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História Hoje a noite não tem luar - A Escuridão Não Pode Expulsar A Escuridão... Só A Luz pode


Escrita por: MarceladoValke

Notas do Autor


A história da minha vida.

Capítulo 1 - A Escuridão Não Pode Expulsar A Escuridão... Só A Luz pode


Fanfic / Fanfiction Hoje a noite não tem luar - A Escuridão Não Pode Expulsar A Escuridão... Só A Luz pode

Em meio à ilusão de achar que era feliz, que estava me transformando, conheci um garoto, na verdade, O garoto. Pensava que por não ter gostado tanto assim de caras que me relacionei no passado, não poderia gostar de mais ninguém. Porém, em um domingo a noite, descobri que eu , poderia sim, me apaixonar.

Ele estava triste, sozinho e depressivo, acabara de terminar um relacionamento e me chamou no Facebook. Me assustei, pois não o conhecia e quase ninguém me chamava, mas mesmo assim, resolvi ser gentil. Conversamos sobre basicamente tudo, ele me contou o trágico motivo de seu término(traição), e disse que, mesmo tendo passado por essa situação, ele ainda a amava. Vi que Gabriel, este é o nome dele, estava cego de amor por Débora, a ex. No final da conversa ele me pediu o WhatsApp, passei, e fui dormir.

Ao acordar, vi que o primeiro pensamento que me veio a mente, era se Gabriel me enviou alguma mensagem. Fui checar e ele realmente me enviou. Porém, ele perguntou se eu tinha algo contra Maconha, coisa que achei estranha e deduzi logo de cara que ele, possivelmente, usava. Para não ser grossa, contei que não era a favor e nem contra, cada um faz o que quer da vida. E no final fiz questão de perguntar se ele também usava, ele disse que não. Isso me acalmou. Nesse dia conversamos pouco. Eu estudo de manhã o terceiro ano do ensino médio e, de noite, faço curso de hospedagem. Ele estuda o médio de manhã e a tarde faz curso técnico de informática.

Ao decorrer das curtas conversas que tivemos ao dia, descobri que ele mora no mesmo bairro que o meu. Isso fez com que a aproximação aumentasse, literalmente. Então, já que havia um feriado na quinta feira, resolvi o convidar para dar uma caminhada, fiz isso para o conhecer e também o ajudar contra a depressão.

Chegou quinta feira, não conseguia dormir direito, estava aflita por causa da ansiedade e também pelo fato de não saber o que fazer. Estava a meses sem me envolver com um cara. Resolvi então levantar da cama às 9:00 e fazer coisas de mulher, como por exemplo, arrumar o cabelo, fazer a sobrancelha, hidratar a pele, depilar a perna, coisas que eu não fazia a tempos, um total desleixo. Para que quando chegasse às 18:00, estivesse apresentável para o "encontro", o que era apenas uma caminhada. Ao chegar 16:00 horas, não aguentava mais, as borboletas no meu estômago não paravam de voar, então resolvi perguntar se poderíamos caminhar mais cedo com a desculpa de que poderia começar a chover. "Pedido negado", Gabriel estava na casa de sua mãe e ainda disse que iria se atrasar. Agi educadamente e disse que tudo bem, não havia problemas. Esperei... Até que ele me chamou e disse que me encontrava 19:00, e nisso estava faltando 15 minutos. Troquei de roupa bem rápido e cortei caminho até o parque ecológico.

Chegando lá, o vi sentado olhando para baixo. Cheguei mais perto e percebi que a mesma excitação que eu andava sentindo, não era recíproca. Mas não deixei isso me abalar, continuei conversando e sendo gentil. Ele falou mais que eu, contou sobre sua vida, sobre o que gostava de fazer, um pouco sobre sua depressão, seu antigo relacionamento, seus medos, fizemos piada um com o outro, e no final, falei um pouco sobre mim também. Já estava dando 21:00 e eu precisava voltar para casa, mas a conversa estava tão leve e boa, que eu não queria ir embora, ele também estava gostando bastante, pois fez durar uma caminhada por mais de 2 horas.

Gabriel me levou até o portão do meu condomínio, me deu um abraço, e se despediu. Quando virei as costas, ele gritou "foi um prazer", entrei e me senti a pessoa mais apaixonada do mundo.

