História Hime - Clã Haruno - A Pérola dos Sete Mares

Capitulo II - Clã Haruno - A pérola dos sete mares

 

Há mais de 1000 anos, inúmeros clãs foram criados a fim de guardar os segredos do mar, escondê-lo dos humanos e proteger todos os seres marinhos ainda vivos, desde os grandes e mais velhos animais, como o Kraken, Megalodon, etc, até os mais inofensivos. Dentre eles, um cuidava das águas japonesas, alguns residentes no fundo do mar, outros em ilhas. Se chamava clã Haruno.

Os Harunos, de geração em geração, escolhiam um guardião, ou príncipe, por assim dizer, para ter posse de poderes herdados da deusa Anfitrite, o último a ser escolhido foi uma pequena criança e ocorreu a exatamente 20 anos atrás

- Quem será o escolhido ou a escolhida desta vez? – Perguntou a sereia já de idade avançada.

- Tomara que seja minha filha! – Disse outra.

Muitos estavam curiosos, reunidos ao redor de uma cachoeira, sentados em rochas, em frente a alguns monumentos, eles aguardavam o deus Poisedon, sua esposa Anfitrite e seu filho Tritão, todos os deuses marinhos. Curvaram-se ao ver as três entidades presentes e logo à nereida Anfitrite começou a falar. Ela possuía longos cabelos negros e uma beleza exorbitante, era belíssima em todas as suas formas.

- Clã Haruno, de geração em geração, um guardião é escolhido por mim, para suceder um pouco de meus poderes para que possa proteger os seres marinhos da região e também guardar nossos segredos. A criança desta vez será uma menina, ela irá interagir tanto com o mundo humano quanto com o mundo marinho. Eu previ parte de sua vida, ao menos até o seu 20º ano. Vocês conduzirão ela pelos bons caminhos como tens feito desde quando fostes criados, como seus ancestrais fizeram, vocês os farão.

Anfitrite falou mais algumas palavras, dizendo sobre o futuro da criança e em seguida disse que escolheria, enfim, a guardiã. Os bebês foram colocados em conchas, formando um berçário, a deusa caminhou olhando cada uma das crianças, procurando a menina da profecia, porém ela não estava ali. Muitos já nervosos com a situação começaram a indagar, afinal qual seria a escolhida?

A deusa caminhou em direção contrária ao berçário e foi até a multidão, que deu passagem a ela sem questionar. Uma mulher, de cabelos loiros, estava em um canto, mais afastado da multidão, sentados em uma rocha, a mulher tinha nos braços enrolado em um manto um bebê de apenas dois dias, a criança possuía pernas humanas perfeitas e não havia ali nenhum indício de ser marinho. A loira encarou a deusa a sua frente e tentou se curvar mesmo com dificuldades de problemas de saúde, quanto por estar com a pequena nos braços.

- Porque não levastes a menina ao berçário?

- P-Perdão... Mas é que minha filha não é...

- Ela é filha de um ser humano! – A deusa afirmou calmamente o que a sereia a sua frente tentava lhe dizer. – Aliás, podes sair de trás da rocha, não há problemas. – Disse Anfitrite e um homem saiu de trás de uma rocha, caminhou cabisbaixo e se ajoelhou perante a mulher. Com um movimento de mãos de divindade marinha fez com que o homem caísse no chão e suas pernas começarem a transformar-se em uma cauda longa, após a transformação o casal se abraçaram e agradeceram imensamente a deusa e lhe perguntou o que poderiam oferecer a ela como gratidão pela união e a misericórdia que teve ao poupá-los de severos castigos, já que o relacionamento entre sereia e humano era proibido.

- Eu quero a sua filha, ela é a escolhida.

- M-mas ela não é sereia.

- A menina possui as duas formas, sereia e humana, como disse, ela poderá interagir com ambos os mundos livremente.

O casal aceitou e entregou o pequeno embrulho no colo da deusa, que a segurou delicadamente e caminhou para perto de seu marido e seu filho que a olhavam sérios.

- Apresento-lhes, a escolhida... Seu nome será Sakura, pois terá em sua personalidade e sua aparência semelhanças com a adorável e prestigiosa árvore japonesa, a cerejeira.

- Nós, os três deuses marinhos, abençoamos e protegemos esta criança por toda sua vida e ela nos retribuirá sendo guardiã e nos servindo até o ultimo dia de sua vida. Ela será a pérola destes mares! – Disse Poseidon.

 

...

 

Haruno Sakura cresceu entre os dois mundos se destacando e sendo amada por todos, tinha personalidade forte, era bela e suas características lembravam as delicadas flores de Sakura. Seus cabelos eram extremamente longos e de uma coloração únicas: róseos. Os olhos eram verdes e brilhantes como as safiras. A moça sempre protegia aqueles que amavam, conhecia seus deveres naquela vida e os seguiria, pois era a escolhida, nunca reclamou, sempre foi obediente e estava disposta a tudo, dentre as três Hime que protegiam o mundo mágico, ela era a mais velha, com 20 anos.

 

...

 

- VAMOS SAKURA, QUEBRE SEU RECORDE! – Gritou a treinadora incentivando a rosada.

Sakura nadava na piscina que havia dentro de uma instituição japonesa, seus braços e pernas moviam-se rapidamente e com força, fazendo com que nadasse mais rápido e quebrasse o seu próprio recorde. A garota ao terminar a corrida nas águas, festejou ao ver que batera seu recorde.

- Boa garota! – Disse a treinadora

- Obrigada sensei! – Agradeceu e logo saiu da piscina indo direto ao chuveiro. Tomou uma ducha e se trocou, vestiu o uniforme, a rosada cursava o 1º ano de biologia marinha, mas mesmo assim, por ser ótima no esporte, continuava participando da equipe de natação do ginásio que ficava na mesma instituição de ensino de sua faculdade.

