns morangos que havia comprado também e deixou a massa recém preparada descansar. Pegou mais ovos e os bateu, colocou sal e algum resto de tempero que encontrou no armário, deixando um aroma quente e acolhedor.
Abriu uma garrafa de suco de laranja e a deixou ao lado de dois copos, pegou a cobertura melada, deixando ao lado da torre de panquecas e foi até a sala:
- Clarke. Disse em baixo tom, ao se abaixar na altura do sofá. – Clarke! Chamou novamente.
Clarke protestou, apertou os olhos e os abriu sutilmente:
- O café ta pronto, vem. Chamou Lexa.
Clarke se mexeu mais um pouco, até que finalmente se rendeu e se levantou lentamente. Lexa esquecera de dar um shorts pra Clarke, a loira usava uma camiseta larga e calcinha, apenas. Lexa se arrependeu do esquecimento e se odiou por isso, mas rapidamente foi até seu quarto e agarrou o primeiro shorts jeans que encontrara:
- Toma, pra você ficar mais confortável. Disse entregando o shorts.
- Não sou eu quem estou desconfortável. Respondeu com voz de sono, pegando o shorts.
Lexa ficou sem jeito e disse:
- Seu olho está muito melhor. Aquela ervilha te fez bem. Brincou.
- Fez, acho que vou colocar algo gelado de novo. Eu to até conseguindo abri-lo, olha. Disse empolgada com os dois olhos abertos, embora o direito ainda estivesse um pouco roxo.
Lexa sorrira.
Clarke ainda cambaleando de sono seguiu até a cozinha:
- Que cheiro gostoso. Disse.
Lexa sorriu e se sentou na cadeira, deixando o espaço a sua frente pra loira que se impressionou ao ver a mesa posta:
- Você se esforçou aqui heim? Vou devorar tudo em segundos. Avisou enquanto se servia das panquecas.
- É bom que coma tudo mesmo, me deu um puta trabalho. Disse Lexa reclamando com humor.
- O que vamos fazer hoje? Perguntou enquanto abocanhava uma garfada da macia panqueca.
- Você vai ficar aqui quietinha. Não pode sair. Têm netflix na tv, tem toda a comida que comprei ontem, têm até um playstation 4 na prateleira em cima da tv. Fique a vontade.
- Acho que você me confundiu com um moleque de 10 anos que consegue passar o dia jogando video game e comendo bolacha recheada. Disse terminando de mastigar.
- Parece um dia perfeito pra mim. Disse Lexa dando de ombros.
- Lexa... Falo sério, como será o dia de hoje? Perguntou mal humorada.
Lexa respirou fundo, chateada por dar a notícia:
- É sério, Clarke. Não posso te deixar sair.
- Tudo bem, o que você vai fazer hoje? Perguntou cruzando os braços.
- Eu...Disse colocando mais uma colher de ovos mexidos em se prato. – Vou me certificar que todas as gravações de ontem foram apagadas e ver o que mais consigo descobrir na agencia. Disse.
- E o que mais? Perguntou.
Lexa ficou sem jeito por um momento, não entendia porque ficava tímida ao falar de Ontari, não era como se devesse algo a Clarke em relação a isso, as duas não tinham nada.
- O que quer dizer com o que mais?
- Vai passar o sábado nisso? Não, certo? Vai fazer mais o que hoje?
- Passo facilmente o dia em investigações, Clarke, como acha que foi antes de te capturarmos? Mas de qualquer forma, se der tempo vou me encontrar com a Ontari.
- Claro...Disse ironicamente.
- Era isso ou ela dormiria aqui ontem, prefere isso?
- Prefiro que ela morra! Disse irritada
Lexa ergueu as sobrancelhas em choque, não imaginava que a raiva de Clarke por Ontari fosse tão...Palpável.
- Obrigada pelo café da manhã. Disse Clarke se levantando.
- Você nem terminou de comer. Apontou Lexa sem entender.
- Perdi a fome. Disse a loira já na sala.
Lexa respirou fundo e se levantou, foi até a sala onde Clarke estava sentada no sofá e sentou ao seu lado:
- Não vou passar o dia fora, vai ser rápido, prometo. Disse.
Clarke se virou e a encarou:
- Faz o que tem que fazer, eu só to muito estressada com tudo isso. Disse cansada, coçando a testa.
- Eu sei...Disse compreensiva.
- Você tem um notebook aqui? Perguntou, mudando de assunto.
- Tenho, mas vou levar comigo. Avisou.
- Não, deixa comigo por favor.
- Clarke, o que eu te disse sobre internet?
- Não vou entrar em nenhuma rede social, prometo. Só pra eu me distrair, ver as notícias, ver minhas séries que não estão no netflix. Por favor, Lexa, eu já to trancafiada aqui, me da um descontinho? Disse implorando com as mãos.
