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História Hi no Hana - Capítulo 2: Dia Conturbado


Escrita por: LadyKitsune12

Capítulo 2 - Capítulo 2: Dia Conturbado


"A primavera passou

E o verão chega novamente

Para as vestes de seda branco"

(Segundo Hyakunin)

oOoOoOoOo

 

Tsubaki corria pela rua, sua aparência oculta por um henge, antes de entrar em um beco próximo, encostando seu corpo rente a parede e puxando seu pano de camuflagem. Por um segundo torturante, ela se manteve em silêncio. Seus sentidos ampliados o máximo que podia, escutando a agitação da rua e, de forma distante, o praguejar furioso do jounin cuja casa ela tinha tentava invadir.

"Chikusho… eu tinha certeza de que estava pronta para tentar ir contra um jounin…", pensou ela, lamentando internamente sua falta de cuidado.

Ela tinha, finalmente, começado seu último ano na academia shinobi. Seu estilo de taijutsu próprio estava quase que completo, precisando apenas que ela amadurecesse um pouco mais seu corpo. Ela já tinha dominado todos os jutsus rank-E e, no final do ano anterior, tinha começado a se aventurar com jutsus rank-D e rank-C… até mesmo alguns rank–B. Ela tinha criado mais sete jutsus especiais, que só poderiam ser usados devido ao seu kekkei genkai. Dois deles eram genjutsus, e os outros cinco eram ninjutsus. Apesar de que ela ainda não tinha tido a possibilidade de testá-los em ninguém, Tsubaki estava confiante de que eles seriam um sucesso. Foi devido a todo esse avanço, que Tsubaki pensou que ela estava pronta para se infiltrar na casa de um jounin. O problema… Konoha tinha os melhores jounins de todos! E todos eles eram paranoicos ao extremo.

Mesmo assim, ela tinha tomado o cuidado ao escolher seu primeiro alvo.

Ela teve a certeza de que o jounin não tinha família, ou vivesse em um complexo. Ela ainda não se sentia pronta para ir dentro de um complexo de clã. Seu 'alvo' escolhido, no final, tinha sido o Onodera Ebisu. Ele era estranhamente severo e, atualmente, estava a cargo de ensinar o neto do falecido Sandaime: Sarutobi Konohamaru. Mas, de todos os jounins de Konoha, parecia o menos propenso a descobri-la e o que teria hábitos menos estranhos.

Tsubaki também tinha sido cuidadosa o bastante, para não entrar no apartamento do jounin enquanto ele estivesse nele. Diferente dos genins e chunins, ela não tinha certeza se poderia se manter incógnita com ele no apartamento. As armadilhas que protegiam o apartamento eram ainda mais complexas, mas isso era algo que ela estava esperando. Ela tinha levado bons quinze minutos desarmando as armadilhas da varanda e da janela, para que ela pudesse entrar no apartamento. Ela só não contava com a armadilha que estaria do lado de dentro da janela. No momento em que Tsubaki tinha aberto a janela, ela acabou acionando a armadilha.

O que aconteceu a seguir foi o verdadeiro caos.

Bombas de fumaça, bombas de luz, kunais e shurikens dispararam de todos os lugares.

Se não fosse por seus reflexos e seu novo jutsu, 'Mori no Jutsu' (que tinha a mesma função do feitiço 'Protego'), Tsubaki estaria perigosamente parecida com um queijo suíço.

Se isso não fosse o suficiente, toda a confusão de acionar as armadilhas do apartamento, tinha atraído a atenção de vários shinobis, incluindo o jounin dono do apartamento. Tinha sido assustador. Tsubaki tinha corrido o máximo que pode, fazendo uso continuo alterando sua aparência com o 'Henge no Jutsu', em uma tentativa de despistar seus perseguidores. Ela tinha mudado de uma criança, para um civil adulto, então um menino de cinco anos, para uma mulher civil, para um idoso e, por último… ela não tinha vergonha de admitir que ela tinha sido um pouco desesperada demais para pensar, antes de assumir a forma do filho do Yondaime e correr para o beco! Aquela era a primeira vez que ela quase tinha sido pega! Ninguém poderia culpa-la.

