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História Him - Tintas


Escrita por: Bbraettgo

Notas do Autor


Mais um capítulo, porque Him TEM que acabar ainda esse mês.

Capítulo 20 - Tintas


— Eles voltaram ontem – Hoseok disse enquanto entregava suas compras para o atendente da loja de roupas do shopping.

— O Tae me mandou mensagem ontem quando chegou – apoiava o braço no balcão segurando as camisetas que havia escolhido.

— O Yoon está puto comigo por causa daquele dia – retirou o cartão da carteira, voltando a atenção ao jovem rapaz que colocava suas compras em uma sacola de papel com o logo da loja – Crédito – sorriu e voltou a atenção à Jungkook – Disse que não quer me ver até eu me desculpar, então, pelo jeito nós terminamos.

Duas semanas haviam se passado desde que conhecera Hoseok em um momento de auto exposição à humilhação, uma arte que Jungkook dominava com maestria. Desde então, dormira na casa do mesmo mais sete vezes. Aproximaram-se de uma maneira intensa e até engraçada, já que Jungkook tinha a sensação subjetiva de conhecer Hoseok desde sua infância.

Conversavam muito por mensagem quando não dormiam juntos e essa proximidade só lhe fazia bem, já que pelo menos nesse período esquecia de ficar olhando perdido para o chat de Taehyung, esperando uma mensagem qualquer – que vinha diariamente, mas já não era visualizada no mesmo instante, já que Hobi havia o instruído a parar de ser “desesperado”.

— Você sabe que não vai aguentar ficar sem vê-lo – retrucou, entregando as camisetas ao caixa – Não sei quem você quer enganar.

— Não vou mesmo, mas, também não vou pedir desculpa.

— E vai fazer como? – indagou curioso.

— Depois de almoçarmos, vou para a casa dele – pegou o molho de chaves e mostrou uma em especial – Tenho a chave dele – falou vitorioso.

— E se ele se vingar e te expulsar? – perguntou divertido – Débito – disse ao atendente.

— Ele não é maluco de me expulsar, ele sabe que se eu for, eu não volto.

— Queria ser decidido como você, mas até agora só consigo continuar levando as coisas como se nada estivesse acontecendo – pegou a sacola e seguiu o amigo para fora da loja.

— Isso é um aprendizado, eu já disse que fui muito tapado no passado – subiram na escada rolante do shopping – E outra, acho que o Taehyung está usando a reserva de dinheiro preciosa dele, deixa ele gastar, já disse, te falta ódio Kookie.

— Eu sou idiota mesmo, assumo, morro de dó do Tae.

— Dó de que? – seu tom saiu incrédulo – Dó eu tenho da minha conta corrente que vive na miséria.

— Ah, ele sofreu muito – justificou – Vive se sacrificando pela irmã, trabalha muito desde novo…

— Kookie – direcionou-se para a praça de alimentação – Ninguém enfiou uma arma na cara dele para que ele fizesse essas coisas, foi uma escolha dele, bem estúpida, mas foi.

— Mas ele não teve possibilidade de escolher de fato – defendeu.

— Aí, odeio falar com gente apaixonada – brincou – Concordo que muita coisa ele teve que improvisar, mas toda trajetória tem mais de um caminho, e a gente que escolhe por qual queremos andar. Quer comer onde?

— Sushi, faz tempo que não como.

— Gosto, vamos – andou em direção ao restaurante que vendia comida japonesa – Você tem que entender que ele passa a mão na cabeça da Dahyun e só complica a vida dela e dele também – pegou o cardápio – Você vai querer kimchi? – perguntou sobre a iguaria tipicamente coreana, que, porém era servida em quase todos os restaurantes, independente da nacionalidade.

— Acho que pode ser – olhava o cardápio, analisando os pratos diversos – Já escolhi.

Fizeram o pedido e sentaram-se à mesa, esperando que os pratos chegassem.

— Continuando, você defende muito o Taehyung, acaba fazendo com ele a mesma coisa que ele faz com a Dahyun – fitou seus olhos – Ele precisa sofrer um pouquinho, nunca vi ninguém morrer de sofrimento.

— Morre sim, pessoas se suicidam – retrucou.

— Não, Kookie. O sofrimento não faz ninguém se jogar de prédios – disse sério – É a falta de habilidade de lidar com esse sofrimento que faz as pessoas escolherem, ouça bem, escolherem pular de prédios – enfatizou.

— Mas ele já sofre tanto – continuou tentando defende-lo.

— Olha você passando a mão na cabeça dele de novo. Ele sofre porque se faz sofrer, ele chama essas merdas para ele. Vou te contar um segredo – parou de falar esperando o garçom terminar de servi-los – Amor não salva ninguém de nada não. Não vá achando que o seu amor vai ser o suficiente para ele melhorar, porque isso não vai acontecer.

— Você é frio assim com o Yoongi?

— Não – riu – Sou bem otário na verdade, mas estamos falando de sua imbecilidade e não da minha – zoou.

— Ah, pimenta no cu dos outros é refresco, não? Ou você acha que eu não ouvi você todo melosinho perguntando para ele se ele tinha comido direitinho anteontem?

— Ele come mal, se eu não cobrar ele, é capaz dele viver de pizza.

— Aí, amor é do mal, horrível – brincou fazendo uma voz engraçada.

