História Help! - Bônus II

BÔNUS II

“ James,

Eu não sei o que dizer sobre a Austrália só que... Definitivamente esse lugar é muito diferente de Londres! Aqui em Sydney as coisas são muito mais simples e as pessoas nem ligam quando você chega atrasado. Dá pra acreditar? Isso me ajudou nos primeiros dias de aula, quando eu entrei na sala errada e fiquei mais de meia hora aprendendo uma matéria de engenharia. O professor me levou até a sala certa e todo mundo bateu palmas pra mim. Não sei se isso foi uma coisa boa, pra falar a verdade...

Enfim, eu estou totalmente louca e já atarefada, mas meu amor por você continua o mesmo.

Marlene McKinnon, 1986.”

“Potter,

Eu odeio essa sua mania de preferir cartas, entenda que temos 27 anos e que já está na hora de evoluirmos como o resto do mundo. Harry passa bem e está adorando viver em Liverpool, ele não gostou de Sev logo no início e nem o Sev dele, mas isso não atrapalha em nada no meu trabalho e nem deixa Harry chateado. Sinceramente eu não tenho interesse em saber se você está bem e sim isso é uma direta para que você não me responda com uma carta enorme contando sobre a sua turnê. Quando voltar da sua última remessa de shows me avise e eu mandarei seu filho te visitar.

Lílian Evans, 1986.”

“Prezado Senhor Potter,

Nós do departamento de viagens e agendamentos de shows, da Gravadora Apple, lamentamos muito que as turnês de sua banda acabaram na semana passada, mas como prova de que entendemos perfeitamente sua decisão nós lhe enviamos todas as fotos e gravações pessoais de todos os shows e viagens que sua banda fez durante todos esses anos. Esperamos que você goste do presente”.

“Jaaaaay,

Eu sei que Sirius e eu não temos nada demais, mas em menos de um ano eu recebi mais de cem cartas suas, vinte de Remus e treze do Rabicho. O Sirius está nervoso comigo? Ele não me mandou nada, nunca. Pede a ele pra me mandar uma coisinha que seja, por favor? As coisas são tão legais aqui, as pessoas me adoram e os professores garantem que eu tenho um futuro brilhante com a arte e eu sinto falta de todos vocês e as cartas são nosso meio de comunicação.

Diga a Sirius que eu sinto a falta dele e saiba, meu irmão, que eu sinto falta dos seus ataques de ciúmes. Desde que Régulo Black chegou para nos fazer uma visita de negócios, ele não para de dar em cima de mim, mas não conte isso pro Sirius. É até engraçado porque eu não dou muita bola e ele acha graça.

Eu te amo muito James.

Marlene McKinnon, 1987.”

“Potter,

Você pode reenviar essa carta para a sua irmãzinha?

Eu estou de saco cheio desse papo de que ela diz sentir a minha falta. Ela não está feliz naquela porra de país, afinal? Parabéns para ela. Não é minha culpa se vocês, os outros marotos, gostam de perder tempo escrevendo pra qualquer pessoa, mas eu tenho coisas demais para pensar e nenhuma delas envolve a chata da sua irmã.

E não, eu não tenho como controlar meu irmão mais novo!

Sirius Black, 1987.”

“Pappai eu nem acredito que estou escrevendo a minha primeira cartinha mamãe diz que eu ainda tenho que aprender sobre pontutação mas ela acha que já estou me dando bem con a escriba

Harry Potter, 1988.”

“Potter,

A professora de Harry me enviou uma carta dizendo que ele não se dá bem com um dos coleguinhas, Draco Malfoy. Ela contou que os dois ficam discutindo e que Harry quase bateu nele um dia, pois os dois queriam se sentar na cadeira especial de Dumbledore. Estou com medo de que ele veja sua má influência e comece a se comportar como o delinquente nojento que você era na época escolar. Rezo todos os dias para que isso não aconteça e cheguei a conclusão de que você precisa enviar uma carta a ele pedindo para que ele se comporte bem na escola. Caso contrário, seremos chamados os dois na escolinha.

Lílian Evans, 1988.”

“POTTER,

Você incentivou aquele comportamento do meu filho apenas para ter uma desculpa para encontrar-se comigo. Apenas siga com a sua vida e encontre uma garota que aguente sua personalidade escrota.

Lílian Evans, 1988.”

“James,

As coisas não são simples assim. Eu não posso largar a faculdade agora para te fazer uma visita. Eu sei que estamos esses anos todos sem nos ver, mas quando eu voltar pra casa no ano que vem as coisas serão emocionantes e mataremos a saudade enquanto eu procuro um emprego.