Suas aulas começaram e ela conseguia compreender tudo facilmente, ao término da aula pegou seu material e caminhou de vagar pelos corredores. O cabelo da rosada era tão longos que iam até metade o quadril, tinha quase toda a extensão lisa, porém formava leves ondulações nas pontas, deixando com charme, por serem rosas, chamavam a atenção e até muito a chamavam de “sereia”, pois o cabelo lembrava as belas sereias de contos de fadas, como a Pequena Sereia. Ao esbarrar-se em alguém suas coisas foram ao chão e ela resmungou amaldiçoando quem praticamente a empurrou.

- Ora, Ora, Haruno, então é por essas ilhas que seu clã vive?

A rosada olhou para cima e encarou a cabeleira ruiva, revirou os olhos e se ergueu já com os materiais em mãos.

- Vê se me erra, Sasori!

- Ah qual é... – O ruivo segurou o braço da rosada e a puxou levemente, a menina lhe olhou furiosa.

- Tá querendo morrer? – Perguntou ela em um tom baixo para que só ele ouvisse.

- Talvez... – Disse sorrindo cinicamente. – Sabe Sakura, acho que sou o único nesta universidade que conhece tua verdadeira forma.

- Eu não tenho verdadeira forma.

- Ora, vai me dizer que os olhares que os homens e até mesmo as mulheres lhe direcionavam, com paixão e desejo não eram por sua miserável magia? Por simplesmente ser um ser maligno que encanta os pobres marinheiros para devorar as suas almas?!   - Debochou

A rosada olhou em volta e ao perceber o corredor vazio sorriu de canto e puxou seu braço, utilizou os seus cadernos e livros para mirar um forte golpe no rosto do ruivo que chegou até cuspir sangue, aproveitando a baixa guarda do mesmo, virou o corpo e chutou a barriga do mesmo, que caiu sentado e deslizou até encostar-se à parede.

- Sua piranha! Você me paga! – Ameaçou enquanto limpava o canto da boca.

Sakura ajeitou o uniforme ao corpo e passou uma das mãos no cabelo.

- Vampiro fraquinho - Debochou com um sorriso no canto e virou caminhando lentamente para longe do rapaz - E PIRANHA É A TUA MÃE! - Berrou antes de virar o corredor.

A rosada caminhou para fora da universidade e foi até uma sorveteria, pagou um Milk-shake de morango e tomou rumo para sua casa. A casa de Sakura ficava perto a praia, era consideravelmente grande para apenas duas pessoas morarem, mas era simples, tinha decoração rústica e inúmeros objetos marinhos como conchas e pérolas.

- Obaasan! – Disse Sakura adentrando a casa.

- Querida! – Disse a mulher de idade.

A senhora Shiemi Haruno, era uma sacerdote do clã Haruno, assim como Sakura, possuía as duas formas, mas preferia ficar vivendo na terra, já a Haruno mais nova se aventurava entre os dois mundo, visitando quase todo dia o mar. Shiemi não era avó legítima da rosada, mas aceitou criá-la de bom grado para que ela conhecesse a vida na terra e pudesse viver como humana também. Sakura chamava Shiemi de avó desde quando aprendeu a falar e a senhora a considerava a neta que nunca teve, desde seus 15 anos, decidiu morar com sua obaasan no mundo dos humanos e não apenas visitá-la sempre que podia. A garota aprendera inúmeras coisas com sua avó, pois ela era professora, então pode dar aulas particulares à menina, mas a permitiu estudar com os humanos nos últimos anos de colegial.

Sakura sempre foi ciente de seus poderes, aprendeu a controlá-los ainda nova. Quando tinha 5 anos, conseguia interagir com animais marinhos e assim controlá-los, a família Haruno conseguia controlar animais de pequeno porte, mas os poderes de uma guardiã eram superiores, porém, quando a Hime não conseguia controlá-los, estes se revoltavam e a consumiam. Porém, em uma das aulas práticas que a rosada tinha sobre como controlar e utilizar seus poderes se tornou inesquecível, este dia foi quando tinha que controlar o Kraken.

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- N-Não, por favor...

- Sakura, vai! – Dizia o Haruno apontando para a enorme e escura caverna. Outros membros do clã ficavam mais afastados segurando cajados e lanças que tinha os seus comprimentos, alertas para qualquer deslize de Sakura para que pudessem protegê-la.

Sakura segurava firmemente o cajado a sua mão, o mesmo tinha um anel em sua ponta, pérolas envolviam o anel como um colar trançado por toda extensão da ponta do cajado.

- S-Sensei...

O Sensei fez um movimento com seu cajado e movimentou a água, uma onda fraca formou e a quilômetros pode se ouvir o barulho que aquele animal fez.

- Hyo, pare com isso, ela vai morrer! – Disse uma sereia para o tritão que olhava sério para a rosada a sua frente.

- Se ela não é capaz de controlar o Kraken, então não será capaz de proteger o clã!

- Ela só tem 14 anos, pare com isso!

- Quieta! Ela não morrerá e você sabe muito bem disso! – A repreendeu

Sakura viu o imenso animal sair da caverna e se aterrorizou.

“Parece que a pirralha está com medo, é este o presente que Poseidon me deu? Já estava na hora de um lanche, mas é muito pequena, não dá nem para petisco!”

A voz aterrorizante e um pouco demoníaca soou com deboche e todos puderam ouvir. Uma barreira mágica envolviam Sakura e o polvo, para que ele não escapasse e ficasse livre para atacar humanos.

- Cale-se Kraken! – Ordenou Hyo

- HYO SEU COVARDE! – Provocou o animal – Quem tu pensas que é para me dar ordens, seu bastardo! Nem o próprio Poseidon conseguiu me matar, achas que é superior a mim? Infeliz!

- Disse o maior animal destes mares, que consegue ser controlado por umas meras sereias! – Provocou de volta

- Porque você não atravessa a barreira e me enfrenta, velho “amigo” – Disse o animal.

