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História Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - I see in your eyes


Escrita por: MiniPuffe

Notas do Autor


Oi gente, desculpa por postar meio tarde haha.
Queria agradecer a todos que estão acompanhando a história, vi que tem muitas visualizações e favoritos, fiquei muuuito feliz com isso, todo dia eu entro aqui pra dar uma espiada nos comentários e nos favoritos hehe.
espero de coração que vocês gostem, eu faço isso por todos os fãs de dramione.
A opinião de vocês é muito importante, então se você quiser pode comentar sem medo!

(Qualquer errinho me avisa, sempre escapa algum)

Boa leitura!

Capítulo 9 - I see in your eyes


Fanfic / Fanfiction Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - I see in your eyes

Tudo era uma mistura de encalorada de vozes e luzes.

A dor e a perda haviam sido substituídas, pedra por pedra, e varridas para muito longe. Naquela noite, estava tudo onde deveria estar cada vitral das janelas, cada quadro pendurado e vela flutuante enfeitando o grande salão, que ostentava um imenso céu estrelado.

Hogwarts estava de volta e Hermione Granger estava de volta a Hogwarts.

O velho e imenso castelo parecia o mesmo de antes da guerra, talvez um pouco mais deslumbrante, quando o adentrou a garota não pode conter um arrepio por todas as lembranças que aquele lugar lhe trazia a mente.

– Não pense naquela noite de coisas ruins – Dissera Luna, em seu ouvido, quando alcançaram as grandes portas do salão principal – Pense em todos os anos de coisas boas. Hermione então lhe sorriu em resposta, com os olhos marejados.

Observava agora todo o lugar como se fosse à primeira vez, não como um regresso depois de um longo tempo fora, mas como se tudo ali fosse uma surpresa para ela. Como se ela fosse novamente à garotinha de onze anos, tentando provar para todos e para si mesma que tinha o mesmo valor do que qualquer um naquele castelo. Enquanto entrava junto com os outros alunos do sétimo ano, reparou em alguns rostos conhecidos. Mais a frente, as quatro mesas já se enchiam com seus respectivos membros. O salão todo estava enfeitado com um tema convidativo, como se desse boas-vindas as crianças, no final da sala, a comprida mesa dos professores estava cheia: Com novos e conhecidos rostos.

Mas o que chamou atenção da garota foi o grande céu estrelado enfeitado com velas coloridas.

“É enfeitiçado para parecer o céu lá fora. Eu li isso em Hogwarts, Uma História”. Pensou, sorrindo para si mesma.

– Quero que me conte tudo sobre esse seu sorriso misterioso – Comenta Gina, ao seu lado, a garota vira confusa para ela. – Você sabe do que estou falando...

– Eu...Eu só lhe disse para não ficar se metendo onde não deveria! Foi sorte ele não ter sido azarado por aquele outro garoto, não que eu me preocupe com o bem estar dele... – Respondeu Hermione virando o rosto e corando sem saber o porquê: Não havia acontecido nada, mas ao lembrar-se do ocorrido a conversa a deixou extremamente embaraçada.

Se despedindo de Luna, que ia até a mesa da corvinal, ela e os dois amigos sentaram-se a mesa da Grifinória. Mais ao longe pode perceber os conhecidos: O garoto do corredor, Evan Abercrombie, junto com Ana e Michelle, ainda muito pálida, a garota percebeu que Hermione a observava e murmurou um singelo: “Obrigada”, ela então lhe respondeu com um aceno de cabeça.  Do outro lado da mesa, perto de Neville, ela identificou Dênis Creevey, um pouco abatido e quieto por causa de irmão, Colin, que havia morrido na noite da guerra.  Suspirando, resolveu afastar os olhos da mesa, enquanto Gina e Neville conversavam com os colegas , ela viu quando Draco Malfoy entrava pelo salão junto com o auror, caminhava de cabeça baixa em direção a mesa da sonserina, com o homem em seus calcanhares. Ela notou os olhares de seus companheiros de casa sobre ele, e o garoto se sentou o mais longe possível de todos, só então reparando que ela o observava.

  Ele a olhou, e Hermione notou que seu olhar não demonstrava desprezo, muito menos simpatia: mas uma nítida indagação. Sustentou o olhar por alguns instantes, o coração acelerado, mas percebeu que Gina a observava, sua atenção foi desviada então pelos alunos do primeiro ano que entravam em fila pelo salão, sendo liderados pela diretora: Minerva Mcgonagall.