Quando o barulho na rua se acalmou, e ela escutou os gritos do jounin se afastando, Tsubaki se viu capaz de respirar novamente.

Ela ainda podia sentir seus joelhos tremendo, conforme a adrenalina deixava seu corpo.

"Talvez… eu deva esperar mais um ano, antes de tentar um jounin de novo." Pensou, desfazendo o henge e saindo de seu esconderijo, antes de voltar para a rua movimentava.

Ela manteve seus movimentos tranquilos e sua expressão doce como sempre. Ela sabia que não deveria chamar atenção. As bochechas coradas da corrida, o suor e a sujeira em suas roupas poderiam ser facilmente tomadas como resultantes de uma sessão de treinamento. Não era novidade para ninguém na aldeia, ver a 'bonita e recatada' filha do comerciante de especiarias e chás Haruno Kizashi suja e suada, devido a alguma sessão de treinamento. Além do mais, ninguém pensaria que a aluna de honra e bem-comportada Haruno Tsubaki, seria capaz de fazer qualquer tipo de coisa fora das regras.

"Já que meu treinamento deu errado, talvez eu deva ir na loja da Suzuka-san. Se tiver sorte, as minhas encomendas já chegaram." Pensou, comum pequeno sorriso nos lábios.

Tanaka Suzuka era um kunoichi aposentada de 30 anos, que gerenciava uma loja com vários produtos para kunoichis. Havia desde livros e armas à produtos de beleza e roupas. Tsubaki sabia que a loja era frequentada pela maioria das kunoichis da vila, e até mesmo alguns shinobis.

Assim que chegou na loja, imediatamente ela viu a dona da loja conversando de maneira amigável com um kunoichi. A kunoichi era linda. Pele clara, cabelos escuros até a metade das costas, olhos vermelhos, usando um vestido de faixas branco. Tsubaki podia ver o porte altivo da kunoichi, mas ela também foi capaz de notar o nervosismo e a insegurança dela. Se aproximando do balcão, ela foi capaz de escutar um pouco da conversa:

– Maa, maa Kurenai. Não fique tão deprimida com isso. Ser escolhida para ser uma jounin-sensei é uma grande honra. Hokage-sama reconheceu suas habilidades e está confiando a formação da próxima geração a você.

– Hm… Eu sei disso, mas depois de…

Kurenai não terminou a frase, notando a presença de Tsubaki. Ela se virou um pouco surpresa, vendo a menina a pouco mais de sete passos de distância. Por um segundo, a jounin não foi capaz de acreditar, que ela tinha ficado tão distraída em sua conversa, que não notou a aproximação daquela garota.

– Ara, konbanwa Tsubaki-chan. – Cumprimentou Suzuka, sorrindo ao notar a menina. Ela tinha que admitir, Tsubaki estava ficando cada vez melhor em se esgueirar sem ser notada. Algo muito bom e promissor para uma kunoichi.

– Konbanwa, Suzuka-san. Vim ver se as minhas encomendas chegaram. – Respondeu de forma educada, fazendo uma pequena reverência para a mulher mais velha.

– Oh, você está com sorte, Tsubaki-chan. Suas encomendas chegaram está manhã. – Afirmou, abaixando–se atrás do balcão, para então voltar com três livros grossos com capas de cores diferentes (um azul, um roxo e um preto) e um estojo de couro preto, com dois conjuntos de tiras de couro para amarrar.

Kurenai piscou um pouco surpresa, sua atenção voltada para os títulos dos livros: 'Venenos e Antídotos', 'Fuuinjutsu: a arte dos selos', e 'Anatomia Humana Para Shinobis'. Aqueles eram ótimos livros, na verdade, Kurenai tinha suas próprias cópias. Porém apesar de serem considerados uma leitura obrigatória para todos os shinobis em algum momento de suas vidas, era incomum ver uma menina que ainda deveria estar na academia compra-los. Normalmente, os shinobis os liam depois de se tornarem chunins.