O treinador dos guardiões do clã Haruno e o Kraken tinham uma velha rixa, o tritão treinou dois guardiões, era um dos mais velhos Harunos e obtinha grande experiência, um de seus filhos foi guardião e ele o treinou. Sempre que se encontrava com a fera não perdia a oportunidade de provocá-la!

Sakura usou o cajado para atacar um fecho de energia em Kraken, o animal enfurecido olhou para ela.

- NÃO IGNORE SEU OPONENTE SEU POLVO DE MERDA! – Berrou a rosada porém ainda tremia de medo da fera.

- Sua pirralha! – Xingou e movimentou um dos tentáculos que não a acertou, porém essa não era a intenção da fera, seu golpe “falho” fez criar ondas que foram diretamente para Sakura, ao atingi-la, seu corpo foi lançado longe e chocou-se contra uma rocha.

- Argh! – Resmungou ao sentir a forte pancada nas costas. A cauda de Sakura era rosa e podia se ver uma leve cor prateada quando a movimentava.

A sereia ergueu-se e segurou mais firme em seu cajado, girou-o acima da cabeça e depois o mirou em direção ao Kraken, uma onda parecida com a que o tentáculo do animal havia causado foi lançada pelo anel do cajado, como ele não possuía mobilidade foi acertado em cheio pelo golpe, porém foi fraco e no mínimo o empurrou para trás.

 - Desgraçado! – Resmungou Sakura

Lutaram por mais alguns minutos e a rosada já se sentia esgotada.

- Já cansada, peste? Eu mal comecei! – O berro do animal foi como um estrondo e incomodou o ouvido de todos ali.

Kraken, como qualquer outro polvo, começou a expelir uma tinta preta, que escureceu quase todo o lugar. Sakura não conseguia enxergar nada, apenas deixava seu desespero tomar conta de si.

A rosada foi golpeada de surpresa pelas costas por um dos tentáculos do animal, a dor era imensa, como se ela fosse quebrar no meio, foi arremessada diretamente para o chão, chocou-se de bruços ao solo e gemeu de dor, seu cajado permanecia em sua mão, ela não o soltava de maneira alguma. Quando se ergueu com auxílio do cajado, outro golpe inesperado a atingiu só que desta vez o estômago, gritou e gemeu de dor, pois sentia seus ossos serem esmagados, bateu contra uma rocha e ficou ali por alguns segundos, novamente, com auxílio de sua arma, ergueu-se e nadou para frente. Fechou os olhos e começou a sentir cada um presente ali, sentiu as sereias e Hyo, e outros seres inferiores e menos que estavam por ali, concentrou-se mais e conseguiu sentir a presença do polvo, que agora estava indo a sua direção, com a boca aberta para devorá-la.

Gritou e girou o cajado algumas vezes, ficou-o no chão e uma barreira foi feita em sua volta em seguida uma grande energia mágica e também de luz foi lançada ao seu redor, a onda afastou o animal fazendo com que ele se chocasse contra rochas, o efeito da tinta se desfazia e todos puderam ver a cena; Sakura apoiada no cajado e uma imensa magia sendo lançada do mesmo.  Correntes mágicas começaram a surgir em volta de Kraken e o mesmo foi lutando para não ser preso, mas era inútil, ele continuava sendo amarrado por correntes, estas que iam até Sakura, formando um círculo a sua volta.

Hyo sorriu vitorioso, nunca tinha visto poder tão grande entre os guardiões como a daquela garota.

- E-Ela dominou o Kraken...

- Pirralha M-Maldita! – Resmungou o animal tentando resistir, mas assim que foi totalmente preso suas energias foram drenada para o corpo de Sakura, a curando de inúmeros ferimentos e dando lhe forças e poderes.

Sakura puxou o cajado fincado ao solo e nadou para cima até chegar perto de seu sensei.

- Ótimo trabalho, princesa... – Disse ele sério e ela sorriu de canto orgulhosa de si mesmo.

Sakura foi afrouxando a mão do cajado e o soltando de vagar, seu corpo foi ficando leve e ela perdendo a consciência. Hyo segurou o braço da garota e passou-o em volta de seu pescoço, com a outra mão livre passou em volta da cintura da menina e começou a nadar.

- Vamos e levem o cajado dela! – Ordenou ele e as sereias pegaram o cajado da Hime e começaram a seguir Hyo.

 

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- Sasuke?

- Que é?

- Ta vendo aquela onda? – Perguntou o rapaz alto com os cabelos negros presos a um rabo de cavalo baixo.

- Parece ser das boas!

- Vamos?

- Mas é claro! – Disse o moreno sorridente.

Os dois irmãos, Sasuke e Itachi, gostavam de surfar quando visitavam sua família que morava na ilha. Pegaram aquela grande onda e surfaram até o pôr do sol e então voltaram para casa de seus pais.

- A Okaa-san deve ter preparado um ótimo jantar, não acha? – Perguntou Sasuke

- Com direito a espetinho de peixe e tudo! – Disse o mais velho, ambos riram e entraram na casa.

- Tadaima! – Disseram os irmãos

- Okaeri – Disse Fugaku para os filhos.

- Cadê a Okaa-san?

- Na cozinha!

 

Itachi era professor de universidade e ex militar, tinha 28 anos, mas mantinha o espírito e a aparência de 20 anos. Sasuke, o caçula, era militar da marinha e tinha 24 anos, quando não estava com o irmão, chegava a ser mais ranzinzo que um velho de 50 anos. Possuía uma beleza de tirar o fôlego de qualquer mulher, por mais que fosse “mulherengo”, nenhum havia lhe agradado a ponto de querer um relacionamento sério, normalmente, era apenas uma noite. Quando os dois estavam junto a sua única família, pai e mãe, suas personalidade mudavam, era como se estivesses voltado a serem crianças e esqueciam dos problemas que tinham, apenas aproveitavam o momento.

