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História Hey, Capitão! - Homem de Ferro.


Escrita por: Seola______

Capítulo 3 - Homem de Ferro.


– É bom vê-la – Mary sorriu.

– É bom vê-la também, Mary – sorri.

– Então, me conte o que aconteceu com o antigo emprego.

– Fui demitida, meu chefe disse que não sou boa o suficiente, que a empresa estava contratando novos funcionários e que teriam que demitir alguns dos antigos, eu fiquei fora por não ser boa o suficiente – dei um fraco sorriso.

– Ah querida – Mary sorriu me abraçando – sinto muito.

– Tudo bem – sorri me soltando dela – vou procurar um novo emprego esta tarde.

– Ah sim – ela sorriu – e como andam as coisas, no geral?

– As mesmas de sempre – ri fraco – e Peter, como está?

– Bem – Mary sorriu – estamos bem, como sempre estivemos.

– Oh, isso é bom.

– Não é comum um relacionamento durar tanto – Mary riu.

Mary estava com Peter desde o colegial, somos melhores amigas desde a nossa quinta série. Nos conhecemos por acaso por causa de um erro em nossos nomes, meu nome estava errado na lista da sala e o dela também, nossas mães começaram a conversar enquanto esperavam pela diretora, afinal tinham assuntos em comum, e para não escutá-las reclamando sobre como a escola era ruim, fiquei conversando com Mary e desde então nos tornamos amigas. Mary e Peter estavam juntos desde o segundo ano, e até então pareciam inseparáveis.

– Ontem eu conheci um cara – quebrei o silencio e fiz com que a atenção de Mary saísse da tela da televisão e viesse toda para mim.

– Um cara? – ela perguntou com um sorriso brotando em seu rosto.

– Sim – balancei a cabeça com um sorriso.

– Como foi? Onde? Como ele era?

Eu gargalhei – Eu saí do trabalho e fui a um bar para esfriar a cabeça um pouco...

– Como sempre – ela me interrompeu revirando os olhos.

Eu ri – É, como sempre. Posso continuar?

– Ainda pergunta? – ela me fitou se ajeitando no sofá.

Não tínhamos muito tempo para conversar com todo nosso trabalho, era folga de Mary e por isso ela estava na minha casa logo pela manhã, prossegui:

– Ele era alto, e bem forte – eu sorria – loiro dos olhos azuis, e ele é Capitão... Do exército, pelo que parece.

– Capitão do exército? – Mary perguntou.

– Mais ou menos – respondi.

– Mais ou menos? – ela me fitou confusa.

– Não entendi isso também – gargalhei e ela me acompanhou na risada, prossegui – ele foi gentil, me pagou um drinque e queria me trazer em casa, como um cavalheiro. Mas acabei negando porque não podia deixar meu carro lá e ele era só um cara que eu tinha acabado de conhecer.

– Gostei dessa atitude – Mary cruzou os braços tentando parecer séria – gostei mesmo.

Eu ri – Obrigada, Mary.

– Podia ter ligado, você sabe que não precisa ir pra um bar toda vez que algo ruim acontece.

– Desculpa – me encolhi um pouco ao seu lado, ela sempre falava isso – eu queria ficar sozinha.

– A única coisa que me conforta é o fato de ser fraca pra bebidas, por isso nunca ficará alcóolatra.

– Eu não gosto de bebidas – eu ri – eu detesto qualquer bebida, só vou nesses lugares para pensar e como não posso ficar lá sem comprar nada, acabo pedindo uísque.

– Porque você só conhece uísque e vodca – Mary gargalhou.

Eu ri – Você está super certa.

Ela então sorriu mudando de assunto – Que horas pretende procurar emprego?

– Daqui a pouco – sorri – depois do almoço.

– Poderíamos almoçar juntas, o que acha? – ela sorriu.

– Uma ótima ideia, mas e Peter?

– Ele está trabalhando, ele almoça por lá ás sextas porque é o dia mais movimentado.

– Ah, certo – sorri ficando de pé – vou trocar de roupa e vamos, certo?