– São ainda mais bonitos do que nas fotos, Suzuka-san! – Exclamou Tsubaki feliz, atraindo a atenção de Kurenai para si.

A jounin de olhos vermelhos ficou surpresa, ao ver o par de leques de batalha nas mãos da garota. Eles eram de um metal cinza prateado suave e brilhante, muito provavelmente um metal condutor de chakra, se Kurenai não estava enganada. Seu punho era de couro negro, o que ofereceria uma ótima empunhadura durante uma luta. Também havia a estética da arma, gravado sobre o metal, estava o belo desenho de camélia vermelhas.

– Você foi muito específica sobre esse pedido. Espero que esteja do jeito que você queria. – Comentou Suzuka, sorrindo satisfeita com a alegria da menina para o novo para de armas.

Kurenai observou a garota abrir e fechar os leques, testando uma série de movimentos, antes de sorrir satisfeita.

– É perfeito! Tenho certeza de que esses leques era o que faltava para o meu taijutsu. Honto, arigatou gozaimasu, Suzuka-san. – Agradeceu, guardando os leques e fazendo uma reverência para a ex-kunoichi.

– Você não precisa me agradecer, Tsubaki-chan. Foi um prazer te ajudar. Eu sei que esses leques vão te ajudar a alcançar seus objetivos.

Tsubaki sorriu.

Suzuka-san era uma mulher muito gentil. Desde a primeira vez que Tsubaki tinha entrado em sua loja, ela tinha lhe ajudando no que podia. Fosse na sugestão de livros, ou como empunhar uma arma corretamente. O caminho já difícil da vida shinobi, teria sido ainda pior sem os conselhos pacientes da kunoichi mais velha.

Ela pagou por suas encomendas, antes de se despeito e ir embora.

Kurenai ficou em silêncio por mais um par de minutos, depois que a garota tinha ido. Ela ainda estava um pouco surpresa com o pouco que ela tinha presenciado.

– Surpreendente, não é mesmo? – Comentou Suzuka, chamado a atenção da morena. – Tsubaki-chan entrou na minha loja há três anos, perguntando sobre quais eram as melhores roupas e produtos para uma kunoichi usar. Você deve imaginar como fiquei surpresa.

Kurenai sorriu, imaginando uma pequena criança de cabelos rosados e olhos verdes curioso entrando em uma loja frequentada por shinobis.

– Eu me lembro desse dia. – Falou uma voz masculina, surpreendendo as duas kunoichis.

Elas se viraram assustadas, apenas para se depararem com Hatake Kakashi, o Copy Ninja. Ele segurava tranquilamente três caixas pequenas de shurikens.

– Eu tinha vindo repor o meu estoque naquele dia. – Comentou, colocando as caixas sobre o balcão. – Para nós, que fomos criados em um tempo de guerra, esse tipo de coisa é normal. Saber como nos vestir e o que usar, tudo isso era vital para se sobreviver. Demo…

– Demo, ver uma criança nascida em uma época de paz, fazer as mesmas perguntas que nós fizemos, no momento em que entrou na academia… É surpreendente e também um alívio, ao saber que o futuro de Konoha estará em boas mãos. – Terminou Suzuka com um pequeno sorriso, empacotando a compra de Kakashi.

– Maa, ela ainda tem que se formar na academia e passar no teste final, antes de você confiar o futuro da vila para ela. – Lembrou Kakashi, com um brilho astuto em seu único olho visível. O Hokage tinha lhe pedido para assumir outra equipe genin. Se Tsubaki acabasse por estar em sua equipe, as chances de ela falhar eram grandes, já que Kakashi nunca tinha aprovado uma equipe genin desde que o Hokage o tinha nomeado como jounin-sensei.

Suzuka estreitou os olhos oásis escutar aquilo. Ela conhecia muito bem a fama de Kakashi, como um jounin–sensei, nunca aprovando uma equipe genin.

