Capítulo VI - Onegai
- Eu já ouvi mentiras melhores! – Disse sério e puxou o curativo revelando o hematoma e as estranhas cicatrizes. – O que é isso? Ou melhor, dizendo, quem fez isso?
Sakura não sabia o que responder apenas engoliu em seco e mordeu o lábio inferior. “Porque diabos ele está aqui? Tcs, que situação!”- Pensou ela
- Sakura!
- Eu não me lembro de nada... ]
- Quando isso aconteceu?
- Ontem a noite...
- Como?
- Eu estava sozinha em casa, fui atender a porta após escutar batidas nela, depois disso não me lembro de mais nada. Acordei no chão da sala...
- E por que não denunciou?
Sakura abaixou a cabeça sem saber o que responder.
- Tcs... – Resmungou o moreno.
Sakura arrumou uma desculpa qualquer para se “livrar” do Uchiha. Após as aulas voltou para de vagar para casa, mas algo a incomodava desde que saíra da faculdade. Seu celular não parava de emitir sons de notificações, impaciente, parou em uma praça e começou a ler as inúmeras mensagens de um número desconhecido.
“Ora, parece que nossa aventura te trouxe alguns problemas, minha marionete”.
“Querida Marionete, não adianta fugir, você tem a minha marca, será minha para sempre”.
“Cuidado, Hime-sama”.
Sakura tremia ao ler as mensagens, sabia que era Sasori, mas o número estava como desconhecido em seu celular. Guardou o celular e caminhou as pressas para sua casa.
[...]
Os dias se passaram, Ino teve alta e decidiu passar um tempo na casa de Hinata. A loira havia aceitado a criança que estava em seu ventre e a fez repensar sobre sua vida, mas não queria ser mais uma Hime ou guardiã de algum reino mágico. Queria ser uma garota normal e esquecer-se de seu passado. Com este pensamento, a loira foi a cidade acompanhada de Hina.
- Ino-san, por que quer tanto vir para a cidade?
- Quero recomeçar, Hinata... – Disse decidida.
- E como pretende?
- Bom, eu consegui dinheiro para ficar por alguns dias em uma pensão. Neji me emprestou. Correrei atrás de emprego e seguirei minha vida!
Hinata suspirou, nada faria com que a amiga mudasse de ideia, estava decidia a viver sozinha e criar seu filho. Ino havia contado aos Hyuugas, Neji, Hana e Hinata, sobre o pai de seu filho e os fez jurar que não contariam ao rapaz sobre aquela criança.
-Esta é a pensão, Ino... – Disse Hinata ao parar em frente a uma grande casa antiga, mas bem cuidada para a idade.
Ambas adentraram e conversaram com uma senhora que se chamava Chiyo.
- Senhora Chiyo, pretendo pagar adiantado o tempo que ficarei aqui.
- Como quiser meu bem! – Disse a senhora sorrindo e pegando o dinheiro da mão da loira, contou e anotou em um fichário.
- Com o tanto que tem, poderá ficar por 2 meses sem problemas
- Ah sim, obrigada...
- Siga-me, mostrarei seu quarto. – A senhora subiu a escadaria e foi até o final de um corredor, destrancou uma porta e abriu entrando em seguida.
Ino ficou maravilhada, era um cômodo simples, mas belo. Paredes com decoração rústica, os móveis eram todos de madeira, a cama de casal bem arrumada. O quarto possuía um banheiro pequeno, até um pouco apertado de mais, mas a loira não se incomodou. Chiyo logo saiu deixando Hinata e Ino sozinhas ali.
Ino sentou-se na cama e colocou sua mala no chão.
- Qual próximo passo? – Perguntou Hinata
- Arrumar um emprego!
- Tudo bem, boa sorte! B-Bom, vou indo... – Hinata disse corada e a loira sorriu
- Vai ver o delegado não é? – Perguntou maliciosa
Hinata esbarrou em uma cômoda e desnorteada virou-se para a loira
- N-NÃO, quer dizer... E-Eu vou visitá-lo, ele me convidou para ir à delegacia hoje... – Disse sem jeito e corada. – Tchau, Ino, venho mais tarde aqui!