 Na mão da diretora estava o histórico chapéu seletor e o banquinho, mais atrás vinham às crianças ainda com as vestes totalmente negras de Hogwarts, sem ostentar brasão, com os olhares curiosos passando sobre as mesas e todas aquelas pessoas os observando. A garota não pode deixar de sorrir, pensando em quantos nascidos-trouxas não estariam entre eles, e como aqueles rostos poderiam nunca conhecer Hogwarts se não fossem por todos aqueles que haviam lutado por eles, pelo direito deles de estarem ali naquele salão.

A nova diretora então para em frente as crianças e lhes explica o processo de seleção, abrindo o imenso pergaminho contendo os nomes dos novos alunos:

– Quando eu os chamar, deem um passo a frente, colocarei o chapéu seletor em suas cabeças e serão selecionados para suas casas.

Era como se voltasse ao passado.

Hermione Granger...Dizia a professora, que a garotinha lembrava-se chamar Minerva Mcgonagall.

Tinha sido a primeira, não esperava por isso. Sempre ficara no meio da chamada dos alunos nas escolas trouxas em que frequentara, ainda sentia falta de seus antigos amigos. Mas aquela escola nova ... Era tudo tão surreal! Mal podia esperar pelas aulas, queria aprender sobre tudo no mundo bruxo, provar que tinha capacidade.

 Todos os pensamentos passavam tão rapidamente por sua cabeça. Suas pernas tremiam, falou consigo mesma para se acalmar, sempre fazia isso, era um hábito irritante.

Sentou-se no banquinho, ouvindo o menino ruivo falando alguma coisa sobre ela, não ligou, estava acostumada a ter meninos como ele a importunando.

Prestou atenção no velho chapéu, que murmurava:

Hmm... Vejo uma necessidade de reconhecimento, mas as qualidades que possuí como coragem... Inteligência... Não será difícil alcançá-lo...Muitas escolhas a serem tomadas, uma mente nada má, mas que passará por provações...Hmm...O chapéu então lhe deu uma pequena pausaUma mente também disposta a ajudar aqueles em que ninguém mais atribuí valor... Onde irei colocá-la? A inteligência é algo que não lhe falta, sabedoria, poderia ser a Corvinal?...Mas vejo algo que vai além da sabedoria...GRIFINÓRIA!

Hermione então, volta à realidade, concluindo surpresa que se lembrava das palavras que o chapéu havia dito a ela, tantos anos atrás, que na época a garota não refletira muito, simplesmente ficara feliz pela escolha da sua casa, mas agora tudo que aquele velho chapéu havia lhe dito fazia total sentido.

“Uma mente também disposta a ajudar aqueles em que ninguém mais atribuí valor”

Poderia ele estar falando dos nascidos-trouxas ou até mesmo de seu movimento em prol dos elfos domésticos, o F.A.L.E, ou até mesmo...Suspirou, o chapéu seletor não predizia o futuro, simplesmente dizia o que já estava em sua cabeça naquele momento, e ele com certeza não estava lá.

“Não naquela época”

Antes que pudesse refletir sobre tal pensamento, foi distraída pela voz da diretora Mcgonagall, que chamava mais um nome.

– Anna Prismwtix. – Dizia ela, a voz ecoando pelo salão. Parecia um sobrenome desconhecido à garota, e talvez muito exótico.

Uma menina muito pequena, mais afastada do grupo já no final da fila, começa a se aproximar do banquinho, tendo que passar por todos os outros que ali estavam, Hermione não conseguia ver seu rosto, pois os  cabelos castanho-avermelhado da garota o cobriam, ela arrastava os pés de cabeça baixa, com os braços cruzados sobre o peito. Chegando onde estava o pequeno banco, ela senta-se virando de frente a todos: Hermione notara os cochichos e os olhares dirigidos à garota. O chapéu seletor é colocado em sua cabeça.

Agora que podia ver melhor, reparara que a menina tinha olhos azul-escuros e uma pele muito clara. Parecia amedrontada e deslocada perante as outras crianças, e fez Hermione lembrar-se dela mesma. Depois de um breve momento e alguns murmúrios, o chapéu seletor finalmente decidiu-se:

– LUFA-LUFA! – Disse ele, e a mesa lufana explodiu em palmas, a garotinha então pareceu feliz, pela primeira vez, deu um pequeno sorriso e dirigiu-se a grande mesa amarela e preta, ignorando os comentários dos colegas primeiranistas.