— Faça o que eu falo e não o que eu faço – enfiou um sushi na boca de Jungkook – Pelo menos eu não estou casando com outra pessoa porque ele mandou.

— Hobi-hyung – disse de boca cheia, querendo rir – Você casaria sim.

— Casaria não – disse decidido.

— Ah tá – revirou os olhos de uma maneira engraçada.

— Certo, admito que eu não sei o que faria no seu lugar – segredou – Mas meu papel aqui é te cutucar. Sei que o Taehyung tem um monte de merdas na vida dele e coisa e tal, mas você também não pode só ir fazendo o que ele quer.

— Eu sei – ficou pensativo – Mas a verdade é que eu não sei o que eu quero. Comecei a pensar em um monte de coisas, e teve uma vez que eu até cogitei tentar com a Dahyun de novo.

— Você sabe que sexo hétero você penetra e não é penetrado, né? – falou baixinho.

— Nossa, Hoseok, nunca soube disso, que descoberta! – revirou os olhos fingindo impaciência.

— É sério, você provou do fruto proibido, quero ver como vai ser esquecer que gostou disso.

— Vai ser estranho – ficou pensativo – Te contei que ela tentou transar comigo?

— O quê? – quase engasgou, levando a Coca Cola até a boca – Como assim? Ela não queria morrer virgem?

— Não, queria casar virgem – riu.

— Casar com um cara gay é tipo morrer.

— Não sou gay – disse simples – Só gostei de sentir sensações novas.

— Ah, claro, tipo morrer de amores por um cara, enfim – fez uma careta de indignação – Me conta isso, como foi isso?

— Ah, ela veio com uns papos de querer experimentar antes para se sentir segura, eu tenho certeza que isso é ideia da Sana, ela é meio maluca.

— A loira?

— Não, aquela que tem cabelo escuro e uns pedaços loiros na parte debaixo.

— Ela é bonita – comentou.

— Ela é bonita e maluca.

— Maluca porque ela dá a piriquita?

— Não, maluca por colocar essas ideias na cabeça da Dahyun. Tenho certeza que é coisa dela.

 — Mas e aí? – disse cheio de expectativa.

— E aí que eu quase enfartei. Eu fui ver filme com ela e ela saiu do banheiro só de soutien e calcinha – Hoseok levou a mão a boca, querendo rir incrédulo.

— Toda safadinha.

— Aí ela sentou no me colo e eu fiquei meio paralisado, sei lá, parecia tão errado.

— Mas é claro, ela não tem o que você gosta… e eu também gosto.

— Só sei que eu não conseguia tocar nela direito, fiquei meio sem ação e ela ficava beijando meu pescoço, e aí do nada ela começou a chorar.

— Nossa – arregalou os olhos, mordendo um pedaço de seu temaki.

— Foi. Então eu tirei minha camiseta e vesti nela – disse simplório – Então ela começou a me pedir desculpa, disse que queria experimentar e que não queria que eu ficasse sem sexo.

— E você?

— Eu não sabia o que fazer, mas falei que eu também não queria transar com ela, porque eu sei que isso é importante para ela e que estava tudo bem – de repente mostrou um semblante preocupado.

— O que foi? Está com cara de quem deu para um cara de pau pequeno – riu com a fala de Hoseok.

— Essa é cara que você faz quando transa com o Yoongi?

— Já disse que ele tem habilidades – justificou – Mas, é sério, o que foi?

— Sei lá, se eu casar, vou ter que transar mesmo.

— É… vai – ficou pensativo – Sabe que tenho um aluno que foi casado por 15 anos e até teve filhos com a mulher lá?

— Ele era gay?

— Era? Ele é e muito. Até hoje não sei o que é mais impressionante, ele ter aguentado 15 anos casado com uma mulher ou ela nunca ter percebido que só faltava ele menstruar – gesticulava enquanto falava – Ele é uma passivona.

— E ele teve filhos – ficou perplexo – Não sei se eu conseguiria.

— Eu acho que não – tomou um gole do refrigerante antes de prossegui – Mas essa menina aí, a amiga bonita, ela não é do babado?

— Babado?

— Lésbica.

— Não que eu saiba, por que?

— Porque ela tem carinha de quem calça sapato acima do número.

— Eu juro que não entendo algumas referências suas – arregalou os olhos e riu alto – Entendi.

— Então, ela podia ensinar as coisas para a Dahyun, já que deu essas ideias para ela.

— Acho que seria um alívio – bateu a cabeça na mesa – Imagina – afinou a voz – Lindo, não podemos casar porque descobri que sou apaixonada pela minha amiga – riram juntos.

— Lindo, descobri que gosto de peitos e não pintos – imitou.

— Lindo, que tal saída de casal? Eu e a Sana e você e o Taehyung? – continuou zoando fazendo Hoseok rir muito alto, chamando a atenção de outros clientes, que lhes encararam contrariados. Pararam de rir gradativamente.

— Aí, mas se isso acontecesse, você tem que fazer um drama, sabe?! Chorar, fazer o homem traído – riu.

— Besta.

Riram mais um pouco de maneira contida, encenando mais possibilidades de Jungkook se livrar do casamento sem precisar se posicionar. Pagaram a conta e encaminharam-se à saída, conversando de mais coisas da vida de ambos. Jungkook ria descontrolado com Hoseok contando-lhe intimidades do sexo com Yoongi, que tinha umas ideias muito malucas – e brochantes em sua concepção – como ser chamado de Suga na hora H.