Entrei no meu quarto e fiquei esperando notícias dele, estava ansiosa para saber o que ele achou. De repente, chega uma mensagem e meu coração dispara quando vejo que é dele.

"Cheguei, obrigado pela caminhada, não sabia que era tão bom caminhar".

Me senti tão feliz em ajudar ele e ao mesmo tempo ter a esperança de que estava o conquistando também... Conversamos mais um pouco e fui deitar.

Sexta feira, passei o dia todo esperando alguma notícia, alguma conversa atoa... Resolvi então perguntar se ele estava disponível para caminhar novamente, o que foi um erro. Gabriel apenas disse "hoje tenho compromisso de noite, mas depois marcamos outra caminhada".

Então isso excluiu minhas expectativas de sexta feira, eu iria ficar em casa atoa e sozinha mesmo.

Sábado foi um dia mais alegre, passamos a tarde inteira conversando e trocando músicas até que ele me chamou para caminhar. De começo eu havia dito que não, estava cuidando do meu priminho e não poderia sair até que a mãe dele chegasse, mas claro que não perderia a oportunidade de me encontrar com ele, pedi a minha mãe que olhasse o bebê e fui caminhar. Dessa vez nos encontramos 20:00, e a conversa foi ainda mais leve e descontraída, pude perceber que tanto ele quanto eu, estávamos bem mais a vontade. As vezes eu encostava meu braço no dele, olhava nos seus olhos, tentava brincar um pouco também. E ele ficava um pouco tímido... Mas é claro que eu não poderia o agarrar, a chance de que ele ficasse assustado era enorme e eu sou muito tímida para isso, o que ele pensaria de mim?

Já era quase 23:00 e eu precisava estar em casa, descemos e ele me deixa novamente no portão. E ele comentou que poderíamos sair algum dia para beber, o que eu com certeza faria, não pelo fato de beber, mas pelo fato dele me chamar para sair.
Dessa vez eu pergunto o porquê dele querer ainda voltar com a ex. Ele responde: "acho que não seria capaz de conquistar outra pessoa, não vejo qualidades em mim". Isso partiu meu coração, mas ao mesmo tempo me deu vontade de dizer que ele havia me conquistado profundamente, que eu gostaria de curar todas essas dores que ele sentia, que o que eu mais queria era o beijar naquele momento. Porém, apenas lhe disse que ele tinha sim capacidade de conquistar outras pessoas, e que era um rapaz muito legal, só deveria ter mais autoestima. Por um momento achei ter visto um pouco de esperança em seu olhar. Ele me deu um abraço e foi embora.

Domingo era a prova do Enem, não estava tão ansiosa pois não havia escolhido ainda minha área de atuação, mas estava feliz em ter encontrado Gabriel. Passamos a manhã conversando, ele puxava muito mais assunto do que eu, o que achei estranho. Fui fazer a prova e, enquanto resolvia as questões, não conseguia parar de pensar nele. Pensava se ele estava achando difícil, se reparou naquela questão que falava sobre índios, o que eu havia comentado que provavelmente iria cair sobre. Será que ele também pensava em mim? Não, não... Ele não estava apaixonado, apenas eu estava.

Terminei a prova, saí, cheguei em casa doida para saber se tinha alguma mensagem dele. Mas percebi que ele não havia chegado ainda. Apenas mandei: "o que achou da prova?", para que quando ele chegasse, me respondesse...

Gabriel chegou e não puxou muito assunto, resolvi então não incomodar, fui fazer minhas tarefas e dormir.

Na segunda feira nada aconteceu, trocamos poucas palavras e eu não conseguia tirar Gabriel dos meus pensamentos, procurava ouvir o máximo de músicas românticas, pois gostava da sensação que

a paixão causa no cérebro.