Já me acostumei com os bichos daqui. Fiquei totalmente assustada achando que iria encontrar uma aranha em cada centímetro do meu apartamento, mas até os animais de Sydney são educados e não aparecem nunca! Então não se preocupe que aqui não tem daquelas aranhas que matam. Você anda assistindo muito Animal Planet e eles passam uma imagem errada de Austrália. Não se preocupe.

Eu te amo.

Marlene McKinnon, 1989.”

“Papai agora eu já estou escrevendo melhor. Eu entendo que você não conseguiu vir no meu aniversário e não se preocupe, deve ser muito ocupado aí onde você está. Tio Sev e minha mamãe me levaram até o parque eu fiz xixi na calça quando andei na montanha russa. Mamãe não achou graça, mas eu sim e sei que você também.

Harry Potter, 1989.”

No início dos anos noventa, no entanto, James não recebeu muitas cartas importantes. Somente três: Uma de seu filho, outra de sua irmã e a de seu pai.

“Pai,

Eu não sei se posso estar escrevendo essa cartinha, mas aí vai: A mamãe está namorando aquele Amos Diggory. Digo, eu gosto dele e ele tem um filhinho um pouco mais velho que eu adoro o Cedrico e eu sou muito amigo dele. Parece que tenho um irmão mais velho e descolado.

 Na escola, eu gosto de uma menina chamada Cho Chang, ela é japonesa e é tão bonita que meus amigos Rony e Hermione vomitam quando eu converso com ela. O Rony é ruivo e a Mione é uma órfã (eu não sei muito bem direito o que é isso) e só conseguiu estudar na minha escola porque é inteligente. Ela sofre preconceito, mas isso não deveria ser normal em uma escola? Ter uma aluna inteligente?

Nossa a mamãe me viu escrevendo, mas deixou eu continuar e disse que o namoro dela é sério e que você não precisa se preocupar porque isso não me deixa chateado.

Harry Potter, 1990.”

“James,

Eu sinto muito por ter parado de escrever cartas com tanta frequência quanto antes, mas aconteceu uma coisa muito importante e isso tomou todo o tempo livre que eu tinha.

No fim da universidade nós costumamos fazer uma coisa chamada TCC e temos que apresentar esse trabalho que vai definir a sua vida para sempre. Eu me sai bem. O meu falava sobre museus e sobre a importância da arte como cultura mundial. Claro que todos adoraram e me deram a nota máxima. Você deve estar pensando que isso é o ponto alto de uma vida, né?

Não é.

Reg salvou a minha vida de novo, irmão. Ele cansou de fazer viagens pelo mundo inteiro só para ver como eu e Nymphadora estávamos e decidiu vir morar aqui de vez, administrando um escritório junto com um outro Black qualquer. Enfim, meu projeto foi reconhecido além da escola e a universidade, juntamente com o direito de Reg, me conseguiram uma vaga única para trabalhar no museu de Sydney. Eu vou administrar as maiores obras de arte que existem.

Irmão, eu sei que prometi voltar em quatro anos e que esse era o tempo para uma oportunidade de estudos que iria me diferenciar aí em Londres, mas eu estou sendo reconhecida e diferente aqui. O salário é alto e o cargo também. Então eu não posso voltar mais para casa.

Desculpa. Assim que eu tiver um tempo eu prometo, dessa vez de verdade, que irei fazer uma visita.

Eu te amo pra sempre.

Marlene McKinnon, 1990.”

“Meu querido filho,

Chega um momento em nossas vidas que precisamos escolher entre sermos homens ou continuarmos a ser eternos garotos. Eu tenho certeza de que a segunda opção é mais segura para você e sempre foi, mas a notícia que tenho para te dar é um pouco séria e eu preciso ter a garantia de que você seja um Potter forte e adulto.

Há mais de um mês eu descobri que tenho uma doença, Alzheimer. É sobre esquecimento e delírios de passado encontrando-se com o presente. Não existe cura. Foi um choque para mim, mas Sarah me explicou que eu já vinha esquecendo de algumas coisas. O engraçado é que eu não me lembro disso. Irônico, né?

O médico me garantiu que a doença atinge um ponto em que eu não vou me lembrar de mais nada. Tudo vai desaparecer. Não sei como posso conviver em um mundo em que eu não me lembre de sua mãe, Dorea, ou num mundo em que Sarah e Marlene não entraram na minha vida. Ou de você, James, o meu bem mais precioso e grande amor da minha vida. E Harry? Deus, como posso viver sem lembrar-me do meu neto? Eu sinto muito.

Peço desculpas antecipadas de quando você for me visitar e não me encontrar.

Eu amo você infinitamente e, por mais que meu cérebro se esqueça de você e de tudo que importa ao meu redor, você sabe que meu coração sempre vai se lembrar.

Charlus Potter, 1990.”