História Hard Love - GaLe - Sem despedidas

Após tanto caos, Igneel levou todos de volta para casa, insistindo que Lucy e Levy ficassem em sua casa por um tempo, haviam vários cômodos vazios e segundo ele, as duas namoradas de seus ''filhotes'' não incomodariam em nada. Gajeel leva Levy para seu quarto a pedido da pequena azulada que segurou o choro durante toda a viagem.

Ele fecha a porta e a tranca, para que ninguém incomodasse. Assim que a tranca fez o ruído que confirmava que a porta estava trancada, ele sente um pequeno calor em suas costas e um abraço frágil envolver sua cintura.

- Hey...venha cá, camarãozinho. - diz ele virando-a de frente para ele e a pegando no colo.

Antes mesmo de chegarem a cama, Levy desaba aos prantos. A pequena azulada dizia que viu tudo, desde as últimas memórias de Aine até as de quando Levy havia nascido, inclusive um tipo de pedido de desculpas por não ter passado mais tempo junto da filha.

- Ela não tinha pelo que...s-s-se desculpar! Me protegeu até o último maldito momento! Ela podia ter fugido...mas...ficou para trás e tentou lutar contra aquele monstro! - gritava Levy.

- Eu não conhecia ela, mas tenho certeza que ela estava feliz por tê-la encontrado...

A pequena estava inconsolável, nada do que Gajeel falava apaziguava sua revolta com a morte da mãe e isso se extendeu até Levy se esgotar de tanto chorar e acabar pegando no sono. O moreno a deixa na cama coberta, seu estômago estava vazio e havia passado boa parte do dia ouvindo tudo que ela tinha preso dentro do peito. Enquanto descia as escadas, ele da uma olhada no relógio, eram 22:50.

- Minha nossa, chegamos de tarde...acho que a nanica me ocupou por um bom tempo. - diz ele se espreguiçando.

Ele vai até a sala de jantar e encontra Ryuusen sentado, jantando, parecia triste com alguma coisa. Ele estava diferente, seus cabelos cinzentos agora eram dum vermelho que era semelhante ao de Erza e seu olhar parecia triste, Gajeel se aproxima do primo para ver como ele estava.

- Hey, tudo bem? – pergunta o moreno meio sem jeito.

- Hã? Olá, Gajeel. Tudo... Sua pequena está bem?

- Está melhor, chorou, xingou... agora que colocou tudo pra fora está desmaiada. Vim preparar uma rango para nós dois comermos. Tá afim de um pouco? Pode não parecer, mas eu cozinho melhor que qualquer um dessa casa. – diz Gajeel, num tom de brincadeira.

- Não, eu...nem consegui tocar na comida da Angel-san. – diz ele pondo as mãos sobre a mesa, estas cobertas por escamas negras.

Gajeel ignora a resposta negativa e começa a cozinhar, ia fazer uma comida bem leve tanto para Levy, quanto para Ryuusen tentaria fazer algo que enchesse melhor a barriga.

Após alguns minutos Levy acorda sozinha no quarto de Gajeel, ela sai do quarto e começa a procurar por alguém, vendo a luz da sala acesa ela vai descendo as escadas e encontra com Ryuusen sentado na mesa, o cinzento estava de cabeça baixa e seus longos cabelos escondiam seu rosto.

- Ryuusen? – pergunta a pequena azulada, estranhando a nova aparência do cinzento.

- Levy-san...meus sentimentos... – diz ele, fazendo uma leve reverência. - E sinto muitíssimo pelo que aquele monstro lhe causou...

Levy se aproxima de Ryuusen e dá um leve toque no ombro dele, o cinzento levanta o rosto e encontra a azulada com um leve sorriso doce e os olhos mareados.

- Pode levantar a cabeça Ryuu-san, quem fez aquilo tudo não foi você. Você até mesmo nos protegeu a umas horas atrás, segundo minha mãe.

- Hey...Ele é meu primo. Pode ter um pouco do meu charme, mas não é eu, minha porteira de maquete.