Despediram-se na entrada do local e partiram para locais diferentes. Hoseok – falso coração de gelo – ia para casa de Yoongi, e Jungkook passaria na casa de Dahyun, a garota o havia convocado para ajudar a decidir qual seria a toalha das mesas do casamento que já tinha data marcada.

Casar-se-iam um pouco depois do ano novo, em meados de janeiro. Jungkook achou precipitado. Esperava poder enrolar com o noivado por mais dez anos, mas quando viu, estava em uma pequena igreja fazendo as vontades da noiva.

Quando contou à Hoseok sobre a data do casamento o mesmo quase lhe arrancou um rim, por ter mais uma vez abaixado a cabeça para um Kim. Havia praticamente dois meses para ajeitarem todas as coisas para a cerimônia para no máximo 100 pessoas – das quais deveria conhecer 15.

{…}

Não precisou ser anunciado, pois seu nome já constava como futuro morador, e além disso, Dahyun já tinha lhe providenciado uma chave do apartamento. Porém, mesmo tendo a chave continuava a tocar a campainha, não se sentia morador da casa, mesmo que praticamente já fosse.

Esperava que Dahyun abrisse a porta, enquanto desamarrava as clássicas Timberland – mas agora tinha um modelo novo de cor roxa. Ouviu a porta destrancando e logo tirou as botas que tanto amava.

Subiu o olhar e deu de cara com Taehyung. Ele usava apenas um short jeans velho e tanto o tecido quanto grande parte do corpo e do cabelo arroxeado estavam sujos de tinta branca de parede. O peito desnudo manchado era extremamente sensual.

Jungkook precisava transar.

Sentiu uma pontada imediata no baixo ventre e odiou mais do que tudo o fato de ter se masturbado – usando as mãos e os brinquedinhos queridos – na noite anterior. Estava com os hormônios a flor da pele mesmo que não fosse mais um mero adolescente virgem e isso o irritou.

Tentou fingir que nada estava acontecendo e descalçou os sapatos, entrando no apartamento em seguida, novamente tentando fingir que não ligava para a presença do outro.

— Onde está minha noiva? – enfatizou as duas últimas palavras, querendo provocar Taehyung.

— A costureira ligou e pediu para ela ir fazer mais uma prova do vestido – fechou a porta – A tia e ela saíram – respondeu seco.

Enquanto Taehyung falava reparou no caos que a sala se encontrava. Caixas e mais caixas abrigavam as coisas de Taehyung. A sala estava tomada pela cama e pelo guarda roupa do mais velho. Tudo o que era do garoto estava para fora do quarto.

— Elas vão demorar? – ignorou a curiosidade.

— Um pouco – fechou a porta – Pode esperar aqui se quiser.

— Vou mandar mensagem para ela – disse sentando-se no sofá e passando a digitar uma mensagem que, no entanto, não era para Dahyun.

[Hoje 15:17] Socorro, Hobi!

Visualizada hoje 15:18.

[Hoje 15:18] O que foi, mulher?

[Hoje 15:17] Vim na Dahyun, mas ela saiu e agora estou sozinho com o Taehyung.

[Hoje 15:18] E ele está sujo de tinta de branca.

Visualizada hoje 15:18.

[Hoje 15:18] GRAVE! Ele é brocha, Jungkook, resista.

[Hoje 15:18] O que eu faço?

Visualizada hoje 15:18.

[Hoje 15:19] Provoca! Ele que sofra, mas não ceda!

[Hoje 15:19] Como?

Visualizada hoje 15:19.

[Hoje 15:19] O que ele está pintando?

[Hoje 15:19] Acho que o quarto dele.

Visualizada hoje 15:19.

[Hoje 15:19] Vai lá, oferece uma água.

[Hoje 15:19] Água? Sério? ¬¬’

Visualizada hoje 15:19.

[Hoje 15:19] Tem ideia melhor?

[Hoje 15:20] Não. Aliás, se você está falando comigo é porque não está falando com o Yoongi, como vocês estão?

Visualizada hoje 15:20.

[Hoje 15:20] Ele estava fazendo drama até agora e foi tomar banho.

[Hoje 15:20] Ele acha que eu vou invadir o box dele.

[Hoje 15:20] Coitado.

[Hoje 15:21] Vocês ainda vão se casar.

Visualizada hoje 15:20.

[Hoje 15:21] Enquanto ele for imundo, nada feito.

[Hoje 15:21] Seu amor vai melhorar ele xD

Visualizada hoje 15:21.

[Hoje 15:21] Com certeza ¬¬

[Hoje 15:22] Boa sorte aí, vou oferecer água.

Visualizada hoje 15:22.

[Hoje 15:22] RESISTA!!!!!

Jungkook riu e mordeu o lábio. Estava explodindo em ansiedade. Fazia um pouco menos de duas semanas que não via Taehyung e dias incontáveis que não o tinha para si. Era errado ter desejos sexuais com o cunhado que praticamente o obrigava a casar com a irmã? Claro que era. Jungkook não tinha nenhuma dúvida disso, mas não tinha como travar a sucessão de erros fantasiosos e deliciosos com aquele homem.

Mas tinha que resistir.