Lexa revirou os olhos:
- Tabom, mas vou garantir que não se sinta tentada a entrar em nenhuma rede social. Disse levantando e pegando seu notebook na instante.
- Vai bloquear? Como se eu fosse criança? Eu tenho auto controle, sabia? Disse se irritando.
- Eu sei que tem, e confio em você...Mas melhor assim. Disse abrindo o notebook e configurando algumas páginas.
Clarke sorrira debochadamente, sem acreditar naquilo.
- Prontinho. Prudência, Griffin...Tenha prudência. Disse Lexa entregando o notebook e indo até seu quarto para se trocar.
- Achei que não fosse boa com as palavras. Gritou Clarke da sala. Agarrou o notebook e entrou no primeiro site de notícias que lembrara, precisava ver como andava o mundo, sentir que não estava tão presa assim, tão sufocada.
Lexa se trocou, colocou uma calça jeans e uma bota de cano longo marrom, uma camiseta apertada de manga cumprida e uma jaqueta de couro, ressaltando suas curvas.
Saiu do quarto e chamou a atenção de Clarke que a olhara de cima a baixo, mas disfarçou seu encantamento. Engoliu seco e voltou a ver suas notícias, focada.
- Vou comprar mais coisas pra você comer, têm algo mais que você precise? Perguntou ajeitando o cachecol.
- Da minha liberdade, pode compra-la? Perguntou com ironia.
- Tão espirituosa...Disse Lexa achando graça. – Tchau. Disse friamente e saiu pela porta da frente.
Clarke bufou irritada, olhou para o apartamento vazio e sentiu uma melancolia muito forte, olhou pra cima segurando as lágrimas e esperou mais alguns minutos olhando pro nada...Pensando e pensando.
Após dez minutos da saída de Lexa, Clarke abriu uma página de download e baixou um navegador anônimo:
- Qual era o nome daquela porcaria que o Murphy não parava de tagarelar? E com a pergunta, a lembrança do amigo chegando empolgadíssimo no departamento de jornalismo lhe veio a mente:
“ – Vocês não vão acreditar onde o cara soltou os links com os artigos comprometedores. Disse Murphy empolgado, colocando seu casaco na mesa e encarando Clarke e Raven. As duas permaneceram estáticas, aguardando a resposta do rapaz. – Da parte mais underground da internet de todas...Pra vocês terem ideia, precisamos baixar um navegador anônimo só pra acessar tudo isso, é sinistro. Disse sorridente.
- Que navegador? Do que ta falando? Perguntou Raven, confusa.
- Tor...É o nome do navegador, com ele você mascara seu endereço e é praticamente impossível alguém descobrir onde você acessou, por isso o cara liberou as informações lá, porque sabe que ninguém vai conseguir pega-lo..
- Impossível quanto? Perguntou Clarke curiosa.
- Existem muitos sites de criminosos que você só acessa com esse navegador, nem o FBI encontra rastros. Disse Murphy se sentando”
- TOR! Gritou Clarke empolgada por ter se lembrado. Baixou o navegador e com ele entrou em seu email. Havia um email de Raven, com o título de “sinto saudades” e no corpo do email:
“Titus está fazendo tudo o que pode pra nos ajudar a te encontrar minha amiga, espero que esteja bem, sinto sua falta, eu e Murphy trabalhamos juntos, nós dois juntinhos atrás de qualquer pista sua, o site da uol está empenhado também. Amamos você”.
- Que porra de uol? Clarke ficou confusa, com as sobrancelhas franzidas leu e releu o email tentando entender, quando finalmente, seguiu uma lógica diferente. – Que tipo de email com o título de sinto saudades? E o que o uol tem a ver? Meu deus, o email dela está sendo rastreado, Raven, você é genial. Disse a si mesma.
Entrou na página da uol, fez uma conta de email e escreveu a seguinte mensagem pro email de endereço: [email protected] .
“Estou num navegador anônimo, o da investigação do Murphy, ele provavelmente deve estar nessa com você e você também está usando essa giringonça. Rav, estou com problemas, uma galera me raptou, eles acham que eu enviei um cacete de supervírus pra lugares surreais, como Casa branca e etc, mas não fui eu, eu só abri a merda do software, Rav, e eu não sei como provar minha inocência, eu to sendo perseguida e pela própria polícia, o computador em questão era o do Titus, vê o que você descobre. Amo vocês”.