– E quanto a você, Kurenai… apenas para de questionar tanto sua nomeação, e confie na decisão do Hokage. Ele não teria te escolhido para ser uma jounin-sensei, se pensasse que você não era boa o suficiente.

Kurenai se surpreendeu com as palavras de Kakashi. Ela conhecia a fama desleixada do shinobi de cabelos prateados, sobre seus hábitos irritantes de se atrasar para compromisso e sobre sua falta de pudor quando se tratava de ler certos livros indiscretos em público. Devido a tudo isso, ele era a última pessoa de quem ela esperava receber um conselho.

Kakashi acenou para as duas mulheres, antes de sair. No momento em que chegou do lado de fora, contudo, ele não pode deixar de suspirar ao se deparar com um ANBU usando uma máscara de chacal.

– Hatake-san, sua presença é exigida pelo Hokage.

Kakashi gemeu internamente.

Ele tinha acabado de voltar de uma missão de três semanas, para então passar quatro dias internado no hospital, devido ao esgotamento de chakra e algumas costelas quebradas. Tudo o que ele queria era repor seu armamento e ler seu livro em paz. Será que isso era pedir demais para o seu sensei?

 

oOoOoOoOo

 

Tsubaki queria correr e se esconder debaixo de sua cama, da mesma forma como ela tinha feito quando era mais nova e os trovões a assustavam. Porém, o que ela temia naquele momento era muito pior do que trovões.

Sorrindo para ela do outro lado da rua, caminhando em sua direção, estava a Sato Megumi, a esposa de um comerciante de especiarias da aldeia e, uma antiga amiga de infância de sua mãe. Quando Tsubaki e Sakura eram crianças, Megumi sempre as tinha tratado muito bem, lhes dando muitos presentes e trazendo seu filho para brincar com elas. Não foi até que Tsubaki tinha recebido o conhecimento ardil de Jasmine Potter, que ela foi capaz de entender o objetivo oculto por detrás dos gestos amigáveis da mulher. 

Seu pai era um comerciante rico. Não o mais rico de todas as nações, e talvez não o mais rico de Konoha, mas ainda assim, ele era muito rico. Seu comércio era sólido, com vários negócios prósperos com outras aldeias e países. Havia até mesmo um número saudável de nobres entre seus clientes. Megumi era uma mulher ambiciosa. Seu casamento, assim como o de sua mãe, tinha sido uma transação de negócios entre duas famílias de comerciantes. Agora, ela queria fazer o mesmo, conseguindo casar seu filho com uma das filhas de Kizashi. E, com o foco quase que totalmente em Tsubaki nos últimos dois anos, a rosada sabia que a mulher já tinha feito sua escolha para futura nora.

Infelizmente, para Megumi, Kizashi não estava indo para manter a 'nobre tradição' do casamento arranjado. Ele tinha conversado com elas, depois do marido de Megumi procurá-lo e tentar negociar o casamento entre seu filho e uma das gêmeas.  Por mais que Kizashi amasse sua esposa, ele queria dar a suas meninas todas as chances que ele nunca tinha tido. Era por isso que ele tinha aprovado a escolha para elas se tornarem kunoichis.

Contudo, Megumi não tinha desistido e não parecia estar perto de fazê-lo. Desde que seu pai tinha afirmado que ela só se casaria por escolha própria, a mulher tinha dedicado cada segundo de sua existência para convencer Tsubaki que seu filho seria um marido maravilhoso.

Isso era algo que Tsubaki discordava!

Yuujirou era o pior tipo de pirralho mimado que poderia existir. Até mesmo por do que Draco Malfoy e Dudley das lembranças de Jasmine. Tsubaki não se casaria com ele, nem mesmo se ele fosse o último homem do universo, e ela estivesse à beira da morte ela a única forma de sobreviver fosse se casando com ele. Ela só queria que a mulher irritante entendesse o recado!

"Eu tenho que pensar rápido!" A última coisa que Tsubaki precisava, naquele dia onde tudo tinha dado errado, era ter de escutar Megumi falando sobre como perfeito e maravilhoso seu filho era.

