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História Hearts War - Dezoito


Escrita por: arelconic

Capítulo 18 - Dezoito


Fanfic / Fanfiction Hearts War - Dezoito

REESCRITA NO DIA

27/12/2018

.18.

 

“A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo”.

Voltaire

 

            Jaebum passou a noite observando os fios curtos do cabelo de Youngjae. Ambos estavam brigados há dois dias, sendo que o mais novo não dirigia uma palavra a ele a não ser as saudações que era obrigado a dizer por educação.

            As coisas entre os dois pioraram quando o Joon entrou na barraca chamando-lhe para bolarem um plano. Sem a presença de Youngjae que ignorou o Tenente quando este disse para ir até o grupo, foi combinado atravessarem o rio no dia seguinte.

No entanto, o que realmente havia piorado entre os dois, foi quando o Jaebum mordeu-se de ciúmes vendo o Youngjae chamar o jornalista. Ambos discutiram em frente a todos, mesmo quando o mais novo dissera que chamara o Jornalista porque ele é biólogo e precisava caçar os ingredientes, ainda dizendo que o Tenente estava doido. Todos estes argumentos fizeram com que ele xingasse o jornalista e mandasse-o tomar naquele lugar. A discussão confirmou as fofocas que rolavam: os dois tinham um caso.

            Não. Perceberam que não era apenas um caso. Era um algo a mais que estava destinado a ser algo ainda maior. Quando o Jae e o jornalista saíram para a caçada e o tenente voltou para a barraca, irritado, foi formado um grupo um pouco longe da barraca para que pudessem comentar sobre o ocorrido.

            -Tenho certeza que não foi caso de uma noite. – Disse um deles, analisando a turma, que concordava.

            -Todos nós temos. –Joon debochou, cruzando os braços observando a pequena fogueira. –Precisamos de um plano B. Essa briga amorosa afetará todos nós. Que tal dividirmos em dois grupos? Fazemos um código de sinal e deixamos pistas no caminho para indicarmos que estamos bem.

            -É uma boa ideia. Vocês acham que irão concordar?

            -Apenas o Jaebum vai estar contra, mas, tendo votação ele ficará sem saída. –Joon respondeu, observando a barraca ser aberta. –Estamos de acordo? –O restante assentiram. –Jaebum! Estamos aqui!

***

            Youngjae estava agachado recolhendo alguns pedaços de troncos. Bruce, o jornalista, alternava o olhar entre as plantas e o garoto. Estava curioso.

            -Seja lá o que quer perguntar. –Jae começou colocando os pedaços dentro da sacola. –Não irei responder. Não confio em jornalistas.

            -Não irei postar nada. Ninguém estará interessado em relação amorosa nesta situação.

            -Não importa, ainda continuo não confiando. Qual a função daquela planta roxa?

            -Medicinal. Ela não pode ser preparada de qualquer forma. –Youngjae observou a planta, decidindo se iria levar ou não. Acabou pegando. –Ela pode ser fatal. Ela é a cura para qualquer dor.

            -E aquele azul? Função.

            -Já foi usada por tribos. –Jae sorriu. –Eu sei que não tem nada a ver comigo, mas...

           -Então não se meta.

             -A briga que rolou entre vocês pode acabar prejudicando o grupo. –Disparou lhe entregando algumas folhas. –Ignore, por agora, o que houve e foque somente na missão.

            -Eu estou ignorando.

            -Não, não está. –Retrucou. –Você sabe que o errado está sendo o tenente e você simplesmente não está nem aí.

            -Bruce. –Youngjae sorriu aproximando-se dele. –Não se meta em problemas dos outros. Você está aqui para me informar sobre as plantas.

 ***

            Pela surpresa do grupo, Jaebum concordou com o plano. Talvez durante o caminho, Jae pense melhor. É o que ele queria.

Depois de uma hora, Youngjae voltou juntamente com o Bruce, com sacolas cheias. Sua irritação voltou ao vê-los juntos, mas se controlou.  Viu que dentro de duas sacolas que seguravam tinham os cocos.

            Youngjae explicou rapidamente como seriam feitas as tintas e começou a prepara-las para o dia seguinte. E ao contrário de Jaebem, o soldado não concordou com o plano. Bateu pé até na hora da votação. Olhou emburrado para o Jaebum e afastou-se do grupo fazendo as suas tintas isoladamente.