A Família Uchiha era bem famosa por ter grande influência na pescaria, possuíam barcos de pesca e tinham a própria fábrica que produziam e vendiam vários produtos marinhos e não apenas peixes. Mikoto Uchiha, era uma grande artesã, fazia seus trabalhos inspirados nas paisagens que já havia visto pelo mundo, fazia decorações pequenas de madeira e de conchas para vender para grandes lojas de decoração no Japão, suas obras eram bem valiosas e por ser 100% artesanal, ou seja, feito à mão eram caras.

 

- A comida está pronta queridos!

Foram todos rapidamente para a simples mesa de jantar e sentaram-se.

- Itadakimasu! – Disseram os homens em uni som e logo devoraram a deliciosa comida, Mikoto sorria com a satisfação deles.

- Hey, Sasuke, amanhã é seu aniversário, fará 25 anos finalmente, não?  - Disse Fugako sorrindo orgulhoso.

- Sim, Otou-san

- Se quiser, pode pegar o barco e dar uma volta ao redor da ilha, o tanque está cheio!

- Sério pai? Obrigado! – Agradeceu o mais novo.

- Posso ir maninho? – Perguntou Itachi

- Claro! Vamos até a ilha mais próxima.

- Cuidado, ela não é habitada, é uma ilha muito pequena, deve haver répteis venenosos. – Disse Mikoto preocupada.

- Não se preocupe Okaa-san, tomaremos cuidado!

 

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- A lua está linda, não é vovó?

- Sim, querida... – Respondeu a Haruno mais velha sentando-se em uma cadeira de balanço posta na varanda da casa que dava de frente ao mar e a bela lua no horizonte. Sakura sentou-se na pequena escadaria de madeira na varanda e cruzou as pernas encarando o céu estrelado. – Porque não quis nadar hoje? – Perguntou a mais velha.

- Queria ficar um pouco mais em casa hoje! Amanhã nadarei até a vila do clã.

- Gostaria de ir, mas minha coluna dói, a transformação é cansativa, mais cansativa que ela, é ter que nadar até o clã. – Disse a velha enquanto se espreguiçava na cadeira.

- Você está velha demais Obaa-sama.

- Sou mais forte que você sua pirralha... Apenas estou enferrujada... – Disse a senhora irritada e tacou seu chinelo em Sakura, que resmungou um “ai” baixinho e depois gargalhou.

- “Enferrujada” termo novo para dizer que está uma “velha” Obaa-sama! – Provocou a mais nova

- FICA QUIETA SUA PRAGA! – Berrou a senhora e depois voltou a balançar na cadeira. – Estou conservada para minha idade! – Bufou.

- Convencida! – Disse Sakura sorrindo e voltou a encarar a lua “Linda” pensou. – A lua me lembra a Hina-chan.

- Faz tempo que não a vejo, sinto falta dela e da Ino-chan – Disse Shiemi

- Também sinto. Talvez eu vá visitá-la no final do mês...

- Irei com você! – Disse Shiemi e logo bocejou – Vou deitar, não demore para dormir, Sakura!

 

- Hai! – Disse ela se espreguiçando. Minutos depois a rosada levantou-se e ia entrando quando ouviu um barulho estranho, entrou rápido para dentro da casa e foi até a cozinha, pegou uma faca grande e uma lanterna. Saiu sem fazer barulho, e iluminou o quintal atrás da casa. Escutou o barulho novamente e lançou a faca no local. – Quem está aí? – Perguntou e continuou a olhar onde iluminava.

 

- Buh – A voz rouca soou ao pé do ouvido de Sakura, alguém estava atrás dela, a rosada arrepiou-se de medo e virou-se bruscamente, mirou um soco, mas seu punho foi segurado e sua boca tapada.

Sakura conseguiu dar um chute no homem a sua frente e depois, mesmo no escuro, conseguiu dar um golpe na barriga do mesmo o lançando longe, virou-se e correu para onde a lua iluminava. Seu corpo foi empurrado por outro que se jogou contra ela, caíram no chão e o peso que estava por cima da rosada era muito superior ao dela o que trazia dificuldade para ela respirar.

- S-Sai de c-cima! – Debateu-se

- Quieta Sakura... – A rosada reconheceu aquela voz.

- Sasori? - Perguntou com ódio

- Eu disse pra ficar quieta! – Disse ele tapando a boca dela.

Sakura mordeu os dedos do rapaz que se viu obrigado a soltá-la, com esta brecha ela conseguiu empurrá-lo.

- O que faz aqui?

- Ora, eu vim te ver, princesa.

- Corta essa, o que quer comigo?

- Você sabe muito bem o que eu quero, mas hoje vim apenas dar um recado.

- Ah é? – Perguntou ela cinicamente, cruzou os braços em frente ao corpo e encarou o ruivo com cara de pouco amigos.

- Tcs... Enfim, acho melhor você tomar mais conta do clã... Ou eu deva dizer de você mesma?

- Do que ta falando, Sasori? – O olhar de Sakura tornou-se preocupado

- Você sabe que precisamos da pérola, não é mesmo? – Sakura apenas ouvia engolindo em seco.

- Faremos de tudo para pegá-la e nós sabemos que está escondida no clã.

- Vocês nunca acharão a pérola... Porque não desistem? – Disse ela, porém sua voz saiu trêmula.

- Oh, não iremos desistir criança... Mas, se eu fosse você, reforçaria a barreira mágica ou seu povo morrerá! E seria uma pena se eles fossem atacados no meio da noite enquanto a sua “guardiã divina” está brincando de ser humana, não acha?

- Atacando o clã? M-Meio da noite? – Sakura repetiu as palavras de Sasori para si mesma e sua ficha caiu. Seu clã estava sendo atacado naquele instante!

