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História Hetero!? - O babaca da conferência


Escrita por: SunBurn

Notas do Autor


✔ Heeey
✔ Gente, qualquer erro, puxem minha orelha
✔ A narração é bem focada no Harry
✔ Esse capítulo ficou meio grande, porque queria trazer à tona bastante coisa de uma vez, já que no próximo capítulo as coisas começam a esquentar entre o Lou e o Harry, então eu quero focar bastante nisso, deixando os outros detalhes pra depois.
✔ Espero que gostem. Boa leitura ❤

Xx. A.M.S

Capítulo 3 - O babaca da conferência


Harry acordou apenas três horas depois de adormecer. Se apressou a tomar banho e se arrumar. Para não sair do hotel, pediu café da manhã no quarto mesmo e o devorou rapidamente.

O relógio marcava 6h em ponto quando deixou seu quarto para ficar de pé na frente da porta de seu chefe. Ele não sabia o horário que Louis acordava, então esperou. Por horas.

Styles viu q luz do Sol começar a invadir o andar pela única janela no corredor. Os funcionários que Tomlinson havia decidido terem maior importância para o evento começaram a acordar e deixar seus quartos. Eles provavelmente sabiam o horário que precisariam estar no local indicado, mas Harry não fazia ideia. 

Nenhum som vinha do cômodo atrás de si e isso o fez se perguntar se Louis não havia saído antes que acordasse e a teoria o fez rir internamente, ele teria ouvido se alguém tivesse passado por aquele corredor.

Já passava do meio-dia quando alguns ruídos ecoaram dentro do quarto, incluindo algumas reclamações e palavrões. 

Harry não estava cansado, suas pernas nem mesmo haviam sentido aquelas horas em pé. Ele estava acostumado e sua resistência era incrível. Mas ele estava entediado e com fome.

Alguns minutos depois, Louis abriu a porta e não pareceu surpreso ao ver Harry parado ali.

- Bom dia. - Ele estava impecável, em um conjunto de calça social e blazer azul marinho, acompanhado de uma camisa social branca. Sua voz estava mais rouca que no dia anterior, mas ainda possuía uma sonoridade maravilhosa. - Desculpe a demora, normalmente acordo cedo...

- Bom dia, Louis. Não se incomode com isso. - Foi o que Harry conseguiu formular antes do outro começar a caminhar pelo corredor. Ele ficou parado, se perguntando como  homem poderia ter uma bunda daquele tamanho. "Isso não é específico das mulheres?"  Por um segundo, ele quis tocá-la, mas sua mente o repreendeu e ele entendeu o recado.

- Você não vem? - Louis questionou já no elevador, segurando a porta para o outro que finalmente se moveu. - Nós vamos almoçar aqui no hotel mesmo, tudo bem? 

- Claro, senhor. - Styles não manteu contato visual, pela primeira vez em sua vida ele não queria olhar nos olhos de outra pessoa enquanto falava. Puxou seu blazer preto, o esticando e parando suas mãos entrelaçadas à sua frente, se sentindo completamente vulnerável por um motivo desconhecido.


...


Harry, depois de dirigir até o endereço que Tomlinson havia inserido no GPS do carro da empresa, abriu a porta para o de olhos azuis. Louis caminhava tranquilamente pelo corredor de entrada do salão. Ele parecia se adaptar perfeitamente à qualquer ambiente. Styles o seguia calmamente, atento à qualquer movimento estranho. 

Harry parecia completamente concentrado em qualquer pessoa que ao menos respirasse perto de Tomlinson, mas não serviu de nada. Ele não viu de onde o rapaz moreno saiu, mas viu o sorriso bobo surgindo nos lábios de seu (talvez) futuro chefe.

Styles perdeu parte da conversa dos outros dois, os analisando. Seus olhares emitiam uma espécie de contentamento por se encontrarem, carinho e saudade. Isso era tudo o que havia nos olhos azuis de Louis, mas Harry viu algo mais nos olhos âmbares do outro homem. Ele não conseguiu entender o que era, mas aquilo o causou uma repulsa maior do que quase ter beijado outro homem na noite anterior.

