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História I do too - Where did my daddy go?


Escrita por: dboyoongi

Notas do Autor


eaeeeeeee!!! tudo bem com vocês? Espero que sim ~~~ me desculpem a demora com o capítulo, eu fiquei atarefada com as coisas da escola zzzz mas aqui está ele ~~~ ah, em relação ao nome dos capítulos, não estranhem se as partes da música não seguirem a ordem da música em si, okay? É proposital, cada titulo tem algo a ver com o capítulo

P.s: leiam as notas finais e espero que gostem do capítulo xxx

Capítulo 4 - Where did my daddy go?


Fanfic / Fanfiction I do too - Where did my daddy go?

Acordo com o barulho de passos no corredor e logo depois, do chuveiro sendo ligado. Meus olhos ardem com a claridade e com uma olhada na janela, vejo que já amanheceu.

Tento me espreguiçar mas Taehyung está enrolado em mim, uma de suas pernas sobre as minhas e seus braços como uma gaiola a minha volta. Tentar sair de seu abraço seria inútil, então eu me afundo nele.

Esfrego minha bochecha em seu peito, sentindo sua pele macia e seu coração batendo, um sorriso satisfeito no meu rosto, tão concentrado nas memórias de ontem a noite que me assusto quando ele fala.

— Você parece um gato desse jeito. — Diz, a voz ainda mais rouca por ter acabado de acordar. — Se esfregando em mim.

— Você gosta quando eu me esfrego em você. — Retruco mordendo seu ombro, que se move quando ele ri baixinho.

— Nesse caso eu sou culpado. — Responde enquanto me solta devagar, tirando sua perna de cima de mim e deixando apenas seus braços a minha volta.

— Acho que sua mãe chegou, eu ouvi o chuveiro.

— Não é ela. — Diz sem emoção alguma na voz. — Ela só chega depois do meio dia quando faz plantão.

— Ele vai ficar bravo se me ver aqui?

Taehyung se aconchega mais em mim antes de responder, me virando até eu estar deitado de costas com ele em cima de mim, seu rosto escondido em meu pescoço.

— Ele não vai ver nada, provavelmente vai sair de novo para encher a cara.

— E se ele não sair?

— Então a gente sai.

— Tae, eu preciso ir para casa — Murmuro fazendo carinho em seu cabelo. — Meu pai vai desconfiar se eu demorar muito.

— Por que? Fica aqui mais um pouco. Só um pouquinho.

— Você fica manhoso demais quando acorda — Digo tentando parecer irritado, mas não consigo segurar o sorriso cheio de carinho que se abre. — Mas, sério, eu preciso mesmo ir.

Ele não responde por alguns segundos e então respira fundo, resmunga e sai de cima de mim, sentando na cama.

Tento segurar a risada; Taehyung está com um olho meio aberto e o outro completamente fechado, seu cabelo loiro está apontando para todas as direções e eu vejo, com um sorriso orgulhoso, as marcas roxas e vermelhas que cobrem seus ombros e pescoço.

Minhas marcas.

— Você tá lindo — Diz colocando uma mão na minha barriga, acariciando minha pele.

Sei que devo estar tão marcado quanto ele, ainda consigo sentir sua boca percorrendo cada centímetro de mim. E assim como eu, Taehyung parece orgulhoso de sua obra; um sorrisinho de canto e os olhos brilhando enquanto observa meu corpo nu.

— Taehyung — Digo em tom de aviso quando sinto sua outra mão subindo pela minha coxa. — Pela milésima vez, eu preciso ir para casa. Agora.

Ele revira os olhos mas concorda, tirando sua mão de mim e se levantando.

— Você vai fazer alguma coisa hoje à tarde? A gente podia sair.

— Provavelmente não, eu tô sempre desocupado.

— Fechado então, você vai pra casa e eu te busco daqui duas horas — Diz começando a se vestir. — A gente pode almoçar naquele restaurante perto da escola da Sook.

— Tá bom. — E junto toda a minha força de vontade, saindo dos lençóis quentinhos.

Caminho devagar pelo quarto enquanto me visto, tentando não demonstrar o desconforto tremendo entre as minhas pernas. Não preciso do Taehyung me azucrinando a essa hora do dia.

Escovo os dentes com uma escova extra e ele pega um pouco da maquiagem de sua mãe e me ajuda a cobrir os chupões e mordidas em meu pescoço.

Taehyung me leva até a porta mas não me deixa sair, me prendendo em seus braços. Solto um sorriso bobo e afundo meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro misturado com o meu.

— Não quero que você vá.

— E eu não quero ir. — Sussurro de volta. — Mas eu preciso. A gente se fala daqui duas horas.

E não quero mesmo. A noite de ontem foi como um sonho, esquisita, mas ainda assim boa. E parte de mim queria acreditar que quando eu acordasse, talvez as partes ruins que me esperam fora de seus braços não fossem nada além de um pesadelo.

