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História How to not to hate rain - The middle: How things happen


Escrita por: Hellscy

Notas do Autor


"Viver não é esperar a tempestade passar, é aprender a dançar na chuva"
— Desconhecido

Capítulo 2 - The middle: How things happen


Havia um histórico.

Uma série de acontecimentos durante sua vida que aumentava de pouco em pouco seu ódio por chuva a medida em que crescia e que iam dos motivos mais bestas aos mais relevantes.

Por exemplo:

Juvia nunca foi otimista, ela tinha aquilo que podia se chamar por desgosto pela vida. Durante a fase mais dura da vida das pessoas, a adolescência, ela vivia pensando que não queria ter nascido. No dia de seu nascimento, chovia.

No dia em que chovia, quando ela nasceu, sua mãe morreu.

Ela ficou sabendo disso pela a avó. Não pense que a avó da garota queria lhe contar uma coisa triste, longe disso. Sábia, apesar de sofrer com a morte da filha, entendia sobre a morte melhor do que uma garotinha de dez anos. Na verdade, ela contava com emoção sobre o nascimento de sua amada neta. Mas foram somente as piores partes da história que Juvia assimilou.

Durante a infância, Juvia perdeu diversas comemorações de seu próprio aniversário. Não foram todas as vezes, mas nas que ela gravou na memória a chuva cancelara suas festas. Não era uma maldição, essas coisas não existem. O problema é que Juvia nasceu em época de chuva, então não tinha muito o que fazer, porém para uma criança era um tanto difícil de entender fenômenos meteorológicos tão cedo.

Sua avó não morreu em um dia chuvoso. Entretanto, como em uma cena de filme, Juvia se despediu dela em um.

Ela já perdeu uma prova de admissão na faculdade muito importante por causa de um engarrafamento que durou horas. Culpa da chuva. Juvia também adora nadar e ir à praia. Não era caseira, gostava de sair e sentir o sol. Mas se chovia, todas essas atividades se tornavam inúteis.

Uma vez seu pai contou que uma das coisas sua mãe mais gostava era a chuva, foi depois da garota reclamar pela milionésima vez do temporal que caia do lado de fora. A Lockser nunca conseguiu entender o porquê.

“Gostava tanto que te batizou de Juvia”

Juvia. Derivado de lluvia, do espanhol: chuva.

Ela sabia e não gostava do nome.

Sua avó também dizia algo parecido. Sempre que chovia ela olhava pela janela com um sorriso no rosto elogiando toda aquela água que caia do céu.

“Chuva traz vida, Juvia. Trouxe você”  

E levou minha mãe. A garota sempre concluía.

Ela não pediu por isso. Juvia só podia discordar com a avó e para não magoá-la ia para o quarto dormir, esperar pelo tempo abrir.

Chuva só fazia arruinar tudo.

Entretanto, hoje não era dia de pensar em seus problemas ou em chuva.

Juvia estava na praia, curtindo com seus amigos uma festa de luau no fim da tarde.

O sol laranja refletia no oceano e pintava o céu de laranja. Parecia que haviam o escolhido como parte da decoração, pois combinava perfeitamente com os adornos havaianos na praia. Todos dançavam animados pela areia ao som da ótima playlist do DJ. Comiam, bebiam, riam e se divertiam, só sentiriam cansaço depois de amanhã. A festa era para durar a noite toda e com certeza não acabaria antes das duas da manhã.

Problema era o último problema naquela festa.

Juvia se soltava na pista de dança ignorando qualquer coisa e qualquer um. Que se dane se estivesse dançando mal, não importava o passado ou tempo fechado, tinha o direito de esquecer algumas vezes. Estava vivendo o momento. Dançou até não poder mais e quando se sentiu sem folego o suficiente se esquivou entre as diversas pessoas para fora da pista marcada na areia. Limpou um filete de suor da testa suspirando cansada, mas com um sorriso de satisfação no rosto.

- Juvia! – alguém tocou seu ombro virando-a para encará-lo.

