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História Got Dynamite - Sadness


Escrita por: KaneoyaSachiko

Capítulo 4 - Sadness


Fanfic / Fanfiction Got Dynamite - Sadness

"- Corra, Marcy! Eu estou logo atrás!"

Eu me esforçava pra correr o mais rápido que podia, minhas pernas curtas bambeavam vez ou outra, como eu tinha medo... Eu corri de olhos fechados, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, a agonia por não conseguir correr mais rápido, mas e ela? Olhei para trás enquanto corria, não vi o rosto familiar, só a destruição da cidade onde fazíamos compras aos sábados.

O som dos aviões se aproximando me deixavam aflita.

" - Corra, Marcy! Eu te alcanço!" 

Ainda pude ouvir a voz dela, o timbre forte me dando coragem pra enfrentar aquilo que eu sequer sabia o que era, até tropeçar e cair no chão, me machucando feio.

O avião passou bem perto e eu pude ver algo caindo dele, me encolhi, olhando fixamente pra um ponto qualquer na rua. Mas ali, debaixo de um carro... havia algo que vinha em minha direção. Uma coisa rosa e pegajosa me envolveu como um casulo antes daquela devastadora explosão.

- Tem... Cheiro de chiclete... Mamãe?


* * *


Aquela falta de ar novamente! Olhando pro teto, repeti inúmeras vezes que aquilo havia sido só um sonho, apenas mais um dos sonhos ruins que tenho sempre que durmo um pouco mais.

Eu não sabia o que eles queriam dizer, havia um bloqueio na minha mente sempre que eu tentava buscar respostas pra isso, ainda ofegante, levantei olhando o relógio na parede.

- Nove horas... Tá explicado.

Estava tão suada que parecia que eu havia feito xixi na cama, flutuei até o banheiro, tirando as roupas no caminho e deixando elas no chão mesmo. A água fria me fazia despertar, levando todos os vestígios do pesadelo que tive, ou quase todos... a lembrança voltou em minha mente, fazendo minhas lágrimas correrem junto com a água fria do chuveiro. Meus soluços se tornavam cada vez mais fortes, as lágrimas pareciam nunca ter fim, era só mais um dia normal na minha vida, sempre foi assim. 

Ouvi batidas na porta, o que me tirou dos pensamentos que estava tendo, me enrolei numa toalha e me sequei rapidamente, vestindo uma calça e uma camiseta de banda. Quem em seu juízo perfeito viria até o meu covil?!

 Fui até a porta e abri, já me preparando pra me transformar num monstro horrível e colocar aquele ser irritante pra correr, mas... Quando abri a porta me deparei com a princesa, sorridente, com uma cestinha cheia de coisas, me fazendo ficar surpresa.


- Bonnie? O que faz aqui?

Ela sorriu lindamente, me envolvendo num abraço apertado e demorado.

- Eu aproveitei que tava saindo do reino do queijo e passei aqui pra te ver... Essa árvore é grande mesmo! 

- C... como sabia que eu moro aqui?

Ela virou-se em direção ao reino doce, fazendo o vestido rodar com o movimento.

- O Mordomo Menta me falou, então eu vim! Você me parece incomodada... Quer que eu vá embora?

- N-Não, Bonnie! É que... Eu não sou acostumada a receber visitas. Entre, por favor!

Ela passou por mim, e o seu cheiro imediatamente invadiu minhas narinas, me fazendo lembrar do cheiro do sonho.

"- Cheiro de chiclete... Mamãe?"

- O quê? Mamãe?

Pensei alto demais, saí imediatamente dos meus devaneios e voltei minha atenção à ela.

- Não é nada. Vamos, vou te mostrar a casa! Não quer comer alguma coisa não? - Levei ela até a cozinha, pegando alguns giz de cera vermelhos.

- Marcy?

- Sim? - Perguntei distraída.

- Você tá fugindo de alguma coisa?

Sim...

- Eu não! - Bebi o vermelho dos lápis, tentando disfarçar o nervosismo.

- Pois me parece que sim! O que você tá escondendo?!

Olhei pro chão, eu não falaria sobre aquilo com ela... Senti as lágrimas voltarem a escorrer, aquele aperto no coração, os soluços...

- Marcy? Ei... 

Bonnie me abraçou, fazendo um leve carinho nos meus cabelos, eu não aguentei me segurar, acabei chorando nos braços dela, que cuidava de mim sem nem saber o motivo.

- Eu não gosto de ter pesadelos, eles são tão estranhos e... reais!

- Foi só um pesadelo, Marcy. Está tudo bem agora.

- Não, Bonnie, não está! 

Estávamos no chão da cozinha, eu agarrada nela e ela fazendo carinho no meu cabelo, tentando me acalmar. Aos poucos fui me recompondo, mas agora eu tinha medo de encará-la. Como se adivinhasse o meu pensamento, ela segurou meu queixo, me fazendo olhar no fundo dos seus olhos.

- Está tudo bem agora. Eu estou aqui.

Suspirei pesadamente, encostando a cabeça no peito dela e abraçando apertado. Então eu só precisaria dela pra ficar bem? Eu sentia tanta paz naquele momento que era difícil imaginar como seria quando ela fosse embora. 

- Você vai ter que ir, Bonnie... E isso vai me corroer novamente.

Ela sorriu, me afagou os cabelos e beijou delicadamente minha testa.

- Então eu voltarei aqui e farei tudo ficar bem.

Era incrível como ela fazia tudo ficar mais bonito, eu sorria o tempo todo perto dela. Procurei não pensar na hora da despedida, por mais breve que ela estivesse, eu tentava aproveitar cada minuto ao lado da minha Bonnie.

O tempo passou tão rápido que eu nem percebi. Passamos a tarde vendo filme, cozinhando algo pro jantar, sujamos nossas roupas, nos trocamos e claro, demos uns amassos por causa disso. Jujuba era incrível, ela fazia coisas que eu jamais pensei que fosse possível, ela nunca me decepcionou e eu amava isso nela.

- Você tem mesmo que ir? Dorme comigo, Jujubete!

- É Jujuba! 

Eu adorava como ela se irritava com alguns apelidos que eu colocava nela, ficava tão vermelha que chegava a chamar minha atenção.

- Eu realmente tenho que ir... 

Depois de muitos abraços e beijos, deixei a princesa ir. A tristeza voltou a se apossar do meu corpo, mas eu não ficaria ali me torturando, peguei o violão e fui tocar entre das nuvens, sentindo a brisa fria no meu cabelo, dando inspiração para compor uma nova música.






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