- Tchau! – Despediu-se rindo.
Ino guardou suas coisas na cômoda e no criado mudo ao lado da cama, tentando tirar pensamentos negativos de sua mente.
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Hinata caminhava de vagar pelas ruas agitadas, as vezes levava alguns empurrões da multidão apressada, mas se recompunha e continuava. Parou enfrente a delegacia e mordeu o lábio, entrava ou não? Aquela dúvida junto ao seu nervosismo a deixaram inquieta. Desistindo de adentrar o local quando já virava para voltar para casa foi chamada por alguém que ela reconheceu pela voz.
- Hina-chan! – O loiro a chamou sorridente fazendo com que ela corasse.
- O-Oi – Disse enquanto o encarava encantada.
Trocaram algumas palavras e entraram na delegacia. Naruto resolveu alguns problemas e depois de meia hora desligou o computador e arrumou suas coisas dentro de uma maleta.
- Vem, Hina-chan, quero te levar a um lugar! – Disse ele sorridente e passou o braço em volta dela pousando possessivamente sua mão sobre o ombro da mesma.
Caminharam para fora do prédio e ele a conduziu até um carro, de lá foram até um parque bastante famoso da cidade, ele possuía árvores de cerejeira, um belo campo, um lago com peixes e canteiros de flores ao lado das estradinhas. Sentaram-se em um banco de frente para o lago e começaram a comer alguns doces que compraram no caminho do parque.
- Então, Neji está te deixando livre ultimamente – Disse o loiro mordendo o doce de morango.
- Neji não é meu dono, Naruto-kun! – Afirmou levando até a boca uma latinha de suco e bebendo um pouco do líquido presente ali.
Naruto deu uma risada divertida e olhou para o lago.
- Ele parece mandar em você, por um acaso é irmã mais nova?
- Somos primos! Ele é muito protetor por isso age daquele jeito comigo e com Hana.
- Ele parecia bem ciumento e incomodado com o que houve àquela noite no jardim da delegacia... – Disse Naruto. Era perceptível o seu incômodo ao lembrar-se daquela noite.
Hinata suspirou.
- Por mais que sejamos primos, já tivemos um caso... – Confessou e Naruto a olhou um pouco confuso e voltou a morder seu doce e engolir. – Não há nada entre nós mais... – Disse ao perceber que o loiro estava muito pensativo.
- Ah sim – Disse ele aliviado.
Naruto havia comprado ração de peixe em uma lojinha ali perto. Entregou o pacote para a morena que se levantou sorridente e se aproximou do lago. Abriu o pacote e pegou um pouco com a mão jogando em seguida para os inúmeros peixinhos de diferentes cores. Hinata ficou alimentando-os enquanto admirava a beleza dos mesmos, Naruto por sua vez admirava a morena ao seu lado.
- Hinata! – Chamou-a e assim que ela o encarou levou sua mão até o rosto da mesma, acariciando-a.
Aproximou-se sem cerimônia e tocou os lábios dela com os seus, ficaram assim por alguns segundos até que ele a puxou para mais perto de si e aprofundou o beijo, se separaram por falta de ar.
Hinata acariciou o rosto do loiro o admirando.
- Quer jantar comigo?
A morena corada sorriu e o encarou.
- Sim!
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Sakura treinou naquele dia, nadou por horas na piscina do colégio.
- Saky-chan, foi um ótimo treino! – Disse uma dos treinadores de Sakura.
- Arigatou! – Agradeceu vestindo um roupão e seguindo para o vestuário. Tomou um rápido banho ali e vestiu suas roupas normais. – Até mais! – Disse aos colegas e foi para sua casa. Ao chegar deixou suas coisas sob o sofá e mergulhou na água, seu corpo lentamente se transformou. Visitou alguns amigos e a seus pais, treinou o restante da tarde e depois voltou para sua casa.