Era Gray, que aparentava estar tão cansado quanto ela.  Juvia corou ao notar a situação dele. Suado, o cabelo negro caia igualmente sexy como no dia em que se conheceram, a blusa social com os botões totalmente abertos dando a visão do peitoral sarado do moreno, a calça estava com as barras dobradas até o meio das canelas e ele estava descalço, nem sinal dos sapatos por perto. E aquele sorriso? Devia ser crime ter um sorriso bonito o suficiente para tirar suas estruturas. Droga, estava se deixando levar pelos hormônios de novo. Coisas pela qual não devia mais passar desde que se livrara da maldita puberdade. 

– Quanto tempo! – ele comentou

Sim, fazia bastante tempo. Depois do episódio da chuva, eles saíram uma única vez para almoçarem e passaram apenas a trocar mensagens que foram ficando cada vez menores e breves, sem conteúdo e monossilábicas. Não era por falta de assunto, porém a vida corrida de um futuro médico e de uma estudante em seu último semestre de faculdade não permitia muitos horários livre para jogar conversa fora.

Isso entristecia Juvia que havia gostado bastante de Gray. Só ainda não sabia o quanto.

- Sim, como você está? – se abraçaram rapidamente.

- Bem. A vida de residente não é fácil, mas eu tento. – riu -  E você? Veio com quem?

- Me esforçando também. Vim com alguns amigos que me convidaram.

- Idem. Você estava indo para algum lugar?

- Não necessariamente. Só andar um pouco antes do segundo round – apontou para a pista de dança agitada

- Que bom. Eu estava achando que teria que ir sozinho – sorriu penteado com os dedos os cabelos para trás. Juvia tentou disfarçar, parecer que não foi afetada por aquele ataque de testosterona – Eu também estou precisando.

A garota acenou com a cabeça confirmando que não teria problema andarem juntos. A partir daí eles iniciaram uma conversa que fluiu muito melhor do que teria sido por Whatsapp, afastaram-se um tanto da pista de dança em direção ao mar parando antes das ondas quebrarem sobre seus pés. A música ficou mais baixa, mas eles ainda tinham uma ótima visão da pista. Após diversas histórias, assuntos irrelevantes ou sérios e risadas, pararam de falar por alguns segundos, pareciam não ter mais o que dizerem, porém não se tornou um silêncio constrangedor ou que demonstrasse obrigação de continuaram uma conversa.

Juvia respirou fundo olhando para o horizonte. O cheiro do mar a invadiu e ela sorriu sentindo-se bem com a brisa marítima bagunçando seu cabelo e tocando seu rosto. Juvia adorava o mar. Água, na verdade. Quer dizer, menos quando ela caia do céu.

- E ai? Quer voltar?! – Gray a tirou do seu mundo e ela concordou.

Antes que começassem o caminho de volta o moreno deu um pequeno pulo para trás dizendo “Fria”. A maré havia subido um pouco e chegado aos seus pés pegando-o desprevenido. A garota ao seu lado começou a rir da reação do Fullbuster que se sentiu um tanto irritado e envergonhado. Ela tirou as sandálias, as quais se molharam um pouco, deixando o mar tocar diretamente seus pés descalços.

- Isso é muito bom – foi em frente e a água alcançou um pouco a cima de seus calcanhares – Eu adoro o mar... – comentou por comentar.

Gray se afastou até onde as ondas não pudessem o alcançar e se sentou na areia, não demorou muito e Juvia se juntou a ele sem deixar para trás o olhar encantado para o oceano. Suspirou repousando a cabeça sobre os braços apoiados nos joelhos flexionados e então, o Fullbuster passou a analisá-la. Ele era bom nisso: ler as pessoas. No dia em que conheceu Juvia deu para perceber o quanto ela se sentia desconfortável com a chuva e após algumas conversas pelo celular ele foi confirmando isso aos poucos com perguntas sutis.  Entretanto, sempre havia alguns pontos sobre algumas pessoas que ás vezes não se encaixavam então ele precisava perguntar. 

Juvia era uma dessas pessoas.

- Isso é um pouco estranho vindo de alguém que não gosta de chuva. – foi direto tentando não soar feito um bruto.

 A breve felicidade de Juvia se foi, aquela pergunta fez ela se lembrar de não gostar daquilo e consequentemente seus motivos.

- Você percebeu? Eu deixo assim tão na cara? – sorriu infeliz, mas não o encarou.

- Na verdade eu que sou um bom observador – deu de ombros.

Ela ficou breves instantes em silêncio e Gray esperou pacientemente por sua resposta principal.

