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História Heart of Kaleidoscope - Sentimentos e revelações


Escrita por: Kurorra

Notas do Autor


Acharam que não saia hoje, né?

Vejo vocês lá em baixo.

Boa leitura!!

Capítulo 5 - Sentimentos e revelações



Sentiam a respiração um do outro enquanto os corpos se aproximavam. Corações acelerados, ansiosos. As mãos tremiam e uma sensação curiosa de asas no estômago. Victor estava em expectativa, cada um dos poros de seu corpo expeliam isso num cheiro convidativo. Ambos desejavam o contacto.


Yuuki se aproximava lentamente, quase como se quisesse ter certeza que era ele ali. Tão próximo, tão vulnerável. Um barulho, um estrondo a assustou, a fazendo afastar-se abruptamente batendo as costas contra a parede da cabine e gemendo de dor, fora do pequeno espaço os fogos de artifício estouraram e espalharam luzes multicoloridas pelos céus. Os olhos chocolates encontraram os azuis, ambos as faces adquiriram rapidamente tons de escarlate.


Ambos estavam tomados pela vergonha!


***


“Dançava, tocava, deslizava. Sentia-se imundo sob aquele palco, sob aquelas luzes vermelhas e amarelas. Sentia-se queimar, estava condenado, marcado. Aquele mastro de ferro era seu instrumento de tortura, porém, apenas um show para aqueles que o apreciava.


Ali, sob tantos olhares de pessoas inescrupulosas, sujas, sentia-se como um animal exótico sendo exibido numa vitrine de loja. Sentia-se violado por ter tantos olhares desejosos sob si, os feromônios de diversos alfas impregnando o ar a sua volta. Excitados.


Aqueles homens não sabiam seu nome, idade, sua estória. Apenas queriam seu corpo, sua beleza, sequer sabiam que por baixo daquelas vezes de couro e saltos havia um homem. Seus olhos imploravam que alguém notasse que não estava ali por escolha, mesmo que seus lábios estivessem amordaçados por debaixo da máscara. Mas no fundo sabia, ninguém estava ali para ajudá-lo, ninguém ligava;


Apenas queriam o próprio prazer…”


– senhor?– escutou uma voz vindo do banco da frente do táxi, o motorista o chamava, o despertando de seu breve sono– já chegamos em seu ponto.


–ah...sim– respondeu olhando pela janela e constatando que se encontrava na frente de um grande hotel– em quanto ficou a corrida?– perguntou, pagando a corrida no preço que o taxista lhe dera e desceu do veículo entregando sua bagagem a um atendente da portaria enquanto Yakov vinha em sua direção. Logo o enlaçando em um rápido abraço, a qual o loiro aceitou de bom grado.


– Yuri, a quanto tempo que não o vejo– constatou o russo mais velho largando o jovem mais alto que si. Uma conversa um tanto que agradável teve início, obviamente na medida em que o gênio do loiro permitia, enquanto faziam o check-in e o loiro era encaminhado para o seu quarto_ que já estava reservado antecipadamente e onde suas bagagens já se encontravam. Seguiu para o quarto após se despedir do mais velho, nem lembrando-se de perguntar por Victor.


Se jogou sobre a cama de casal macia. Sentia-se cansado, e aquela lembrança disfarçada de pesadelo, o atormentava.


Sentia-se marcado, perseguido pelo passado…


***


As luzes da cidade entravam pelas janelas do táxi em movimento iluminando a pele da garota sentada no banco traseiro. Abraçava o porquinho cor-de-rosa com certa força, seu olhar triste era notável e não tinha expressão. Era apenas um quadro branco, onde nenhum pintor teve expiração para cobrir com cores. Desbloqueou o celular e procurou na galeria uma foto em específica, era a foto de duas crianças, uma de cabelos negros, de bochechas roliças e olhos castanho-avermelhado encantadores, que demonstravam uma genuína felicidade enquanto segurava a mão de outro garoto, este mais alto e de cabelos prateados, e em seu rosto estava desenhado um lindo sorriso em forma de coração. Ambos estavam em meio a um canteiro de camélias vermelhas e rosas brancas, lembrava-se perfeitamente do perfume singular destas.