Era só oferecer um copo de água, não? O que no mundo poderia ser mais importante e necessário para um trabalhador braçal, com tatuagens e cheiro de suor, do que um copo de água geladinho? Nada. Isso mesmo.

Levantou e caminhou até o quarto que estava forrado com jornais velhos já que estava sendo pintado. Viu Taehyung em cima de uma escada de quatro degraus com os braços esticados, segurado um cabo com o rolo de pintura acoplado na ponta. Ele estava pintando o teto.

— O que está fazendo? – perguntou querendo iniciar uma conversa, mesmo que a pergunta fosse estúpida.

— Estou arrumando o quarto para vocês – respondeu sério.

— Entendi – mordeu a própria bochecha, vendo o corpo desnudo de costas – Vai pintar tudo de branco?

— Não – desceu da escadinha – Dahyun pediu para uma parede ser azul bebê – virou-se para Jungkook – Tudo bom com você?

— Tudo sim – respondeu fugindo ao olhar do outro, tocando no batente afim de saber se a tinta era fresca e como não era, encostou-se – E você?

— Cansado da viagem – antes de Jungkook comentar algo, cortou-o continuando a falar – Você e o Hobi estão bem amiguinhos, não?

— Estamos nos dando bem sim, por quê? – engoliu um sorriso que quis surgir. Será que Taehyung estava com ciúmes mesmo?

— Vi as fotos que ele postou, várias festinhas hein?! – disse sério.

Sim, ele estava.

— Algumas – falou despretensioso – Amanhã temos outra – mentiu, tinha que convencer Hoseok a topar ir em outra balada, não que fosse difícil.

— Entendi – mordeu o lábio – É isso, tem que aproveitar os dias de solteiro – disse contrariado.

— Verdade – não sabia mais o que falar e então se lembrou da conversa com Hoseok – Quer um copo de água? – disse rápido.

— Pode ser, eu queria outra coisa, mas água serve – respondeu.

Jungkook ignorou a segunda parte de sua fala, concentrando-se no “pode ser”, precisava resistir ao desejo que crescia em si. Não podia ceder. Tinha que ser difícil e decido. Saiu da porta do quarto e foi buscar o copo de água na cozinha.

Pegou um copo decorado e o encheu com água gelada. O copo com líquido remeteu-lhe à memória lembranças do primeiro oral que recebera de Taehyung. Gelado, úmido e revelador. Merda de seca sexual. Nunca havia entendido tão bem o que significava o termo “subir pelas paredes”, mas agora fazia tanto sentido.

Já havia transado com mulheres e já experimentara tempos de escassez, mas sempre lidou bem com a falta de sexo até, tanto que antes de conhecer Taehyung, estava com Dahyun há seis meses sem nenhuma carícia mais íntima e não lhe fazia falta.

Agora a situação era outra. Havia gozado na noite anterior e ainda assim, foi só ver Taehyung que já sentia o pênis criar vida própria. Precisava parar de se masturbar, isso devia estar piorando as coisas. Fitava a água gelada a ponto de suar o copo, relembrando a cena do rapaz – que na época detinha fios vermelhos – caminhando em sua direção e lhe empurrando para deitar na cama.

Respirou fundo. Estava se lembrando de coisas demais. Não havia necessidade de se lembrar do cubinho de gelo no umbigo, mas bem, Taehyung merecia um cubo de gelo em sua água, coitado trabalhava duro. Duro não. Trabalhava muito.

Caminhou até o freezer e retirou a forma de gelo, levando-a para a pia. Tão geladinhos aqueles quadradinhos. Para de pensar, não lembra dele sugando o gelo do umbigo. Não pensa! Pensou. Fodeu. Estava mais excitado do que nunca.

— Merda de água – sussurrou para si, jogando um único e solitário cubo de gelo e saiu rápido da cozinha, antes que gozasse na própria cueca, sem se quer tocar seu membro.

Parou na entrada do quarto e secou o corpo de Taehyung, que estava de costas para si, levemente inclinado, jogando uma bisnaga de tinta azul dentro de um balde cheio de tinta branca. Observou as mãos calejadas, sujas de tinta seca, pegarem uma furadeira e acoplar na mesma um misturar de batedeira.

O mais velho se virou para ligar o eletrônico na tomada e deu de cara com Jungkook que estava quase petrificado observando-o. Ele conseguia ser lindo até sujo com seu trabalho braçal.

Taehyung caminhou até o corpo paralisado de Jungkook e tirou o copo da mão do garoto, sem desfazer o contato visual intenso. A testa suada fazia alguns fios roxos colarem-se na mesma. Aproximou-se ainda mais, mantendo uma distância nada segura.

— Obrigado, Jungkookie – falou baixinho fazendo o corpo de Jungkook estremecer.

— Por-por que não comprou a tinta já misturada? – quis morrer por ter gaguejado, mas não conseguiu controlar suas palavras ao ver o pomo de adão de Taehyung se movimentando conforme o mesmo engolia a água gelada.

Perto demais.

— Oras – parou de beber e sorriu sem desligar seus olhos dos olhos do outro – É mais barato misturar em casa – murmurava de maneira desnecessária, voltando a sustentar aquele sorriso tão sacana quanto cretino no rosto. Voltou a beber o líquido gelado, deixando o maldito cubo de gelo sobrar.

