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História Handcuffs (Larry Stylinson) - Garvan


Escrita por: LiaPaloski

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece... Então, acabei de terminar esse capítulo. Se tiverem erros (muito provável que sim kk) é pq eu tô morrendo de sono aqui. Mas bem, eu precisava escrever e postar. Eu tive que me afastar por causa de um milhão de provas que tô tendo na faculdade, porém isso me fez mais mal do que bem.
É péssimo se afastar de algo que te alivia mentalmente. Sei lá. Enfimmm, boa leitura. <3 <3 <3 <3

Capítulo 41 - Garvan


No capítulo anterior... 

— Venha por aqui. — O homem chamou-o e, sem esperar resposta, deu-o as costas e foi para trás de um armário.

[...]

— Você vai sair por aqui, dobrar à direita e andar reto até chegar na parte cheia de pinheiros. Dobrando-se à direita novamente, serás capaz de enxergar o lago e de lá a entrada do colégio. Não posso ajudá-lo a encontrar a enfermaria, mas ao menos não se perderás novamente.

— Obrigado. — Forçou um sorriso com pressa ao desconhecido. Já conseguia sentir o ar fresco em seu rosto, quando ele segurou seu braço, impedindo-o de sair.

Harry estava completamente assustado com aquele puxão brusco. Olhou para trás, para o homem. Seu rosto disse tudo o que precisava, pois logo foi solto.

 — Antes que você vá, eu preciso saber o porquê de você ter chegado até aqui. Tu és oficialmente o primeiro aluno que veio até essa sala. Eles provavelmente desistem ao verem o quanto o percurso é estranho e assustador. Nem eu ando por ali.

— Cara, e-eu só me perdi. Também, não é algo tão surpreendente dar de cara com um lugar estranho e velho por aqui. Esse colégio é justamente isso.  — Gaguejou e falou rápido demais, tentando arrumar desculpas. — E incrivelmente, essa não é a pior parte.

— Sério? — De repente mostrara interesse ao que Styles dizia.  — Pensei que os alunos amassem esse lugar e-

— É.

— Digo isso porque os alunos costumavam gostar de morar aqui.

— Yeah, meu pai me disse isso. Algo claramente deu errado no meio do processo. — Essa ideia fez o cacheado voltar a refletir sobre o assunto.

Sobre o colégio Redmond MacAteer.

Não era um de seus assuntos preferidos, mas às vezes era impossível não parar um tempo e pensar sobre a situação de lá. O sentimento era parecido com o caso de um país com governo corrupto e sujo; você sabe disso, entretanto, no fundo sente como se não pudesse fazer muito.

Para poder resolver o problema, era primeiro necessário organizar os motivos para aquilo ser um problema. Só então, desenvolver métodos de saná-lo. O que não é nem um pouco simples. Muito menos para um bando de adolescentes perdidos na vida, jogados ali, pois os pais não conseguiram bons resultados com sua educação fajuta.

— Sou Harry Styles. — Apesar do medo, decidiu apresentar-se, começara a ficar curioso para saber quem era aquele homem.

— Garvan MacAteer. — No segundo que pronunciou o sobrenome conhecido, percebeu que havia falado demais.

Em um piscar de olhos, antes que algo pudesse acontecer, Harry saiu de lá e correu o mais rápido que conseguiu.

 -x-

Liam suspirou, aliviado, ao chegar ao quarto. Estava exausto, mostrara grande parte do colégio para um calouro; depois teve que ir à biblioteca resolver um problema envolvendo empréstimo de um livro que nunca nem ouvira falar. A situação em si não era estressante, mas sim, cansativa.

Tirara o casaco do corpo, assim como os sapatos e se deitou. Com cerca de dez minutos de descanso, olhos fechados e pensamentos começando a se nublar por causa do sono, ele foi acordado com Zayn entrando no quarto. Ou melhor, com o celular do moreno caindo no chão e se estraçalhando.

— Ouch. — Virou-se para Malik, observando-o juntar as partes que se soltaram do celular com uma cara entediada. Ele era um verdadeiro sobrevivente.

— Você parece tão morto por fora quanto eu estou por dentro. — Zayn disse e encostou a porta, sem notar a mudança da maçaneta ou que tinha uma chave ali.

— Poxa, estou tão mal assim?

Malik pediu espaço na cama, e deitou-se também; os corpos abraçados.

— Sim, demais. — Brincou e deixou um beijo na lateral do rosto de Payne. — Eu também estou cansado. Minha vida sedentária está começando a trazer as consequências.

— Por escolha sua. Você sabe que eu te chamei várias vezes para ir à quadra, fazer algumas cestas. Seu bola fora.