 Passado algum tempo, a seleção se encerrava junto com a típica canção cantada pelo chapéu seletor. Então para não fugir a tradição a nova diretora de Hogwarts pediu alguns minutos, o barulho titilante do garfo batendo sobre a taça ecoava pelo grande salão, logo o silêncio tomou seu lugar.

– Sei que estão todos famintos então serei breve – Começou Minerva Mcgonagall, com um raro, porém caloroso sorriso – O final do ano letivo passado foi marcado por um grande acontecimento em nossa escola, sei que não precisarei mencionar a grande batalha que ocorreu-se nesse castelo e que, felizmente, o grande mal que atormentava não só os bruxos como todo o mundo, foi finalmente derrotado.  Mas para tal fato acontecer, não só nosso castelo foi parcialmente destruído, como foram destruídas famílias, amizades e relacionamentos. –Enquanto a diretora dizia isso, Hermione olha brevemente para os amigos e colegas a sua volta, todos compreendiam muito bem o que estava sendo dito: estavam com as mentes nas pessoas ausentes, em todos os espaços vazios nas mesas... – Os nossos pensamentos sempre estarão com todos aqueles que perdemos nessa grande tragédia. Sei que muitos que estão agora sentados nesse salão, se lembram de tudo que passamos nesse mesmo lugar, mas eu peço para que preservem os momentos de felicidade que passaram nessa escola. Citando o nosso grande diretor e amigo, Alvo Dumbledore, "É possível encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se lembrar de acender a luz." – Continuava a diretora, agora olhando demoradamente para a mesa dos sonserinos:

‘’E hoje nós todos somos a luz, mesmo com todos os acontecimentos, tenho certeza de que temos um grande ano pela frente. – Ela então pausa novamente, olhando mais demoradamente para as quatro mesas – Antes de começarmos nosso banquete, gostaria de dar alguns avisos e há um muito importante e que devo frisar: Alguns alunos do sétimo ano passado foram convidados a refazer seu sétimo ano, se assim achassem necessário, outros que estava nos sextos e quintos anos foram passados de ano, porém se algum de vocês sentir que precisam de reforço em alguma área da magia, principalmente Defesa contra Artes das Trevas, ficaremos felizes em lhe ajudar, outro aviso importante seria do novo clube estudantil liderado pela Srta. Hermione Granger, monitora-chefe e monitora da Grifinória, esse movimento criado em conjunto para unificar os bruxos, sejam sangue-puro ou não, é algo para evitar possíveis tensões futuras que resultem em atos deploráveis como os que aconteceram aqui em maio, então se deseja se inscrever procure a mim ou a Srta. Granger, que lhes dará informações extras mais tarde...Então sem mais tardar, que se inicie o banquete e bom apetite a todos!

Como de costume todos os pratos surgiram magicamente, aparecendo em frente aos alunos em cima das quatro mesas, puderam ver ensopados, suflês,  tortas de carne, peixes defumados além de uma variedade de vegetais salteados.  O estômago da garota roncou e percebeu que estava faminta, agradeceu mentalmente todos os pequenos elfos que trabalhavam nas cozinhas para lhe servir aquele delicioso banquete.  Enquanto todos faziam seus pratos, Hermione pode notar que Malfoy, do outro lado do salão, remexia inquieto em seu prato, sem ao menos prová-lo, já o auror ao seu lado cortava um bom pedaço de pastelão de carne e rins.

– Tudo bem, pode parar de observá-lo um pouco acho que ele precisa de privacidade, e comece a me contar tudo – Comentou Gina, enquanto ela tomava um grande gole de suco de abóbora: a amiga quase a fez engasgar com o próprio suco. Olhando para a amiga percebeu que esta estava com as sobrancelhas arqueadas esperando uma explicação, Neville ao seu lado tomava grandes colheres de ensopado, fazendo um barulho engraçado, mas parecia interessado na conversa.