Dizia Gajeel, vindo para a sala de jantar com dois pratos em mãos, ambos bem cheios e com cheiro delicioso vindo deles. Ryuusen sentia-se bem junto dos dois, eram um casal que conseguiam levantar seu humor sem forçar a barra. Gajeel coloca os pratos na mesa e senta-se a mesa, dizendo para os dois comerem algo iriam ficar um pouco mais animados. Para Levy ele havia feito uma salada com um molho agridoce e algumas frutas espalhadas pelo prato e para Ryuusen era um risoto de camarão com molho madeira, claro que o cinzento não conhecia o prato, mas o cheiro lhe deixava salivando. Seu estômago parecia estar vazio há meses, mesmo ele tendo se alimentado um pouco antes do prato feito por Gajeel.

- E então o que achou? – pergunta Gajeel, observando o primo dar a primeira garfada.

O cinzento começa a mastigar e sentia como se os sabores estivessem dançando em sua boca, sabor do camarão dava um toque especial na harmonia do arroz branco com o molho madeira.

- É delicioso! Você leva jeito pra coisa, Gajeel! – diz Ryuusen dando mais garfadas no prato.

- Gihi! Viu baixinha? Até o Ryuusen gosta da minha comida, enquanto você fica aí comendo comida de coelho.

- Eu gosto da sua comida, mas se eu a comer todo dia vou ficar parecendo um porquinho da índia de tão gorda, Gajeel! – diz Levy, que comia feliz sua salada. – Além do que, estou virando vegetariana por vontade própria e essa é minha comida a partir de agora. – dizia a pequena comendo cada um dos tipos de folha que o moreno havia posto com o molho agridoce.

Após comerem, o trio ficou conversando um bom tempo na sala de jantar, Ryuusen perguntou várias coisas sobre os dois, mas algo nele parecia estranho e por várias vezes os dois viam ele olhando para cima na direção do corredor onde ele e Lisanna haviam sido alocados. Mas quando lhe perguntavam se algo estava errado ele apenas sorria e dizia que estava tudo bem, depois de alguns minutos os três se despedem e vão para seus respectivos quartos.

Pela manhã Gajeel se levanta para fazer seus exercícios matinais, deixando Levy na cama dormindo, ao descer as escadas encontra com Angel, Igneel e Lisanna juntos na sala. Lisanna estava com os olhos vermelhos e mareados e Igneel segurava um pedaço de papel, o ruivo não parecia nada feliz com o que havia lido ali e com Lisanna chorando só uma coisa podia ter acontecido.

- Seu primo foi embora, vou dar uma saída de carro, talvez o encontre, não deve ter ido longe. Gajeel fique com Angel e Lisanna, volto o mais rápido que puder.

- Hã?! Pode deixar, velhote.

Lisanna é levada até a cozinha por Angel que disse que daria algo para ela se acalmar, o segundo a aparecer ali era Natsu, o rosado estava apenas de samba canção e coçava os olhos que estavam piscando pesado na claridade da sala.

- Hey, cabeça de pregos, que aconteceu? Levy te chutou da cama?

- Nah, Ryuusen sumiu. Deixou um bilhete pro velhote e se mandou.

- Hm? E meu pai disse o que havia acontecido?

- Nem uma palavra, até por que a Angel-san estava por perto. Ontem ele parecia estranho, mas achei que estivesse preocupado apenas.

Natsu parecia pensar sobre o assunto, mas, sem sucesso em pensar em algo que fosse melhorar a situação, ele desce em direção a cozinha.

- Bom, acho que se ele saiu deve ter algum motivo. Se o pai o encontrar, nós tentamos conversar e ver o que podemos fazer. – diz Natsu, parecendo mais sério que o normal. – Mas! Agora estou morto de fome! Vamos comer alguma coisa, Gajeel?

Gajeel apenas leva em consideração o que o primo lhe falou e o acompanha até a cozinha, assim poderia fazer algo para Levy, iria deixar a pequena azulada descansar mais um pouco, ela ainda devia estar exausta de tanta coisa nova sendo inserida em sua vida. Ele mesmo estava com o corpo inteiro dolorido pelo stress que seus  poderes causaram em seu corpo. Natsu também parecia mais ''calmo'' desde que teve o tal lacre rompido, pelo menos foi o que Igneel havia falado. Para os demais aquilo parecia apenas ter deixado ele com mais gás que o normal.

- Bom...cada um é cada um...

- Disse algo, cabeça de prego?

- Não, fagulha. Não falei nada, estava apenas pensando alto. Estava apenas pensando... teria sido isso um adeus ou um até logo?

- Hmm... se fosse apostar prefiro apostar num até logo. Posso não ter gostado dele no começo, mas agora já é um de nós! - diz Natsu sorridente como sempre.