A mensagem foi respondida quase que instantaneamente:
“Ganhei a aposta, Murphy achou que você não acertaria o endereço de email que criamos. Os $20 mais fáceis do mundo. Enfim, Clarke, já sabemos disso, o problema é que ele ta puxando o saco da sua mãe o dia todo, e ela mantém ele a par de todas as investigações. A polícia ta de braços cruzados sobre esse caso, todas as provas que encontramos, ele desvalida na frente dela, ta bem complicado. Não consegui falar com Octavia, ela anda sumida, parece que está daquele jeito de novo, não quero te assustar, mas nunca a vi assim, nem mesmo com seu pai. Você está bem? Ta machucada? Ta segura? Amamos você.”
O coração de Clarke acelerou ao ler aquelas palavras, só conseguia pensar em Octavia e por isso, continuou a conversa:
“Rav, vá a trás dela, converse, explique, pelo amor de deus eu tenho medo do que ela possa fazer. Eu estou bem, estou segura, pelo menos por enquanto. Se te contar as coisas que descobri sobre meu pai nesses últimos dias, vocês não acreditariam. Cuidado com a policia, a agencia que me raptou está ligada ao FBI, diretamente...Eu to falando de investigação particular, tortura e queima de arquivo. Preciso voltar lá e registrar tudo isso, te dou notícias.”
‘’CUIDADO! O que precisar, nos avise, temos sua retaguarda.” Foi a resposta instantânea de Raven.
Clarke sorriu sutilmente, se sentindo amparada, não falava com ninguém em quem confiasse plenamente a dias. Apagou as mensagens e o navegador anônimo que havia baixado, deixando todo rastro pra trás.
*****
- Eu não devia ter concordado em tomar esse drink com você, você não ta merecendo. Disse Ontari sem encarar Lexa, dando pequenos goles em seu Martini.
- Ah, qual Ontari. Eu tava cansada, acontece uma vez ou outra no ano. Disse Lexa bebericando sua cerveja e dando uma piscadela. – Acabou na cama de quem ontem? Perguntou bem humorada.
Ontari franziu a sobrancelha:
- Saudade da Lexa ciumenta. Disse incomodada.
- Eu nunca fui ciumenta. Disse admirada, dando risada.
- Ah não? E quando aquela mulher de dois metros de altura deu em cima de mim, lá em Bangladesh, você faltou surtar.
- Ontari, a mulher não estava dando em cima de você, ela ia te agredir, ou eu tirava ela de lá ou você ia levar um cacete que nunca mais ia esquecer. Disse sorrindo.
- Pra mim aquilo foi ciúmes. Disse deixando um sorriso escapar. – Mas se quer saber. Disse agora encarando a morena. – Não acabei na cama de ninguém.
Lexa sorriu de canto.
- Mas quero mudar isso hoje. Disse ficando em pé e se aproximando da morena, Ontari a beijou nos lábios, mas não teve o beijo correspondido.
- Hoje eu vou trabalhar na agencia. Mentiu.
- Trabalhar? Com o que?
- Ué, Ontari. Disse Lexa ficando em pé e colocando sua caneca de cerveja no balcão. – Griffin sumiu, Kane está maluco atrás dela, preciso encontra-la.
Ontari franziu a sobrancelha, desconfiada:
- Tem certeza que é esse o motivo? Perguntou.
- Porque eu mentiria? Disse desviando o olhar.
- Você ta saindo com alguém? E não quer me contar? Perguntou Ontari.
- Primeiro, não. Segundo, mesmo se eu estivesse, não somos namoradas, não teria porque esconder, concorda?
- Não somos porque eu não quis. Pelo que me lembre você tentou e tentou algumas vezes...Disse.
- Passado. Hoje sou adepta a essa relação aberta. Disse.
- Ótimo, vou pra agencia com você. Disse Ontari.
- Não! Kane não quer muita gente lá, vamos ser eu, e os meninos da técnica.
- E o que que tem, minha gatinha? Quero ficar lá com você, eu vou e pronto.
Lexa respirou fundo, irritada.
- Vamos fazer o seguinte. Eu passo na agencia, vejo o que posso fazer, tento otimizar meu trabalho o máximo possível, daqui a algumas horas, vou pra sua casa e ficamos juntas.
- Lexa...
- Prometo! Disse pegando sua caneca e tomando um gordo gole de cerveja. - Deixa eu correr. Disse dando um selinho rápido em Ontari, que recostou no balcão, desconfiada.
Lexa correu até a rua, sem saber o que fazer, e pegou o primeiro taxi que encontrou:
- Pra onde senhora? Perguntou a taxista.
Lexa pensou um pouco e respondeu sem certeza:
- Mercado municipal, por favor. Disse e recostou no banco, pensativa.
****
Ao chegar em seu apartamento, abriu a porta e só queria encontrar uma pessoa:
- Clarke. Gritou. Mas não teve resposta.