– Certo – ela disse virando-se para a televisão – enquanto isso verei alguma coisa nessa televisão.

Entrei em meu quarto e então procurei um vestido, estávamos no meio do ano, não fazia muito frio por Nova York, estava um clima bom o suficiente para que pudesse usar um vestido. Escolhi um dos meus favoritos, era um azul escuro básico, com mangas curtas e era bem chique. Prendi meu cabelo castanho médio em um rabo de cavalo e então passei um pouco de maquiagem, nada demais, afinal, depois do almoço iria para a entrevista de emprego, coloquei meu sapato de salto e então voltei para sala onde Mary fitava a televisão abraçada em uma das almofadas do meu sofá, ela sequer notou que eu estava pronta e esperando-a encostada no balcão da cozinha. Ela mantinha os olhos focados na televisão, onde passava o tão famoso – e triste – filme: Titanic.

– Mary? – a chamei.

Ela então em fitou com os olhos marejados – Esse filme não é lindo?

Eu balancei a cabeça – Temos que almoçar.

– Mas você sabe que esse é meu filme favorito.

Eu ri – Vamos Mary. Eu não posso demorar muito, você já viu Titanic milhares de vezes, e aposto que não quer sair com cara de choro.

Ela então me fitou e logo em seguida olhou pra televisão, pegou o controle e a desligou soltando-se da almofada.

– Você é má – ela ficou de pé.

Eu ri – Eu preciso de um emprego.

Ela então me fitou, enfim percebendo como eu estava arrumada – Uau.

– Tentei não colocar um vestido extravagante demais, prendi o cabelo para parecer séria – sorri dando uma voltinha – e o salto para parecer elegante.

– Você está elegante – ela me fitava – adorei o vestido. Você vai conseguir esse emprego muito fácil.

Eu sorria abrindo a porta – Deus te ouça.

– Ele irá – ela sorriu saindo do meu apartamento.

Fomos andando em silêncio até o elevador e assim que entramos Mary reclamou de algo sobre como ela era baixa, o que me fez rir, porque ela sempre fazia esse comentário, fosse comigo, com Peter ou com qualquer pessoa que ela fosse menor, ou seja, muitas pessoas. Ela não era baixa de tudo, mas também não era muito alta. Eu não sabia em que restaurante almoçaríamos, deixei que ela escolhesse, mas pedi que não fosse muito longe de onde eu teria que ir. Eu tinha uma empresa em mente, meu negócio era administração e por isso, pelo menos desta vez, eu queria um emprego decente, um emprego que me pagasse bem e que não me colocasse enfurnada em papéis que não tem nada a ver com a minha área. Desta vez eu queria algo grande, e não desistiria até tentar, estava na hora de mudar de vida. A empresa já tinha me feito uma oferta há um mês atrás e esperava que eles ainda quisessem me entrevistar.

Durante o almoço nós conversamos sobre Peter, sobre seu casamento, sua casa, seus planos. Mary era estilista e ás vezes se aplicava como escritora, tinha lançado dois livros para crianças quando fora professora e sempre escrevia por puro hobbie, mas o seu negócio era mesmo a moda. Mary já tinha vendido uma linha de roupas sua para uma loja bem famosa de Nova York e ganhou bastante dinheiro com isso, ganhou mais ainda quando soube que seria a estilista permanente da loja, ela estava juntando dinheiro para inaugurar a sua própria loja e eu adorava escutar sobre isso, adorava escutar sobre seus planos, porque isso mostrava que ainda tínhamos uma amizade forte o suficiente para ela me incluir em seus planos.