           A pedido discreto do Jaebum, o grupo discutia em voz alta sobre o novo plano. Jaebum observava o soldado ainda que estava atento nas palavras de Joon.

 

            -Assim, com as nossas blusas, amarramos nos galhos no alto como um código. Estão de acordo? A primeira equipe que chegar irá informar a situação a força armada. Eles provavelmente colocaram os militares por toda a cidade, em cada esquina. –Supôs o Joon, pensativo. -Estamos contando com isso. Vocês dois irão levar os jornalistas, as enfermeiras e os médicos para a polícia para que eles possam resolver a situação. Provavelmente, estamparam o rosto deles na TV, já que estamos há 9 dias sem informar a ninguém.

            -Espero que os nossos rostos não estejam estampados. –Comentou um.

             -Jackson cuidou disso. –Jaebum respondeu. –Tenho certeza disso. Conversei com ele sobre tudo que podia dar errado e o que fazer.

            -Ótimo. Iremos esperar o Choi Youngjae terminar e iremos dormir. Partiremos de madrugada.

            Em poucas horas, com as instruções de Choi, a equipe lhe ajudou colocando várias tintas nas metades dos cocos, que tiveram que comer, já que havia pegado do pé.

            -A tinta não irá secar se ficar mais de duas horas sem mexê-las? –Jaebum perguntou, já esperando pela resposta que não viria.

            -Não. –Respondeu, alinhando os cocos com as tintas na ordem. –Quanto mais tempo, maior a duração de tintas na pele. Como é natural, sem produto químico, elas precisam descansar para haver junção das cores. Entendeu?

            -Sim. –JB lhe observou antes de voltar para o grupo. –Arrumem as suas coisas.

-Antes. –Youngjae adiantou-se vendo que alguns já estavam retirando-se.–Essas tintas não podem ser trocadas. É preciso que fique nessa ordem, pois não sei como ficarão.

Jaebum percebeu um demorado olhar entre Bruce e Youngjae, antes que entrassem na barraca. Encarou o soldado deitar, dormindo rapidamente. Estranhou quando viu a mochila de Youngjae arrumada, quando não havia nem cinco minutos que havia entrado na barraca.

 Todos esses fatos não deixaram o Tenente dormir. Com olhos fixos  no teto, a cena da troca de olhares entre os dois estava o incomodando. Bruce e Youngjae trocaram os olhares, para sua irritação e chateação. O que havia acontecido entre eles durante a sua ausência? Depois de algumas horas, ainda não conseguindo pregar o olho, ouviu o moreno ao seu lado levantar tentando não fazer barulho.

            Jaebum segurou o seu pulso tentando entender o que estava acontecendo.

            Youngjae puxou o seu braço de volta, recuando alguns passos. Observando o rosto do Tenente, fez o sinal que aguardasse. O sinal que o Jaebum não entendeu. Segurou o seu pulso novamente e Youngjae agachou ficando de frente a ele. Ele soletrou algumas palavras em silêncio.

            “Já volto, espere aqui”.

            -Para onde você está indo? –Sussurrou baixo, tendo a sua boca tampada. O soldado estava com olhos arregalados com a boca tensa.

            “Cala a boca, idiota. Fique aqui”.

            Jaebum ficou sentado esperando pela sua volta. Ficou confuso quando ele voltou com uma câmera. O soldado jogou a coberta sobre ambos, cobrindo a cabeça e ligou a câmera.

O que tenente viu, foi chocante. O vídeo estava com quatro horas de duração, sendo adiantada quase no final. Ambos ficaram tenso, principalmente o Youngjae. Joon olhava ao redor e agachava trocando os cocos com tintas. Misturou algumas e voltou para a barraca. 

             Jaebum olhava para o colchão, chocado. Eles sempre estiveram em uma armadilha. A mente estava em branco e raciocinar naquele momento não era possível. Observou o rosto do soldado que tinha um sorriso de leve, mas que havia um pouco de medo nele. Pegou o bloco de notas e escreveu para o Jaebum, lhe entregando.

“Bruce já foi soldado há muito tempo. Ele percebeu quando Joon pediu a foto do Jinyoung. Segundo ele, os soldados não podem partir para uma missão sem saber quem são os procurados. Há poucos dias, Bruce me informou quando foi banhar e estávamos sozinhos. A princípio, ele estava apenas desconfiado, então eu tive a ideia de fazer a tinta e dizer sobre as trocas para a confirmação. Já temos um plano”.