Quando a porta do banheiro se abriu e o corredor foi tomado por um opaco vapor quente, sendo seguido da figura esfumaçada de Clarke, que saia com os cabelo pingando, e uma toalha enrolada em seu torço. Ao avistar a morena a encarando de cima a baixo, Clarke sorriu de lado e passou por ela sem se importar:
- Voltou rápido.
-É...Eu...Tive que garantir que você não tinha fugido feito uma louca. Disfarçou, tentando desviar o olhar.
- Não vai dormir na sua namorada hoje?
- Ontari não é minha namorada.
Clarke revirou os olhos e disse:
- Ok, não vai dormir na sua não namorada hoje? Perguntou se sentando no sofá ainda de toalha.
- Vou.
Clarke bufou, irritada. Respirou fundo e se levantou:
- E se eu pedir pra ficar? Noite passada foi bacana, conversamos e rimos, eu gostei, quero de novo. Disse com naturalidade.
Lexa achou graça e sorriu:
- Preciso ir, não posso ficar. Disse.
- Precisa ou quer ir? Perguntou se aproximando.
- Preciso. Ontari quer ir comigo até a agência trabalhar, pra despista-la eu disse que ia trabalhar sozinha e depois a encontrava.
- E porque veio pra cá? Perguntou com uma sobrancelha erguida.
- Já disse, pra ver você. Respondeu sem desviar o olhar.
- Essa Ontari deve ser bem maravilhosa. Disse segurando a toalha que abraçava seu corpo e se aproximando.
- Porque diz isso? Perguntou Lexa inocentemente.
- Pra te enfeitiçar assim, afinal...Eu estou praticamente nua na sua frente e você ainda está pensando nela. Disse chegando cada vez mais perto.
Lexa engoliu seco, com sua visão periférica acompanhou as gotas de água que caiam do cabelo de Clarke para seus ombros e depois se perdiam em sua toalha:
- Ela é uma pessoa que gosto muito mesmo. Assegurou.
- Mas vocês não namoram, certo? Perguntou Clarke a alguns centímetros de Lexa.
- Não. Disse tentando mexer as pernas e se afastar de Clarke, que se aproximava tanto, que o aroma do sabonete que Lexa havia comprado, já tinha tomado todo o ambiente.
- Então não seria traição, não é mesmo? Perguntou.
- O que não seria traição, Clarke?
Clarke sorriu com o canto a boca e desamarrou sua toalha, que começou a escorregar, mas Lexa prontamente a segurou e encaixou de volta:
- Clarke...
- Lexa, você me quis, você me quis naquele bar ano passado, não é possível que não sinta mais nada, nem o mínimo de atração por mim. Disse magoada, apontando o dedo.
- Eu não posso, você é filha do padrinho, você e Octavia são como irmãs pra mim agora. Se explicou, com trejeitos.
- Irmã? Perguntou Clarke sem acreditar. Clarke sorriu ironicamente, quando soltou sua toalha, que Lexa já não mais segurava. – Então me diz o que sente ao olhar pra sua irmã. Disse com a sobrancelha erguida.
Lexa engoliu seco, travou suas mãos e pés e não conseguia se mover, tentou segurar seus olhos na altura dos olhos azuis de Clarke, mas seu instinto foi mais forte que isso, baixou seu olhar lentamente pelo pescoço, peito, seios, torço, umbigo perfeitamente desenhado, seus pelos claros eram obstáculos pra pouca umidade que ainda descia por seu corpo. Seu sexo depilado, com uma pequena cortina de pelos deixados lá, quase que estrategicamente. As coxas torneadas, seus joelhos com pequenas marcas de infância se sobressaindo e deixando-o ainda mais bonito. Suas grandes coxas, cheias de carne, pedindo para serem tocadas. Suas canelas robustas, cheias e seus pés, redondos e juvenis, como os de uma criança, dando ainda mais encanto na morena.
O coração de Lexa acelerado, parecia querer sair do peito, ela não sabia o que fazer...Sabia apenas o que queria fazer. Fechou sua mão num punho de resistência, e canalizou todo seu desejo ali. Clarke se aproximou, ficando a centímetros de Lexa, sem tirar o olhar do seu, pegou sua mão lentamente:
- Para de lutar. Disse.
Colocou sua mão em seu torço nu. A morena encarava a loira,mergulhada em seus olhos, tentando quebrar aquela insistência, pois sabia que não resistiria por muito tempo.
Sem controle, Lexa dera um passo pra frente, um passo tímido, lento, resistente e Clarke sorrira com a ação. A loira aproximou os lábios lentamente até Lexa, mas a morena usou a mão que tocava seu torço para impedi-la. Fechou seus olhos e com raiva da própria fala disse:
- Não posso, Clarke. Desculpa.