Lembra perfeitamente deste dia, mesmo que só tivesse uns cinco para seis anos de idade na época, cada cheiro, cada mínima palavra embolada e tímida trocada, cada delicado cuidado. Era uma lembrança feliz, mas que se analisando por agora, se tornara tão triste


Sua mãe uma vez lhe tinha dito ‘as pessoas são como flores, singulares e belas, pois por mais que existam milhares delas, cada uma é única' sorriu minimamente. Sua mãe adorava flores. Agora, pensando bem e seguindo esse raciocínio, Victor seria como uma rosa; bela, perfumada e desejada, majestosa e forte o suficiente para se defender com seus espinhos. Mas se tratando de si, era como uma camélia; sem perfume, uma flor que nasce aos cantos dos jardins, misturada a tantas outras, belas porém comuns… Tão superficiais e simplórias que quase não recebiam atenção. Eram dispensáveis.


Tantos já lhe disseram o contrário.


Mas nunca dava ouvidos, nunca via beleza quando se olhava num espelho; apenas via uma peça sem cores e quebrada que sequer valia a pena ser encontrada. Sim, “ela” era Yuuri Katsuki, um homem, um ômega sem valor ou utilidade. Que durante anos fugiu de Victor, por quem se apaixonou tão jovem.

Mas porque? Perguntam.


Simples, ele poderia até responder com outra pergunta se quiser: que serventia teria se casar com um ômega que não pode gerar um herdeiro? Que sentido teria?


Desceu do táxi assim que pagou a corrida. Entrou silenciosamente pelos portões da mansão tradicional japonesa, retirando os sapatos _ tanto por educação quanto por não querer fazer barulho. Seguiu rapidamente pelo corredor principal subindo uma escada e dirigindo-se ao próprio quarto, mas foi abruptamente parado por uma voz grossa e tão conhecida.


– se divertiu muito essa tarde? Senhorita Yuuri Katsuki – Otabek misturava sarcasmo, um tom tão pouco usual de sua parte, com um quê de irritação. Estancou no lugar imediatamente, o suor descendo frio por sua coluna, os olhos sérios e escuros do cazaque não desgrudava de si.


–Ota-chan... Por que está acordado a esta hora? – desconversou, tentando achar uma maneira de sair dali.


– Esperando um certo alguém irresponsável, despudorado e que não suporta ficar um segundo sequer sem fazer merda da vida – sua voz adquire um tom repressor a cada palavra pronunciada, deixando a impressão de que o moreno ômega diminuía a cada uma delas – o que te deu na cabeça para sair assim, Yuuri? Você por acaso cogitou a possibilidade de algum paparazzi os seguir? Sabe o problema que isso nos traria, um escândalo tão próximo ao início das gravações? E se ele tentasse alguma coisa? Eu não estaria por perto para lhe acudir caso algo acontecesse!– alterou o tom de voz levemente, demonstrando seu leve desequilíbrio.


–desculpa– disse baixinho olhando para o chão, realmente não tinha cogitado nenhuma dessas possibilidades. Sabia que tinha sido irresponsável, que tinha traído a confiança do moreno mais velho. Odiava irritá-lo. Otabek suspirou e expirou profundamente, acalmando um pouco os ânimos– sei que fiz besteira...está bravo?


– Não, apenas preocupado. Pense um pouco mais nas consequências de seus atos antes de fazer besteira, Yuu.– abraçou o menor, o envolvendo com o carinho e proteção de seus braços fortes, que correspondeu a ele. Otabek era sempre assim, desde que eram crianças, sempre protetor, preocupado, e que o conhecia melhor que ele próprio. O que faria da vida se não tivesse o cazaque por perto? Provavelmente estaria mais que perdido neste mundo. O abraço se desfez lentamente e sendo findado com um beijo na testa do menor.


– ue? Não vai dormir?– apontou para a porta do quarto, vendo que o outro se dirigia as escadas.


–graças a um certo alguém que passou o dia inteiro fora, ainda tenho trabalho pendente– sorriu de leve– e, a proposto, está de castigo. Amanhã irá limpar todos os quartos da casa, incluindo os dos empregados.


– mas você disse que não estava bravo!!



Continua...


Notas Finais


Alguém surpreso? Rsrs

Decidi acabar com, pelo menos, este mistério. Ele seria originalmente revelado apenas quando o Vic descobrisse, mas resolvi adiantar por que alguns de vocês já tinham matado a charada.

Mas já joguei outra questão pra vocês, o que será essa lembrança do nosso loiro? Como terá sido sua infância? E porque o Beka e o Yuuri são tão íntimos?

Comentem, deem suas opiniões e revelem suas teorias, eu não mordo e o teclado também não! !
*€*


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