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História HOME - larry stylinson - 003


Escrita por: vangoth

Notas do Autor


Cá está o 3/3.
Tcharan.

Capítulo 3 - 003


DOMINGO, 00:21

 

    Louis esteve encarando o teto de seu quarto desde que deitou na cama. O aparelho de som toca num volume baixo alguma música que foi esquecida nos anos noventa, e o garoto balança os pés no ritmo da batida. Está relativamente frio, mas ele simplesmente deitou-se sobre o cobertor e ficou ali.

    Não consegue pensar em palavras, mas as imagens de seus lábios nos de Harry dançam em sua mente desde o momento em que o beijou — ele nem sequer prestou atenção no resto do filme. Ele quer falar, mas não sabe exatamente o quê. Seu coração bate aos trancos e é impossível não questionar se aquilo realmente significou tanto quanto pareceu.

    Tomado por curiosidade e culpa, Louis levanta-se e passa pela porta, indo em direção ao quarto de Harry.

    Chegando lá, encontra a porta aberta. Esticando o pescoço, Louis vê o amigo de pernas cruzadas na cama, os óculos pendendo na ponta do nariz e um travesseiro no colo, servindo de apoio para o livro que lê com as sobrancelhas franzidas.

    — Hã… Harry?

    Surpreso, o maior vira-se para o outro.

    — Olá.

    — Eu posso… — Louis hesita, mas mentalmente bate na própria cara. — Posso falar com você um pouquinho?

    Por um momento, tudo o que se ouve é o silêncio, mas então Harry sorri e assente.

    — É claro.

    O dos olhos azuis caminha até a cama do outro, sentando-se na beirada do colchão macio. Ele fita o chão e, quando finalmente olha para o amigo, encontra este esfregando os olhos e deixando o livro e os óculos na mesa de cabeceira.

    — Harry, eu só queria me desculpar. De verdade.

    Louis entrelaça os dedos e tenta concentrar-se neles, rezando para que sua voz não falhe.

    Harry apenas o encara, com semblante calmo, esperando que continue — e ele o faz:

    — Você tinha trabalhos para fazer, provas para estudar, e ainda assim gastou seu tempo comigo, lendo e relendo as falas dos outros atores, criando cenas, me ajudando a ensaiar e me ouvindo reclamar de tudo — ele enche os pulmões, a respiração trêmula, e sente o olhar do outro sobre si. — Me desculpa por te fazer… ouvir todos os meus dramas e todas as merdas que eu falo. Eu prometo, de verdade, que vou guardar as coisas pra mim mesmo, o máximo que eu puder.

    — Louis, está tudo bem.

    — Não, não está! — Louis exclama, esfregando o rosto na tentativa de conter as lágrimas que ameaçam escorrer. — Eu queria que estivesse, sabe? Mas está tudo virado de cabeça para baixo.

    Sua garganta dói pela pressão, mas ele não se entrega. Ao que ergue o rosto, as lágrimas escapam-lhe dos olhos involuntariamente, molhando suas bochechas.

    Harry continua em silêncio.

    — Hoje foi um dia confuso, eu nem sei o que aconteceu direito — o menor diz. — Eu esperava tanto, você sabe disso. E-eu queria tanto, tanto que desse tudo certo, Harry, mas no momento em que eu senti o calor daquele holofote, eu congelei. Aquilo podia ser o meu futuro, porra, e eu estraguei tudo. Quando vou ter outra chance como aquela? Provavelmente nunca. Nunca mais.

    Tombando a cabeça para o lado, o dos olhos verdes aperta os lábios um contra o outro, e as covinhas aparecem brevemente no rosto.

    — Me desculpa — Louis repete, os olhos avermelhados e marejados. — Estou fazendo de novo, né? Ocupando seu tempo com meus dramas desnecessários. Que merda, Harry, me desculpa.

    Eles ficam quietos por um longo momento, e cada palavra não dita por Harry é um nó a mais no estômago do outro. Louis olha para o chão, e Harry apenas fita-o com uma expressão indecifrável.

    No silêncio desconfortável, o menor balança os pés ansiosamente, pressionando a palmas das mãos com os polegares. Tomando coragem, diz, num fio de voz:

    — E, sobre o beijo…

    Ouvindo isso, o dos olhos verdes prende a respiração.

    — Louis, eu… — Harry dá de ombros, as sobrancelhas erguidas.

    Louis fecha os olhos.