Clarke sentiu suas pernas, que estavam firmes e confiantes tremerem, amedrontada, envergonhada e chateada, conteve suas lágrimas. Se afastou, pegou a toalha caída e enrolou em seu corpo novamente, foi até o quarto de Lexa e fechou a porta.
- Clarke...Chamou Lexa, sem saber o que dizer.
- Você não tem compromisso com sua namorada? Então vai. Gritou a loira.
- Ela não é...Deixa pra lá. Disse a morena indo em direção a porta e saindo.
Clarke chorava muito no quarto de Lexa, deitada em sua cama, não tinha pra onde ir, precisava de uma porta que separasse as duas. Respirou fundo ao ouvi-la sair do apartamento e se levantou, olhou no espelho cumprido e disse a si mesma friamente:
- Você ta deixando tudo muito difícil, Lexa, sem conseguir te conquistar, nunca vou conseguir sair daqui e descobrir o que preciso dessa agencia do inferno.
Limpou suas lágrimas irritada, deixando seu rosto vermelho:
- Cansei de ficar presa aqui. Disse abrindo o guarda-roupa da morena e pegando o primeiro vestido decotado que encontrara. Separara o vestido em cima da cama, pegara uma calça moletom e uma blusa de lã, procurou por alguns trocados jogados nos potes, vasos e sofá, juntou um pequeno monte de moeda, colocou um ray ban que encontrara na gaveta de Lexa e um boné, colocou a toca que vinha com a blusa de lã e saiu do apartamento.
Clarke desconfiada e com cuidado se dirigiu até a primeira mercearia que encontrara, lá comprou quatro montantes de papel crepom da cor vermelha. Voltou ao apartamento, discretamente, subindo pela escada de incêndio e foi até o banheiro, umedeceu seu cabelo mais ainda e passou o papel crepom em cada mexa de cabelo separadamente, após alguns minutos, deixando a química agir, tirou a toalha que havia enrolado no cabelo e se olhou no espelho. Tinha suas mexas completamente avermelhadas, ainda com muito de seu tom claro natural aparente, os cabelos levemente ondulados e ainda úmidos. Sorrira com o resultado.
Com o vestido de Lexa em seu corpo, pegara o primeiro salto que encontrara e seguira pra saída do apartamento, ainda de boné e óculos escura, embora já não fosse mais dia.
****
Lexa chagara ao apartamento de Ontari que a aguardara ansiosa:
- Que demora. Disse a morena abrindo a porta.
Lexa respirou fundo, impaciente.
- Pensei em pedirmos algo pra comer, uma pizza ou qualquer porcaria. Disse.
Lexa lembrara da última noite onde tivera um jantar bem preparado, bem servido, diferente das tantas porcarias que vivia comendo com Ontari:
- Pode ser. Disse sem dar atenção.
- Pedi pelo aplicativo, vai demorar, podemos começar com a entrada. Disse Ontari, sentando no colo de Lexa que estava sentada em um grande puff que havia na sala da morena.
Lexa sem paciência tentou tirar Ontari de seu colo, mas ao tentar faze-lo, só visualizava Clarke em cima de si. Seus cabelos loiros compridos balançavam, florescendo o perfume de seu shampoo lavanda. Ao ver a cena, Lexa não se conteve e prensou Ontari com mais força contra seu colo:
- Rebola. Pediu. E Ontari feliz, obedeceu.
Lexa sentira sua calcinha umedecer, ao ver Clarke rebolando em seu colo, colocou sua mão embaixo da blusa de Ontari e apalpou seus seios, estavam diferentes do que imaginava que seriam os seios de Clarke, mas não deixou isso lhe distrair:
- Senti falta da antiga Lexa. Disse Ontari, entre gemidos.
A voz de Ontari despertou Lexa de suas fantasias e ao perceber que era a morena que rebolava sem parar em seu colo, levantou instantaneamente, assustada.
- Qual é, Lexa?
- Não da Ontari. Disse colocando a mão nos cabelos. – Merda de cabeça, para de brincar comigo. Sussurrou a si mesma.
- O que não da?
- Isso, transar, eu não to me sentindo bem, to enjoada desde ontem, to até preocupada com o que possa ser. Mentiu.
- Você só pode ta brincando. Me cozinhou por dois dias, veio até minha casa pra dizer que não ta passando bem? Perguntou Ontari, sentada em seu puff, frustrada.
- Você sempre se preocupando comigo, é comovente. Disse com ironia.
- Tem alguma coisa acontecendo e você não ta me falando. Admita que está saindo com alguém. Exigiu.
- Quem me dera. Sussurrou.
- Como é?
- Disse que to sendo sincera. Falou em voz alta. – Não estou saindo com ninguém. Será que podemos jantar e deitar um pouco, pra ver se esse mal estar passa? Consegue? Ficar comigo sem transar? Perguntou.