 – Você estava lá, sabe o que aconteceu – Respondeu Hermione, na defensiva, às vezes esquecia-se de como Gina Weasley era teimosa. Cortou um pedaço de suflê e o levou a boca, tentando parecer indiferente, mastigando, depois de um tempo respondeu:

 – E sabe por que o defendi, estavam o acusando injustamente. Com esse novo clube estudantil, a diretora Mcgonagall espera que consigamos restabelecer a paz entre os estudantes.

Gina nega com a cabeça, não parecia nervosa talvez um pouco preocupada.

–Eu entendi isso, na verdade eu estava falando do...Você não pensou com o que pode acontecer? Entre vocês? Perguntou a amiga,  um pouco alarmada, se aproximando mais no banco a frente de Hermione.

– Escute Gina, ele só vai participar dos debates e da aula de estudo dos trouxas, nada mais que isso. Tenho certeza que dará tudo certo, e tenho vocês ao meu lado. – Respondeu Hermione, olhando da amiga para Neville, que concordou com a cabeça:

– Pode contar comigo, é como ver a armada de Dumbledore novamente ativa! – Diz o amigo, com um brilho nos olhos.

Então as tortas e pratos salgados são substituídos por bolos de caldeirão, bombas de caramelo, vários tipos de pudins, sorvete de baunilha com maçã flambada e várias tortinhas de abóbora, Hermione mordiscou uma delas enquanto observava Gina, que não parecia estar apreciando muito a sobremesa e tinha uma expressão distante.

  – Hermione, eu não estava falando de você e do... O que o Rony lhe disse na plataforma?  – Perguntou à amiga, acrescentando em voz baixa “Tenho certeza que de não é o que estou imaginando” – Estive pensando sobre isso durante a viagem, me desculpe por ter mostrado a carta a ele.  Pensei que estaria furiosa, e com toda a confusão com o Malfoy, acabei deixando o assunto de lado...

–Nós tivemos uma conversa normal, aliás, ele não mencionou a carta e não havia lembrado disso até agora – Respondeu Hermione, pensando na conversa que tivera com o amigo, e na sensação de que ele não lhe contara algo – Rony falou que você disse a ele para me encontrar antes da viagem. Aconteceu alguma coisa enquanto estive na Austrália?

Nisso as duas já haviam deixado de lado as sobremesas, porém Gina muda rapidamente muda de expressão para uma súbita compreensão:

– Não aconteceu nada, era só curiosidade minha, na verdade. – Respondeu à amiga, desviando o assunto comentando algo banal com Neville e experimentando o sorvete de baunilha – Hm, está realmente delicioso.

Confusa, Hermione tentou insistir na conversa para saber o que a amiga estava escondendo dela, e o que o assunto teria haver com Draco Malfoy. Passados mais alguns momentos, os pratos foram limpos e levados novamente a cozinha, mais uma vez a diretora Mcgonagall pediu a palavra, na frente das quatro mesas:

– Antes de nos retirarmos, gostaria de informar que a Floresta... – Começou ela, dando os avisos rotineiros aos alunos do primeiro ano. – Também gostaria de apresentar os novos professores que completarão o corpo docente esse ano em Hogwarts, a professora Megan Slatery, de Estudo dos trouxas...

Uma mulher muito baixinha, de cabelos curtos castanhos e repicados, sorriu para os alunos da mesa dos professores, usava roupas modernas trouxas, com um grande casaco cinza abotoado. Era ela que, segundo a diretora, daria o apoio ao novo clube estudantil de Hermione.

–... O novo professor de Transfiguração Prof. Elliot Erway e a nova Professora de Defesa contra as Artes das Trevas Srta. Abigail Archette...

Um professor muito jovem, de cabelos castanho-claros presos em um rabo de cavalo assentiu com a cabeça e sorriu olhando para as quatro mesas dispostas, usava vestes bruxas tradicionais e uma longa capa carmesim, ao seu lado, a professora Abigail usava um longo vestido turquesa com bordados e uma capa preta presa a um broche, os seus cabelos também eram muito escuros e cheio de cachos que caiam-lhe pelas costas.

– Essas foram às novas aquisições feitas pelo corpo docente esse ano, as informações necessárias para todas as inscrições feitas esse ano nos clubes e times de quadribol estarão disponíveis essa semana, agora todos diretos para as camas, e alunos do primeiro ano por favor sigam as instruções dos monitores, boa noite e bom ano letivo a todos vocês.