Mas essas partes não são uma invenção do meu subconsciente, são a minha realidade. A realidade que talvez esteja me esperando em casa.

Taehyung deixa um beijo demorado na minha testa e eu fecho os olhos, odiando antecipadamente o momento em que ele vai me soltar.

                              ///

O apartamento está vazio e silencioso quando eu entro, fechando a porta com cuidado atrás de mim. Não vejo as chaves do meu pai em cima do balcão quando chego na sala e nem seu termo pendurado no porta casaco perto da entrada. Solto a respiração, aliviado e vou para o banheiro.

Depois de tomar banho (e ficar encarando meu corpo como um idiota, mas shh), visto uma roupa qualquer e começo a arrumar o que está fora do lugar.

Não é muito trabalho já que a casa está quase impecável; além de notas ruins, mal comportamento e a minha existência, desordem é só mais uma das incontáveis coisas na lista de coisas que Yoosung não suporta.

Limpo a cozinha com o coração apertado, vendo todas as garrafas de vinho e whisky vazias em cima da pia, pensando no, dos muitos, hábitos ruins que meu pai adquiriu depois que Jaehee o deixou.

Me sinto assustado também, meu pai sempre bate com mais força quando está bêbado e eu me pego desejando silenciosamente que essas garrafas não sejam recentes.

Faço um pouco da lição de casa enquanto espero dar a hora de eu ter que me arrumar para sair e leio o livro para a próxima aula de literatura. Quando termino, faltam apenas 15 minutos.

Visto uma calça preta e um moletom azul, escovo os dentes e tento parecer apresentável. Estou terminando de passar base no meu pescoço quando a campainha soa.

Fecho todas as janelas e desligo as luzes antes de caminhar até a porta, ignorando o frio na barriga e o coração acelerado.

Taehyung está usando um sweater preto, calças jeans e uma toca da mesma cor, os fios loiros cobrindo sua testa.

— Tá pronto pra comer a melhor sopa da sua vida?

— Qual é a desse seu vício em sopa? — Murmuro fechando a porta e o seguindo pelo corredor. — Isso não pode ser saudável.

— Minha nutricionista diz que é ótimo pro intestino.

— Você não tem uma nutricionista.

— Mas se eu tivesse, ela diria exatamente isso.

Reviro os olhos e desisto de tentar discutir com ele, escolhendo me aconchegar ao seu lado dentro do elevador, me afastando apenas quando outra pessoa entra.

A luz de meio dia machuca meus olhos quando saímos do prédio, o sol quente se contrastando com o clima frio de começo de outono e eu agradeço por ter colocado um moletom.

O clima está bom e as pessoas parecem animadas enquanto nós seguimos pela calçada, algumas crianças que me lembram a Sook correndo por nós de hora em hora.

São momentos assim os que eu mais gosto; tranquilos e com uma sensação de satisfação. Quando Taehyung e eu saímos juntos porque queremos e não porque precisamos nos afastar dos pesadelos. Quando ele caminha do meu lado com uma expressão pacífica e feliz, um sorrisinho de lado enfeitando seu rosto.

São momentos raros e eu os guardo fundo dentro do meu coração.

— Seu pai não estava em casa? — Pergunta quando paramos perto da faixa, o semáforo vermelho.

— Você viu?

— Eu percebi — Dá de ombros. — Você parece feliz e você só fica assim quando ele não está por perto.

Ainda estou procurando uma resposta para aquela afirmação quando olho para o outro lado da calçada e vejo um lampejo de cabelos castanhos compridos, olhos doces e um sorriso que eu reconheceria em qualquer lugar.

Meu coração falha uma batida e eu tenho noção de que Taehyung está me olhando preocupado e de que o sinal ainda está vermelho, mas tudo parece ficar em segundo plano enquanto eu começo a me mover, atravessando a rua sem olhar para trás.

— Mas que porra... Hoseok! — Taehyung grita atrás de mim mas eu não paro.

Minha garganta arde e meus olhos também, um nó me impedindo de engolir enquanto eu corro, o barulho de buzinas doendo em meus ouvidos. Não consigo pensar em nada além do homem alto que está se misturando a multidão e que vai sumir, pela segunda vez, se eu não correr mais rápido.

Eu esperava muita coisa: que meu pai mudasse, que a Sook nunca descobrisse a pessoa que ele é, que eu terminasse o colégio logo e que até algum desastre natural acontecesse no caminho. Mas nunca esperaria ver, depois de tanto tempo, Yoo Jaehee mais uma vez.

Seu cabelo balança para trás com o vento, está maior do que a última vez que eu vi, enquanto ele entrava naquele carro sem olhar para trás, sem se dar conta de que estava destruindo minha família.

