História Híbrida - Capítulo 3

Fico parada olhando todos ir em direção a casa e sinto minhas bochechas ficarem coradas, Matt e Victor continuam seus caminhos mais Anny volta segura meu braço.

- Venha, não precisa ter vergonha. - Ela diz dando uma leve puxada no meu braço para ir com ela.

- Eu não... Não quero ir. - Falo gaguejando, tentei ser amiga mais não consegui.

- Eu te entendo, se quiser ir embora, te levamos. - Anny diz ao analisar a minha expressão.

- M, me desculpe... - Falo sem saber o que dizer.

Fico ali parada perto do carro, sem me mecher, eu não estava pronta para conhecer mais pessoas, ela vai até a casa e logo Matt sai pela porta e vem em minha direção.

- Tem certeza que quer ir embora? - Ele me pergunta sorrindo de lado.

- Sim, me desculpe se fui incômodo para vocês. - Falo baixando a cabeça.

- Não, você não foi e, não é, sempre que precisar de amigos pode contar conosco. - Matt abre a porta do carro para mim entrar.

- A Anny não vai? - Pergunto quando ele entra no carro ligando-o.

- Ah não, como esta quase na hora de começar a fazer almoço, ela tem que ajudar já que está atoa. - Ele fala dando meia volta com o carro para me levar embora.

- Entendi. - Falo e escorei meu cotovelo na porta e apoiei meu queixo na minha mão e fiquei olhando para fora da janela.

Ficamos um tempo sem dizer nada um para o outro, ele estava focado na estrada e eu observava o caminho ainda apoiada como antes, até que Matt me olha e pelo canto do olho vejo ele abrir e fechar a boca duas vezes como fosse dizer alguma coisa até que ele fala algo.

- Aquela garota te bateu forte, você nem entrou para tratar se você.

- Não queria incomodá-los, e por sinal não sinto mais dor. - Olho para ele abrindo um sorriso sincero quando percebo sua expressão de surpreso.

- Seus roxos e vermelho do rosto já sumiram!

- E é este o motivo de eu nunca contar para meus pais quando a Karmen me bate. - Passo as mãos em meu rosto. - Mais eu não entendo como somem tão rápido.

- Mais por que esta tal Karmen te bate?

- Ela é minha irmã. - Falo olhando novamente para a janela do carro.

- Sua irmã te bate na escola e você não faz nada!? - Pergunta ele aumentando o tom de sua voz.

- Nunca tenho como provar para os pais dela que ela me bate. - Junto minhas mãos em cima do meu colo. - Sou uma intrusa na familia, fui tirada das ruas pelos pais dela e antes éramos amigas, agora ela é dessa maneira comigo.

- Se ela é sempre assim com você, por que não se defende? - Entramos na cidade.

- Porque elas são em três, eu sou só uma e quando tento fazer algo é pior para mim.

- Mais elas são fracas.

- Você fala isso porque não é você que apanha! - Ele para o carro na praça.

- Podemos te ensinar a se defender. - Matt fala e vai descendo do carro, eu faço o mesmo.

- Eu não tenho força para isso. - Falo parando do seu lado.

- Você acha que não tem força.

- Não, Matt eu sei que eu não tenho, por isso nem tento mais reagir quando Karmen e suas amigas me batem, elas são mais fortes.

- Lanore, não é só a questão de força, se você aprender a se defender você se torna forte.

- Mais eu sei que não vai adiantar nada.

- Você tem que acreditar mais em si. - Ele se vira para me olhar. - Você quer que eu te leve até a sua casa?

- Não quero que se incomode, vou andando, não estou muito longe.

- Não incomoda. - Ele sorri e passa a mão em seus cabelos.

- Então... Já vou indo. - Falo colocando minha mochila nas costas.

- Nos vemos amanha? - Pergunta ele se aproximando.

- Pode ser. - Abaixo a cabeça e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Sou pega de surpresa quando levanto meu rosto para olhar Matt e ele me dá um beijo em minha bochecha, sinto meu rosto queimar quando ele se afasta novamente e me olha sorrindo, fico sem reação, apenas sorrio tímida.

- Então Lanore até amanhã.  - Ele acena com a mão já virado de costas indo para seu carro.

- Até amanhã. - Me viro e vou a caminho de casa.

Quando viro meu rosto para olhar para trás vejo que Matt já tinha saído de onde tinha parado, continuei meu caminho. Ao chegar em casa fui direto para o meu quarto me troquei e fui para cozinha para almoçar, uma das piores coisas da minha vida era ter que tomar café da manhã, almoçar e jantar de frente com Karmen, ali finjindo ser minha amiga me comprimentando em frente aos pais e sorrindo para mim, ela fica ali tapeando seus pais se fazendo de boa filha quando na verdade não é nada disso.

- Bom filhas. - Diz meu pai ao terminar ao almoço. - Vou me arrumar para voltar para o trabalho.

Ele se levanta e sobe as escadas rumo ao banheiro, Karmen olha para trás para ver se tinha alguém e comonbao havia ela voltou a me olhar.

- Você arruma a casa, não vou fazer nada por aqui, e muito menos vou estar aqui perto de você.

Não digo nada apenas reviro os olhos tentando a ignorar, Vanessa, mae de Karmen não costuma vim almoçar conosco, como ela é ocupada em seu trabalho ela almoça por lá mesmo.

Nosso pai saiu para trabalhar e e comecei a arrumar a casa quando Karmen saiu para casa das suas amigas.

Ao terminar de limpar a casa subi para o meu quarto e tomei um banho peguei uns livros e me sentei na varanda de frente de casa debaixo da árvore que enfeitava o quintal.  Nossa casa era cercada com uma cerca não muito alta de madeira. Algumas pessoas passavam por ali e ficavam me olhando mais eu não dava bola para isso.

Meu celular toca e era um numero desconhecido, não atendi pois devia ser Karmen e suas amigas fazendo graça comigo, ou me perturbando, ignoro a ligação, seja quem for tornou a ligar mais duas vezes, ambas das duas foram ignoradas também.