E com isso deu-se encerrado o banquete de abertura de Hogwarts, Hermione lançou um olhar a amiga de “Falo com você mais tarde” e foi em auxílio dos primeiranistas.

 

Gina observava Hermione guiar os alunos do primeiro ano até a torre da grifinória. Não havia conseguindo falar com a amiga sobre Rony, não tiveram nenhum momento a sós desde a viagem para Hogwarts. Neville havia ficado para trás com Luna e outros corvinos, que deveriam seguir para o outro lado do corredor.

Rony não havia contado a amiga sobre o ocorrido com a carta, e sobre as dúvidas sobre Malfoy e ela, Gina pensara que ele contaria tendo ficado tão irado depois de saber que o fuinha loiro voltaria a escola, ela pensara que os dois poderiam brigar feio na plataforma e até havia sugerido que o irmão não fosse. Mas ele acabara fazendo o contrário, fingindo que nada havia acontecido, talvez por medo da discussão ou por vergonha do que ele havia pensado. Mas Gina Weasley sabia que algo mais estava por trás disso, suspirou, sentia falta de Harry, mas talvez o namorado pudesse aconselhar melhor o irmão.

Enquanto isso ela tentaria não interferir mais no relacionamento dos dois, e deixar de lado as desconfianças sobre Malfoy, Hermione estava certa, o clube estudantil seria algo que serviria para unir os alunos de Hogwarts. Se Malfoy tivesse que participar, que participaria, mas ela não iria o deixar estragar tudo, não quando era algo tão importante para a amiga.

Parou em meio à fila, onde Hermione lhes informava a senha sob o retrato da mulher-gorda, quando passou por ela, lhe disse:

– Desculpe por mais cedo, você tem meu total apoio. – Disse Gina, olhando nos olhos castanhos da amiga – E quanto a aquele assunto, acho que não devo me meter. 

A amiga lhe lançou um olhar de compreensão, lhe disse a senha e Gina entrou, seguida por Neville que vinha correndo atrasado:

– Luna mandou uma boa noite a todos – Disse, já bocejando, andando em direção a escada que levaria ao dormitório dos meninos.

Gina sorriu e disse:

– Boa noite, Neville.

E subiu as escadas, pensando em sua cama e no quanto precisaria descansar, os testes de quadribol estavam chegando.

 

 

Draco seguia pelo longo corredor de pedra que levaria ao dormitório da sonserina.

Pouco havia comido, e sentia falta de uma bela dose de whisky de fogo antes de dormir, algo lhe dizia que seria uma noite longa sem a sua dose alcoólica diária, era muito mais fácil tentar dormir quando sabia que não estava em condições de ter pesadelos, só se jogava em seus caros lençóis e apagava. Mas hoje essa não era uma opção viável, gostaria de saber o que o Ministério diria se o pegasse bebendo.

Enquanto deixava o salão principal, com Vincent logo atrás, alguns rostos conhecidos esbarram nele:

– Ora, Ora, se não é o Malfoy... – Disse um grifinório, que Draco não fazia questão de lembrar o nome – E quem é esse cabeludo ai, sua babá? Vejam, o Malfoy arranjou uma babá! – Riu-se o grandalhão, junto com outros dois insignificantes de sua casa.

O garoto tentou simplesmente continuar andando, a mão já segurando o dorso da varinha, mas eles se puseram em seu caminho

– Afaste-se de mim antes que eu o azare – Resmungou-lhe Draco, impaciente, tentando passar pelo grupo que ainda ria. Os três fizeram-no lembrar dele mesmo, de Crabble e Goyle, nos tempos em que ainda eram apenas garotos irritantes, tirando sarro de Potter e seus amigos, porque na época eles se achavam superiores, eram tidos como superiores, hoje Draco estava do outro lado da moeda.

– Vocês três, para a sala comunal agora, antes que me façam tirar pontos da minha própria casa! – Disse uma voz atrás de si, e ele nem precisava virar-se para saber quem era.

O garoto só bufou de desdém, antes que se afastasse resmungou para que Draco pudesse ouvir:

– Parece ter mais de uma babá, Malfoy, mas não pode se esconder por trás deles para sempre.– Resmungou o garoto, a centímetros dele.