Sakura correu para o mar e pulou no mesmo, começou a nadar e aos poucos seu corpo foi se transformando, a cauda longa e rosada foi tomando forma no lugar das pernas, suas orelhas tomaram uma forma diferente e de coloração um pouco rosada. Após sua transformação completa, nadou mais rápido e em poucos minutos chegou até a cidade (ou vila) marinha, não havia sinais de lutas, nem de destruições, todos pareciam dormir em suas casas tranquilamente. Não era o suficiente para ela que nadou por cada canto para verificar e depois foi até onde seus pais dormiam, sondou-os dormirem calmamente e suspirou, ficou por meia hora rondando para certificar-se de que não havia ninguém, pegou seu cajado preso a uma fenda e protegido pro barreiras mágicas e nadou até poder ver toda a cidade de cima, girou o cajado formando ondulações, um campo de força foi criado em volta de todo campo de sua visão e como uma bolha protegeu todo o clã, o campo desapareceu depois e a rosada nadou até a superfície.

Sentou-se em uma pedra e encarou a lua, olhou a palma de sua mão e uma grande bolha de água formou-se ali, dentro dela estava toda a cidade em que o clã Haruno morava.

- Protegerei vocês, com a minha vida, eu prometo! – Jurou.

A bolha estourou e a rosada encarou seu cajado.. - “Eles querem a pérola dos sete mares” – pensou.

 

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- Feliz aniversário filho! – Disse Mikoto sorridente e abraçou o rapaz que retribuiu feliz.

- Obrigado Okaa-san

- Parabéns Sasuke! – Disse Fugaku apertando a mão do filho e o abraçando em seguida.

- VAMOS SASUKE! – Berrou Itachi já na praia

- ESTOU INDO! – Berrou de volta e correu para fora da casa, entraram no barco e começaram a navegar até a ilha, o trajeto foi demorado, mas eles logo chegaram.

- Mamãe deixou comida naquela bolsa térmica! – Disse Itachi.

- Okay, depois comemos. Vamos escalar? – Perguntou mostrando os equipamentos necessários para uma escalada, o Uchiha mais velho apenas sorriu.

Os irmãos se divertiram naquela ilha, nadaram nas águas cristalinas, fizeram rapel e tudo que era possível a eles.

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O barulho extremamente alto e enfurecido pode ser ouvido a quase quilômetros. Muitos conheciam aquele urro;

- Olá de novo, Kraken... – Disse Sakura séria.

- O que é pirralha, quer apanhar de novo? – A voz demoníaca e raivosa não causou espanto na rosada desta vez.

- Preciso de um favor...

- Um favor? Interessante! Venha até aqui pirralha... – Chamou

Sakura sem muita cerimônia nadou para dentro da caverna e usou seu cajado para iluminar o local.

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- Vamos ficar só mais uma hora, certo? – Disse Sasuke

- Sim, vai explorar por aí, quero pesquisar mais animais desta ilha – Disse Itachi com um caderninho e uma caneta em mãos – Posso apresentá-los para meus alunos de biologia na universidade! Talvez consiga até um bônus salarial! – Disse o Uchiha convencido fazendo o caçula rir do seu entusiasmo para conseguir um bônus no salário. – OH MEU DEUS! – Gritou Itachi.

- O que foi? – Perguntou Sasuke preocupado

- É UM DENDROBATES TINCTORIUS!!! – Disse eufórico apontando para o animal no chão

- Um o que?

- Uma espécie de anfíbio da família Dendrobatidae.

Sasuke encarou o irmão com cara de quem não entendeu nada.

- Um sapo venenoso – Disse Itachi desapontado com o irmão.

- Mereço... – Sasuke revirou os olhos e foi se afastando do irmão.

 

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Sakura nadou até a pequena ilha e sentou-se em uma rocha, deixou seu cajado no chão e massageou a nuca, estava tensa.

- Não foi nada fácil convencer ele... – Disse e suspirou em seguida.

O vento e a brisa do mar fizeram com que a rosada se sentisse relaxada, seu cabelos dançavam com o vento, pequenas folhas e flores eram levadas e pairavam no ar. Influenciada pelo momento, fechou os olhos e começou a cantar. Sua voz era doce e encantadora, apenas murmurava as notas musicais, sem dizer sequer uma palavra, como os pássaros, que cantam sem palavras.

 

 Sasuke cortava alguns matos que atrapalhas sua passagem quando ouvira um belo canto doce, suas pernas lhe obrigavam a seguir a voz, chegou até a beirada do mar, mas não acreditava no que via. A moça sentada a rocha tinha longos cabelos róseos que pairavam com o vento, porém algo o intrigou mais, ela mexeu as “pernas” que na verdade era uma cauda longa e rosada que ao ser movimentada dava a impressão de ser levemente prateada. 

O Uchiha encantado com aquela cena começou a caminhar em direção a sereia, sem prestar atenção no que fazia ou onde andava, acabou por pisar em um galho que de tão seco quebrou-se ao meio fazendo um barulho que assustou a criatura.

Sakura olhou para trás e viu um homem parado com cara de bobo, ao lembrar-se que estava como sereia, seu coração acelerou, seus pensamentos se tornaram confusos. Aquele homem a sua frente era belíssimo, tinha olhos e cabelos negros e um porte físico esportivo, porém sua mente não conseguia processar seus atos, não sabia se fugia, se tentava se explicar, era tudo confuso, acabou de ser descoberta por um humano. Quando os pensamentos de Sakura voltaram à sanidade ela deslizou-se nas rochas e mergulhou na água.

- N-NÃO, Não vá... – Pediu o rapaz.

Sakura ficou atrás de outra rocha por de baixo da água, conseguia ouvir a voz do rapaz. Queria chorar, queria gritar, queria fugir, mas nada acontecia, ela continuava imóvel apoiada aquela rocha, sem saber o que fazer, seu desespero aumentou ao lembrar que o cajado estava lá em cima.

