História Hybrid - Chaelisa - Capítulo 5

Resolvi deixar o mercado para a volta e ir direto ao hospital.

Paro em frente ao lugar e planejo o que vou dizer, não posso chegar lá e simplesmente falar "olá eu estou com aquele menina que vocês estão procurando, porém não vou entregá-la até eu olhar o lugar e ver se está em boas condições", preciso pensar em algo. Após alguns minutos pensando já sei o que falar e como agir.

Entro e vejo que pelo menos lá na entrada, o lugar era bem cuidado, quase todos os móveis brancos​, típico de um hospital comum.

Vejo uma mulher jovem mexendo em seu computador, e resolvo colocar meu plano em ação, pois não posso demorar muito aqui.

- Boa tarde, eu gostaria de visitar o local. - Digo um pouco tensa.

- Hum, poderia saber o motivo? - Ela para de digitar e me olha.

- Gostaria de "colocar" minha irmã aqui - Eu falo, esperando que o termo colocar estivesse correto.

- Oh sim, antes você precisa assinar um documen... - Antes dela terminar eu a interrompi 

- Me desculpe não tenho tempo, e tenho ver como aquela estranha será tratada, só estou fazendo isso por causa de minha mãe, se não já teria a abandonado sozinha. - Respondo fazendo minha melhor atuação, aposto que eu iria vomitar logo sair daquele lugar.

- Qual seria o problema de sua irmã? - Ela me fala, isso seria difícil, nao sei se conseguiria ser tão rude assim. Dou um suspiro e lembro o motivo de estar aqui, me fazendo criar coragem e fazer esse papel ridículo.

- Ela é igual ao um gato, tem orelhas, aposto que é igual aquela que vocês descreveram na TV, nem sei como aquilo é da minha família. - Falo com um peso na consciência.

- Há então ela é um híbrido? - Ela diz, fico meio confusa, nunca ouvi falar sobre esse termo "híbrido" vou procurar sobre  isso, mais tarde.

- Deve ser, agora me mostre o local, aonde ela vai ficar até o resto da vida, estou sem tempo. - Digo tentando parecer impaciente, o que eu estava mesmo, Chae estava sozinha em casa, ela pode ter fugido ou se machucado... Chega Lalisa, se concentra no plano.

- Me siga por favor - Ela fala e sai andando até uma porta de metal no final da sala.

A sigo e logo depois que dou o primeiro passo, já escuto gritos e batidas e me assusto.

- Não se assuste, esses delinquentes gritam demais, porém nem chegamos a parte em que sua irmã irá ficar. - Ela diz com um sorriso sinico no rosto, o que me enche de raiva.

Caminhamos por mais alguns minutos e chegamos novamente a uma porta de metal.

- Espero que goste do lugar - ela diz ainda não tirando aquele maldito sorriso sinico.

Havia pelo menos 6 portas, e tudo estava em silêncio, até pensei que não tinha nenhuma pessoa lá.

- Não tem ninguem aqui? - Falo olhando ao redor.

- Tem sim mais eles estão sedados, ficam praticamente o dia todo assim, e só acordam  para a comida e o remédio. - Ela fala como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Tento não parecer chocada mais, não tem como, é muita crueldade para um único lugar.

Ela iria começar a falar algo porém ouvimos algo vindo do último quarto.

- Opa, alguém acordou - Ela retira um rádio do bolso do seu casaco e começa a falar - Ala 7 paciente 6 acordado, sedativo agora.

Logo chega 2 médicos com seringas enormes e fico aterrorizada.

 Eles abrem a porta e a mulher me puxa para dar uma olhada, já que eu não consegui sair por conta própria para olhar.

Havia uma menina, ruiva igual a Chae, com suas orelhinhas e o estado em que ela estava era horrivel, ninguém do mundo merecia aquilo, logo que imaginei Chae naquele lugar, fechei meus​ olhos​, não sei se conseguiria imaginar aquelas agulhas nela, eu morreria.

Logo aquela tortura acaba e abro meus olhos antes que a mulher se vire para mim.

- Pronto - Ela me diz.

- Obrigada, eu irei entrar em contato. - Tento não parecer mal por ter visto aquilo.

- Vou te acompanhar até a saída - Ela fala indo em direção a porta junto aos 2 médicos.

- Quer deixar seu num... - Ela tenta me dizer porém saio, não aguentaria ficar mais nenhum minuto sequer lá.

Saio em direção ao mercado, preciso ir mais rápido que posso.

Depois de pegar o necessário, fui a fila, que estava enorme.

Eu estava tão distraída olhando meu relógio​, quando algo derrepente bate em meu ombro, estava quase xingando mais me conti quando ouvi uma voz conhecida.

- Lalisa? A quanto tempo, começou a trabalhar e nem ligou para mim, você e sua  mania de focar muito em uma coisa e esquecer a outra. - Uou, Jisoo estava em minha frente, fazia tempo que eu não falava mais com ela.