— Não me julgue. — Envolveu Liam também com as pernas, dando nele um abraço de coala.

— Você viu Larry hoje? Niall estava os procurando e pediu para que eu os avisasse disso, mas não os vi durante a manhã inteira.

— Nope. Estava ocupado demais sendo obrigado por esse diretor de merda a fazer o trabalho que supostamente deveria ser dele. Quero minha comissão como guia turista. — Liam riu, mas a preocupação se sobrepôs.

— Será que aconteceu alguma coisa com eles?

— Nah, eles devem estar se pegando por aí. — Começou a fazer cafuné nos cabelos lisos de Liam. — Na mesa de MacAteer.

— Quê?! — Payne gargalhou com os olhos fechados, aproveitando o carinho do seu namorado.

— Você nunca parou para pensar- — Malik teve a fala cortada pela porta do quarto sendo aberta abrupta e fortemente, de forma que batesse na parede com tudo.

— V-vocês- — Harry tentou perguntá-los sobre Louis, mas pela corrida que dera da sala do parente de MacAteer até os quartos era algo difícil. Estava completamente sem fôlego.

— Meu Deus, o que aconteceu, Harry? — Liam pulou da cama, os olhos tão arregalados que poderiam saltar do seu rosto a qualquer momento.

Styles estava mais pálido que a parede que esmagara com a porta. Aos poucos, conseguiu regular sua respiração: — Vocês viram o L-louis? Ele voltou para aqui?

— Não, ele não esteve por aqui.

Os meninos agora estavam de pé, próximos do cacheado, tentando acalmá-lo de alguma forma.

— O que aconteceu? — Payne voltou a perguntar.

— Eu- estou confuso, ainda. Caleb estava chorando e eu e Louis fomos com ele à enfermaria. Algo aconteceu por causa de pílulas. Algo ruim. — Engoliu em seco. — Eu saí de lá. Cheguei numa parte mais afastada e- aparentemente MacAteer tem um parente estranho que mora aqui e-

Zayn olhou para Liam como se Harry estivesse alucinando.

— Hm... Ok. — Esperou até que Styles terminasse de falar. — Você deveria tomar uma água e se deitar um pouco. Eu vou tentar encontrar o Niall, ele sempre tem soluções inteligentes para as coisas.

— Só me digam como eu chego à enfermaria. Droga, por que esse colégio tem que ser tão confuso e grande? — Sua cabeça doía com o estresse, por isso levou uma de suas mãos até o local. Havia pura dor em seu rosto.

— Me desculpe, mas eu nunca fui. Inclusive, pensava que só fosse um mito a existência de uma. — Liam tentou consolá-lo, e Zayn não disse mais nada antes de sair à procura de Niall. — Louis vai aparecer muito em breve, darling. Eu vou pegar um copo de água para você, ‘kay? — Styles concordou com a cabeça.

Liam se virou, indo em direção ao frigobar. Harry saiu do quarto.

-x-

Corredor da enfermaria

Louis e Caleb prenderam a respiração ao ouvirem os passos pesados de MacAteer se aproximando deles. Quando o mesmo apareceu em seus campos de visões, se sentitam da mesma forma que uma pessoa que está no corredor da morte se sente.

Mas o diretor os ignorou de início; primeiro, entrou na enfermaria e conversou com Sr. Boyle por vários minutos. Em um intervalo de tempo, os meninos não conseguiam mais vê-los pelo vidro.

Até que Gerald saiu da sala e agora os olhava diretamente nos olhos.

— Eu preciso fazê-los algumas perguntas. Serei direto e espero que também sejam. — Ele começara a encarar apenas Caleb, de forma a pressioná-lo, percebendo que ele era o que estava mais abalado com aquilo.

— Sim, senhor. — Louis respondeu, tentando chamar a atenção de Gerald para si.

— Eu sei que vocês são amigos dele porque estão aqui. E Doyle me contou que você — apontou para Caleb — que trouxe o corpo de Smith para cá.

— S-sim.

— Então, como aconteceu? Pois, tudo indica que seu amigo teve uma overdose, o que pensei que fosse impossível de acontecer nesse colégio. — Entrelaçou ambas as mãos, a impaciência dele era visível.  — Especialmente no dia de apresentação de Redmond MacAteer para os novatos.

Tomlinson revirou os olhos. Era inacreditável que o diretor estivesse se preocupando com aquilo.

— Nós estávamos no quarto e eu- — Caleb parou de falar e respirou fundo, não queria demonstrar mais vulnerabilidade na frente de Gerald. — Me acordei com ele no chão. Os olhos dele estavam meio abertos e eu percebi que ele não estava respirando. Carreguei-o e trouxe até aqui.

— E onde você entra, Tomlinson?