Olhou para o gelo que jazia no fundo do copo e soltou um riso soprado extremamente gostoso para os ouvidos de Jungkook, que lutava internamente para não fechar os olhos e arfar com um virgem que ejacula só com os pensamentos obscenos.

— Gelo me lembra uma coisa – olhou para os olhos de Jungkook e deixou que o olhar deslizasse lentamente até a boca do mais novo que começou a lembrar da mensagem de Hoseok: “resista” – Será que você se lembra da mesma coisa que eu, Jungkookie?

Claro que sim! Claro que lembra da desgraça da boca gelada se esquentando nas curvas de seu corpo. Obviamente se lembrava do gelo cretino que umedecia a região do seu umbigo e deixava sua sanidade congelada. Gelo filho da puta que o fez sentir o melhor oral de sua vida e transformou-a numa imensa bagunça.

— Eu sinto saudade de você – estremeceu com a declaração de Taehyung e não conseguiu controlar os olhos que fecharam compulsoriamente assim como a respiração que passara a pesar 300kg.

Agora, sem a visão, ouviu o gelo balançar no copo e depois o barulhinho sumiu. Um movimento rápido o fez abrir seus olhos um pouquinho e o permitiu ver Taehyung deixando o copo no chão. Fodeu. Fechou os olhos novamente e começou a implorar mentalmente para que alguma força divina o protegesse e o ajudasse a resistir, porque humanamente, já estava entregue.

Sentiu a mão áspera de tinta tocar sua pele por debaixo da camiseta, puxando sua cintura para mais perto do mais velho, terminando com qualquer resquício de espaço pessoal que eles poderiam ter.

— Tae… – tentou sussurrar alguma coisa, mas parou quando sentiu os lábios serem umedecidos pela pedrinha safada de gelo que estava presa entre os dentes do mais velho. Paradoxalmente a pedra ao invés de esfriar, esquentava seu corpo, de dentro para fora.

Era errado.

Era proibido.

E talvez por isso era tão mais gostoso.

Se deixou levar, mesmo sabendo que não devia, mesmo sabendo que a consciência lhe cobraria mais uma vez – afinal agora não só cobrava as traições com Taehyung, mas como as escapulidas para dançar em baladas gays.

Antes mesmo de conseguir barganhar consigo próprio ou de se lembrar da mensagem de Hoseok mais uma vez, viu-se tentando roubar a singela pedrinha de gelo dos lábios do cunhado, que riu gostoso quando percebeu a intenção do mais novo.

— Não, Jungkookie – disse entredentes – Esse gelinho é meu – riu baixinho, tão gostoso.

Jungkook direcionou sua destra para a nuca do cunhado, deixando um arranhão curto na região, fazendo Taehyung puxar o ar com força, e nesse deslize, seu gelo foi roubado. Sorriu e puxou o corpo do outro para ainda mais perto, no entanto Jungkook pendia a coluna para trás, tentando fugir do contato, enquanto fazia um barulhinho com a boca, fruto do gelo que dançava lá dentro.

— Vai fugir de mim? – sussurrou.

— O que você acha? – estava sorrindo, era inevitável.

Taehyung ajeitou os braços em torno de da cintura de Jungkook, descendo aos pouquinhos até abaixo dos glúteos de Jungkook e enlaçou os braços com força na região.

— O que está fazendo? – abriu os olhos e sentiu o corpo ser erguido, por reflexo, envolveu a cintura do outro com as pernas e o pescoço com os braços. Foi direcionado até uma das paredes ainda não pintadas e sentiu as costas se chocarem de leve com a textura fria da parede de alvenaria.

— Quero ver fugir agora – começou a beijar a clavícula branquinha de Jungkook, fazendo-o arfar mais alto do que estava acostumado a ouvir, fechando os olhos mais uma vez – Saudade das suas manhas – deixou o aperto dos braços afrouxar e o corpo do mais novo foi escorregando, até seus pés tocarem o chão.

O coração estava descontrolado, a respiração descompassada. O pênis latejava por atenção, sentia muita falta daquilo. Do gosto da boca, do cheiro do tabaco que impregnava em suas roupas. Abriu os olhos e encarou o outro que mantinha um semblante sério, diferente de seu sorriso que aos poucos murchou.

— O que foi? – perguntou para o cunhado.

— Estou tentando me controlar – respondeu sério.

— Controlar? O que quer fazer? – perguntou, sentindo a testa dele pender sob a sua.

— Quer mesmo que eu fale? – riu soprado.

— Não – respondeu sentindo uma ansiedade lhe tomar por completo, estava completamente possuído por um tesão fora do comum – Quero que me mostre, não quero que só fale.

Taehyung levantou a cabeça e lhe olhou felino, cheio de pecado na íris. Sem falar mais nada atacou sua boca em um beijo violento cheio de desejo e saudade. Não havia espaço para o ar, as línguas se enroscavam cheias de sincronia e desespero.

As mãos de ambos corriam velozes por toda a extensão dos corpos um do outro, mal dava para sentir os toques com precisão. Era somente desespero e vontade de apertar. Precisavam estar juntos. Mais do que nunca. Jungkook precisava de Taehyung. Beijá-lo, senti-lo, tê-lo.