Sasuke olhou o cajado em cima dos musgos formados pela umidade, era bonito e parecia de um mago de jogos de RPG. Pegou-o e observou cada detalhe que o tornava belo, olhou para água, sabia que ela ainda estava ali e que de fato era uma sereia, por um momento quis pegá-la e divulgá-la pro mundo, ficaria rico e seria famoso, porém, ele não ligava pra dinheiro nem para fama. Ajoelhou-se perto a beira da água e encarou para onde provavelmente ela estaria.

- Por favor, não tenha medo, não farei nenhum mau a você. Desculpe-me se atrapalhei seu momento, não era minha intenção, por favor, venha cá. – Implorou ele

Sakura ainda tremia de medo, não tinha medo dele, mas temia pela segurança do seu clã se todos os humanos soubessem de sua existência. Tinha que consertar aquilo, decidida ela nadou para a superfície e o encarou, ele segurava seu cajado com a mão esquerda, e ela ainda se escorava na rocha. Sasuke estendeu a mão direita para ela e tentou demonstrar segurança, ele foi correspondido, Sakura segurou sua mão e se permitiu ser levemente puxada por ele até que ficassem bem próximos. O Uchiha deslizou a mão pelo braço dela e levou até o rosto, depositou carinhosamente a mão ali e acariciou com o polegar a pele macia e um pouco viscosa daquela criatura.

- C-Como pode existir uma criatura tão linda? Como você pode existir?

Sakura deslizou a mão pelo pulso do rapaz até parar pouco abaixo do cotovelo do mesmo, pressionou levemente as unhas ali se apoiando nele. Ela se via encantada pela beleza dele, não conseguia desviar o olhar dos olhos ônix que aquele humano possuía, sem perceber e por instinto foi o puxando levemente para si e se erguendo junto para aproximar também seu corpo ao dele. O Uchiha percebendo a aproximação agachou-se um pouco mais e sem muita cerimônia tocou os lábios daquela sereia com os seus.

 

“E você pode ver o meu coração batendo

Dá para ver através do meu peito

Estou apavorada, mas não vou sair”

 

 

Um longo e simples selinho, que se tornou o mais precioso de suas vidas. Ambos separaram-se e continuaram a se encarar.

- Você é mesmo uma sereia? – Perguntou ele calmo

Ela assentiu com a cabeça, mas não disse uma palavra. Ele entendia que o silencio dela seria talvez por medo, timidez ou até mesmo os dois, mas seria melhor não questionar para não assustá-la mais. 

- Sasuke?

Ambos se assustaram com a voz de Itachi. Sakura foi mais rápida e pegou seu cajado da mão do Uchiha, mergulhou na água e foi embora.

- S-Sim?

- Vamos logo para casa, espera, que cara de bobo é essa?

- Ahn?

- Essa cara de apaixonado

- O que?

- Uma sereia te encantou foi? Vamos logo! – Brincou.

- Ta, ta, vamos – Disse Sasuke erguendo e encarando a água por longos segundos antes de seguir o irmão.

 

Sakura observava de longe, ele não havia contado sobre ela, ao menos isso, mas uma hora contaria. Ela tocou os lábios com os dedos e sorriu, nadou para casa.

 

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-Sakura? – Chamou Shiemi e logo viu a neta chegar ensopada em casa com uma cara de tapada. – O que houve minha filha? Viu Tritão por acaso? – Na visão de Shiemi, o deus Tritão era o homem mais belo daqueles mares.

- N-Não, foi algo muito mais bonito que ele. – Respondeu, porém ela parecia dizer coisas com coisas, não olhava diretamente para sua avó, apenas passava a mão na cabeça e mantinha um sorriso idiotamente apaixonado nos lábios.

- Vish, deve ter se apaixonado, já estava na hora, quero mais netos! – Disse a senhora sorrindo abobada imaginando vários bebês correndo pela sua casa

Sakura banhou-se para tirar toda a água salgada do corpo e vestiu um pijama confortável, secou o cabelo na toalha e sentou-se na cama para escová-los. Deitou em seguida e encarou o forro de madeira do seu quarto, os olhos do moreno não saíam de sua mente. Pensava tanto nele que até esquecera o fato de que um humano a viu daquele jeito.

 

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O fim de semana foi calmo para a família Uchiha, bom, pelo menos para a maioria, pois Sasuke não parava de pensar um segundo sequer naquela moça, se não foi uma miragem, aquele beijo e aquela vista, foi o melhor presente que já recebeu em toda a vida.

[...]

- Okaa-san, Otou-san, foi um ótimo feriado, mas fui chamado para dar aulas na Universidade.

- Tudo bem querido. – Disse Mikoto

- Mas tenho uma novidade

- Qual? –Perguntou Fugaku

- Fui chamado para dar aulas na universidade da ilha por um mês, poderei ficar mais um tempo aqui com vocês e depois retornarei para Konoha.

- Oh sério? Que ótimo, farei a comida que você e seu irmão mais ama durante este mês – Disse Mikoto abraçando filho enquanto dava alguns pulinhos de alegria, era uma boa notícia, pois via os filhos uma vez por mês que eram nas suas férias.

- Cadê o Sasuke? – Perguntou Fugaku

- Adivinha! – Disse Itachi e logo olhou em direção a praia

- Surfando – Disse Mikoto rindo.

- Vocês me ajudam hoje à tarde nas pescas? – Perguntou Fugako – Farei revisão em um dos barcos e também vou acompanhar um dia de trabalho deles calcular se a quantidade de peixe na região anda diminuindo.

- Claro pai!

- Avisarei Sasuke depois!

- Okay, bom, vou indo, bom dia! – Itachi beijou a testa da mãe e acenou para pai, subiu em sua moto e dirigiu até a única universidade da ilha.

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-SAKURAAAAAAAAA! – Berrou a senhora fazendo a garota acorda aos pulos e cair da cama.