Por um instante pensei em minha família, pensei em como sentia falta de todos eles e em como eles não faziam parte dos meus planos. Meus pais moram no Texas – de onde venho – e há meses não falo com eles, mas pelo visto eles estão bem, porque não ligaram me procurando. Não tenho um relacionamento bom com minha mãe, ela sempre implicou com tudo o que fiz, principalmente quando quis fazer faculdade de administração e não de gastronomia, como ela sempre sonhou. Minha mãe foi atriz quando jovem e no auge de sua carreira conheceu meu pai, John Hope, quem tinha uma banda e era apenas um garoto inconsequente e sem futuro. Mas as coisas mudaram para os dois quando meu pai a propôs em casamento. No inicio dos anos 70 isso era loucura, ainda mais para dois jovens. Minha mãe havia começado a carreira de atriz em seus 14 anos e casou-se com meu pai quando tinha 19 e ele 18. Mas acima de tudo, sempre foram muito felizes.

Meu irmão, Michael – ou Mich, como o chamo – mora em Londres, e é um advogado bem sucedido. Nos falamos por telefone quase toda semana e apesar de estar bem distante, claramente é quem mais se importa comigo. Nossa irmã caçula, Barbara de 14 anos mora com meus pais em Texas e também não tenho muito contato com ela. Não digo que não falo com a minha família porque sim, nos falamos e bastante, somos uma família unida, mas somos aquele tipo de família que só se une em feriados. Mas ainda sim seguimos as tradições.

Mary e eu terminamos de almoçar depois de conversarmos bastante, eu a via praticamente em todos os finais de semana e ela sempre estava na minha casa quando Peter estava trabalhando e ela não, ela detestava ficar sozinha.

– E quando você verá aquele cara de novo? – Mary perguntou enquanto eu pagava a conta.

– Não tenho ideia – falei pegando meu cartão e entregando ao garçom – ele não pediu meu telefone.

– Oh que idiota – o garçom disse com um sorriso e me fitando.

"Sério?" Pensei, mas fui educada, soltei uma risada e agradeci – Obrigada, eu acho.

– Você é muito bonita, ele foi um idiota de não ter pedido seu número.

– Também acho – Mary colocou pilha, eu lhe fitei com meu olhar furioso.

Ele então retirou um papel e entrou meu cartão dando um fraco sorriso, retribui o sorriso completamente sem graça e então saí do restaurante.

– Não faça isso de novo – falei fitando Mary.

– O que? Só dei uma forcinha para o cara, ele parecia...

Ficamos quietas quando escutamos alguém gritar: "cuidado!" não tive muito tempo de me policiar do que estava acontecendo, a única coisa que vi foi um carro voar em nossa direção. E minha única reação foi puxa-la para o lado de modo que saíssemos da direção do carro, o que foi provavelmente impossível, pois tivemos que nos jogar para sair da frente mais rápido. O carro que voou em nossa direção havia atingido o restaurante quebrando o vidro e fazendo com que voasse praticamente inteiro em cima de nós. Estilhaços de vidros estavam em meu braço e meus joelhos estavam ralados, tivemos que pular no chão para tentarmos nos proteger o que foi em vão, Mary estava desmaiada, caída um pouco mais á frente de mim. Fui me arrastando até ela, não conseguia ajoelhar no chão, eu estava realmente machucada, meu cabelo não estava mais preso em um firme rabo de cavalo como antes, agora minha franja caía pelo meu rosto e meu cabelo parecia coberto de poeira.

– Mary – eu a sacudia no chão – Mary, fala comigo.

Foi quando as sirenes começaram a ficar cada vez mais altas e junto com elas o alarme do restaurante, as pessoas saíam de dentro do restaurante apavoradas e muitas machucadas, eu não sabia o que fazer, tinha acabado de escapar da morte, mas minha melhor amiga estava desacordada no chão. Havia muitas pessoas correndo pela rua tentando achar um lugar seguro e eu não sabia o que fazer, a única coisa que eu ainda estava fazendo em sã consciência era tentar acordá-la. Sentei no chão quando senti meu pé doer, meu sapato de salto estava apertando meu pé como se estivesse sendo espremido, arranquei meu calçado com toda agressividade e voltei a sacudir Mary. Ela estava sangrando na bochecha e seu braço estava completamente machucado, ela estava machucada e ao mesmo tempo suja, empoeirada.