Esbarro nas pessoas e quase caio, o desespero começando a me consumir quando começo a perder suas costas de vista. Minha visão está borrada e eu não sei como ainda estou de pé, muito menos como ainda consigo correr.

Minha boca está seca e eu forço as palavras a passarem pelo nó em minha garganta.

Pai! — Minha voz sai embargada e patética. — Pai!

Mas ele não se vira e parece se distanciar ainda mais. Alguém me xinga quando eu derrubo suas sacolas na minha correria, ouço alguém me chamando mas nada importa, nada além da razão de tudo ter começado.

Pai!

E eu o perco de vista.

Minhas pernas estão fracas e eu sinto o rastro quente de lágrimas pelo meu rosto, secas pelo vento, mas eu não caio de joelhos e nem começo a chorar. Eu apenas fico ali parado, em algum canto do bairro que eu fui parar na minha perseguição desesperada, sentindo meu coração se partir da mesma forma que se partiu cinco anos antes.

Meu corpo é puxado com força para trás e eu me viro, anestesiado, encontrando Taehyung suado e ofegante, a expressão furiosa.

— Mas que porra, Hoseok?! — Grita. — O que você tava pensando? Se meter na frente daqueles carros desse jeito? Você ficou maluco? Você podia ter morrido! Me responde! Você não tem ideia da vontade que eu tô de... Hoseok?

E eu começo a chorar. Posso sentir meu rosto se contorcendo em uma careta feia enquanto os primeiros soluços saem, meu corpo inteiro tremendo, a dor no meu peito tão forte e real que eu sinto como se tivesse mesmo sido atropelado.

Taehyung se aproxima em pânico, o rosto todo em uma máscara de preocupação e eu não consigo me lembrar de qualquer momento em que eu tenha chorado desse jeito.

— O que aconteceu? Você se machucou? Hoseok, o que foi? — Segura meu rosto enquanto eu balanço a cabeça, se eu abrir a boca vou começar a gritar. — Amor, Hoseok, você tá me assustando, o que foi?

— O me-meu pai... Ele... — Ofego em busca de ar, minha garganta doendo. — Eu vi...

— O que ele fez? Você disse que ele não estava em casa...

Balanço a cabeça de novo, negando, minha cabeça doendo de tanto chorar.

— Não esse... O meu... Taehyung — Me afasto dele, cobrindo meu rosto com as mãos. — Pai...

Por entre os dedos e as lágrimas vejo sua expressão mudar ao ouvir o nome, o entendimento claro em seu rosto enquanto ele passa o braço pelos meus ombros e começa a caminhar de volta, me tirando dali.

Taehyung coloca sua outra mão no meu cabelo, escondendo meu rosto contra seu ombro, seu corpo inteiro em uma postura defensiva. Me protegendo.

É tudo um borrão conforme nós caminhamos, o gosto salgado das minhas lágrimas na minha boca, o cheiro de sua camiseta invadindo meus sentidos, seus braços me segurando. Mal percebo quando entramos de volta no prédio e ele me leva para sua casa.

Minhas pernas finalmente cedem quando passamos pela porta de seu quarto e Taehyung me segura quando eu deslizo para o chão perto de sua cama, deslizando junto comigo, suas costas contra a madeira.

Ele me coloca em seu colo e eu me encolho, chorando contra seu pescoço, tentando respirar enquanto a imagem do meu pai queima atrás das minhas pálpebras.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurra contra minha orelha. — Vai ficar tudo bem.

Mas não vai e eu sei que ele sabe disso pela forma como me segura, me impedindo de desmontar de vez.

Sinto como se voltasse a ser aquele menino de doze anos, parado em frente à um guarda roupa vazio chorando pelo seu pai. Um garoto fraco, patético e assustado.

O garoto que eu ainda sou.

— Taehyung — Sussurro, trêmulo. — Taehyung.

— Eu tô aqui. Eu tô aqui, Hoseok.

Me agarro mais a ele, a única coisa que ainda me mantém inteiro, com medo de me despedaçar se eu me afastar.

Em algum momento as lágrimas não chegam mais com tanta agressividade e os soluços param, deixando para trás apenas os tremores. Meus olhos estão inchados e ardendo e Taehyung ainda está me segurando, em silêncio, fazendo carinho no meu cabelo.

— Você não devia ter ido atrás dele — Tae murmura e eu sei que ele ainda está assustado pela forma como eu atravessei a rua.

— Eu precisava...Eu tenho que... — Choro baixinho, fungando. — Eu preciso saber pra onde o meu pai foi.






Notas Finais


a calmaria antes da tempestade ~~ mais uma vez mil desculpas pelo atraso, eu fiquei muito atarefada na escola e não tive tempo nem pra respirar direito zzz mas aqui está, meio curtinho, mas eu espero que vocês tenham gostado ~~ me digam o que acharam

misaki xx


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