Se, no futuro, alguém perguntasse porque ela agiu daquele jeito, ela apenas diria que tinha sido desespero puro e simples.

Sem ver nada direito, ela estendeu a mão e agarrou o pulso da primeira pessoa estava passando ao seu lado. Ela ergueu seus olhos e analisou tudo o mais rápido que fosse.

Parado, encarando-a com surpresa e curiosidade, estava um adolescente alguns anos mais velho. Tsubaki não deu muita atenção para sua aparência, apenas notou o colete jounin padrão que ele usava e que havia um outro adolescente acompanhando-o.

Pelo canto dos olhos, Tsubaki podia ver que Megumi tinha parado nomeio da rua, e a estava encarando com o censo franzido, olhando com desconfiança para o jounin que estava lá tinha se aproximado.

"Ótimo, ganhei alguns segundos." Pensou, sentindo alívio momentâneo. Não perdendo o ritmo, ela deu seu melhor e mais encantador sorriso, antes de ficar de costas para Megumi, assim a mulher não poderia ver o que ela iria falar.

– Qual é o seu nome? – Perguntou rápido, com a voz apenas alta o suficiente para que os dois shinobis a escutassem.

O jounin não respondeu de imediato, mantendo seu rosto neutro, como se estivesse medindo o quanto de uma ameaça ela poderia ser.

– Itachi. – Respondeu por fim, sua voz contendo um leve tom de suspeita.

Tsubaki sabia que deveria ter reconhecido o nome, mas a pressão de se livrar de Sato Megumi a distraiu naquele momento.

– Meu nome é Tsubaki. Por favor, apenas me siga. - Implorou, notando que Megumi tinha começado a se aproximar novamente. Vestido seu melhor sorriso, ela abraçou o braço de Itachi. – Moo, Itachi-kun. Você está atrasado.  Por quanto tempo pensava em me deixar esperando?

Tsubaki queria se matar. Ela tinha feito sua voz soar muito mais melosa e manhosa do que o normal. Mas isso não era o que importava. Seu orgulho não era nada, comparado a necessidade de fugir daquela mulher.

Ela sentiu Megumi para outra vez, provavelmente surpresa com a forma como Tsubaki estava agindo.

Mentalmente, Tsubaki rezou a todos os deuses que conhecia, esperando que Itachi respondesse e entrasse em seu teatro. Ela sabia que havia uma grande possibilidade, de que o jounin iria, simplesmente, jogá-la longe e continuar seu caminho. Se isso acontecer, Tsubaki teria que dar muitas explicações… Mais ainda de que teria de dar se Itachi apenas fingisse com ela.

Depois do que deveria ter sido o segundo mais lento e torturante do século, Itachi sorriu:

– Gomen, Tsubaki-chan. Shisui queria a minha ajuda para escolher uma nova arma de longo alcance. Podemos ir agora. Matta ne Shisui. – Falou Itachi, sua voz suando de forma doce, enquanto acenava para o amigo shinobi, antes de sair andando com Tsubaki ainda agarrada em seu braço.

Tsubaki finalmente foi capaz de respirar, seus ombros relaxando. Com o canto dos olhos, ela podia ver Sato Megumi estreitar os olhos e se virar para seguir seu caminho. Muito provável indo atrás da mãe de Tsubaki. Mais tarde, quando chegasse em casa, ela poderia se preocupar com alguma desculpa para sua mãe. Por agora, ela só ficaria feliz por ter fugido daquela mulher.

– Parece que você conseguiu enganar sua perseguidora.

Tsubaki se assustou ao escutar a voz calma do jounin ao seu lado. Só naquele momento, com a adrenalina diminuindo, é que ela foi capaz de olhar corretamente para o adolescente mais velho. Assim que o fez, Tsubaki arregalou os olhos, quase não acreditando quem era a pessoa ao seu lado.

Ela reconheceu, quase que de imediato as características do clã Uchiha: cabelos e olhos negros, e pele branca. Ele também era poucos anos mais velho, talvez cinco ou seis anos. O colete jounin, somado a sua idade, assim como o primeiro nome que ele tinha lhe dado, deixou muito claro quem era Itachi.

