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História Gravity - Melodramatic Fools


Escrita por: coldnyoongi

Notas do Autor


Oi, pessoal.
Esse é o primeiro capitulo oficial e espero mesmo que gostem.
Antes de deixar vocês em paz para lerem, quero falar que essa fanfic é muito inspirada em músicas. A maior parte dos capítulos começa com o trecho de uma, que inspira ou simplesmente se encaixa bem, e sugiro que se quiserem, ouçam às músicas enquanto leem, pois pode ajudar a entrar no clima da história e tudo mais. Se quiserem, posso até disponibilizar uma playlist.
É só isso, por hora. Vejo vocês lá embaixo.

Capítulo 2 - Melodramatic Fools


1.

“Do you have the time to listen to me whine
About nothing and everything all at once?
I am one of those
Melodramatic fools
Neurotic to the bone
No doubt about it”

-Baket Case, Greenday.

Segunda-feira.

Aquela era a segunda semana de aulas depois das férias de inverno. Nos corredores lotados e caóticos do Macquarie’s, Haley vagava com um livro de capa dura nas mãos. Com ajuda dos fones de ouvido e do álbum “Dookie” do Greenday, ela conseguia abafar as conversas agitadas ao seu redor. Usava os mesmos jeans pretos com o rasgo no joelho esquerdo e um allstar da mesma cor. Os cabelos castanhos e ondulados na altura do peito balançavam com o vento que quebrava em seu rosto. Ela andava distraída, mas com a confiança inconsequente de sua natureza. Não era proposital, mas geralmente carregava nesse horário, uma expressão durona, que afastava alguns garotos menos relevantes. Haley tinha uma atmosfera própria: com seu fone de ouvido e um livro, ela conseguia facilmente agir como se nada mais existisse ao seu redor. Inabalável.

Luke desceu do carro de Ashton, seguido por Michael que estivera no banco ao seu lado durante a viagem. O estacionamento da escola era sempre movimentado àquele horário, afinal era sempre bom prolongar um pouco mais a sensação de liberdade antes que o sinal anunciasse algumas horas desse privilégio privado. Luke tinha recuperado o bom humor, apesar de ter a cabeça lotada de coisas que sabia que precisava resolver, mas preferia não se incomodar com tudo agora. Ele passava com os garotos por entre carros estacionados, - muito mais caros que o de Ashton - casais se agarrando em volta, e grupos de amigos rindo. Eles faziam parte da última definição.

- Calum, aquela ali não é a Stacy? - Michael cutucou o amigo freneticamente, fazendo todos eles olharem em direção da garota de blusa laranja decotada.

- Caramba, cara! - um deles exclamou.

- O que aconteceu com ela? - Luke perguntou impressionado, olhando para os amigos.

- Ela, ela… - Calum estava vidrado com a imagem da garota de corpo escultural, uma vez que a mesma costumava usar óculos grossos, camisetas largas e ser próxima a ele - Ela tinha se mudado pra Melbourne com os pais. Passaram as férias na Espanha. Eu não sei de mais nada.

- Não dá pra acreditar. - Ashton dizia admirado.

- Eu não posso acreditar. – Calum engolia a seco – Eu poderia... - os amigos riam – Essa garota cresceu comigo!

Stacy abraçava um cara alto e loiro, musculoso e conversava com as garotas esbeltas do grêmio estudantil, que era apenas uma fachada para terem ainda mais atenção voltada a elas, já que o grêmio nunca agia de forma alguma. Calum lamentou que não pudesse ser ele e o quanto era injusto, mas essa era a hierarquia. Agora ela era uma garota popular e ele era um underdog.

- Esse é o ensino médio, meu amigo. – Michael passou um braço pelo pescoço do amigo.

- Ela nem me cumprimenta mais, cara. – o garoto continuava a se lamentar.

Eles seguiram conversando banalidades até finalmente chegarem ao corredor central do Colégio Macquarie's. Luke imaginava que, agora que as coisas não andavam muito boas com Sam, o fato de estudarem em escolas diferentes finalmente parecia positivo, afinal. Menos uma distração. O sinal tocou. Os garotos se separaram pela primeira vez no dia, cada um para sua sala. Luke andou distraído, chutando delicadamente o ar com o seu AllStar monocromático, preto. Se Sam estivesse ali, provavelmente não reclamaria abertamente a respeito do calçado, mas faria pior ao encara-los a cada cinco minutos com um olhar frustrado.