Chegou terça feira e eu senti uma vontade absurda de querer encontrar com ele, porém, nem ele e nem eu tínhamos tempo. Fui pegar o ônibus para ir ao curso às 18:00, e só chegou 19:00. Uma das coisas que menos gosto é o fato de chegar atrasada nos lugares, tenho fobia. Entrei no ônibus, mas, chegando perto de onde Gabriel morava/mora, apenas dei sinal e desci sem saber o que estava fazendo. Tentava conectar à alguma rede wi fi, não havia nenhuma aberta. Até que tive a ideia de subir para o shopping que ficava próximo. Chegando lá, sentei na praça de alimentação e conectei a rede do shopping, percebi que ele havia acabado de me enviar mensagem perguntado se senti a falta dele e por que desliguei o wi fi", me senti importante. Mas o que ele não sabia é que eu queria muito o encontrar, faria qualquer coisa. Então inventei uma história que o ônibus havia sido assaltado e eu consegui descer a tempo. Pesou muito a minha consciência, porém, eu já não aguentava mais ficar longe dele. Pedi a ele que fosse comigo até em casa pois estava com medo, mas ele me contou que havia que terminar um trabalho, mas que se eu precisasse muito, ele me encontrava. Mas eu não podia o prejudicar com uma mentira, já bastava, aparentemente, fazer ele se preocupar, não poderia deixar que ele perdesse algo importante por um capricho meu. Disse a ele que estava tudo bem, e que em 10 minutos chegava em casa. Fui correndo, com uma vontade enorme de chorar, não teria chance de sentir sua presença tão cedo...

Quarta feira não houve muitos assuntos , fiquei o dia todo fora trabalhando de tarde. Faço alguns estágios picados no curso e isso impede que eu tenha horas livres alguns dias do mês.

Quinta feira foi a mesma coisa, mas ao contrário de quarta, ele não me chamou. Nisso foi caindo a ficha de que eu iria me decepcionar.

Sexta feira também não houveram notícias, 18:00 tive a péssima ideia de perguntar se ele teria alguma festinha para ir, ele respondeu apenas 23:00 dizendo que tinha saído com uma amiga e o namorado dela.

Acordei nesse sábado, hoje, com um aperto. Percebi que antes de o conhecer, estava aprendendo a me conhecer, a gostar de mim mesma, minha autoestima estava alta, eu conseguia me olhar no espelho e sorrir, não precisava da aprovação de ninguém, estava fazendo novas amizades, sabendo me sentir bem com minha própria companhia... Porém, assim que o conheci, parece que meus pensamentos giram em torno dele, minhas vontades só incluem a vontade de vê - lo... Mas acho que isso já não é mais possível, não tenho mais forças para passar pela humilhação de ganhar um não, de ser ignorada pela pessoa na qual você mais gostaria de estar. Quero sentir novamente a vontade de ser apenas minha. Mas a única vontade que sinto é de ser dele. Gabriel destruiu minha autoestima, meu desejo próprio.. E, agora, só tenho o desejo de ter ele. Não sei o que será daqui para frente, só sei que não vou o chamar novamente. Tenho que tentar reaprender a viver apenas comigo. Se um dia, Gabriel... Você ler essa história, ou eu tiver coragem (o que seria impossível) de te mandar, saiba que eu teria feito de tudo para te conquistar, mas você não deu a oportunidade para si mesmo de ser feliz e nem a oportunidade para que, talvez, eu também fosse feliz...

Ainda sábado às 17:00, sobre eu ter dito anteriormente que talvez não poderia ver ele novamente: Estava enganada. Gabriel me chamou e conversamos sobre o filme clube da luta. Como sempre, não consegui resistir aos encantos que ele causa em mim. Além dele ter me chamado, elogiou uma foto que coloquei de perfil justamente para ver se causava algum impacto, e olha que eu nem estava tão segura disso. Um dos pontos positivos foi o fato dele ter sido a primeira pessoa a comentar e ter sido bem rápido, será que estava me observando? Talvez tenha sido apenas coincidência. Ao decorrer da conversa ele me mostrou um texto bastante nojento sobre cenouras e intestino grosso, o que me deixa enjoada só de pensar. Mas isso não vem ao caso, o importante é que, enquanto conversávamos ele me chamou para caminhar, não foi um dos melhores convites já feitos, mas valeu. Ele disse apenas "se caso eu me animar mais tarde, você topa caminhar também"? Mas já vale como uma chance de eu conquistar esse garoto! Será que eu devo tentar o beijar ou apenas continuar nessa onda de friendzone? E o que devo vestir? Bom, não quero ir com roupa de academia novamente, quero que ele repare no meu sorriso, no olhar apaixonado que eu faço quando o observo, no modo como meu coração dispara quando ele me toca sem perceber... As vezes só queria não tomar tanto cuidado, talvez as coisas se tornariam mais fáceis. Agora é só esperar ele retomar o convite.