- Mar e chuva são coisas completamente diferentes. – respondeu simplesmente.

 Gray tinha diversas respostas que descordavam de Juvia, porém preferia não fazer uma abordagem agressiva logo de cara com um assunto que parecia ser delicado.  

- Não é só do mar que eu gosto. – ela tentou ser sincera. Botar para fora pelo menos uma vez depois de muito tempo – Mas quando o assunto é chuva... – Juvia apertou mais forte seu braço e ele pode concluir sem ela precisar terminar a frase. O moreno estava um pouco surpreso por ela revelar mais do que ele esperava. 

- Então... por que você gosta de água contanto que ela não caia do céu?

A Lockser finalmente se virou para ele, fitando-o também em busca de respostas. Do por que aquele repentino interrogatório assim como o porquê dele se importar. Porém, naquele instante, ela descobriu que Gray podia ser um livro fechado. Não se lembrava de que aqueles olhos negros pudessem ser tão frios e de que ele tinha a capacidade de adquirir uma postura tão rígida, chegando a ser um tanto quanto intimidadora.

Mas ele não a assustava, pois Juvia já havia conhecido o lado acolhedor de Gray.

Ela sabia o quão bom ele podia ser.

Ela já estava caindo...

Focou sua atenção no que a deixava confortável no momento buscando coragem para enfrentar aquele Gray desconhecido. Um Gray novo. A brisa que brincava com seu cabelo, o cheiro de mar e água salgada batendo contra seus pés à medida que a maré subia, pareciam encorajá-la a ir em frente.

Apesar de firme, Gray começava a ficar nervoso. Se não fosse seu autocontrole ele estaria batendo o pé impaciente e roendo as unhas por não aguentar tanta demora.

Juvia, então, enfim abriu a boca para falar.

Mas sua voz nunca saiu.

O som de um trovão ressoou nos céus anunciando a chuva que caiu no mesmo instante. 

Chuva que veio sem aviso prévio. Não houve garoas e o garoto do tempo do jornal errou de manhã cedo sobre o clima daquela tarde. Todavia, não era uma chuva a qual parecia que demoraria a passar, as nuvens nem ao menos eram pesadas ou extremamente cinzas. O sol ainda reinava impotente no céu, agora, apenas com uma nova companhia. O fim da tarde ainda produzia cores quentes que se misturam ao azul criando tons de rosa e roxo. Na verdade, o clima ficara até mais fresco e agradável.

Entretanto, por mais que fosse não fosse a pior das chuvas, para Juvia ainda era chuva.

Ela se levantou de supetão encarando o céu, como se tivesse sido assustada e agora encarava um fantasma, porém com um pouco de raiva ao morder o lábio inferior. Estendeu a mão e observou as gostas baterem contra sua palma. Seu único pensamento era que a festa tinha acabado. Na sua cabeça ela já podia ver as pessoas correndo em busca de algum lugar seco para se proteger da chuva forte. Estariam todas tristes e insatisfeitas por sua diversão lhes serem tirada por tão pouco e tão rápido. Mil e uma situações passavam por sua cabeça.  

Tão desligada do mundo que foi pega de surpresa quando Gray a beijou.

Juvia, ainda de olhos abertos, conseguia ver a chuva continuar a cair deixando-os encharcados enquanto era beijada de forma doce.

Ela não soube ao certo no que prestar atenção. Porém, por que focar em algo que odiava quando, naquele instante, algo incrível acontecia com ela?

Na dúvida de por que estava sendo beijada, no próprio beijo, no calor... em Gray...

Todos esses pensamentos foram tomando espaço na cabeça de Juvia afastando qualquer coisa que fosse relacionada a chuva. O limite foi atingido quando ela foi se deixando levar, fechando os olhos devagar e passando a retribuir. Assim acabou ganhando, em meio ao beijo, um sorriso charmoso do Fullbuster, o qual ela não pode testemunhar, mas pode sentir.  Com calma, Gray segurou seu rosto com ambas as mãos e aproximou seus corpos com poucos passos. Nervosa com a situação, não sabia como agir. Entretanto, teve vontade de fazer uma coisa. Lentamente, como se tivesse medo, repousou sua mão sobre a de Gray a qual acariciava sua bochecha e cujos dedos enroscavam em seus fios azuis.