Uchiha Itachi. O herdeiro do clã Uchiha. O prodígio do clã.

– Gomenasai, Uchiha-san. – Apressou-se a se desculpar, soltando o braço que segurava.

Porém, antes que ela pudesse se afastar, Itachi voltou a puxá-la para perto de si.

– Não se afaste ainda. Parece que sua perseguidora voltou e está acompanhada de outra pessoa. – Avisou Itachi, olhando discretamente sobre seus ombros. – E você pode continuar usando o meu nome. Se elas ouvirem você sendo tão formal, elas saberão que está fingindo.

Tsubaki arregalou os olhos, antes de olhar para o ponto que Itachi lhe indicava.

Kamisama… você deve me odiar…” Pensou ela, soltando um gemido interno.

Era sua mãe!

De alguma forma, Sato Megumi tinha conseguido rastrear sua mãe, e agora estava seguindo-os a pouco mais de dois metros de distância. Ela podia notar o olhar surpreso no rosto de sua mãe, assim como a expressão irritada de Megumi.

– Gomenasai… – Murmurou, sentindo suas bochechas corarem de vergonha. Tudo estava saindo fora de seu controle muito rápido. Ela só precisava despistar aquela velha chata!

Itachi soltou uma risada baixa,

– Está tudo bem, Tsubaki-chan. Mas eu gostaria de uma explicação.

Ela sabia que teria de se explicar.

Não era como se ela poderia agarrar uma pessoa na rua e pedir para fingir ser seu encontro, sem lhe dar qualquer tipo de explicação.

– Sato Megumi é amiga de infância da minha mãe. Ela sempre teve muito… interesse em mim.

– Que tipo de interesse? – Questionou Itachi franzindo a testa. Olhando com cuidado para as duas mulheres que o seguiam, sem qualquer tipo de discrição, ele podia ver que ambas eram, claramente, civis. Em contrataste, a menina ao seu lado era, visivelmente, uma kunoichi em treinamento. Como uma mulher civil poderia ter qualquer tipo de interesse em uma criança shinobi?

– Ela acreditada que seu sou a sua futura nora. Ela realmente tenta me convencer todos os dias, que seu filho é o futuro marido perfeito para mim. É irritante!

Itachi quis rir, mas foi esperto o bastante para não o fazer.

– Então você teve a ideia de fingir estar saindo com o ‘Prodígio Uchiha’, para que ela fique com medo pela vida de seu filho e pare de te incomoda?

Tsubaki riu ao escutar aquilo.

– Iie… na verdade, eu não o reconheci de imediato. Eu só… peguei a primeira pessoa que estava por perto. – Admitiu, um pouco envergonhada do fato.

Se aquilo fosse um teste, Tsubaki sabia que teria reprovado no mesmo instante. Ela não tinha planejado, nem visto levado em conta os riscos, de escolher qualquer um que estivesse passando ao seu lado. Era algo tolo de ser feito.

Ela estava esperando ser repreendida pelo jounin, mas ao invés disso, ela o escutou rir.

– Você deveria querer fugir mesmo dela. – Comentou, parando de rir. – E a outra senhora?

Tsubaki encostou sua cabeça no braço de Itachi, usando o momento para ver sua mãe seguindo-os. Mebuki estava sorrindo, ignorando algo que Megumi estava lhe dizendo.

Kamisama… eu tenho que dizer para ela que eu não estou namorando o herdeiro Uchiha, antes que ela comece a fazer a lista de convidados e a comprar as flores para o casamento.” Pensou, começando a ficar um pouco desesperada por dentro. Ela sabia que sua mãe sempre a vigiava como um falcão, esperando que ela começasse a ter interesse em meninos, desde que Sakura tinha entrado em casa, anunciando que seria a futura esposa de Uchiha Sasuke.

– É minha mãe. – Falou por fim, soltando um suspiro.