- Sakura irei visitar uma amiga fora da cidade, você ficará bem? – Disse Shiemi colocando alguns pertences numa bolsa
- Sim, Obaa-sama
- Voltarei daqui dois dias! Beijos! – Disse ela e acenou saindo da casa e indo até um carro antigo, mas conservado, que estava estacionado enfrente a casa.
- Amiga hein, engana outro Shiemi! – Disse a rosada olhando maliciosamente para Shiemi que se distanciava e por isso não ouviu o que a menina dissera.
Sakura voltou para dentro da casa e tomou um banho demorado, ao sair enrolou-se numa toalha e com outra secou o longo cabelo. Sentou-se na cama e passou um hidratante por todo o corpo, vestiu sua lingerie e depois seu pijama, que se tratava de um vestido curto de cetim rosa com rendas na mesma cor. Escovou o cabelo úmido e depois se jogou na cama, fez algumas lições de casa da faculdade e decidiu pintar suas unhas, pois não tinha o que fazer naquela noite um pouco gelada, mas que ela gostava muito. Entediada foi até a cozinha, abriu a geladeira e pegou várias comidas doces, sentou-se no sofá e começou a comer enquanto assistia a um programa qualquer na TV. Seu celular vibrou e ela se levantou para pegar o mesmo que estava ao lado da televisão. Seu coração gelou e um calafrio percorreu seu corpo.
Número desconhecido: “Está linda está noite, minha pequena, por que não sai um pouco e aproveita está noite fria?”.
- PARE COM ISSO, SASORI!! – Berrou ela olhando em volta da sala, avistou a janela aberta e correu para fechá-la, trancou a mesma e se afastou. Seu celular vibrou novamente e ela for ler a mensagem.
Número desconhecido: “Por que está tão aflita Hime-sama? Não há o que temer. Cadê sua coragem? Tu não se julgas a mais poderosa das sereias? HAHAHA”
Sakura engoliu em seco. Seu coração falhou quando a porta de entrada da casa foi aberta bruscamente pelo vento, esta começou a balançar com a força da natureza. A rosada correu e fechou brutalmente a porta a trancando. O celular vibrou novamente e ela sentiu uma enorme vontade de chorar.
Número desconhecido: “Sakura-chan por que todo este medo? Não lhe farei nenhum mal, minha marionete perfeita!”
Correu para dentro do seu quarto e fechou a janela do mesmo, trancou a porta e se encostou na parede, seu coração batia a mil por hora. O barulho do vento forte a causava calafrios, escutou batidas na porta do seu quarto e sentiu suas forças acabarem. “Como ele entrou aqui?” Perguntou para si mesma. Juntou o restante de suas forças e correu desnorteada para o banheiro se trancando ali, encostou-se a parede fria e deslizou até sentar no chão. Pegou seu celular e procurou nos contatos o número de uma pessoa, suas mãos trêmulas mal conseguiam digitar algo, então decidiu ligar, com apenas um clique a ligação se realizou, porém não foi atendida.
- O-onegai... Sasuke, onegai, vem aqui, estou com medo, onegai, eu não quero ficar sozinha. – Sakura gravava aquele recado na caixa postal do moreno, não continha suas lágrimas e a voz trêmula. Desligou a chamada e colocou a mão no pescoço procurando seu colar. Suspirou tentando-se acalmar ao sentir que ele não estava ali em seu pescoço, mas toda aquela aflição voltou quando viu a maçaneta da porta ser girada lentamente e ser empurrada. Nesta hora a rosada se perguntou por que diabos existiam trancas nas portas se não funcionam quando mais se precisa delas!
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Sasuke estava jantando acompanhado de sua família e por isso não havia escutado seu celular tocar. Foi para o banheiro e tomou um banho rápido, vestiu meias, uma calça de moletom e uma camiseta um pouco folgada e depois pôs uma camiseta branca. Espreguiçou-se e bagunçou seu cabelo, pegou o celular sob a cama e respondeu algumas mensagens, viu as notificações e então colocou para reproduzir os recados na caixa postal. Muitas eram de amigos, algumas garotas que ele não se importava mais, porém a última mandada ha pouco mais de meia hora o intrigou, pois era de Sakura. Ouviu a mensagem e preocupado apressou-se em ir até ela, calçou um tênis, pegou um casaco, a chave de seu carro e por último pegou uma arma e uma katana. Correu para fora da casa ignorando o espanto e a indagação de sua família.