- Jisoo, me desculpa, estou muito ocupada, prometo ligar qualquer dia desses assim que resolver alguns assuntos - Digo a ela.

- Você precisa conhecer alguém, alguém diferente de tudo que você já viu provavelmente, e apesar de não nos falamos a quase 2 anos, você ainda é a única pessoa que conheço para confiar. - Jisoo diz e penso que provavelmente deveria ser uma​ namorada, ou talvez ela tivesse matado alguém e queria que eu fosse até sua casa para me matar também, ah aquele lugar me deixou paranóica.

Pensei em contar sobre Chae, pois Jisoo sempre foi uma pessoa de confiança, aposto que foi a amiga que eu mais confiei, mas ela poderia me achar doida ou também poderia ter mudado desses 2 anos para cá, é melhor deixar para lá, não posso simplesmente sair contando uma coisa dessas para qualquer um que surge do nada em minha vida.

- Claro, me liga assim que você puder e a gente marca algo, e você me apresenta a pessoa misteriosa - Digo e ela tenta continuar a conversa, porém já havia chegado minha vez no caixa.

- Tchau Jisoo, me ligue. - Falo e tento não parecer desesperada ao sair correndo, já era 13:27, eu precisava ir o mais rápido que posso, quase derrubando tudo consigo chegar ao carro.

Pego o atalho que provavelmente iria ferrar meus pneus de tanto buraco que havia, mas essa não é a minha preocupação maior, e sim Chae, não posso perder a confiança dela, agora que descobri tudo, preciso tentar ao menos conversar sobre o que ela passava e fazer aquele hospital pagar.

Cheguei em casa 13:40, tinha cumprido minha promessa e ainda trazido comida, sou uma pessoa maravilhosa.

- Chaeeee, voltei - Falo abrindo a porta, esperando ver a menina com o celular na mão em meu sofá. Mas ela não está lá. - Chaeeee??? - Saio correndo a procura dela.

Procuro no banheiro, na lavanderia, no quarto de hóspedes, ela só poderia estar no meu quarto.

- Chae, você me assustou, porque não ficou lá na sala?  - Olho para a garota sentada em cima da cama com meu celular.

- Oh, me desculpe, mas aqui é mais confortável e quente. - Ela diz baixo - Eu preciso sair? 

- O que? Não, não mesmo, a menos que queira ok? Pode ficar aí, mas eu acho que você precisa se alimentar certo? - Falo e ela me olha com preguiça.

- Tudo bem, mas vou poder voltar né? - Ela pergunta.

- Como quiser - Respondo e a trago até a cozinha.

- Você já comeu chocolate? - Pego a barra e a entrego.

- Não, o que seria isso? - Ela tenta morder, porém é claro que a barra estava fechada, me fazendo rir alto.

- Calma, você precisa abrir primeiro - Digo entre risos e pego a barra abro e dou a ela.

- Isso é muito bom, lá a gente só comia sopa e eu não gostava, mas eles me obrigavam a comer - Ela fala com uma carinha triste.

- Aqui você só vai comer o que quiser ok? - Falo a ela.

Ela não diz nada apenas retribui com um sorriso.

A tarde toda foi só doces e mais doces que Chae nunca havia comido, sei que deveria ter dado uma coisa mais saudável, porém a menina estava tão feliz provando aquilo que me esqueci disso e me perdi no tempo.

Era 7:30 da noite e por incrível que pareça eu estava caindo no sono, e Chae também, então resolvemos ir dormir, a garota queria ficar no meu quarto e como sou uma pessoa boa, deixei ela lá.

- Bom Chae qualquer coisa me chame, sei que você não confia muito em mim, porque acabamos de nos conhecer, então eu espero que eu consiga conquistar sua confiança. - Pego meus cobertores e travesseiros reservas, já que ela estava com os meus e me começo a andar até a porta.

- Aonde você vai? - Chae me pergunta - Dormir no sofá, já que você está aí, qualquer coisa me chama - Digo e dou um sorriso cansado.

Era 3:47 da manhã quando começou a cair uma forte tempestade, e logo começou os estrondos, e começo a ouvir uma pessoa me chamando, provavelmente Chae, então vou ao seu encontro.

- Oi? - Entro e vejo Chae tremendo na cama - O que aconteceu contigo? - Ela não me respondia apenas choramingava e tremia. 

Até que mais um barulho forte faz a menina​ se encolher mais ainda, agora descobri o problema.

Sempre fui uma pessoa tímida que demorava para pegar confiança, mais com Chaeyoung foi ao contrário, depois de tudo que vi, a única coisa que quero é proteger ela de todo o mal, então deixo uma barreira de lado, sento cama e abraço Chae.

- Não precisa ficar com medo estou aqui - Susurrei para ela 

- Você promete ficar até o barulho parar? - Ela diz meio rouca por causa do choro.

- Sim Chae, eu prometo. - Digo a ela.

- Eu confio em você Lisa - Ela diz baixo mas o suficiente para que eu ouvisse.