- Ah, me desculpe! - Louis exclamou. - Onde está minha edução? Harry, esse é o Zayn, um amigo meu. - O sorriso nos lábios do moreno deixou claro que não eram amigos convencionais, mas aquilo que escondia em seu olhar ainda incomodava Styles. - Zayn, este é o Harry, meu novo segurança. - O de olhos verdes acenou com a cabeça, estendendo sua mão para cumprimentá-lo. Nenhum deles sorriu ou quebrou o contato visual enquanto apertavam as mãos. "De onde é que eu lembro desse olhar?

- Espero que você dure mais do que os outros segurancas, Harry. - Styles não gostou do comentário, mesmo sem entendê-lo. - Bom, tenho certeza que você é muito bom no que faz, mas pode deixar que a partir de agora eu cuido do Lou. - Um sorriso sugestivo abriu espaço nos lábios finos de Zayn e Harry decidiu que não gostava dos sorrisos daquele cara e que se pudesse espancaria ele ali só por sorrir daquela forma.

- Desculpe, senhor. Não recebo ordens suas. - O moreno sorriu divertido diante da teimosia do outro, simplesmente por saber como a cena terminaria.

- Não vou precisar dos seus serviços pelo resto do dia, Harry. - Louis sorriu ao final da frase de um forma que fez o maior imaginar que ninguém poderia negar algo que ele pedisse completando com aquele sorriso. Mas era uma conferência cheia de desconhecidos, possíveis perigos ao seu chefe.

- Senhor, eu não acho que seja recomendável... - Tomlinson o puxou para o lado, antes que pudesse terminar.

- Lembre-se dos meus termos, Harry. Seus serviços não serão necessários pelo resto do dia. Você pode pegar o carro da empresa, eu não vou precisar. - Seu rosto havia tomado uma expressão de quem não discutiria sobre o assunto. Styles precisou se dar por vencido, afinal, o que ele poderia fazer?

Sem receber nenhuma discórdia e totalmente satisfeito, Louis seguiu com Zayn ao seu lado, sem ao menos olhar para trás. 


...


Harry espalmou suas mãos nas nádegas da garota que estava de quatro em sua frente. Apertou a carne em suas mãos, usando disso para aumentar a velocidade de suas estocadas. Seus olhos estavam fechados, ele não fazia questão de olhá-la.

Com um gemido alto a mulher chegou ao seu quarto orgasmo. Pouquíssimos homens conseguiam fazê-la alcançar seu ápice ao menos uma vez em uma transa, então aquele, sem dúvida, era um recorde. Harry a proporcionara quatro orgasmos e ela não conseguiu fazê-lo gozar nem mesmo uma única vez.

Styles não conhecia Miami, mas depois de algumas voltas pela cidade, não foi difícil achar uma garota de programa ( mesmo às 16h) e um motel razoável.

Ele saiu de dentro dela e a virou na cama, voltando a penetrá-lá. Ela indagou se ele não cansava e as penetrações ganharam mais força e velocidade como resposta. 

Ele ansiava tanto pelo orgasmo. Seu corpo suava e seus músculos se contraíam. Ele podia sentir as mordidas, os arranhões e os músculos internos da mulher se contraindo. Normalmente, ele demorava algum tempo para atingir seu ápice e um tempo muito maior para se cansar, mas todas aquelas coisas em conjunto com a sensação de ter cumprido sua tarefa, fazendo sua parceira momentânea atingir o ponto máximo de prazer, eram o suficiente para que ele se despejasse. Porém, daquela vez, foi como se faltasse algo e ele simplesmente não conseguia sentir prazer suficiente para gozar. 

Seus movimentos só pararam quando ouviu seu celular tocar. Não era o celular da empresa, era o pessoal, o que só o causou mais urgência. Ele se levantou ouvindo uma reclamação da mulher e pegou o celular no bolso da calça. Tirou o preservativo e jogou na lixeira ao lado da cama mesmo (era um motel, eles deveriam ter visto camisinhas muito piores jogadas em lugares bem mais expostos).