Ontari a encarou de cima a baixo e se levantou:
- Que seja. Esbravejou.
Lexa suspirou, esperando aquela atitude de Ontari que nunca fora a pessoa mais compreensiva e amorosa do mundo. Foi até o banheiro e pegou seu celular, sem resistir ligou pra Clarke, pro telefone que havia lhe dado na noite anterior.
O celular chamou, chamou, mas a loira não atendera:
- Deve estar dormindo. Disse a si mesma.
Voltou pra sala, e após alguns minutos a pizza havia chego no apartamento, as duas se sentaram no tapete para comer:
- Faz tempo que não comemos assim né? Disse mudando o canal da televisão.
- Como indigentes no chão no meio da minha sala? Disse Ontari incomodada.
- É, digo, dessa forma mais desencanada, a gente sempre sai pra comer, acho que estou um pouco fã de comer em casa. Disse dando de ombros.
Ontari franziu a sobrancelha:
- Você ta diferente. Disse com irritação.
- Ontari, não começa, estamos numa boa aqui vai...Pediu.
Antes que Ontari pudesse pronunciar suas desconfianças novamente o celular de Lexa tocou, no visor, mostrava número desconhecido. Já imaginava quem era. Engoliu o último pedaço de pizza correndo e se levantou:
- Vou atender isso, já volto. Avisou. Mas assim que se dirigiu ao quarto de Ontari, ela foi atrás, discretamente.
- Alô? Alô? Disse, sem resposta. - Que barulho é esse? Perguntou. Lexa ouvia uma música alta, batidas pesadas e muitas vozes falando ao mesmo tempo. – Você ligou essa música alta aí? Quer chamar algum tipo de atenção? Ta de sacanagem né? Disse se irritando.
Ontari atrás da porta franzia a sobrancelha, tentando entender o que Lexa dizia, se aproximando cada vez mais da porta.
- Oi, meu bem. Disse Clarke do outro lado da linha, com a voz risonha.
- Que caralho de barulho é esse? Perguntou.
- É música meu amor, já ouviu alguma vez? Ou tudo o que sabe fazer é espionar as pessoas e foder sua namorada?
- Ótimo, você está bêbada. Afirmou.
- Talvez tenha tomado um ou dois copos de liberdade. Atestou.
- Você e essas merdas de analogias.
- Vi que você me ligou, só queria esclarecer que estou bem e não posso atender agora, to com uns amigos aqui. Disse, ainda com a voz debochada.
- Você procurou alguém? Meu deus, eu achava que você fosse mais responsável que isso, me diz onde você está. Disse.
- Me deixa em paz, Lexa, você não me quis, não foi? Pois então, segue seu caminho, fode sua mulher, case com ela, vá pro inferno com ela, morram as duas. Disse.
Lexa respirou fundo, com os olhos cerrados levou a mão livre até a testa enquanto pensava no que fazer:
- Quero dizer, não quero que você morra, não foi o que quis dizer, e nem ela, odeio ela, mas não desejo a morte de ninguém, mas quero que vocês se deem muito mal, sério...Por mim que você derrube seu celular na privada logo depois de usar, e ela...Que ela bata o dedinho do pé na quina de alguma mesa.
Lexa não sabia e ria ou chorava com a gentileza de Clarke em não querer realmente o mal de ninguém, respirou mais uma vez e perguntou:
- Por favor, por favor...Me diz onde você está.
- Não. Me esquece...Eu já esqueci.Disse e desligou o telefone, deixando Lexa irritada, a morena apertou o aparelho e socou a parede duas vezes, protestando seu estresse.
- Lexa? Chamou Ontari.
Lexa respirou fundo, e saiu do banheiro:
- Eu preciso ir. Um informante ligou, tenho uma pista de Griffin.
- O que? Vamos. Disse empolgada.
- Não! Vou sozinha, Ontari.
- Mas é trabalho. To tão envolvida nisso quanto você. Disse se irritando.
- Eu não vou encontrar com Griffin agora, o informante quer me dizer algumas coisas, pediu pra eu ir sozinha, além do mais...Não quero criar expectativas, sinto que é só mais uma pista furada. Disse coçando a cabeça.
Ontari fez que sim com a cabeça, aceitando:
- Tudo bem, me mantenha informada, promete? Pediu.
- Tabom. Disse dando um beijo na testa da morena e saindo apressadamente.
- E Lexa...Chamou antes que Lexa saísse. – Se a pista for quente, faço questão de captura-la com você, aposto que Kane vai me deixar fazer o que eu quiser com essa menina dessa vez. Disse com malicia.
Lexa revirou os olhos e saiu pela porta.