- O QUE HOUVE? VOVÓ? – Sakura saiu correndo com uma vassoura na mão pronta para atacar quem quer que fizesse mal a sua avó.

- Tá ficando louca menina? – Perguntou Shiemi encarando a rosada toda descabelada e com a vassoura em mãos. – Se não for varrer, guarde a vassoura no lugar dela!

- Porque diabos estava gritando?

- Você dormiu demais, vai se atrasar para a faculdade!

- Que horas são?

- 10horas

- O QUE? – Sakura gritou e saiu desesperada para o banheiro, tomou um banho rápido e vestiu a primeira roupa que encontrou, já que não achava seu uniforme. Pôs uma calça jeans preta e uma camiseta regata justa ao corpo na cor vermelha, calçou um tênis branco e enfiou os materiais de qualquer jeito na bolsa, perfumou-se e jogou o frasco de vidro sobre a cama que por pouco não caiu ao chão.

- TCHAU VÓ! – Berrou pegando sua carteira em cima no sofá e o colocando na bolsa, correu para fora da casa e decidiu que naquele dia iria de bicicleta para economizar tempo. Arrumou-se tão rápido que mal penteou os cabelos, estavam um pouco molhados e embaraçados.

Pedalou até chegar a universidade, guardou a bicicleta e ao perceber que o cabelo estava bagunçado, procurou desesperadamente a escova na bolsa como se sua vida dependesse daquilo, bom, ao menos sua vida social dependeria. Assim que achou, começou a entrar no prédio enquanto escovava os cabelos com tanta rapidez que arrancava vários fios, seu cabelo era longo, portanto, difícil de ser escovado. Quando faltava apenas as pontas e apenas a escadaria para chegar ao corredor de sua sala, olhou paras as pontas do cabelo e começou a escová-las sem prestar atenção por onde andava, acabou por esbarrar em alguém alto. Ambos caíram sentados no chão e um pouco atordoados com o impacto. Sakura levantou o olhar e seu coração deu uma leve parada, ela se lembrava daquele rapaz.

“Ele estava junto àquele rapaz na ilha. São irmãos!“ – Relembrou em pensamento.

  Itachi ajudou ela a se levantar.

- Obrigada... – Agradeceu enquanto guardava sua escova na bolsa.

- Eu peço desculpas...

- Eu devia ficar mais atenta!

- É de que sala?

- Sala 15

- Estou indo ministrar uma aula lá!

- Oh, parece que não levarei bronca por chegar 10 minutos atrasada! – Disse e depois os dois riram e seguiram até a sala, entraram e o professor novo desculpou-se pelo atraso.

- Desculpe-me turma pelo atrasado. Bom, irei substituir o professor de bioquímica de vocês por um mês, ele tirou licença médica. Espero que meus conhecimentos sejam de grande utilidade a vocês. Posso ver o que estão estudando? – Perguntou ele e uma aluno de cabelos azulados entregou lhe o seu caderno. Ele leu e analisou o conteúdo e devolveu o caderno a ela – Bela letra! – Elogiou a fazendo corar, o Uchiha deu um leve sorriso de canto e admirou a beleza daquela moça, fez uma rápida chamada e quando falou o nome “Konan” finalmente ele descobriu o que queria desde quando viu aquela moça; saber seu nome. A azulada respondeu levantando a mão, ele marcou presença e marcou o nome dela em sua mente. Prosseguiu com a aula.

[...]

 

- Parece que o professor gamou em você, Konan-chan! – Brincou Sakura.

- Pare de ser tonta Sakura, até parece! – Retrucou a azulada.

- Olá meninas, o que acharam da aula? – Itachi surgiu fazendo aquela pergunta aleatória, Sakura deu uma baixa risada e mordeu os lábios encarando a amiga. –

- Estava ótima Itachi-sensei – Disse Sakura sorrindo – Bom, Konan-chan, vou pro refeitório, não comi nada pela manhã, te espero lá! – Disse Sakura e foi direto para o refeitório.

- E então,gostou da aula? – Insistiu o moreno.

- S-Sim...

- Porque está cursando? – Konan percebeu que seria uma longa conversa então decidiu ao menos colaborar, aliás, ela também se interessou no seu sensei.

- Meu pai é pescador e minha mãe é dona de um restaurante japonês, cresci nesta ilha e sempre me interessei por biologia, quando soube sobre o curso de biologia marinha me esforcei para entrar nele! E aqui estou – Ela riu sem graça

- Entendo – Disse o moreno sorrindo.

 

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Sakura chegou a sua casa cansada e faminta, acabou tomando apenas uma garrafinha de chá verde no refeitório da escola. Não conseguiu comer nada, a preocupação lhe incomodava, estava com medo de que aqueles irmãos contassem para alguém, na verdade, não sabia ao certo de os dois sabiam ou se era apenas o moreno cujo ele havia chamado de “Sasuke”.

- Sakura, vamos até o clã, agora! – Shiemi surgiu do nada com vários amuletos mágicos em mãos.

- O que houve?

- Estou sentindo que seremos atacados!

- N-Nani?

- VAMOS RÁPIDO! – Gritou e logo guardou os amuletos em uma bolsa, pulou na água e nadou sendo seguida pro Sakura.

Chegaram a cidade e viram os ataques, conseguiram passar para dentro do campo mágico que envolvia a vila. Todos estavam amedrontados e muitos soldados e sacerdotes tentavam fortalecer a barreira enquanto outros atacavam a vários inimigos, entre eles estava Sasori e Orochimaru.

- Desgraçados! – Sakura xingou eles em voz alta e ambos viram.

- Eu te avisei Sakura! – Disse Sasori

- Nos entreguem a pérola e não acontecerá nada aos Harunos, simples. – Disse Orochimaru.