- Você pode ir. - Harry disse em um tom brando, sem olhar para a mulher. Ele já imaginava quem era, mesmo que o número fosse desconhecido, mas esperou que ligasse uma outra vez, porque este era o acordo, se fosse ela, ligaria novamente.

- Cara, você é casado? - A mulher perguntou vestindo seu vestido extremante curto e apertado, enquanto Harry vestia rapidamente sua boxer e pegava o dinheiro na carteira.

- Não quero ser rude, mas eu acho que isso não é exatamente da sua conta. - Ele disse de uma forma que soou sexy e fofa e a entregou o dinheiro com um sorriso. - Você pode ficar com o troco.

- São duzentos dólares de troco! - Ela exclamou surpresa, sem saber se pela forma quase gentil que ele a tratara a tarde toda ou pelo troco generoso mesmo que ela não o tivesse feito chegar ao orgasmo.

- Troco que é todo seu! - Ele sorriu mais uma vez e vestiu sua calça enquanto ela arrumava seu cabelo em frente ao espelho do lado da porta. Harry se apressou para acompanhá-la e abriu a porta em um gesto cavalheiresco. - Sinto muito por não poder terminar o que começamos. - E com aquele sorriso que ele usava pra derreter qualquer um, ele a beijou. Normalmente nenhum deles beijava em situações como aquela, mas a garota havia achado Harry muito simpático e ele sentiu a necessidade de beijar alguém... O significado foi quase nulo, mas o beijo tirou o fôlego da garota e causou satisfação em Harry "Eu gosto de beijar garotas. Eu sou hétero.

- Os melhores caras sempre são casados. - Ele riu. A garota já havia se virado para ir embora quando o celular de Styles voltou a tocar e ele a chamou.

- Hey! Eu não sou exatamente casado, Cindy. - E com isso fechou a porta. A garota foi embora surpresa e contente pelo simples fato dele lembrar seu nome.

"Oi, Emma." A voz de Harry se tornou tão leve ao atender o telefone. "Eu pensei que você fosse me ligar ontem."  Enquanto esperava resposta, abotoava sua camisa branca. "Não, é claro que eu não fiquei chateado. Como estão as coisas por aí?" Prendeu o celular entre o ombro e a orelha outra vez, agora para vestir seu brazer. "Ela tem te dado muito trabalho?" Conferiu se havia pego tudo, então saiu do quarto. A resposta que recebeu o fez sorrir. "Claro que é. Eu te amo, sabia?" Ele entregou a chave e o dinheiro que cobria uma diária na recepção e deixou o prédio. "Tudo bem. Se cuida. Me liga assim que puder." E com isso desligou, entrando no carro da TC e dirigindo para o hotel em que estavam hospedados.

Harry tentou cumprir todas as leis de trânsito que conseguia se lembrar. Afinal, ele estava utilizando o carro da empresa e Louis já havia pago uma taxa para que Styles pudesse dirigir na Flórida (assim poderia diminuir a quantidade de pessoas que andariam consigo e chamar menos atenção), então ele não queria gerar multas para a TC pagar. Por isso precisou parar em alguns sinais vermelhos, mesmo quando não tinha ninguém para atravessar e nenhun carro no cruzamento.

Enquanto esperava um dos semáforos passar para o verde, Harry viu dois homens encostados em uma parede se beijando. Voltou o seu olhar para a frente e se lembrou de Louis e Zayn. Principalmente do olhar de Zayn. Seu celular corporativo não havia recebido nenhuma chamada ou mensagem, então Louis estava bem, certo?

O sinal abriu e antes de acelerar, ele olhou mais uma vez para o casal gay. Não havia se passado um minuto desde que havia saído do lugar, quando ouviu a sirene de uma ambulância. Ele encarou o retrovisor e enquanto se enojava do olhar que encontrou ali, encostou o carro e mesmo quando a ambulância passou, ela não saiu dali e nem deixou de se encarar.

Ele já havia notado aquele olhar em seu rosto em algumas situações. No reflexo de uma taça em um restaurante que estava jantando quando dois homens entraram de mãos dadas. Quando acordou na segunda feira e se lembrou que seu provável novo chefe poderia ser gay... 