– Já disse para retirar sua imundice grifinória de perto de mim. – Com isso, os três continuaram subindo as escadas para o salão comunal, com a consciência de ainda estar sendo observado por ela, ele seguiu para as masmorras.

Agora, já no corredor quase vazio, ele dirigiu-se até atrás de uma parede de pedra, com Vincent em seu encalço, murmura a senha e os dois entram, a sala comunal da sonserina era uma longa sala luxuosa abaixo do lago de Hogwarts, com paredes de pedra com lanternas verdes penduradas, além disso, no teto pendiam correntes com luzes redondas em tons de verde e prata, os móveis todos eram decorados na mesma cor. Ele vai até as escadas, então Vincent pigarreia atrás dele:

– Seguirei para meus aposentos, o encontro aqui amanhã cedo... E preciso lhe explicar mais algumas coisas – Disse-lhe, contando-lhe sobre a vigia e até onde o acompanharia e o que observaria, então quando o homem para de falar Draco faz menção de subir para o dormitório, mas nota que o auror continuava ali, observando-o.

– O que você quer, um beijo de boa noite? Resmungou-lhe o garoto.

– Você e aquela senhorita Granger tem uma relação estranha, percebi quando se encaravam. – Disse ele, Draco já havia percebido o quanto a personalidade de Vincent era peculiar: Sério nos momentos oportunos, mas com uma língua afiada para alfinetar e causar constrangimento a quem ouvisse, havia muito mais para descobrir sobre o homem do que ele poderia supor.

Subindo alguns degraus, ele responde:

– Granger e eu não temos relação nenhuma. – Mas quando a parede de pedra fechava-se, já com Vincent do lado de fora, ele não pode deixar de ouvir o comentário do auror:

“Não é o que eu vejo em seu futuro”

 

2 de Setembro de 1998,

Manhã na Toca:

O alvorecer alcançara os morros de Ottery St. Catchpole, iluminando-o.

Mesmo assim Ronald Weasley dormia profundamente em sua cama.

No corredor do lado de fora do quarto, Harry seguia carregando as vestes de auror recém-lavadas do amigo, que sua mãe acabara de entregar, ele abre a porta do quarto, o assoalho de madeira rangendo sob seus pés, acordando o amigo sem a menor cerimônia:

– Acorde, temos que ir – Diz, jogando as vestes recém-engomadas em cima do amigo e indo até a janela, abrindo as cortinas. Percebe então o leve piar de uma coruja que bicava a janela com uma carta para entregar, nela havia o selo do ministério.

 Rony já se levantava, retirando a camisa do pijama e bocejando descaradamente:

– Chegou uma carta do ministério – Harry o entrega a carta, o amigo ainda estava com o cabelo bagunçando. Cansado de bancar o mordomo, ele decide esperar o amigo lá em baixo, para a aparatação. – Leia e desça em cinco minutos, acho melhor tomar café no ministério.

Harry sai do quarto pensando em todos os pergaminhos acumulados que o esperavam em sua mesa. Pensara que o trabalho de auror se resumiria em muita ação e adrenalina na caça aos comensais da morte restantes, mas o que vinha vendo nos últimos dias eram páginas e mais páginas de burocracia bruxa e requisitos de julgamentos.

 

Depois de escutar as lamúrias da Senhora Weasley, por ele sair sem tomar café, Harry consulta o relógio que a mesma o havia presenteado em seu aniversário passado. O último havia sido um tanto discreto, e sem Hermione, que estava na Austrália.

Olhando a hora, percebe que já estavam atrasados.

Rony finalmente desce as escadas, ainda meio zonzo e com a cara amassada:

–Até que enfim – lhe diz Harry, já caminhando para a porta e se despedindo da Sra. Weasley. – O que dizia a carta? Perguntou-lhe, curioso.  Temera que fosse algum tipo de advertência sobre os serviços prestados, mas acreditava que não, Rony e eles eram tudo menos maus funcionários.

– Leia, você vai me agradecer por isso, modestamente, achei brilhante. – Responde o amigo, com a voz grave pelo recém-despertar, mas cheia de animação.

 

 

Caro Sr. Ronald Weasley, auror do Ministério

Ficamos cientes de suas preocupações referentes à segurança da Escola de Magia & Bruxaria de Hogwarts por parte da ameaça de Draco Malfoy,  mas como o senhor sabe o rastreador não pode ser aplicado em bruxos maiores de dezessete anos.