A sua perna direita prendeu o quadril de Taehyung, trazendo-o para mais perto, e então sentiu o corpo do mais velho se encaixar perfeitamente entre suas pernas. As mãos, mais calmas, arranhavam o peito do arroxeado que gemia mais alto durante o beijo.

Era prensado com força contra o concreto rebocado, ficando com pouca capacidade de movimento. Gemia alto e necessitado toda vez que a ereção do outro tocava a sua. Como poderia viver sem aquilo?

Pela primeira vez em meses, o beijo não tinha gosto de lágrimas. Só tinha gosto de desejo e saudade. Taehyung apertava suas coxas de maneira possessiva, como se quisesse arrancar um pedaço e levar embora.

A temperatura apenas subia e subia. Era um forno particular entre os dois corpos. O choque dos corpos que não se tocavam há muito estava quase causando uma combustão violenta.

Taehyung separou o beijo afoito só para tirar a camiseta de Jungkook e lança-la no chão. Olhou desejoso para o corpo branquinho e tocou sua pele, fazendo os olhinhos pedintes do mais novo se fecharem. Os dedos percorreram por toda a extensão da pele, rodeando o umbigo, subindo pelos gominhos do abdômen – frutos da malhação – até chegarem ao mamilo, onde tocou delicado, causando um arrepio forte como um nocaute.

Um gemido alto escapou da boca de Jungkook, que acabou arqueando as costas. Taehyung repetiu a ação e sentiu o corpo do outro tremer. Sem pressa, encostou os lábios entreabertos no mamilo esquerdo do cunhado e aos poucos fez uma leve pressão com os dentes no biquinho durinho do mamilo, puxando-o levemente, sem machucar.

Jungkook não aguentou e deixou um gemido preencher todo o vazio da sala. Dane-se gemeria alto mesmo. Taehyung, ainda com o biquinho entre seus dentes, começou a passar a língua no mesmo, sem deixar de segurar o corpo do mais novo com firmeza.

Repetiu o processo até sentir dor com os arranhões de Jungkook em suas costas. O mais novo tremelicava demais preso no abraço do outro. Ia gozar. Era inevitável. Sentiu Taehyung finalmente soltar o mamilo e voltar a beijar sua nuca.

— Odeio imaginar a quantidade de cara urubuzando em cima de você – segredou, apertando as nádegas do cunhado.

— A culpa é sua – sentia o corpo pedir por mais contato.

— Eu sei – parou o beijo e olhou para Jungkook – Estou te deixando ir embora.

— Não, você está me mandando embora – encarou os olhos castanhos do outro e riu cheio de malícia – Mas eu preciso pegar umas coisas antes de ir – provocou, trocando rapidamente de lugar com o cunhado. Agora Taehyung estava encostado na parede – e eu vou pegar agora.

Jungkook agachou-se, ficando de joelhos na frente do mais velho. Com pouca velocidade foi abrindo o short jeans enquanto distribuía beijos úmidos na barriga do cunhado. Sentia a barriga subir e descer devido à respiração pesada e descontrolada. Taehyung só conseguia respirar pela boca naquele momento.

Se livrou da peça jeans junto com a cueca e sorriu para o pênis do outro. Como estava com saudade daquilo. Fechou os olhos e pegou a mão do outro, que jazia espalmada na parede, e a direcionou até sua cabeça, dando todo o controle para o cunhado.

Sentiu os dedos longos dele envolverem seus cabelos e guiarem a sua cabeça em direção ao próprio falo. Jungkook roçou os lábios fechados na glande úmida, melecando a boca com o líquido pré seminal do outro. Abriu os olhinhos cheios de desejo e olhou para cima, encontrando o olhar de Taehyung, que imediatamente mordeu o lábio inferior.

Mantinha o olhar para cima e abriu a boca, com um sorriso ladino, e então colocou a língua para fora, indo aos pouquinhos de encontro ao falo rijo, lambendo-o de baixo à cima. O de cabelos roxos soltou uma lamúria sofrida de prazer, sem cortar a ligação visual dos dois.

Jungkook fechou os olhos devagarzinho e engoliu o pênis de uma única vez. Sentiu o corpo explodir em expectativa. Sentia falta do sabor salgado do sêmen dele. Sentia saudade de suga-lo com vontade, chupa-lo com voracidade.

Taehyung tremelicava em agonia. A boca do outro engolia e soltava o membro que doía por causa da estimulação úmida e babada. A mão guiava o movimento de Jungkook, que fazia barulhinhos estalados com a boca durante o ato.

O mais novo sentiu o mais velho retirar seu pênis de sua boca com rapidez. Rapidamente puxou Jungkook para cima e beijou-lhe com vontade, segurando a cabeça.

— Não sai daqui… preciso pegar camisinha – beijou-lhe a boca de novo.

Viu o cunhado correr nu para a sala. Se fosse desistir, aquele era o momento. O peito batia em ansiedade. O pênis latejava em desamparo. Precisava pensar, mas não conseguia. Respirava com dificuldade. A cabeça estava uma bagunça infinita.

Mas aí, Taehyung entrou, completamente nu, sujo de tinta e lindo, segurando o pacotinho do preservativo e o tubo de lubrificante. Aproximou-se de si e acariciou sua bochecha, abrindo um sorriso fofo. Filho da puta. Ele tinha que só ser escroto e cretino. Tornaria as coisas mais fáceis.