Ao chegar na portaria, Lexa pegou seu celular e acessou um aplicativo:
- Só na sua cabeça, eu ia te dar um celular e não colocaria um localizador acoplado, Clarke. Disse a si mesma, pegando o endereço que o aplicativo apontava. Em seguida, chamou um uber.
******
Minutos depois ao chegar no que parecia ser uma boate underground próximo ao subúrbio, Lexa pagou sua entrada pra uma recepcionista que a olhou de cima a baixo, encantada, e entrou. A balada era apertada, estava cheia, a música alta com bate estaca, gelo seco em fumaça estava por todo lugar, dificultando sua visão, Lexa esbarrava em todo mundo, descordenamente tentando ultrapassar a barreira de pessoas:
- Mas que caralho, quantos anos que não venho nessas merdas. Disse, mas não conseguiu nem ouvir sua própria voz ao dizer. – MEU PÉ, FILHA DA PUTA. Disse ao ser esmagada por um rapaz com o dobro de sua altura.
- Oi linda. Disse o rapaz, ao se desequilibrar em Lexa.
Sem pensar duas vezes, Lexa deferiu um soco no estomago do rapaz, que não conseguira reagir, pois Lexa se esgueirou sutilmente entre a multidão. Irritada.
Após longos minutos em busca de Clarke, quando estava quase se dando por vencida, vira a loira, no balcão, virando suas doses favoritas...As de tequilas. Correu para alcança-la, empurrando quem estivesse a sua frente, e ao alcança - la apertou seu braço, deferindo toda a raiva que sentia naquele momento:
- O que você pensa que está fazendo? Disse.
Clarke quase derrubara seu copo:
- No momento, tentando virar esse shot de tequila. Disse sorrindo.
- Clarke. Sussurrou Lexa, não que precisasse, afinal, ninguém ali as ouvia. – Isso foi incrivelmente irresponsável, eu to muito decepcionada com você.
Clarke sorriu ironicamente:
- Você ta parecendo meu pai. Disse.
- Talvez fosse isso que ele sentisse se visse essa cena. Disse sem pensar.
Clarke bateu o copo no balcão irritada, se levantou e saiu pela multidão. Lexa respirou fundo, percebendo a chateação justificada de Clarke e a seguiu até saírem da boate.
- Clarke...Chamou.
- Eu não sou irresponsável, você sabe disso. Disse na calçada úmida da rua deserta, com o ar seco do frio saindo de sua boca a cada sentença pronunciada. – Eu só precisava respirar.
- Eu to tentando deixar meu apartamento o melhor possível pra você, Clarke. O que eu posso fazer, no que eu posso melhorar? Perguntou a morena com sinceridade.
Clarke mordeu os lábios tentando controlar as palavras que insistiam em sair, antes que pudesse desabafar o que Lexa já estava cansada de saber, tentou outro caminho:
- Me deixa ver minha irmã. Arriscou.
- Clarke, isso ta fora de cogitação, peça algo que eu possa te dar.
Clarke sorriu ironicamente, olhou pra cima, pra que as lágrimas que se juntavam em seus olhos não caissem:
- Não tem mais nada que você possa me dar. Disse com a voz embargada. – Vamos embora. Disse andando até o ponto de táxi.
- Clarke, espera...Pega minha jaqueta. Disse andando apressadamente atrás da loira.
- Sabe qual seu problema, Lexa? Eu to entendendo tudo agora...Você ta tentando concertar minha vida, arrumar tudo isso porque sente que deve isso ao meu pai, não é? Mas e ai? E se por um milagre tudo der certo e eu voltar pra minha casa? Você vai voltar pra sua vida de agente clandestina? Matando um cara ou outro no seu dia? E depois? Vai passar por mim na rua e fingir que não me conhece e eu vou ter que fazer o mesmo? Disse elevando sua voz. As gotículas do sereno estavam deixando o cabelo de Clarke umedecidos, parecendo recém saídos do banho. Foi quando Lexa reparou nas gotas avermelhadas que desciam de seus cabelos...E que estava tingido de vermelho.
- O que aconteceu com seu cabelo? Perguntou.
- Eu achei que me deixaria menos reconhecível. Disse revirando os olhos.
- Enfim, o que quero dizer é que eu não sei nem o que eu to fazendo direito, acha que eu sei o que vai acontecer depois disso tudo, Clarke? Perguntou acuada.
- AHHHH, COMO VOCÊ ME IRRITA LEXA. Gritou em histeria. – Quer saber? FODA – SE, eu vou pra casa da minha mãe. Disse se virando e correndo em direção a uma viela.
- Clarke. Disse Lexa se apressando pra correr atrás da loira. – Você ta bêbada, e completamente louca, volta aqui...Mas que inferno. Bravejou enquanto corria para alcança – la.