Aquilo preocupou Itachi.

A mulher era uma civil! Ele realmente não se importava com a origem familiar de qualquer shinobi. Porém, quando civis tinham uma mente muito mais fechada e restrita do que shinobis.

Apesar de saber que ele não deveria ser muito mais velho do que Tsubaki, ele estava em um posto muito mais elevado da hierarquia militar da vila. Ele era um jounin, enquanto Tsubaki ainda deveria estar na academia, talvez quase se graduando pela idade e condição física. Aos olhos de qualquer civil, seria apenas inadequado que eles se envolvessem. Não tanto pela idade física, mas mais pela experiência de ambos. Itachi já havia matado muitas vezes, e certamente não era virgem. Nenhum shinobi continuava virgem por muito tempo, depois de assumir o rank chunin. Isso era o suficiente, para que muitos civis se colocassem contra.

– Você não terá problemas em casa? – Questionou, notando que a rosada não parecia muito preocupada com o fato de estarem sendo seguidos por sua mãe. Talvez, ela apenas não entendesse…

– Está mais para uma dor de cabeça. O maior desejo da mama é que eu desenvolva interesses em rapazes e comece a fazer planos de me casar. Explicar para ela que isso tudo é só para que Sato-san pare de me irritar, vai ser uma verdadeira dor de cabeça.

Itachi piscou por um momento, antes de rir.

Oh, ele podia entender isso perfeitamente.

Sua própria mãe, apesar de ser uma kunoichi de elite de seu clã, ainda estava rondando-o e insistindo que ele deveria começar a pensar em ter uma namorada. Sasuke também já estava começando a sofrer com isso. Afinal, o sonho de Uchiha Mikoto é ser avó e, segundo ela, seus filhos iriam realiza-lo, nem que fosse a força!

Ele olhou para a jovem kunoichi ao seu lado, antes de sorrir.

– Nee… você quer ir comer dango? – Convidou, vendo que estavam se aproximando de sua loja de chá favorita.

O convite surpreendeu a menor, que o encarou surpresa.

– Dango…?

– Sim, não podemos ficar andando pela vila para sempre. E eu estava indo comer alguns dangos, quando você apareceu.

Tsubaki sorriu.

Ela gostava de dango… na verdade, ela gostava de todos os doces.

– Eu adoraria.

oOoOoOoOo

Era pouco depois das seis horas da tarde, quando Tsubaki finalmente voltou para casa.

O dia tinha sido ótimo.

Mesmo com todo o início conturbado, sua tentativa fracassada de entrar na casa de um jounin e quase ter sido vítima de Sato Megumi, tudo tinha terminado de uma forma ótima. Itachi a tinha levado para a loja de chá e os dois tinham comido várias varetas de dango e bebido chá, enquanto conversavam.

A melhor parte de estar tomando chá com um prodígio shinobi, era que ele realmente poderia lhe dar ótimas dicas.

Itachi tinha lhe dado ótimas dicas para melhorar seu treino diário. Ele também tinha lhe explicado vários pontos interessante de seus novos livros e, quando ela tinha lhe mostrado seus novos leques de batalha, a levou para um campo de treinamento restrito do clã Uchiha, para ensiná-la alguns novos movimentos, que seriam úteis com uma arma como o leque de batalha.

– Tadaima! – Anunciou-se, entrando na cozinha, para encontrar sua mãe cantarolando em frente a uma grande panela de curry de carne.

– Okairi Tsubaki-chan. Como foi seu dia? Aconteceu algo especial? – Indagou Mebuki, um grande sorriso em seu rosto, enquanto olhava para a filha mais nova.

Assim que viu o sorriso de sua mãe, Tsubaki se lembrou que sua mãe pensava que ela tinha tido um encontro com o prodígio Uchiha.

– Hm… mama… – Ela começou, mas não conseguiu terminar.

Ela podia ver.

Mebuki a estava olhando com tanto alívio e alegria, que nem mesmo era capaz de disfarçar.