- Sasuke, aonde vai? – Perguntou Itachi preocupado.
- Houve um problema com a Sakura, tenho que resolver, fique atento com seu celular, posso ligar a qualquer momento! – O moreno disse e entrou no carro, ligou e partiu, as marcas de pneu ficaram no chão e o barulho que este produziu na arrancada brusca assustou aos Uchihas dentro e fora da casa.
Sasuke acelerou o máximo que pode, ignorando os sinais de semáforos e placas, para sua sorte a noite naquele lugar era mais calma e não havia guardas de trânsito justamente por esse motivo. O carro derrapou um pouco quando ele freou bruscamente perto a casa de Sakura e saiu do veículo não esquecendo de pegar suas armas.
Segurou firme sua arma enquanto deixou a katana presa a um suporte atrás de suas costas, ele não se desfazia daquela arma branca, pois tinha ganhado de seu avô quando era criança, arma cujo já o havia tirado de grandes situações em falta de uma pistola. Correu e parou quando viu um casal, cuja menina lhe era familiar, perto da água.
- Até que ele foi rápido! – Disse o ruivo enquanto acariciava o cabelo de Sakura que estava parada ao seu lado sem reação ou expressão.
- O que está havendo aqui? – Perguntou Sasuke apontado a arma para Sasori. A luz do poste e a lua deixavam o local muito bem iluminado e o moreno podia ver claramente a expressão sarcástica e maliciosa do rapaz sobre a rosada.
- Bom, já que está aqui, tornará tudo mais divertido! Mate-o Sakura! – Ordenou Sasori e a rosada no mesmo instante se virou para Sasuke e deu alguns passos para perto dele.
Sasuke podia ver que a menina estava fora de si e não possuía nenhuma expressão em seu rosto. Uma aura esverdeada rodeou as mãos da rosada que rapidamente correu em direção ao Uchiha, desferindo socos e chutes que era bloqueados com facilidade, porém os golpes que ela acertava eram anormalmente fortes e fazia com que ele fosse empurrado para trás com força. Sakura e Sasuke lutavam corpo a corpo alternando os estilos de artes marciais, o moreno por sua vez não a golpeava, apenas se defendia. Cansado daquela “palhaçada” ele segurou firmemente os pulsos da garota e a olhou nos olhos.
- CHEGA, SAKURA! – Gritou a encarando sério. Os olhos de Sasuke possuíam agora uma tonalidade vermelha com um símbolo dentro de sua ires.
Sakura piscou forte algumas vezes e seu corpo despencou sem forças e ele a segurou antes que esta se chocasse contra o chão. Ela levantou o olhar para encarar Sasuke e se lembrou de quando havia ligado para ele, mal pode acreditar que o mesmo havia lhe atendido. Sasuke desembainhou sua kanata e a segura firme, esta começou a emitir eletricidade como se raios passassem pela lâmina. A rosada havia saído de sua hipnose e Sasori arregalou os olhos sem acreditar no que aconteceu, sorriu de canto em seguida encarando o Uchiha
- Meu chefe ficará contente em saber disto! – Disse ele sorrindo de canto e logo sumiu da visão dos dois.
Sasuke guardou a katana e a arma e encarou Sakura.
- V-Você veio... – Disse ela o olhando. – Mas como? – Perguntou olhando os olhos do moreno com aquela coloração estranha para um... Humano.
- Esqueça isso... – Disse ele e a puxou, abraçando-a apertado.
Ambos caminharam para dentro da casa depois de terem ficaram longos minutos abraçados. Sasuke a encarou e seus olhos percorriam o corpo da garota, procurando por qualquer hematoma semelhante àqueles de antes. Viu apenas um no pescoço, o que o deixou com raiva. O moreno se surpreendeu quando a rosada o abraçou de repente chorando.
- Eu estou aqui, Sakura... Eu estou aqui! – Disse tentando a confortar.
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