    — Desculpa, Harry, de verdade. Me perdoa. Eu estou… estou confuso e… sei lá — ele esfrega o rosto e encara o amigo. Percebendo que este encara-o também, sente vergonha, dor e arrependimento borbulhando dentro de si. Desta forma, levanta-se e expira. — Vou te deixar sozinho. Desculpa.

    Louis vira de costas para o outro, sentindo-se o menor dos seres. Segurando-se para não desabar na frente de Harry, anda lentamente em direção à porta. Espera que Harry fale, mas chacoalha a cabeça, dizendo a si mesmo o quanto é idiota.

    Porém, para quando ouve a voz do outro, que fala baixo.

    — Lembra de quando estávamos nos fundos do teatro, algumas horas atrás?

    Com o cenho franzido, o menor vira-se.

    Confuso, ele assente com a cabeça.

    Harry continua:

    — Tanto lá quanto agora, você se desculpou por me fazer te ouvir ensaiando.

    — E eu-

    — Deixa eu terminar. Por favor? — sua voz falha, e Louis olha-o com atenção. — Eu… ugh, Louis, eu nem… — ele passa as mãos no rosto, suspirando. — Eu nem sei como começar a te dizer o quão errado você está a respeito disso.

    O dos olhos azuis sente vontade de chorar novamente.

    — Eu sei, eu sei que estava errado.

    — Não! O que quero dizer é que você está errado por se desculpar.

    Confuso, Louis tomba a cabeça para o lado. Ele volta a sentar-se na cama, avançando em passos relutantes. Os lábios do outro curvam-se suavemente ao que ele diz:

    — É que… Lou, te ouvir é a melhor coisa que existe.

    Ao que diz isso, Harry sente a tensão de anos deixar-lhe os ombros.

    O dos olhos azuis morde o lábio inferior, pensativo, as sobrancelhas unidas, e tem o rosto virado para o lençol cor de creme. Com frio na barriga, Harry senta sobre os joelhos, pondo os cabelos atrás das orelhas.

    — Sabe, é incrível ver a paixão que você tem pelo que faz — diz ao amigo, e o sorriso cresce. — A forma como você capta a essência da personagem, e a emoção ao proferir as palavras, é simplesmente fascinante.

    Louis ergue os olhos.

    — Eu não… não sei o que dizer.

    Harry finalmente sorri e, mesmo que tímido, sente-se mais confiante do que já se sentiu em toda sua vida.

    — Você não tem ideia do quão bom você é, sabe? — ele fala, a voz rouca e sincera. — E eu queria que tivesse. Ouvir seus ensaios, ouvi-lo reclamar de qualquer merda, Louis, não importa, porque tê-lo ao meu lado é… é indescritível. Você me faz bem.

    Lentamente, Harry vai em direção ao outro, acomodando-se mais perto dele. Delicadamente, ele ergue a mão e corre o polegar pela bochecha de Louis, sentindo a pele ainda úmida pelas lágrimas de minutos atrás.

    Louis limpa a garganta, soltando o ar e sentindo seu coração batendo tão forte que pode imaginar as costelas quebrando-se em pedacinhos. Olhando nos olhos do outro, ele inclina-se para frente, enterrando o rosto na curva de seu pescoço e inalando seu cheiro. Harry envolve-o com os braços, apertando-o forte contra seu peito, pressionando as pontas dos dedos em suas costas.

    Minutos depois, Louis afasta-se, ficando a poucos centímetros de distância do outro.

    — Louis, você… — Harry dá uma pausa para medir suas palavras, mas sabe que neste momento deve ser completamente honesto. — Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

    Afastando a franja dos olhos do outro, o maior encosta o nariz em sua bochecha carinhosamente.

    — Eu acho que gosto demais de você, Harry.

    Este ri terno.

    — Eu tenho gostado demais de você desde que pus os olhos nos seus.

Louis tenta manter-se calmo, mas é impossível tentar disfarçar a euforia que sente por dentro.

    — Clichê.

    Harry arqueia as sobrancelhas numa expressão ofendida, brincalhão, mas logo dá de ombros.

    — Se é assim que você chama.

    Louis volta a deitar a cabeça no ombro do outro, mergulhando na paz que sente. Com as mãos na cintura de Harry, ele respira fundo.

    O dos olhos verdes brinca com seus cabelos, e é como se aquele momento fosse uma eternidade. Louis não diz mais nada, mas, ali, no cheiro do outro, sentindo seu cafuné atrás do pescoço, sente-se completo.

    Pela primeira vez em muito tempo, não deseja ser ninguém além de si mesmo.

 


Notas Finais


O QUE ACHOU? DKJHSKJDAHSD QUE BSTA NE


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