— Você quer? – disse baixinho.

— Você vai perguntar isso para sempre? – disse quase indignado.

— Não – deixou um selar breve nos lábios do outro juntamente com um carinho no rosto usando as duas mãos – Só quando eu ver dúvida em seu olhar.

Maldito.

Ele tinha dúvida sim. Mas tinha mais tesão. Depois choraria as pitangas para Hoseok que arrancaria uma costela sua, fato. Sorriu para Taehyung que magicamente entendeu a permissão que ele lhe concedia.

Jungkook viu o ar sereno abandonar o corpo do rapaz de cabelo roxo e de repente ele se transformou em um cara sedutor e cafajeste. Sorriu de lado, comendo-lhe com os olhos. Aproximou-se de si e voltou a beija-lo com voracidade.

Enquanto beijavam-se, sentiu as mãos dele libertarem seu falo do aperto da calça, abaixando os tecidos até metade de suas coxas. O mais velho iniciou uma masturbação em Jungkook com agilidade e do jeito certo. Estavam sozinhos na casa e permitiam-se gemer alto, diferente de todas as vezes que gemeram contidos, abafando os sons com lençóis e braços.

Jungkook gemia descontrolado e arranhava a pele da nuca de Taehyung enquanto mordia sem dó o lábio inferior do mesmo. Sentiu o pênis ser abandonado e soltou uma reclamação manhosa.

Taehyung… – resmungou.

— Tira a calça enquanto eu coloco aqui – viu o cunhado pegar a camisinha fechada no chão.

Obedeceu, retirando a calça jeans apertada e se xingando por sempre usar peças muito complicadas de tirar sozinho. Quando se livrou da peça, mal teve tempo de pensar. Seu corpo foi virado de costas e prensado contra a parede.

Sentiu a barriga gelar quando entrou em contato com a parede ainda não pintada. Riu satisfeito com a situação, tão dominado, tão vulnerável, uma delícia. Sentiu o corpo do cunhado envolver o seu por trás.

— Quero te ouvir gemer bem alto – ele sussurrou em seu ouvido.

— E se alguém chegar? – retrucou.

— Ninguém vai chegar, minha tia vai ligar quando sair da costureira porque eu pedi para ela comprar umas coisas na casa de construção – mordeu o lóbulo da orelha dele – Então você pode gemer manhosinho para mim, bem alto, Jungkookie.

Sentiu ele se abaixar e afastar suas nádegas sem pudor. Arrebitou a bunda com delicadeza e a coluna arqueou quando sentiu o músculo úmido da língua dele encostar com vontade em seu ânus. Gemeu sem pudor, quase gritando de prazer toda vez que seu interior era preenchido pela língua cretina do cunhado, que o lambia com destreza. Choquinhos gostosos percorriam toda a extensão de seu corpo de maneira descontrolada.

O beijo grego perdurou por mais algum tempo. Sentia que podia gozar a qualquer momento. O ar era escasso e o pulmão clamava por oxigênio, estava a ponto de surtar.

Taehyungie não vou aguentar – disse cheio de sofrimento.

O cunhado entendeu e levantou, posicionando seu membro na entrada apertada do mais novo. Com uma mão, segurou o corpo do outro, firmando os dedos no peitoral alheio. Com a outra puxou a cabeça dele para trás, para se recostar na curva de seu pescoço.

Forçou a entrada e logo sentiu o membro ser engolido pelas paredes do reto. Bem menos sofrido, muito mais gostoso. Seu corpo já não rejeitava o membro do cunhado. Taehyung gemeu alto com a sensação gostosa de preenche-lo novamente. Começou as estocadas de maneira lenta e então desceu a mão que segurava a cabeça até o membro do outro, para que não ficasse esquecido.

Masturbava-o na mesma velocidade das estocadas, que aumentavam a intensidade de maneira gradativa. Jungkook sentia as pernas fraquejarem sem que pudesse escolher por aquilo.

Os gemidos de ambos, misturavam-se e ressoavam gostoso pelo quarto vazio, que geravam ecos de prazer. Sentiam muito tesão, não só por todo jogo sexual que viera antes do ato em si, mas pela saudade que estavam do corpo um do outro.

Jungkook sentia o próprio corpo engolir o corpo alheio. Arrebitava ainda mais o quadril, querendo aumentar ainda mais o contato com o pênis alheio. Sentiu o rapaz tocar sua próstata e levou as mãos para trás, agarrando imediatamente a cintura de Taehyung.

O mais velho riu com a reação do outro e repetiu a ação. Jungkook sentiu que ia morrer de tanto desejo. Continuou a estocar, cada vez mais rápido. A coluna do mais novo mantinha-se arqueada, era impossível ficar com ela ereta. As arfadas eram incontroláveis.

Taehyung tremelicou e parou de masturbar Jungkook, que reclamou audível antes de sentir o falo pulsar dentro de si, ele estava gozando. Taehyung pendeu a cabeça em seu pescoço e o beijou de maneira cansada.

— Quero que goze na minha boca – segredou baixinho.

Agachou-se quase sem força e puxou Jungkook para baixo. O mais novo sentou-se, encostando as costas na parede. Agradeceu por ter sentado, estava sem forças já.

Sentiu a boca de Taehyung engolir seu falo com vontade. A língua brincava com a fenda em sua glande. As sucções eram lentas e ritmadas, gostosas como sempre foram. As coxas torneadas de Jungkook tremiam involuntárias.

