História Huntress - 01

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"Meu nome é Noah Drake.  Quando era criança vi meus pais serem assassinados. Como esquecer daquela cena. Me lembro de todos os detalhes. Assopro a vela e faço um desejo. Meu pai ordena para que eu me esconda no armário, e assim obedeço. Um homem invade a casa atirando nos dois. Presenciei tudo em silêncio, como uma criança assustada. Não faço nada. O homem se aproxima deles cortando suas cabeças com uma grande lâmina antes de se assustar com o som das sirenes. Me lembro da tatuagem de caveira e espada no seu braço, imagem que sempre visitava meus pesadelos."

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Encarei o carro preto estacionar na frente da casa ao lado. Continuei sentado na varanda enquanto um homem saia lentamente do carro. Ele pegou algumas malas e caminhou até a entrada da casa. Depois de alguns segundos a porta do passageiro se abriu, e uma garota de longos cabelos pretos desceu. Voltei minha atenção para o caderno nas minhas mãos. Examinei a árvore desenhada pela metade, me deixando frustado. Mesmo que gostasse de desenhar, nunca conseguia terminar meus desenhos.

"Nossa, mas que pedaço de mau caminho" Olhei para trás encontrando minha tia mordendo os lábios enquanto examinava o vizinho novo. Levantei uma sobrancelha antes de voltar a encarar a folha na minha frente. Fechei meu caderno e ouvi ela suspirar. "Deveria terminar seus desenhos, eles são lindos" Ela disse e pude ouvir seus passos na minha direção. Me levantei guardando o caderno na bolsa e a pendurando sobre meu ombro. 

"Estou indo" Disse me virando para os novos vizinhos onde a morena me encarava. Ela acenou com um sorriso sensual no rosto, no qual apenas me virei e caminhei para a direção oposta dela. Coloquei meus fones de ouvido e liguei a música no volume alto. Escondi minha cabeça no capuz preto da minha jaqueta antes de dar um longo suspiro. 

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Depois de horas escutando vozes irritantes no qual apenas tentava ignorar, caminhei até meu armário onde guardei meus materiais. Ouvi risadas femininas no qual imediatamente reconheci uma delas. Samantha Kanter. A ruiva de olhos claros me encarou por segundos antes de virar o rosto e continuar a caminhar. Ela continua linda como sempre. 

Você pode estar imaginando que sou um completo perdedor por causa dos meus pais. Uma criança com problemas por ver seus pais assassinados. Mas na verdade não, eu superei. Noah Drake era um dos melhores alunos, o líder do time de lacrosse, e por mais surpreendente que possa parecer, namorava a garota popular, a ruiva que acabou de me ignorar.

Quando tudo virou de cabeça pra baixo? Eu não sei. Apenas mudei. Sabe o monstro que vive embaixo da cama? Ou dentro do armário? As vezes escondido nas sombras? Descobri que eu era ele. Eu sou o monstro que todas as crianças tem medo. 

Tudo começou no meu aniversário de 18 anos com pesadelos, quase sempre acordava em lugares estranhos. Depois, sempre que me irritava, minhas garras apareciam e meus olhos azuis ficavam em um tom lilás. Não queria machucar ninguém, então parei tudo. Me afastei de todos. 

Sam não quis me abandonar no início, e isso era o que mais amava nela, mas depois de fingir uma traição, ela começou a me odiar. Prefiro vê-la irritada comigo, viva, do que morta pelas minhas mãos. 

"Noah!" Senti um tapa nas minhas costas, e ao me virar sem emoção, Gregory se afastou. "Desculpe" Ele arrumou seus óculos antes de abrir um grande sorriso. "Então, é meu aniversário! Feliz aniversário Greg! Oh, obrigado Noah, como se lembrou? Você sabe, sou seu melhor amigo"

"É hoje?" Perguntei brincando e ele revirou os olhos. Gregory Brick. Por alguma razão ele continua meu amigo. Fiz tantas coisas para acabar nossa amizade, mas ele parece um chiclete que quanto mais você tenta remover, mais ele gruda.

"De qualquer forma. Quero ficar bêbado hoje! Ficar chapado e acabar largado em algum canto da cidade. E você Noah Drake, virá comigo"

"Não"

"SIM!"

"Greg..."

"O que? Você precisa de álcool nas veias cara. Garotas gostosas, bebidas e música alta. Combinação perfeita. Por favorzinho" Ele me encarou com olhos de cachorro perdido e um bico no qual sempre me convencia. Suspirei em derrota e ele sorriu arrumando sua mochila nas costas.

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