Ele viu o olhar de seu pai estampado em seu rosto e era incrivelmente parecido com o que havia visto por trás de todo aquele carinho no rosto de Zayn. 

Styles bateu contra o volante e, enquanto exclamava "Droga!" repetidas vezes, virou o carro ali mesmo e voltou para a conferência. Ele mandou um foda-se para as normas de trânsito e as possíveis multas. Acelerou mais do que o recomendado e menos do que o carro lhe permitia, porque aquilo era importante, mas matar alguém em um acidente de carro só o atrasaria.

Styles não ficou exatamente surpreso quando o segurança lhe informou que Louis já havia ido embora e que estava acompanhado quando saiu. 

Harry tinha quase certeza que Tomlinson não estaria no hotel, mas se encostou no carro e ligou para a recepção mesmo assim.

"Hotel East Miami, boa noite." Uma voz feminina, totalmente cansada ecoou de forma lenta, deixando Harry mais impaciente.

"Boa noite, eu sou Harry Styles, estou hospedado no quarto duzentos e trinta e quatro. Eu gostaria de saber se Louis Tomlinson do quarto duzentos e trinta e cinco está. Eu tenho permissão pra essas informações sobre ele." A mulher demorou para responder, provavelmente estava checando se o número do qual ligava realmente coincidia com o número do cadastro e se ele realmente tinha a permissão que alegou.

"Não, senhor Styles, ele não está." Harry estava pronto pra desligar, mas ela continuou. "Mas ele deixou um recado. Disse que se o senhor voltasse para o hotel ou ligasse, deveria ser informado que ele não dormirá aqui e que estará de volta para o café da manhã às oito." Ele coçou sua sobrancelha pensando no que faria em seguida.

"Certo. Obrigado." E com isso ele encerrou a ligação, logo começando outra. Ele checou seu relógio, era quase 21h, em Londres, provavelmente, deveria ser 2h. Ele torceu para que o horário de Emeli fosse realmente o fornecido por seu celular.

"Tomlinson's Corporation, boa noite." A voz da mulher soou animada do outro lado, um contraste e tanto para a da recepção do hotel, e Harry se perguntou se a TC fazia lobotomia com os funcionários. "Oi, Harry. Você é o novo segurança do Louis, não é? Como eu posso te ajudar?"

"Emeli, o sr Tomlinson...

"Ele prefere Louis." Ele ficou estressado ao ser interrompido, mas deixou para lá.

"Enfim, ele disse que eu poderia ligar para você ou para a Sam se precisasse de algo relacionado com as relações públicas da empresa, principalmente dele."

"Sim. Ela durante o dia e eu durante a noite. Ele nos disse que deveríamos passar qualquer informação que você precisar. Então, do que precisa?" Ela estava realmente animada e Harry queria terminar logo aquela ligação, a alegria em excesso dela o irritava.

"Quanto tempo você demora para conseguir a lista de convidados da conferência de TI? Eu preciso do nome completo de um deles..." 

"Não muito. Você sabe o primeiro nome?"

"Zayn."

"Por que não disse logo? Bobinho, eu não preciso da lista. Só tem um Zayn que é convidado pra todos os eventos do Louis na Flórida. Zayn Javvad Malik. Ele é um dos sócios da empresa de advocacia que tem contrato com a TC. Ele basicamente cuida de todos os contratos relacionados a finanças pelo Louis e fora do escritório cuida do próprio Louis, como um dos companheiros dele, se você quer saber..." Parte da informação foi útil, o restante, Harry não queria saber, mas respirou fundo.

"Você sabe o endereço dele?" 

"Não, não. Ele mora em Miami, mas só o próprio Louis sabe o endereço, afinal, ele já deve ter visitado várias vezes. Pode ser que alguém da divisão de contratos  saiba, mas nenhum deles faz turno à noite..."

"Eu não posso esperar até amanhã, mas obrigado, você ajudou muito." Deu a conversa por encerrada e sem despedida nenhuma desligou, iniciando uma última ligação. Harry não lembrava exatamente a diferença do fuso horário de Miami para Los Angeles, mas lembrava que em LA era mais cedo.