Haley fechou a porta do armário assim que ouviu o sinal tocar. Com os livros que precisaria, saiu em direção a sua primeira aula do dia. "When I Come Around" do Greenday tocava nos seus fones de ouvido. Enquanto andava por entre as pessoas, avistou Matt que logo veio em sua direção. Ela tirou um dos fones do ouvido para que pudesse iniciar algum tipo de conversa.

- Bom dia, Thompson. - ela disse enquanto ele se posicionava ao seu lado, sem parar de andar até a aula de Física.

- Eu detesto as redes sociais. - ele dizia, ajeitando os óculos no rosto.

- O que houve? - ela riu.

- Tiraram uma foto minha na educação física da semana passada.

- Aquela na qual você estava com os seus shorts de helanca?

- Sim, mas eles eram necessários. - ele lamentou, se justificando - Enfim, tiraram uma foto e agora está no Facebook de um dos caras do time. Ou seja, todos na cidade já devem ter visto.

- Uh. - Haley fez uma careta – Se serve de consolo, eu ainda não vi.

- Você não tem facebook. – ele contra argumentou – Mas valeu. Como está a Sophie?

- Péssima. – Haley comentou – Ela chorou quando assistimos Evil Dead.

- Uau. Isso é ruim. – Matt franziu o lábio e estreitou os olhos.

- Como está Gunter?

- Pior, eu presumo. – ele disse – Ele deixou de ir para a casa do Trevor esse final de semana, e nós íamos jogar Darksouls, que é o jogo favorito dele. Disse que estava com disenteria, mas nós duvidamos bastante.

- Não acredito nisso. – Haley balançou a cabeça em negação e com cara de cansaço.

- Eu sei! Darksouls, cara!

Durante o intervalo, Luke estava sentado com os garotos em sua mesa usual. No fundo do refeitório, eles pareciam e se sentiam distantes dos demais, conectados ao mundinho que dividiam. O garoto dos olhos azuis brincava com a comida, se sentindo cabisbaixo enquanto os outros faziam piada com alguma coisa.

- Será o que acontece com o cérebro desses caras? - Michael perguntou, analisando o comportamento de alguns caras populares na mesa do centro, enquanto esses se atracavam, simulando uma luta. Todos eles musculosos, de cabelos lisos e brilhantes, sorrisos brancos e garotas para todos os lados. Não precisavam sequer ser mesmo muito bonitos, pois tinham um “charme” que agradava a todos. E aqueles que não tinham aquela habilidade de serem gentis ou agradáveis, tinham uma boa conta bancaria. Bem diferentes deles, eram os garotos sentados ali no fundo, que não eram considerados por si mesmos - ou por ninguém - lá grandes coisas. Nenhum deles estava inserido no aparente padrão de garoto popular, ou padrão de qualquer coisa. Mas em algum ponto, eles gostavam de serem diferentes dos outros. Contando que tivessem um ao outro e sua música, eles não ligavam para muita coisa além.

- É alguma reação química com os hormônios que eles tomam para ficarem com essa aparência meio de cavalo, eu acho. – Calum zombou – Não acredito que até a Stacy está lá com eles.

- Você a perdeu, cara. – Ashton bateu no ombro do amigo – A partir do momento em que elas passam a sair com os centauros ali, não tem mais volta. Elas se transformam.

Luke ria da conversa, e tentava se manter de bom humor.

Haley sentou-se na mesa próxima a porta do refeitório, ao lado da grande vidraça que substituía uma parede e que, em sua opinião, dava a escola um visual muito mais agradável. Jasmine e Sophie já estavam ali e conversavam tranquilamente.

- Oi, meninas. – Haley disse, colocando sua bandeja sobre a mesa.

- Por que demorou tanto? – Jasmine questionou.

- Historia engraçada. – ela respirou fundo, contendo a risada – Eu derramei a comida de uma garota, sem querer. – as amigas a olharam, se preparando para rirem – É, é. Eu estava conversando com o Matt sobre aquele filme novo do Batman, e fui abrir meus braços para simular uma cena e acabei batendo o braço na bandeja de uma garota que estava passando.