Já pensou nos caminhos que te levam para determinadas situações? Talvez, se Débora nunca tivesse traído Gabriel, eu não estivesse apaixonada e depressiva neste momento. Eles poderiam estar no mundo deles e eu sozinha e feliz no meu. Porém, as coisas acontecem por alguma razão.

Bem, quando eu havia dito que não conhecia o Gabriel, uma parte disso é mentira. Há dois anos atrás, eu trabalhava perto de onde ele estuda, e as vezes o via lá. Existe uma página no Facebook que é possível que você mande mensagens "anônimas" para o crush que você vê em determinado local. E, desde a primeira vez que eu vi o Gabriel, já senti uma pequena atração, mas foi algo apenas visual. Daí mandei uma mensagem bem idiota para tal página, mas nem me lembrava disso, e quando ele me chamou, logo suspeitei que havia sido por causa da mensagem de dois anos atrás. E foi mais ou menos. Os amigos dele são administradores da página e haviam falado para o Gabriel me chamar, porém, ele não sabia o porquê até eu mencionar. Acabei contando que ele havia sido meu crush no passado, mas não entramos muito nesse assunto. O fato dele descobrir quem eram os administradores se tornou bem mais interessante no ponto de vista dele. O que acabei achando bom, assim a minha vergonha diminuiu um pouco.

Onde eu queria chegar com essa história? Justamente no fato de que toda ação que praticamos, acaba interferindo em algo, seja no agora ou no futuro. Talvez, se eu não tivesse visto o Gabriel há dois anos atrás, não estaria nessa situação que estou hoje.

Ainda esperando e já são 19:00. Vejo que há poucas chances do dia terminar bem.

"Eu me sinto paralisada
Quando a lua reflete seu sorriso
Mantenha a chama viva
Dentro de meu coração"

19:35, confirmado mais uma vez o quão idiota sou. Pois é, infelizmente, dito e feito. O dia não terminará bem. Ele disse que terá que ficar em casa pois já saiu ontem. Não há reciprocidade nesta relação, se é que posso chamar assim. E com isso aprendi que nunca devemos esperar nada de ninguém, apenas o pior. Pode até ser egoísmo meu, mas, se ele tivesse pelo menos um mínimo de consideração por mim, não teria me chamado e desfeito o convite. Ou será que ele pensa que não me importo tanto assim? Acho que nunca saberá... Espero que um dia eu consiga esquecê-lo.

"O amor era um jogo tão fácil de se jogar
Agora preciso de um lugar para me esconder"

Meus amigos pediram que eu mostrasse essa história para ele. Não acho que seja uma boa ideia, ele vai descobrir o quão estranha sou. E o pouco de esperança que tenho dentro de mim vai se desmanchar... Não posso, ele poderia ficar com pena, poderia rir da minha cara, ou até mesmo me ignorar. Não sei o que seria pior... Acho que as vezes passo dos limites. Sei que ele ainda ama sua ex, não seria ético da minha parte forçar ele a esquecê-la... O que eu teria a perder?

- A amizade dele

- A esperança de um dia ficar ao seu lado

- Minha dignidade

- Meu sono

Yara, minha amiga, uma vez havia dito que eu levo as coisas a sério demais. Ela estava certa, eu sou super detalhista, crítica, perfeccionista, rígida... Talvez tenha sido isso que fez com que eu me apaixonasse tanto. Só nos apaixonamos quando nos importamos demais com algo. E, na primeira oportunidade de achar alguém interessante, criei toda essa situação dentro da minha cabeça. Claro que já me apaixonei anteriormente, porém, achava que já não era possível novamente.

"Jovem de coração e se torna tão difícil esperar
Quando ninguém que eu conheço parece poder me ajudar agora
Velho de coração, mas eu não devo hesitar
Se eu quiser encontrar minha própria saída"...

Então vai ser assim, vou mandar essa história, não posso fingir ser quem eu não sou. Já basta ter mentido uma vez. Espero que ele entenda. E, bem, se precisar desabafar, ainda estarei aqui como uma amiga... Acho que é isso! 



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