Podem ter se passado apenas segundos, mas para Juvia foi como tivesse vivido sua vida inteira. Uma doce eternidade.

Assim que a realidade a encarou, sentiu um leve arrepio causada pelo frio das gotas de chuvas sobre sua pele. Sua respiração não estava descompensada, não fora um beijo de lhe roubar o folego, mas o coração. Os olhos azuis se abriram arregalados buscando respostas, porém ao invés de uma explicação, eles encontraram um olhar tão sereno encarando-a profundamente. Tinha suas dúvidas se toda aquela serenidade pudesse ser gerada por olhos tão demasiadamente negros.

Um último detalhe, que terminou de aquecer Juvia, foi um lindo sorriso. O qual parecia dizer que aquilo era para sempre.

Mas podia ser só mais um de seus devaneios, fruto da sua grande imaginação. Quem sabe?

Ela não poderia ter certeza.

Logo Nicki Minaj se pôs entre eles. Ao longe o som tocava mais alto do que antes fazendo todos vibrarem cheios de energia com Starships.  A verdade era que a festa continuava a todo vapor, talvez até mais animada do que antes. As pessoas jogavam os braços para o alto tentando alcançar os céus, como Nicki mandava e dançavam no ritmo envolvente da música, mantendo sorrisos no rosto junto aos cabelos molhados e as roupas grudadas, a chuva levava o suor embora com o cansaço e parecia dar-lhes energia para festejarem mais. Loucos.

Juvia estava surpresa, não conseguindo entender logo de início. O normal talvez fossem todos fugir da chuva, mas eles estavam ali, sabiam que chovia e gostavam, aproveitavam. Mais envolvidos do que nunca.

- Não vai ser um pouco de chuva que vai acabar a alegria de alguém – Gray explicou, como se lesse seus pensamentos.

Juvia virou-se para ele mirando fundo nos seus olhos. Ela não sabia o que procurava, porém queria saber, por isso não tinha coragem de quebrar aquela ligação.  

Assim como aqueles olhos negros a instigavam e a enchia de confiança, seu sorriso parecia a encorajar a ir contra todos os seus medos. Mal sabia ela que era exatamente aquele o propósito.

 – É só água.  – concluiu sorrindo abertamente.

Pense como algo que você gosta. Veja de um ponto de vista diferente, ele queria dizer.

Juvia abaixou a cabeça sorrindo levemente, seus olhos brilharam. Era com uma afirmação involuntária, ela iria tentar e a impressão que tinha era de que ia conseguir.

Entretanto, Juvia não percebeu como aquele sorriso atiçou o lado esquerdo do peito do moreno, assim como não havia reparado o quão próximo estavam, ela presa em um abraço que só notou quando ele a apertou contra si com mais força.  Suas bochechas pintaram-se de vermelho no mesmo instante e ela levantou a cabeça para encará-lo encontrando um tip ode sorriso que ela ainda não conhecia nele. O tipo cafajeste malicioso.

- E então, vamos fazer isso mais uma vez? – perguntou recitando a música de fundo.

Ela diria sim, alguma hora, e ele sabia disso. Logo para que esperar pela resposta?

Seu segundo beijo na chuva. Quem diria que um dia faria algo assim sob a coisa mais odiosa da sua vida?

Bom, talvez não odiasse mais tanto assim. A chuva podia ter ser momentos bons.  


Notas Finais


Holi.
Sinto muito demorar uma semana, mas como eu disse eu queria escrever da forma que eu imaginei e antes eu não tinha conseguido. Fora que como eu tenho que estudar pro ENEM eu mal tenho tempo para escrever. É tipo uma hora por dia de noite.
Bom, espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de escrever.
Só lembrando que eu deixo atualizações sempre no meu twitter para que ninguém tenha vontade de me matar kkk @Hellscy_
Agora só falta um capítulo \o/
Diferente desse que foi o maior (eu acho) o próximo vai ser curtinho como se fosse um prologo.
Falando nisso, ainda estou em choque com o capítulo 499 e 500 de FT. Tô planejando uma One, mas é capaz de que quando eu tiver tempo para escrever e postar o assunto já tenha perdido a graça e já vamos estar vivendo a destruição momentânea de outro ship. XD
Ai, a vida... kkk
Bom, Bjuks! =*
Até a próxima!!!


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