"Alô." Uma voz masculina soou do outro lado. O lado bom de ser segurança, é que você acaba aprendendo a perceber quando alguém precisa de ajuda e se você ajuda, essas pessoas e suas familias ficam te devendo favores.

"Liam! Aqui é o Harry. Espero que você esteja perto de um teclado." Disse entrando no carro, já se preparando para sair, sabendo que seria rápido.

"Harry. Oi. Do que você precisa, cara?" Liam Payne, um cara de vinte ae três anos, muito bom no computador, que ainda tinha as duas irmãs vivas, graças a Harry.

"Eu preciso do endereço de Zayn Javvad Malik. Se reduz a busca, ele mora em Miami."

"Como se escreve?"

"Não faço ideia, Bro. Mas ele é sócio da empresa de advocacia que tem contrato com a Tomlinson's Corporation."

"Te mando por mensagem em dois minutos."

"Certo, valeu!" Não demorou nem os dois minutos para receber a mensagem com o endereço. E não demorou mais do que dez segundos para colocá-lo no GPS e correr para o local.


Algumas luzes da casa estavam acesas e Harry tentou ver o que acontecia pelas janelas do primeiro andar, mas parecia vazio. Ele evitou qualquer tipo de barulho ao caminhar pelo gramado, mas manteve a postura de quem não tinha nada a esconder. Ele checou a porta da frente, discretamente, e estava trancada, então foi para a do fundo, se sentindo sortudo por estar aberta.

O rapaz sentiu nojo ao ver as taças de vinho na mesa de centro da sala de estar e sentiu algo além disso quando encontrou as roupas pela escada. Harry pensou em ir embora, talvez eles estivessem tendo uma noite normal de gays. Mas sua intuição nunca o deixara na mão, então ele subiu silenciosamente. 

No andar de cima, ele se encondeu em um quarto quando ouviu passos e risadas. Ele não conseguiu ouvir direito, mas entendeu que estavam falando de um contrato, que Zayn insistia que Louis assinasse e Louis alegava estar bêbado demais para assinar qualquer coisa. Harry decidiu abrir a porta um pouco e tudo o que viu foi um vislumbre de seu chefe nu. "Droga de bunda."

Os dois desceram e Styles foi até a escada, de onde poderia ouvi-los melhor. Ele se sentiu um fofoqueiro ou como uma criancinha que estava tentando espionar a briga dos pais.

"Louis, você precisa assinar esses papéis o quanto antes!" Ouviu a voz de Zayn se tornar cada vez mais alterada.

"Eu não vou assinar nada nesse estado, Zayn. Amanhã a gente fala sobre isso." A voz de Louis estava séria e talvez um pouco magoada. Pelas pausas e barulhos de panos, Harry deduziu que pelo menos um deles estava se vestindo. 

"Louis, você só precisa assinar! São só burocraciacias para manter a regularidade do setor financeiro e jurídico da empresa. Nada muito impirtante." Zayn pareceu exasperado e Styles sabia, só de ouvi-lo, que ele estava chegando ao limite, a encenação estava chegando ao fim.

"Se não é nada muito importante, eu posso assinar amanhã." Louis rebateu, dando algumas pausas cono se estivesse prestando atenção em outras coisas enquanto falava. Segundos depois um dos celulares de Harry vibrou no bolso da calça, era Louis o pedindo para buscá-lo e passando o endereço no qual Styles já se encontrava.

"Você tem que assinar!"

"Eu não vou assinar!" Harry estava esperando o momento certo. Talvez eles tivessem esse tipo de briga normalmente e Styles estivesse enganado.

"Você vai assinar, sim!"

"Zayn, me solta! Você tá me machucando!" 

"Eu não vou soltar!" Um Barulho muito parecido com um soco ecoou. "Você me bateu, sua bichinha imunda!" Aquela, certamente, era a deixa de Harry.

Ele desceu as escadas correndo, encontrou Louis no chão com os braços cruzados em frente ao rosto e Zayn jogando vários socos em sua direção.

Harry o puxou de cima do de olhos azuis e o empurrou contra a parede, aproveitou o momento de surpresa para deferir dois socos no rosto dele. Aquilo lhe pareceu o suficiente, já que, diferente de Zayn, ele sabia bater de verdade e já havia arrancado sangue.

