Era uma vez uma cadeira, que se chamava Fernanda. Fernanda queria muito ser uma cadeirinha de balanço, por conta de viver num lugar agradável e frequentado diariamente por idosos. Ela queria ser confortável para que as doces velhinhas sentassem o bumbum enrugado nela.
- Porque meu pai não me fez assim? - Perguntou a cadeirinha entristecida
Ela sabia que todos os idosos iam embora rapidamente, porem ela queria fazer todos eles felizes antes que voltassem de onde vieram. Um dia, ela se deparou com uma coisa estranha, que não era comum ali. Uma criança.
- An? Será a neta de alguém? - Perguntou a uma almofada qualquer
- Deve ser, mas isso não importa já qu...- Falou a almofada qualquer, interrompida por uma outra criança que acabara de sentar nela
Fernanda viu aquilo e ficou completamente confusa. "Será que todos tomaram um gole da fonte da juventude?", "Será que tomei meus remédios hoje?", "Um velhinho de estomago ruim fez diarreia em mim, sem querer?", "Ataque terrorista?", "Vandalismo?". Essas e mais outras perguntas rondaram a mente de Fernanda.
- O que está acontec- Interrompida, a cadeirinha ficou sem ar ao sentir alguém se sentado nela - Ei! O que você está fazendo??!
- O que? - Respondeu a criancinha que acabara de sentar em Fernanda - Quem falou comigo?
- Eu mesma! - Falou a cadeirinha derrubando a criança no chão
- Quem fez isso? Essa casa é mal assombrada? - A menininha se afastou com medo, segurando seu ursinho
- Obvio que não né! Peste - Respondeu ferozmente a cadeira
- C-c-cadeiras falam???!!!
- Obvio que sim - Falou a cadeirinha
- De onde tirou esse obvio?... - Perguntou a menina confusa
- Desde que me entendo por gente... Quer dizer, por cadeira - Respondeu Fernanda, confusa - Vá embora com seus amigos! Você está espantando os velhinhos
- Primeiro: Os velhinhos gostam da gente, porque nós animamos este local. Segundo: Eu não tenho amigos e Terceiro: PORQUE DIABOS EU ESTOU DISCUTINDO COM UMA CADEIRA???
- Serio isso? Você não tem amigos? Nem no MadeiroBook?
- Madeiro o que?...
- Menina, você tem quantos anos?
- 14...
- Desatualizada. - A cadeira se vira
Nesse momento algo dentro do coração de Fernanda cresce como a arvore que antigamente a mesma era. "Caramba ela não tem amigos.... Talvez eu deva ser amiga dela, também não sou boa em me enturmar", pensou.
- Se você me prometer vir todos os dias aqui talvez poderíamos ser amigas? - Perguntou a cadeirinha
- Jura??!
- Ahaaaaaaaaam - Sorriu, Fernanda
-----------------------------------------------------Muito tempo depois-------------------------------------------------------------
- Faz bastante tempo que crianças não veem aqui não é? - Perguntou a velhinha que ja não era mas aquela criança
- Verdade... - Concordou Fernanda com os braços abraçando a velhinha.
- Então... Acho que vou indo... Amanhã terá mais e mais crianças... - A velhinha fechou os olhos
- Amelia??? Amelia?!!! Amelia! - Chamou a cadeira sem parar
Infelizmente... Essa doce velhinha... Não espera.
- Já falei pra vocês duas deixarem eu dormir!!! Desgraça, nem uma velhinha tem direito a dormir?? Olha que eu espanco vocês com abengala viu? - Reclamou a velhinha
- Vocês? - perguntou a cadeira
- É. Você e o narrador - A velhinha deu um leve sorriso, que depois de um tempo saiu de sua boca, pois ela estava usando dentadura
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Moral da historia: Cadeiras são imortais, mas amizades são mais ainda.
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