Resolvemos então intensificar a vigilância do uso indevido da magia feito pelo mesmo, sendo que se ele por acaso executar uma das três maldições imperdoáveis, será permitido a aparatação imediata de aurores no terreno de Hogwarts, a fim de prendê-lo e levá-lo a Azkaban.

O ministério porém o avisa que o senhor Malfoy está sendo vigiado 24 horas por dia por um auror colega de trabalho do senhor.

Garantindo que a segurança vem em primeiro lugar, o documento será examinado e assinado pela diretora de Hogwarts, Minerva Mcgonagall, assentindo a quebra do feitiço de anti-aparatação caso a varinha de Draco Malfoy executar tais maldições.

O senhor mesmo será avisado caso isso ocorra.

Agradecendo a compreensão

Departamento de Execuções das Leis da Magia,

(Seção de controle do uso indevido da magia)''

– Você mandou vigiar a varinha de Malfoy? – Perguntou Harry, atônito, examinando mais uma vez a carta. – E o ministério permitiu isso? Não fico nada surpreso, depois do seu ataque de fúria em relação ao Malfoy, só me admiro o seu pai ter aprovado isso.

Ele esquecera momentaneamente o atraso e os dois encontravam-se parados no jardim da Toca. Rony passou a mão pelos cabelos ruivos, desconcertado pela reação do amigo.

– Na verdade o formulário não chegou nas mãos dele, foi a seção do controle do uso indevido da magia, e um pouquinho de influência minha – Disse o amigo, com uma voz humilde, fazendo uma careta e esperando a reação de Harry, como não obteve resposta, continuou – Ah, qual é, estamos falando do Malfoy! Hermione e Gina estão lá, não pude ficar aqui sem fazer nada, não depois de decidir não voltar a Hogwarts.

– Eu sei, e entendo seus motivos – Respondeu Harry suspirando – Mas não me meta no assunto depois que o Sr. Weasley ficar sabendo... Sinceramente, para mim Malfoy é mais um garoto patético. Gina e Hermione são duronas demais para o temerem, depois de tudo que passamos.

Rony corou, olhando para o gramado e cutucando um gnomo com o pé:

– Me senti envergonhado pela minha reação, sabe, sobre a viagem de Hermione. Acabei não contado nada a ela, sobre como fiquei furioso, em relação ao Malfoy, temi que brigássemos. Fingi que não sabia de nada, sabe?...Mas ainda temia por ela, então resolvi fazer isso. Pelo menos ficaremos mais tranquilos, não? – Perguntou o amigo, incerto, esperando que Harry concordasse com ele.

– Você devia ter se aberto com ela. Mas agora já são águas passadas, eu sinceramente não vou interferir, só espero que você pense melhor da próxima vez, e também, acho que todo mundo está fazendo um grande circo sobre algo que no fundo não é nada demais. – Respondeu Harry, torcendo para que a resposta bastasse ao amigo. Ele não respondeu, só concordou com a cabeça.

– No final sei que vai ficar tudo bem. Tem que ficar, é o certo, é o destino – Responde o amigo sorrindo para si mesmo, olhando para cima novamente.

–Sei que vai. Enfim, vamos, ainda tenho muito que resolver, precisa passar no Largo Grimmauld ainda esta manhã.  – Diz Harry, mais uma vez consultando o relógio.

– São os papéis da casa? Você está pensando em se mudar, não está? Harry você sabe que aqui é o seu lar também.  – O consola Rony, agora com a mão em seu ombro.

– Sim, mas Hogwarts também era meu lar e tive que partir. Escute, eu gosto daqui, realmente me sinto muito grato, mas acho que já é a hora.

Rony concordou, e na menção de “Hora” viram que já estavam mais que atrasados para seu novo emprego, sua nova vida. Os dois aparataram, quando pisaram novamente em solo firme, Harry já não sentia a mesma sensação estranha que sentia toda vez que aparatava, depois de tornar isso um hábito, a tontura desaparecia.

Por um momento pensou em tudo que havia feito ainda aquele ano, como poucos meses atrás estivera pronto para morrer, e agora estava ali, vida nova, mudada.

Afinal, não era tão ruim assim.


Notas Finais


A história continua Quinta-Feira que vem,
beijos de lumos
vou sentir saudades. inté!


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