- Você... - Malik cuspiu o sangue no chão. - Você é uma bichinha que nem ele! Vocês deveriam... - O que eles deveriam ninguém soube. Harry mudou de ideia e antes que Zayn ao menos desse um passo em sua direção, ele o jogou contra a parede outra vez, mas usando a cabeça do moreno para impulsionar e com isso a bateu com força. Styles largou o homem inconsciente no chão.

- Louis, você tá bem? - Harry voltou-se para Louis que, ainda estava sentado no meio da sala, assentiu. Ele não recusou a ajuda para levantar quando lhe foi oferecida.

Ambos foram para o carro em silêncio e Harry começou a dirigir para o hotel, ele imaginou que Tomlinson precisasse de um tempo, mas ele não conseguiu se conter, ele precisava saber se Louis estava bem. Assim, sem motivos. Ele apenas precisava.

- Como você tá?

- Eu vou sobreviver. - Tomlinson estava encolhido no banco de passageiro, virado para o do motorista e Harry não sabia dizer se era por frio ou pelo choque. - Como você sabia? - Styles o encarou enquanto esperava o semáforo passar para verde. - Nós dois sabemos que você não chegou depois da minha mensagem. Como você conseguiu chegar aqui? Você me seguiu?

- Não. Eu não sigo as pessoas. - Respondeu simples, voltando seu olhar para a frente. - Eu imaginei que ele fosse homofóbico, mas a ficha só caiu mesmo horas depois. Daí eu fui atrás de você na conferência, mas você já tinha saído. Então liguei para o hotel e você não estava. Aí eu liguei para a Emeli e perguntei o nome completo do Zayn, além do nome dele, ela me disse que ele mora aqui em Miami e que ele cuidava da parte financeira da TC, alguma coisa assim. Eu somei um mais um e deduzi que ele queria algo relacionado a dinheiro. Liguei para um amigo e consegui o endereço. Então eu invadi a casa dele um pouco antes da discussão.

- E como você sabia que ele ia fazer alguma coisa hoje? Eu convivi com ele por três anos e não percebi nada de diferente. E por que você não interviu antes?

- Eu não sabia como era a relação de vocês, não sabia se isso acontecia normalmente... - Harry começou pelo final de propósito, ele não queria contar que reconheceu em Zayn o seu próprio olhar, mas também não queria mentir. - Eu convivo com mentirosos, eu mesmo sou um. Mas é difícil encontrar alguém que mente bem com o olhar. E a forma como ele te olhava mentia. - Foi a forma mais suave que encontrou para dizer aquilo, assim não se entregou, mas Louis se encolheu ao som de suas palavras. Então até o olhar que Zayn lhe direcionava era mentira? O silêncio voltou e Harry se sentiu desconfortável. - Louis, talvez não seja a hora de dizer isso, mas eu não posso aceitar o emprego. - De relance, Styles viu a primeira reação facial que Louis esboçou desde que havia sido ajudado.

- Por quê? Você não precisa do emprego? Ou alguma empresa lhe ofereceu uma proposta melhor? - Ele parecia brevemente assustado. - Com o seu currículo, isso não seria surpresa...

- Não, senhor. Na verdade, eu mandei meu currículo apenas para a TC. Eu preciso desse emprego. Mas eu acho que ficou bem claro que eu não sei seguir ordens, não exatamente. O senhor disse que não abriria mão de certos termos e eu realmente não consigo seguir ordens enquanto o mantenho seguro. Só posso fazer isso se for do meu jeito. - Louis ergueu uma sobrancelha.

- Talvez essa seja a principal diferença entre você e meus antigos seguranças. Você sabe o que tá fazendo. - Louis sorriu brevemente e Harry se deu conta que sentiu algo como saudade daquele sorriso. - O emprego é seu, se quiser. Nós podemos assinar o contrato assim que estivermos em Londres. - O de olhos verdes não respondeu, ele não achou que seria necessário. Mas alguns segundos depois, ele voltou a falar.

- Você não quer mandar a polícia para a casa do Zayn?