-E essa câmera? –Sussurrou. –Foi ele que te entregou? –Jaebum ficou em silêncio quando viu o outro concordar.

            Duas horas mais tarde, todos estavam levantados ao redor dos cocos. Youngjae observou as tintas trocadas.

            -Está tudo certo, -Sorriu. Vamos começar. –Youngjae pegou umas das tintas observando a todos. –Quem será o primeiro?

            -Eu. –Joon levantou a mão, aproximando-se do Youngjae, que deu de ombros, desconfiado.

Quando o Joon deu mais um passo, Bruce destravou a arma e mirou no seu pé. No entanto, o Jaebum, que havia destravado a arma antes de juntar a eles, mirou na cabeça do jornalista, apertando o gatilho.

            -Mas que porra... –Um deles gritou afastando-se.

            Jaebum voltou-se contra o Joon e atirou na sua perna e na sua mão. Choi encarou tudo aquilo, horrorizado. Não era esse plano. Quando viu a terra engolir o sangue que saía da cabeça do jornalista, sentiu que iria surtar ali mesmo.          

 

            -O que diabos tu fez, Jaebum?!

            -Jornalista? Nenhum jornalista tem essa câmera de quinta. Os dois estavam juntos. –Jaebum disparou um olhar irritado para o Joon, que murmurava de dor. Seus olhos desviaram para a jornalista assustada, que via toda a situação com o corpo trêmulo. A câmera que ela usava não se comparava de Bruce. Estava perceptível a diferença entre as duas. –Pegue esse filho da puta que vamos tirar alguma coisa dele.

 [...]

            Youngjae não conseguia mais ver aquela cena. Afastou-se deles e jogou tudo para fora. Seu estômago ainda revirava. Nunca tinha visto aquele lado de Im Jaebum. O lado impiedoso. Para conseguir qualquer informação, Jaebum socava o rosto do falso soldado, mas esse não abria a boca de forma alguma. Perdendo a paciência, mandou um dos soldados de outra Força cortar o dedo do pé.

            Joon urrava de dor vendo o seu pé sair sangue. Levou mais um soco.

            -Onde Jinyoung e Lee estão?

            -Me mate logo, seu filho da puta! Eu não vou falar, eu não traio a minha nação.

            -Ah, vai trair sim. –Murmurou, chegando bem perto do rosto. –Vamos arrancar um dentinho.              

 

            Choi observava as árvores, na tentativa de ignorar os gritos de dor. Ao seu lado, a jornalista estava sentada com as mãos nos ouvidos. Era difícil, levando em conta que a tortura estava acontecendo a 3 metros atrás. Jaebum sentou ao seu lado lhe observando e ignorando a jornalista.

 

            -Espero que isso não tenha mudado o que pensa de mim. –Falou observando a sua reação. –Infelizmente, já fiz coisas piores, mas é assim que é a vida militar, Youngjae. Lutando para sobreviver.

            -Terminou?

            -Jinyoung e Lee estão em outra cidade, em um armazém de carnes.   É uma emboscada.

            Choi observou as mãos machucadas do mais velho e a pegou fazendo um pouco de carinho antes de levantar e pegar as coisas. Joon havia levado várias facadas e estava morto. Em alguns metros dali os meninos abriram uma cova e jogaram-no ali.

            Os corações dos jovens foram reacendidos. Estavam com medo, mas também estavam confiantes. Youngjae gastou alguma goras para pintar todos os soldados. Os meninos estavam admirados com a pintura. Estavam semelhantes a troncos, terras e folhas.

O soldado aproveitou a oportunidade para conversar com a jornalista sobre as pinturas, distraindo-a. Após as pinturas, o Tenente Im repassou novamente o novo plano: Eles não atravessariam mais o rio, evitando entrar em emboscada. Decidiram passar por trás bem como não dividiram os grupos. 

            Era um por todos, todos por um.

            Enquanto corriam, Youngjae estava com pensamentos em Jinyoung. Como ele estaria? Vivo? Morto? Ferido? O que fizeram com ele?