Sentiu o ritmo aumentar e a boca descer cada vez mais fundo. Não sabia como ainda estava aguentando, era uma prova de resistência. Uma das mãos do mais velho massageava seus testículos de maneira hábil e extremamente prazerosa.

Não aguentou. Puxou os cabelos de Taehyung e segurou sua cabeça no mesmo lugar, parando o movimento no momento em que começou a ejacular. O membro pulsava, expulsando o esperma líquido e o resto de sua energia. Sentiu o corpo cambalear e a visão falhar brevemente.

Viu de relance o cunhado retirar a boca de si e engolir seu produto com um sorriso safado decorando o rosto bonito. Tão sedutor. Estava exausto. Pendeu o corpo sem força para a parede, sentindo o corpo anestesiado.

Taehyung virou de barriga para cima, ficando deitado no chão. Fechou os olhos e continuou a sorrir satisfeito. Jungkook viu essa cena e sorriu de igual maneira. Levou a mão até os cabelos de Taehyung e afagou os cabelos sujos de tinta e suor.

— Pensa em mudar de cor de novo? – perguntou baixinho, puxando assunto.

— Quer que eu passe que cor? – respondeu de maneira cansada.

— Você quem sabe – murmurou.

— Eu pinto da cor que você quiser – sorriu e olhou para ele – Se quiser eu até raspo a cabeça.

Jungkook negou com a cabeça, sem saber exatamente o que estava negando, mas mesmo assim não desfez o sorriso satisfeito.

— E por que está pintando seu quarto mesmo? – perguntou realmente curioso, esquecendo-se completamente que ali seria sua morada junto com Dahyun.

— Seu quarto, Jungkookie, seu e da Dahyun – respondeu com o semblante mais entristecido.

— E você vai dormir onde?

— Por enquanto na sala, não preciso de luxos.

— Entendi – não sabia o que responder.

Um silêncio tomou conta do espaço vazio, que na verdade abrigava folhas de jornal, tintas e pincéis, todos espalhados pelo quarto sem janela e sem cheio de cigarro.

Jungkookie, você vai seguir com isso até o final? – perguntou receoso.

— Não fui eu quem começou isso, foi você – respondeu sério – Se alguém tem que parar isso, não sou eu.

— Você sabe que eu não posso – fitou o teto.

— Por que mesmo? – o sorriso sumiu e o semblante permaneceu sério.

— Eu não saberia nem por onde começar.

Jungkook ficou irritado com o acovardamento de Taehyung. Passou a língua pela bochecha e findou a carícia, levantando-se em seguida para recolher suas roupas.

— Onde você vai? – sentou-se confuso.

— Essa foi a última vez que transamos e que eu tentei conversar com você para consertar as coisas, agora eu vou embora.

— Mas…

— Mas nada, Taehyung – disse desvirando a calça – Não quero ouvir mais nada.

Vestiu-se rapidamente, sendo observado por Taehyung e deixou o apartamento. Não estava triste. Não estava com raiva. Estava apenas decepcionado com ele… mais uma vez. Não havia nenhum movimento do outro para resolver as coisas. E se Taehyung não era capaz de sugerir que conversassem com Dahyun juntos, então ele mesmo não sugeriria. Esperava que ele tomasse alguma atitude.

Chegando à portaria, abriu o chat de Hoseok e riu com a mensagem do garoto.

[Hoje 16:23] Bora beber e dançar hoje?

[Hoje 16:23] Quebrei o pau com o Yoon e quero mandar ele para a casa do caralho.

[Hoje 17:47] Sumiu? Não resistiu né?

[Hoje 17:53] Não resisti, sou um fodido mesmo.

Visualizada hoje 17:54.

[Hoje 17:54] Imaginei.

[Hoje 17:54] Só faço merda.

Visualizada hoje 17:54.

[Hoje 17:55] É porque a senhora é uma puta mesmo.

[Hoje 17:55] Culpa dos hormônios xD

Visualizada hoje 17:55.

[Hoje 17:55] Kookie você já passou dessa fase.

[Hoje 17:56] O convite está de pé ainda?

Visualizada hoje 17:56.

[Hoje 17:56] Só se eu puder passar três horas maldizendo o Yoon.

[Hoje 17:56] Adoro essa parte.

Visualizada hoje 17:56.

[Hoje 17:56] Maligna xD

[Hoje 17:56] Mas só eu não resisti? Ou você chamou ele de Suga?

Visualizada hoje 17:57.

[Hoje 17:57] Somos duas putas, Kookie, odeio minha falta de força de vontade kkk

[Hoje 17:57] Céus, sabia que você não resistiria às habilidades dele.

Visualizada hoje 17:57.

[Hoje 17:57] São muitas habilidades, não tenho culpa.

[Hoje 17:57] Estou indo para sua casa.

Visualizada hoje 17:58.

[Hoje 17:58] Estou te esperando.

Chamou um táxi e passou o endereço do amigo. Mais uma vez dormiria com ele e possivelmente virariam a noite falando mal da vida amorosa deles. Avisou Dahyun que precisou ir embora e bloqueou o contato de Taehyung.


Notas Finais


Lembra que eu queria ser uma Kardashian né? Pois é, ainda não sou.


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