— Depois de deixar Aiden aqui, eu fui chamar Louis. — Caleb continuou. — Ele não tem nada a ver com isso, nem sequer viu o corpo dele.

— Hm, entendo. — MacAteer mexia nos pelos do bigode, pensativo. — E como vocês acham que ele conseguiu essa droga? Existe alguém aqui dentro fornecendo?

Caleb negou com a cabeça. MacAteer ergueu uma das sobrancelhas; não esperava por aquela resposta. Se não existia alguém dentro do colégio traficando, significava que Aiden Smith havia saído do colégio escondido.

Essa era a única opção, pois Aiden era órfão; um tio que morava na Itália que pagava as mensalidades do colégio para que o garoto não ficasse na rua e tivesse a chance de receber algum tipo de educação. Então, desde que colocara o pé dentro do Redmond MacAteer nunca havia saído. Pelo menos, não de maneira autorizada.

— Nós não sabemos. — Louis conseguiu enxergar o que o diretor estava pensando pela expressão que se formara em seu rosto. — É bem provável que sim, alguém aqui dentro tenha o fornecido. É mais provável do que, sei lá, Aiden conseguir sair desse colégio com muros altos e super seguros, não é mesmo?

— Certo. — MacAteer suspirou e deu de ombros. — Podem ir embora, agora.

— O quê?! — A voz de Louis, que até agora estava incrivelmente contida, elevou-se em vários tons. Tons de ódio. — Você não me deixar se despedir dele? 

Foi a vez de MAcAteer de revirar os olhos.

— Esse grande problema agora é meu. Eu não quero mais vocês aqui, para conseguirem piorá-lo de alguma forma. Já perguntei o que queria. Agora, saiam daqui.

— Não. — Tomlinson se impôs. Ignorou a ordem de Gerald e avançou em direção a porta.

— Você está sendo simplesmente ridículo, garoto. — Segurou Louis pelo casaco e o puxou, afastando-o da porta. — Saia daqui, agora.

Tomlinson iria revidar. Ele estava pronto para isso. Mas Caleb o impediu.

— Vamos, Louis. Não vale a pena. — Aproximou-se do de olhos azuis e sussurrou para que só ele escutasse. — Nós não podemos fazer nada agora.

-x-

Harry seguiu apressado até o pátio, sabendo que Tomlinson precisaria passar por ali para poder voltar aos quartos. Em algum momento ele iria dormir, certo?

Sentou-se no chão, isolado dos novatos que ocupavam os bancos. Com as pernas dobradas, próximas ao tronco, fechou os olhos e encostou a cabeça sobre os joelhos.

Tentava se acalmar com um exercício de respiração: Inspirar. Expirar. Inspirar. Expirar.

Inspirar.

Louis, junto com Caleb, chegou ao local.

Expirar.

Pisava duramente no chão, quase o afundando.

A fúria, que exalava pelos poros, chegava a o cegar; para tanto, só ficou ciente de um cacheado encolhido no chão porque um Caleb controlado o indicou.

— Harry? — Caleb o chamou, saindo de trás de Louis e tocando gentilmente em um dos braços de Styles.

O cacheado levantou-se de imediato, pálido e trêmulo. Ele ainda não sabia lidar muito bem em situações de verdadeiro estresse, apesar do tempo que passara em terapia.

Encarou ambos, e fora a última coisa que faltava para ter certeza que boas notícias não estavam vindo.

— Um amigo nosso- — O moreno pausou a fala, pensando nas palavras apropriadas. Nas que o machucaria menos ao pronunciá-las. — Não está mais conosco. Ele teve uma overdose, até onde sabemos.

Harry engoliu em seco. Levou uma das mãos até o cabelo e enganchou os dedos nos cachos, tentando confortar-se inconscientemente. Voltou seu olhar a Louis e conseguia enxergar de maneira clara como água, o quanto ele estava machucado. Dor, por trás da raiva.

— E MacAteer é um imbecil. Um total imbecil. — Louis suspirou, cabeça baixa.

— Me desculpem por ter ido embora. Eu não deveria ter feito aquilo. — De sua boca jorrava arrependimento. Optou por não comentar de imediato sobre o parente misterioso de MacAteer; sabia que o assunto principal, o falecimento de um amigo dos garotos, deveria ser o foco. Deveria receber atenção.

Harry entendia muito bem o que eles estavam passando e sabia mais ainda pelo o que precisavam passar. Luto é algo que precisa ser sentido; caso contrário, traz mais marcas internas e dolorosas do que alguém consegue ignorar.

Sem precisar dizer muito, concordaram em procurarem um lugar isolado para se sentarem e conversarem. Refletirem e organizarem as bagunças de pensamentos.

 

 

 

 

 



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