- Não, não. Isso daria muita dor de cabeça. Eu vou só cancelar o contrato com a empresa dele e fazer algumas ligações...

- Como preferir, Louis. Se me permite perguntar, por que ele insinuou que seus seguranças não duram muito? 

- Porque eles não duram. Jeremy é o único membro da segurança que realmente é de confiança. Mas ele não pode me acompanhar pra cima e pra baixo. Todos os seguranças que eu contratei nos últimos seis meses foram comprados e estavam vendendo informações. - Tomlinson deu de ombros. - Eu deveria parar de contratar seguranças, mas não posso me dar a esse luxo. Você parece melhor do que eles. Bom, pelo menos uma percepção melhor do que a deles e a minha, você tem. Só espero que não seja tão fácil de comprar.

- Não sou. Dinheiro é meu foco, mas de uma forma indireta, se não eu estaria trabalhando para algum traficante agora.

- E por que não está? Por que você escolheu a TC? E não finja que não escolheu, porque você mesmo disse que só mandou o seu currículo pra gente. - Harry não viu necessidade de mentir, mas também não precisava contar a história de sua vida.

- Pessoas como eu, as que levam isso a sério, não vendem o próprio tempo por um salário que nem as outras pessoas, a gente vende a nossa vida pra manter outra pessoa viva. Então, basicamente, eu escolhi a TC, por causa do seguro de vida que vocês oferecem.

- Por quê? - Harry respirou fundo.

- Eu tenho dinheiro pra uma vida razoável, onde eu não precisaria trabalhar, mas se eu morresse agora, ficaria tudo para algum parente imbecil que eu mal conheço. Mas o seguro ficaria pra uma pessoa específica, que eu escolhi completamente ciente do que estava fazendo. Basicamente, eu tô garantindo que uma pessoa não vá ficar sem auxilio nenhum quando eu morrer, então o salário em si não me interessa. - Harry não conseguiu segurar uma pequena risada ao ver a cara de Louis, enquanto estacionava o carro, já no hotel. - Exatamente. Você não precisava aumentar a oferta inicial do salário. Eu aceitaria trabalhar para vocês por uma libra por semana. - Riu outra vez saindo do carro.

- Eu ainda tenho a opção de não te contratar? - Louis perguntou indignado, seguindo o outro pelo estacionamento até o elevador.

- Provavelmente... - Styles chacoalhou seus ombros, de forma divertida.

- Tá, eu não vou deixar de te contratar, mas com certeza vou fazer da sua vida um inferno. - O de olhos azuis cruzou os braços e ficou batendo o pé contra o piso de mármore do elevador. Adorável. Harry não conseguia parar de rir.

Eles pararam em frente ao quarto de Louis.

- A gente volta pra Londres amanhã à noite. E você não precisa ficar aqui na frente parado, eu posso te mandar uma mensagem quando acordar. - Harry concordou com a cabeça. O celular de Louis tocou, ele olhou a tela e suspirou, recusando a ligação. - É meu namorado... Não quero falar com ninguém hoje, eu acho. - Ele explicou sem saber o motivo e Harry revirou os olhos internamente, mais uma vez. Tomlinson parecia ter um sensor pra isso, porque ergueu seu olhar. - Sabe o que é engraçado? Você tem aversão a minha orientação sexual e eu tenho aversão a sua mente fechada. A gente tem tudo pra matar um ao outro até o fim de semana, mas a gente sabe como isso vai terminar e não é assim. - Louis fez uma careta e Harry fingiu não entender. Ele não queria entender. Então apenas ignorou.

- Boa noite, Louis. - Sua voz adquiriu um tom frio, quase cortante. Seu sorriso desapareceu. Aquele não era mais o cara que estava rindo com Louis no elevador, aquele era o funcionário homofóbico da TC.

Foi a vez de Harry largar Louis em um corredor. Ele respirou fundo quando se viu sozinho em seu quarto. Tentou se convencer de que Tomlinson estava errado, que aquela situação não terminaria como ele havia insinuada mas a voz de seu pai gritou dentro de sua mente, dizendo que terminaria exatamente daquele jeito, porque ele era apenas uma bichinha fraca.



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