Trêmula peguei o telefone na bolsa dela, foi a única coisa que pensei. Não pensei em ligar para polícia ou ambulância, porque, mais cedo ou mais tarde eles estariam ali, liguei para Peter.

– Alô?

– Peter?

– É... – ele respondeu – Mary? Sua voz...

– É Helena – falei tossindo – Peter, não importa onde está, venha pro centro de Nova York, ligue a televisão e entenderá. Mary está desmaiada e Nova York está sendo atacada novamente.

– O que?

– Apenas venha! – gritei.

Ele desligou o telefone e sentada no chão segurei a cabeça de Mary colocando-a deitada no meu colo. Foi quando escutei um barulho alto, como se um jato estivesse passando por cima de nossas cabeças. Não era um jato. Eu não sabia explicar, eu não importava muito com Os Vingadores e não acreditava muito em nada sobre eles. Reconeci como Homem de Ferro o que tinha acabado de passar por cima da minha cabeça em uma velocidade quase inexplicável. Pisquei meus olhos diversas vezes e então fiquei de pé para tirar Mary desacordada do meio daquilo tudo. Senti meu tornozelo fisgar e segurei o grito fechando os olhos, estava realmente doendo.

No instante em que olhei para cima, parecia que parte do prédio do restaurante estava caindo, bem em cima de nós duas. Eu não sabia o que fazer, apenas paralisei, fechei meus olhos segurando Mary pela blusa e com o tornozelo doendo cada vez mais. Não tinha muito mais o que fazer, só torcia para ficar tudo bem.

Escutei o mesmo barulho de jato passando por cima da minha cabeça, mas desta vez o barulho foi bem mais alto, não sabia o quão próximo estava, por estar com os olhos fechados, mas acabei abrindo-os assim que senti alguém passando o braço em volta de minha cintura, olhei para meu lado e vi Capitão América do meu lado, seu escudo nos protegia de algumas pedras que estavam caindo ainda sobre nós, Mary estava logo ao nosso lado, mas o escudo protegia seu rosto também, eu estava sentada no chão e então o fitei, olhei no fundo de seus olhos azuis e senti um arrepio percorrer minha espinha. Eu já tinha visto aqueles olhos em algum lugar.

– Hey, Capitão! – Homem de Ferro gritou. Assustada olhei para ele colocando um enorme pedaço do prédio do restaurante no chão, o pedaço que cairia em cima de mim e Mary – vamos lá.

– Fique á salvo, não fique aqui – ele disse com sua voz grossa, ficou de pé e deu um fraco sorriso, logo em seguida correu até Homem de Ferro quem estava parado esperando.

– Espera! – eu gritei ficando de pé, meu tornozelo queimou e eu novamente quis gritar, mas apenas olhei para meu pé sem encostá-lo ao chão, soltei o ar pesado e então os fitei – eu estou machucada, minha amiga está desacordada, eu não consigo movê-la daqui! – gritei.

Capitão América então me fitava junto com Homem de Ferro. Eles perceberam meu desespero.

– Vá Capitão, vá! – Homem de Ferro disse, voou até nós – vou leva-las para o hospital, certo?

– Leve-a – falei o fitando, soltei meu cabelo – eu posso me virar e preciso falar com o marido dela.

– Você está machucada, você fala com o marido dela depois. Não posso deixa-la no hospital sozinha – ele então passou o braço em volta da minha cintura – segure firme.

Eu não disse nada, ele tinha razão e eu não tinha como lutar contra isso. Em questão de segundos estávamos na porta do hospital, havia vários enfermeiros por lá, parados nas portas esperando que os feridos chegassem, parecíamos as primeiras. Ele pousou e me deixou no chão, logo em seguida colocou Mary em uma das macas que estavam ali do lado de fora, eu o fitei e então dei um fraco sorriso:

– Obrigada.

Ele balançou a cabeça e em seguida saiu voando, os enfermeiros correram até nós e senti meu tornozelo fisgar novamente, não tanto quanto antes. Eu estava realmente preocupada com Mary, que estava machucada e desacordada, ela era minha única preocupação no momento.



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