- Haley! – elas riam.

- Eu sei, eu sei. – ela também ria – Essas coisas só acontecem comigo, cara.

Um silêncio se estabeleceu então Haley notou que os olhos de Jasmine estavam fixos nela, enquanto Sophie balançava sua comida de um lado do prato para o outro com o garfo.

- Mas... e o Matt? – Jasmine indagou, curiosa e logo Sophie a acompanhou, com um olhar sugestivo.

- O que? – Haley riu, ingênua, juntando as sobrancelhas.

- Você e o Matt têm estado mais próximos ultimamente... – Sophie continuou mexendo na comida, sem levar nada a boca.

- Oh! Não! – Haley protestou – Não, não. Não.

- Por que não? – Jasmine questionou – Vocês são amigos à algum tempo, e se dão tão bem...

- Obrigada, Tia Marrie, – Haley disse, rejeitando as falas da amiga e se lembrando dos familiares que encontrava nos feriados e sempre a perguntavam sobre sua vida amorosa inexistente – mas eu e o Matt jamais daríamos certo. Sério. – a garota disse, com alguns pedaços de batata frita na boca – Não insinuem essas coisas. É quase nojento.

- Ah, Haley. Não seja boba. – Jasmine reclamou. Haley riu e a encarou confusa – Sabe que o Matt tem, ou pelo menos teve uma quedinha por você.

- Isso é bobagem. – ela se defendeu – Agora, parem com isso ou vou derrubar a comida de vocês também.

Sophie observava algo atrás do ombro de Jasmine, com uma expressão triste. Haley virou-se e lá estava Gunter, passando a uma certa distancia, carregando sua bandeja vermelha como quem estava com pressa, mas com os olhos voltados para Sophie. Ele se sentou à mesa junto a Matt e mais dois garotos, Trevor e Harry. Haley imaginou o quanto seria fácil resolver isso tudo, já que claramente, ambos sentiam a falta um do outro, e estavam separados por um motivo idiota. Para ela, era muito obvio. Se um deles fosse capaz de engolir o orgulho tudo estaria resolvido. Mas é claro que ela não diria nada disso, afinal, não tinha nada a ver com aquilo e talvez esse tipo de comentário não ajudaria de fato. Mas acreditava profundamente que mais cedo ou mais tarde tudo deveria se resolver.

Talvez ela não entendesse a dinâmica dos relacionamentos. Não estava em um, e nem se via em um. Só tivera um namorado na vida, quando tinha 14 anos, e não foi como se eles fossem se casar algum dia, até evitava mencionar esse fato. Agora, todas as suas referências de pretendentes eram péssimas e limitadas, já que os garotos da escola eram seu único parâmetro. Em sua cabeça - por mais que odiasse generalizações – os que não eram completos idiotas como os caras populares, tinham o perfil de Matt, que dificilmente seriam algo além de um bom amigo: apesar de serem legais, nunca haveria algum tipo de atração duradoura.

O sinal que anunciava o final da aula tocou como musica aos ouvidos da maioria, e a sensação de liberdade se renovava mais uma vez.

- Isso seria mais um desastre? – Michael perguntou apontando para o cartaz colocado no corredor que se espalhava por toda a escola àquela altura.

O cartaz anunciava uma “semana especial” no colégio que acontecia todos os anos. Basicamente, tiravam-se 5 dias de aula e os substituíam por eventos que supostamente promoveriam o “crescimento do ser”, ou seja lá o que aquilo significasse. Uma ideia muito boa, na verdade, mas geralmente apenas rendia em palestras com um tema comum, várias horas perdidas e algumas oficinas de temas variados. A verdade é que acabava se tornando um prejuízo para a escola, já que muitos aproveitavam a falta de aula para nem chegar perto do colégio. Um fracasso total.

 

- Provavelmente. – Luke disse.


Notas Finais


Para organizar um pouco melhor as publicações e não deixá-los ansiosos, pretendo postar todos os sábados, ou domingos, caso ocorra algum imprevisto no sábado, ou sei lá.
Espero muito que tenham gostado, e por favor comentem pra eu saber que devo continuar. Estou muito animada com essa história aaaaaa.
Meu twitter é o eversincemuke e o explicando5sos.
Obrigada desde já pela leitura.
<3


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