História House of Night (Dramione) - No dia seguinte...

Hermione saiu apressada do estabelecimento. Seu estômago revirava de nervoso, não podia acreditar que realmente tivera coragem para subir naquele palco. Guardando o dinheiro apressadamente na carteira, correu até o ponto de ônibus onde um já a esperava.

Chegou à entrada de seu prédio meia hora depois, os nervos ainda aflorados e a preocupação estampada no rosto. Subiu as escadas até o último andar e encaixou a chave na fechadura, abrindo a porta com um rangido alto. Largou a bolsa em cima do sofá e foi até o segundo quarto da casa. Abriu a porta lentamente com medo de acordar quem dormia profundamente ali dentro. Em meio à parcial escuridão do quarto, Hermione pôde ver os fios castanhos e longos de Rose e na cama ao lado da menina, os cabelos rebeldes e ruivos de Hugo. Sorriu tranquila para os seus filhos que nem haviam notado sua ausência.

Entrou em seu quarto, o maior da casa, fechou as cortinas vermelhas, tirou os sapatos e o sobretudo e se jogou na cama, observando a lâmpada no teto. Ela não podia acreditar no quanto a sua vida havia mudado até então e suspirou. Sua mente vagava e de repente voltou para o local onde estava há uma hora atrás. De certa forma havia gostado da sensação de poder que tivera no palco, mas se sentia culpada por estar fazendo esse tipo de coisa. Então ela se lembrou do homem loiro e do quanto ele era incrivelmente lindo, e claro, do olhar que ele tinha direcionado a ela enquanto dançava. Sorriu triste pois sabia que nunca mais iria encontrá-lo, até porque prometera a si mesma que não iria voltar naquele lugar. Saiu de seus devaneios quando ouviu batidas suaves na porta.

– Entra. - Murmurou e viu cabelos da cor dos seus entrarem em seu campo de visão.

– Ainda acordada, mamãe? - A menina perguntou se direcionando à cama de casal.

– Não consegui dormir ainda, Rose, e você? O que faz acordada? - Hermione perguntou chamando-a para sentar ao lado dela na cama.

– Tive um sonho ruim. - Disse Rose tristemente se agarrando aos braços de Hermione.

– Foi só um sonho, meu amor, já passou. - Ela disse abraçando a filha em seguida. - Durma, ainda é madrugada e amanhã você tem escola. - Rose assentiu e se aconchegou ainda mais nos braços dela adormecendo rapidamente.

Hermione, cansada, logo adormeceu também, sendo acordada horas depois pelos pulos de Hugo, seu filho mais novo.

– Hugo! Para com isso! - Dizia Rose rindo sentada no colchão. - Vai acordar a mamãe!

– Essa é a intenção, lerda! - Mandou lingua para Rose que só fazia rir. - Mamãe? Está na hora de acordar! - Hermione pulou ao ouvir os gritos do garoto e olhou para ele raivosa depois de entender o que estava acontecendo.

– Isso lá é jeito de acordar alguém? - Hermione perguntou fingindo estar brava. - Já disse para não pular na cama, Hugo!

– Eu disse para ele mãe, mas ele me ignorou, como sempre. - Rose disse, fazendo careta para o irmão. Ela sempre fora a mais responsável dos dois e todos diziam que ela havia puxado Hermione, enquanto Hugo só queria saber de bagunçar, como o pai.

– Vão logo tomar banho para ir pra escola, vou preparar o café da manhã! - Disse levantando e colocando os dois para fora do quarto que ainda discutiam sobre alguma coisa.

Hermione tomou um banho rápido, colocou uma calça jeans qualquer, uma blusa de mangas compridas e seu sobretudo favorito e foi para a cozinha. Passou pela porta do quarto das crianças e pôde ouvir Rose mandando Hugo sair do banheiro logo senão iriam se atrasar. Riu para a cena. Todo dia era a mesma coisa.

Alguns minutos depois Hermione servia o café da manhã. Ovos e torrada, o preferido dos três. Hermione era uma cozinheira de mão cheia, isso ninguém tinha dúvidas, e adorava cozinhar.

– Comam logo, olha só a hora! Vamos ter que correr até a escola! - Ela disse exasperada enfiando uma última fatia de torrada na boca e levantando correndo.

Os três saíram do prédio às pressas, Hermione olhava o relógio constantemente contando quanto tempo faltava para estarem atrasados enquanto eles paravam no ponto de ônibus. Logo o ônibus veio e eles entraram rapidamente. Hermione abriu a carteira e avistou o dinheiro que havia recebido ontem à noite, fazendo as memórias logo voltarem à sua mente.

– Mãe! Já estamos cinco minutos atrasados. - Hugo disse rindo como se tivesse acabado de contar uma piada. Hermione olhava pela janela do ônibus, vendo a paisagem passar quase voando por eles e finalmente o ônibus entrou na rua em que iriam descer. Saltaram do ônibus e Hermione os fez correr até o portão azul de entrada da escola.

– Vão logo! E não apronte nada, pelo amor de Deus, Hugo. Não aguento mais receber advertência sua. - Disse revirando os olhos e dando um beijo na bochecha dos dois.

Viu os filhos correrem aos risos até a entrada da escola e de lá acenar para ela, que prontamente acenou de volta, rindo. Voltou a sair da rua apressada e esbarrou em alguém, ao olhar para a pessoa que havia atingido, seu queixo caiu.