- Esses filhos da puta, sangue sugas de merda conseguem mesmo respirar embaixo d’água e ainda DEFECAR PELA BOCA? – Sakura berrou as ultimas palavras. Segurou firme se cajado. – Vamos lá, Anfitrite, você me enfiou nessa, agora me ajude! – Pediu em um sussurro e seu cajado começou a brilhar, um desenho pequeno com quatro pontas se formou em sua testa e ela permaneceu com os olhos fechados por alguns segundos, quando os abriu nadou até uma anêmona e pegou uma pérola que estava dentro dela. – HYO, SHIEME, PROTEJAM TODOS!

- SAKURA, A PÉROLA, VOLTE AQUI COM ELA! – Pediu Shiemi aos berros.

- O QUE PENSA QUE ESTA FAZENDO PIRRALHA? – Perguntou Hyo aos berros.

Sakura os ignorou e saiu do campo de força criado por ela mesma.

- Hey, vocês querem isto? – Perguntou ela mostrando a pérola em suas mãos – ENTÃO VENHAM PEGÁ-LA! – Disse e nadou o mais rápido que conseguia.

Sakura movimentou seu cajado e apontou-o para sua frente, o mesmo criou uma imitação de redemoinho que serviu como portal. A rosada não dominava aquela técnica, portanto apenas viaja por um espaço muito curto comparado a capacidade dos portais marinhos que era superior a 10 léguas. Orochimaru e Sasori atravessaram o portal junto a ela e conseguiram a alcançar, seguraram a rosada e a mesma se debateu, por sorte conseguiu se soltar, mas derrubou a pérola, por serem mais rápidos conseguiram pegar a pérola antes dela. Sakura já havia conseguido o que queria; afastar os dois da vila e deixar seu clã seguro, ele já estavam longe o suficiente deles, estavam com a pérola, mas até então, a segurança dos Harunos era mais valiosa. Sakura criou outro portal e conseguiu o fechar assim que atravessou impedindo que os dois passassem.

Ela nadou mais lentamente, estava cansada e seu corpo fraco, pois não havia comido nada e seu esforço físico, mental e mágico estava no limite. Sakura usou o resto de sua magia para transformar o cajado em um colar de pérolas, ela o prendeu no pescoço e continuou o percurso sem saber ao certo para onde estava indo. Estava tão distraída que mal percebeu quando uma rede de pesca ergueu-se de baixo para cima e prendendo.

- Só me faltava essa! – Resmungou e tentou rasgar a rede, porém era inútil, com o restante das forças que tinha começou a nadar para o fundo empurrando a rede para baixo a fim de arrebentá-la do barco.

 

❀

- O que está puxando o bardo? – Perguntou um pescador tentando controlar a rede que era puxada com força para baixo.

- O que ta havendo com o barco?- Fugaku caminhou até a rede e olhou para o mar, não conseguia ver direito, tentou ajudar a puxar a rede mas ela estava presta a rebentar.

- O que ta havendo pai? – Perguntou Sasuke

- Algo ta puxando a rede

- Talvez seja um golfinho e não um peixe! – Disse Itachi.

- Vou ver o que é!

- Não Sasuke! Pode ser um tubarão, idiota! – Disse Fugaku

- Dá em nada!

Sasuke pulou na água e Itachi foi logo atrás. Assim que forçaram a vista para enxergar quase pararam de prender a respiração. A sereia que alguns dias atrás Sasuke havia beijado, estava se debatendo e tentando nadar contra a rede para soltar-se. Itachi não acreditava no que via.

Sakura se debatia mais e quando viu Sasuke se corpo parou de reagir, olhou para trás e viu seu professor, Itachi, que a reconheceu assim que olhou seu rosto. A rede começou a puxar a rosada para cima já que ela havia parado de lutar, a essas circunstancias ela já estava a ponto de se entregar e deixar que todos a vissem. Sasuke tirou um canivete do bolso e cortou as redes que eram grossas, Itachi o ajudou para agilizar o processo, por fim conseguiram soltá-la e ela nadou para fora da rede, olhou para Itachi e depois para Sasuke, segurou na mão dele e começou a nadar puxando-o junto, o Uchiha mais velho por sua vez voltou à superfície.

- E-Era um golfinho... – Disse Itachi enquanto buscava ar para retomar o fôlego

- Cadê seu irmão?

- Nadou até o outro lado da baía...

- Por quê?

- ...

 

❀

Sakura usou o resto de suas forças para puxar o moreno até a superfície. Sasuke estava ofegante e a rosada estava jogada na areia.

- Você vai morrer fora d’água! – Disse ele preocupado e recebeu apenas um aceno negativo com a cabeça.

Aos poucos Sakura foi se transformando em humana, depois de 2 minutos ela já era totalmente humana. Ela sentou-se na areia e se encolheu abraçando as pernas. Sasuke ao perceber que ela fez isso por estar usando apenas um cropped, retirou a camisa de botões preta e colocou nas costas da rosada que não fez cerimônia para vestir rapidamente a roupa, apenas não a abotoou, mas puxou o tecido até cobrir todo o corpo e ficou a segurá-la para não deixar todo o corpo à mostra.

Sasuke ficou a observar ela e percebeu quando lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela. A rosada se sentia fracassada por ter deixado o segredo dos seres marinhos serem revelados, justo ela, que tinha a responsabilidade de protegê-los, cometeu este grave erro. Sentiu quando os braços do rapaz envolveu-a em um abraço e a puxou para si, ela assustou-se com o ato, mas aceitou, se sentia confortável e segura, queria confiar nele. Sasuke segurou a mão da rosada e viu que estava levemente cortada, por tanto que ela esfregou as mãos na rede áspera que foram provocados aqueles cortes.

- Sasuke? – Itachi chamou aproximando se dos dois. O Uchiha mais novo olhou o irmão como se quisesse mandar lhe uma mensagem por telepatia, que de certo modo foi entendida. – Compreendo... Vamos guardar segredo. – Disse em um tom mais baixo.

 

 

Continua...