            Foi apenas a noite que chegaram em outra cidade. Um dos garotos foi até a polícia informar sobre a situação levando a jornalista, os técnicos e os médicos. Antes de separarem, Choi conversou com todos, passando algumas instruções que podiam falar e outras que não podiam falar para que ninguém possa ser prejudicado. Os outros procuraram por um armazém. Eram 16 pessoas e foi dividido em dois grupos. Jaebum e 7 soldados e Choi com 7 soldados. Jaebum observou o mais novo antes de sair pela direção contrária com a sua equipe. Youngjae sorriu fazendo reverência. 

            Jaebum passou por um corredor escuro mirando para todos os lados. Fez um sinal quando ouviu passos aproximando. Lentamente, pegou o canivete no bolso da sua calça e agachou preparando-se. Puxou o rapaz de roupas pretas e fincou a lâmina no seu pescoço.  Dois da equipe entraram a sua frente olhando para todos os lados.

             Entraram em um outro corredor também escuro e viram duas portas brancas com rachaduras. Seus olhos percorreram pelo corredor silencioso e com a votação silenciosa, escolheram a primeira porta.

Péssima escolha. Assim que abriram, ouviram-se vários tiros e um dos seus soldados caiu no chão, morto. Foi em questão de segundos para o tiroteio começar. A equipe de Jaebum espalharam-se pelos cômodos.

 *** 

            Com a troca de tiros que estava ocorrendo ali, Choi subiu a escada mirando em um rapaz que estava escondido no andar de baixo. Um dos seus soldados subiram e apontou para outra porta. A sua equipe lutava com tamanha determinação e o soldado entendeu um pouco como o Jaebum sentia quando a sua equipe desempenhava bem.

  Juntou com o seu parceiro e foram para a outra porta, dessa vez de metal.

 ***

            Jaebum chutou o rosto de um rapaz, arrastando-o pelo longo corredor. Os pés do rapaz sacudiam no ar e batiam no chão, implorando que o soltasse.

 

            Suspirou cansado. O restante da equipe se posicionou para que ninguém possa fazer uma “surpresa” a eles. JB socou o rosto do inimigo, várias vezes, ordenando que dissesse onde o Jinyoung estava. Vendo que não ia dizer, suspirou irritado.

 

            -Esses coreanos amam uma tortura... –Murmurou, socando o rosto novamente. –FALE LOGO, SEU FILHO DA PUTA! -Suspirou frustrado, olhando para o teto. -Quebrem a mão...

 ***

             O olhar de Youngjae rodeava pelo quarto com uma certa desconfiança. Estava silencioso demais. Um rapaz da equipe havia encontrado uma porta secreta por baixo de um pano velho. A equipe permaneceu junta, exceto por um que morreu no corredor e outro que levou um tiro na coxa e estava sendo carregado.

            O local escuro com uma iluminação fraquíssima havia um cheiro horrível que Choi não conseguiu descobrir. Esse cheiro estava misturado junto com aroma muito forte de ferrugem, incomodando o grupo. Entre tropeços e barulhos, reconheceram ferramentas espalhadas pelo chão como chave de fenda, alicate, martelo e pregos.

O coração do Soldado Choi acelerou quando seu olhar focalizou em uma silhueta de cadeira no fundo do ambiente. Suas pernas avançaram devagar ainda desconfiado. Havia uma outra silhueta. Uma pessoa sentada nela de cabeça abaixada.

Com braços amarrados e presos em uma corrente, sentindo dores por todo corpo, Jinyoung ergueu minimamente a cabeça ao ouvir passos ficarem próximos. Estremeceu sentindo as dores intensificarem com a tamanha aproximação. Não queria ser torturado novamente. Não perceberam ainda que não diria uma palavra sobre a Coreia? Queria morrer. Seus pulsos estavam dormentes de tão apertados que estavam. A confusão veio quando várias pessoas a sua frente, apesar de que não enxergava tão bem como antes. Nunca mais enxergaria tão bem. Aquilo era ilusão? Sonho? Paranoia? Por que não conseguia reconhecê-las?

            Com muito custo, conseguiu abrir o olho que não estava tão machucado. O outro, ele não conseguia abrir. Nunca conseguiria. Haviam enfiado uma chave de fenda em seu olho. Aqueles cruéis e filhos das putas.... Seu rosto iluminou quando viu o rosto próximo e embaçado de Youngjae. Sorriram. Finalmente o encontrou. Finalmente foi encontrado.

            -Youngjae-hyung...

 


Notas Finais


Minhas aulas na faculdade começam segunda ;( Então demorarei para postar... Beijos!


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