Clarke correu brevemente até uma rua sem saída, mas Lexa não teve dificuldade em alcança-la, a empurrou e a pressionou contra a parede:
- Você precisa voltar a si, sair dessa bolha de surto e voltar a ser a Clarke responsável e comprometida, por favor. Pediu, com seu hálito gélido se espalhando por todo o rosto da loira. Os longos cílios de Clarke estavam também tomados pelo sereno e ao aproximar-se tanto, Lexa pôde notar pequenas gotas presas em alguns fios. Os olhos estatelados de Clarke brilhavam todo seu azul contra Lexa, quase desequilibrando a morena.
- Me solta. Disse ao se ver presa por Lexa contra os tijolos gelados de um prédio residencial qualquer.
- Não...Não enquanto você não voltar ao normal. Disse Lexa batendo levemente o braço de Clarke contra a parede, enquanto falava com raiva.
Clarke respirou fundo:
- Se não me soltar...
- O que vai fazer? Gritar? Disse em deboche apontando com a cabeça pra rua que estava completamente vazia.
- Não...Eu fazer bem pior. Desafiou Clarke, com a sobrancelha erguida.
- Eu pago pra ver. Provocou.
Clarke sorrira, ainda com os rastros de lágrimas em suas bochechas, o rosto gélido como o asfalto úmido embaixo de seus pés, os pulsos presos a parede pelas fortes mãos de Lexa, se aproximou de repente, nos poucos centímetros que separavam as duas e tocou o lábio da morena com o seu.
Lexa mal pode sentir o toque, tamanho era o frio que sentia nos lábios, manteve os olhos abertos em choque, sem esperar por aquilo. Tudo acontecera tão lenta e rapidamente ao mesmo tempo, que não tivera tempo de agir. Após o sutil selinho, Clarke afastou seus lábios e a encarou:
- Vai me soltar agora? Perguntou, certa de sua atitude.
Lexa estava com o maxilar travado e mais uma vez numa das situações em que não sabia o que fazer, desde que Clarke aparecera em sua vida, essas situações vinham sendo corriqueiras. A encarava, fortemente sem conseguir penetrar nas grandes perolas azuis de Clarke, sentia-se intimidada e não gostava da sensação. Mas além disso, embora estivesse prendendo Clarke na parede, quem se sentia presa era ela, presa em seus princípios, em suas promessas, presa no que deveria sentir por Clarke, presa no que sentia de verdade, presa nas mentiras que contava ao dizer que a via apenas como irmã e presa nas vezes em que quis reagir quando Clarke dizia estar apaixonada por ela. Num rompante, só conseguiu destravar seus músculos sobre a chantagem de uma única atitude...Sem soltar Clarke, se aproximou bruscamente e juntou seus lábios nos dela, dessa vez com tanta força que sentira cada centímetro de sua boca, Clarke mesmo surpresa, ainda tomada pelas famigeradas tequilas, correspondeu prontamente como se estivesse aguardando aquele beijo por muito tempo e no fundo...Sabia que estava.
A última semana só servira para reafirmar uma chama que crescia em ambos os corações a anos, e essa chama e revelações incendiavam, explodiam dentro das moças que agora massageavam uma a língua da outra, com retribuição instantânea. Lexa lentamente soltou Clarke, que depositara as mãos nos ombros musculosos da morena. Lexa agarrou as pernas de Clarke e as levantou, fazendo a loira se enrolar em sua cintura.
Lexa ainda a pressionava contra a parede, sentia cada centímetro de sua boca, com um beijo lento, quase juvenil, as duas se reconheciam ali. Clarke abraçava Lexa fortemente, querendo senti-la cada vez mais perto, cada vez mais fundo, sentia uma saudade absurda que não sabia explicar, já que passara a última semana ao lado da morena, era uma saudade que apertava, uma insegurança de querer mantê-la perto, com medo de que alguém fosse arranca-la dela.
Lexa com sensações similares a pressionava com força, segurava seu cabelo, sem puxa-lo, ainda com carinho, embora seu desejo explodisse o bastante para rasgar o vestido que Clarke usava, ali mesmo. Ela queria segura-la perto, junto, queria garantir que ninguém mais o fizesse, porque Clarke lhe pertencia. Não de uma maneira impositiva e censurada, mas na essência de seu coração. Todo ele era dela e ela sentia e queria proteger, cuidar, queria assim, como a um ano atrás quando vira Clarke no balcão de um bar, guarda-la num potinho. Lexa não entendia o que sentia, nem sabia se queria entender, sentir a boca de Clarke na sua, suas mãos lhe confiando tanto depositadas em seus ombros, suas pernas agarradas a sua cintura, o pouco calor de sua pele que emanava o gélido ar do outono Nova Iorquino, eram suficientes pra ela. Uma esquina, estrelas no céu e Clarke em seus braços.
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