Tsubaki sabia que, por ser tão diferente de Sakura, sua mãe não sabia como tratá-la. Ela via, todos os dias, Tsubaki agindo de forma independente e adulta, tão focada em treinamento e estudos, que ela não sabia como lidar com isso. Tsubaki sempre soube que Mebuki temia que sua filha estivesse indo longe demais, se afastando para lugares que, como civil, Mebuki desconhecia. E, pela primeira vez, Mebuki acreditava que sua filha tinha feito algo ‘normal’ para uma adolescente.

– Então? – Perguntou Mebuki, sorrindo ao ver sua filha tão nervosa para lhe dar uma resposta.

– Etto… Nandemonai! Meu dia foi revirar normal, mama! Ah, é melhor eu ir tomar banho, antes que Sakura-neechan entre no banheiro! – Exclamou, fugindo da cozinha o mais rápido que podia.

Mentalmente, Tsubaki se repreendeu por sua atitude. Ela não deveria ter feito aquilo. Ela sabia que sua mãe entenderia tudo errado, mas… Tsubaki não sabia como falar a verdade, sem destruir a alegria de sua mãe, ao pensar que, enfim, seria capaz de compreender algo pelo qual sua filha mais nova estava passando.

Tsubaki só esperava não se arrepender de sua decisão.

oOoOoOoOo

Itachi volta para o distrito do clã Uchiha perto do entardecer. Em seu rosto um sorriso leve e descontraído, que atraiu a atenção de vários moradores do distrito.

Tinha sido um dia interessante.

Tsubaki era uma kunoichi de promessa. Habilidosa e dedicada, muito diferente de outras kunoichis de sua idade. Ela aprendia rápido, e parecia ser do tipo curiosa, que sempre procurava as melhores e mais surpreendentes respostas para os problemas ao seu redor.

Conversar e treinar com ela, tinha dado a Itachi uma sensação de nostalgia. Não de algo que ele teve, mas de algo que ele não pode ter. Itachi era parte daquela última geração, que sabia exatamente o que significava ser um shinobi, devido a guerra e tensão com outras nações. Era por isso que ver a forma pura e, ainda assim, responsável de Tsubaki em relação a vida shinobi, lhe deixou com aquela sensação de nostalgia.

"Espero que ela continue assim." Se permitiu pensar, enquanto dobrava a esquina de sua casa.

Ao fazê-lo, Itachi não se surpreendeu ao encontrar Shisui lhe esperando.

– Você demorou. Mikoto-obasan estava fazendo perguntas sobre onde você estava. Sasuke está bravo com você também. Algo sobre você não tem aparecido para treiná-lo.

Itachi sentiu uma pontada de culpa. Ele tinha esquecido que  tinha prometido ajudar Sasuke com seu ninjutsu de fogo naquele dia.

- Eu vou falar com Sasuke depois. O que você disse a kaasan? – Perguntou, para que ele fosse capaz de manter a história que Shisui tinha dado. Era o melhor modo de não comprometer nenhum dos dois.

Shisui abriu um amplo sorriso, encarando seu primo com malícia.

– Que você estava em um encontro.

Naquele momento, Itachi odiou seu primo mais do que qualquer um.

~~{Continua…}~~


Notas Finais


Oi gente =D
Como vocês estão nessa linda noite?
Aqui está o segundo capítulo da fanfic =) Foi mais para preencher a lacuna de tempo, mas acho que ficou bom XP. No próximo capítulo, eu farei voltado para o exame de graduação genin, mostrando-o um pouco mais completo, fazendo sobre aquilo que eu penso que deve ser o exame =P também haverá a distribuição dos times, então, se você ainda não votou, vote: em que time a Tsubaki deve ficar? Devo criar um time OC só para ela? Devo colocar ela no lugar de algum outro personagem (qual)? E, o voto mais importante: quem deve ser o par romântico da Tsubaki?
Espero que todos estejam gostando da fic =D não deixem de conferir minha outra fanfic cross de HP+Pokémon (Pokémon – Alma de Prata)
Beijinhos e até o próximo capítulo ô/


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