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História I don't fucking care - Então? Conseguiu?


Escrita por: SrtaAninha

Notas do Autor


Sério. Ainda estou meio assim por estar reescrevendo a história.
Ainda não creio que fiz isso
*voz de demônio*
E ESPERO QUE NÃO ME ARREPENDA!!!
Tsc tsc
Calma gente. To de brinks.

Capítulo 1 - Então? Conseguiu?


Tu

America estava sentada na beira do telhado, balançando os pés. Supunha que se algum de seus pais retornasse da casa e olhassem para cima, eles a veriam ali e gritariam com ela, mas duvidava que eles fossem voltar tão cedo. Sua mãe avia sido chamada para resolverem umas coisas em seu novo trabalho como cozinheira, embora ela não estivesse nem um pouco interessada em saber o que era, seu pai, como sempre, muito companheiro, foi junto, e provavelmente ainda estavam lá. America tecnicamente iria ficar algumas vezes naquele fantástico casarão durante a semana. Ficou surpresa em descobrir que estava ansiosa por isso.

 -Olá, Mr. Houdini- a voz era familiar. America cerrou os olhos.

-Como chegou aqui em cima? - perguntou.

  Fez-se um ruído de tecido farfalhando enquanto Aspen se acomodava ao lado de America na beira do telhado. Ele apenas fez um sinal com o polegar, apontando para uma escada apoiada na parede pintada de branco, com a madeira já apodrecendo, embora America não se recordasse de ouvir o som do rangido que supostamente deveria ter sido feito pela madeira. Ela acabou por dar de ombros, emitindo um “ahhh”, deixando claro que tinha entendido.

Ela remexeu na bolsinha, que comprará no brechó perto de casa, e sacou um embrulho.

-Ei, trouxe um lanche para nós- disse com delicadeza.

-Ah, é? - pode notar que ele tentava não soar empolgado, mas um pouco de sua impaciência acabou transparecendo.

Ela pegou o embrulho, que tinha uma coxa de frango, uma maça e metade de um pão, e entregou a ele, que começou a beliscar a comida sem afobação. Deu uma mordida na maçã, insinuando que era deles, mas America abriu mão da sua parte e deixou que comesse o resto.

Se a alimentação era uma preocupação na sua casa, na de Aspen era uma tragédia. Ele tinha um trabalho muito mais exigente que o dela, mas ganhava um salário bem menor. Nunca havia comida suficiente. Ele era o mais velho de sete irmãos. Assim como America começou a ajudar em casa logo que pode, Aspen fez o mesmo. Ele passava o pouquinho de comida que lhe cabia para as irmãs e a mãe, sempre cansada de tanto trabalhar. O pai tinha morrido três anos antes, e a família dependia dele para quase tudo.

America viu com satisfação Aspen lamber o tempero do frango dos dedos e partir para cima do pão. Ela não tinha a menor idéia de quando havia sido sua última refeição.

-Você roubou essa comida?

 -Poxa, Aspen, “de nada”. É um prazer saber a existência de sua gratidão por mim.

Ele sorriu. Claro que não a julgaria, já que de vez em quando, ele também enfiava as mãos nos bolsos de pessoas desavisadas. Carteiras, relógios, moedas, qualquer coisa servia. Era uma benção quando conseguiam levar algum par de baterias novinhas pra casa, e assim conseguir ao menos ter eletricidade por um tempo.

  Os dois ficaram  um tempo balançando os pés, observando os fotógrafos que passeavam pelo magnífico – e incrivelmente extravagante – jardim, tirando fotos e mais fotos das suas plantas exóticas e do chafariz com seus querubins praticamente nus, como se isso fizesse alguma diferença, já que era óbvio que amanhã, as fotos que mais estariam presentes nas revistas seria o rei, sua amada esposa e seu filhinho querido.  

Aspen limpou a garganta, chamando a atenção de America. Remexeu no bolso da  sua calça caqui, surrada pelo tempo, e tirou um bloquinho de notas. America observou-o, com a sobrancelha erguida, em quanto ele folheava o bloquinho. Ela começou a perder a paciência. Ele realmente achava que ela fosse viver pra sempre, com tempo de sobra pra vê-lo folhear um caderninho?

Dessa vez, foi ela que limpou a garganta, depois o olhou de uma forma que dizia: “Anda logo!”

Ele a olhou com desdém e puxou de jeito violento uma folha toda rabiscada, dobrando-a e guardando no gigante bolso que tinha na frente do seu macacão. Não fez questão de pega-lo e ler, e pelo visto, ele também não.

-O que foi?

-Você encostou nos meus peitos, sabia? – respondeu, indignada.

-Perdão – ele começa – QUAL peito? – ele faz um gesto no ar com a mão, apontando pra zona.

Ela bufa.

-Por favor, America, aceite que no ensino médio, até o Cater tinha mais peito que você.

-Em primeiro lugar: Aquele garoto pesava mais de setenta quilos, hoje, né, ele tem um abdômen DOS DEUSES, MELHOR QUE O SEU!! – ela praticamente gritou, chamando atenção de alguns fotógrafos desavisados de aborrecentes.

-Shhh!- ele coloca o dedo indicador sobre a boca, com o rosto em chamas – quer que nos expulsem daqui a pauladas??

-Bom...-ela continua, o ignorando - em segundo lugar: Pelo menos eu não encho o sutiã de papel toalha e saio bancando a rainha dos peitos.

Ele abriu a boca, em seguida a fechou.

Algumas pessoas estranhavam a tamanha intimidade que os dois tinham. De como eles discutiam sobre peitos e CC com tanta normalidade. Na verdade, eles achavam que as conversas DOS OUTROS, estranhas. Até então nunca tinham entendido a graça de falar sobre política e gravatas apertadas, já que a conclusão sempre era a mesma: “O mundo está perdido” “Corrupção” “Morte”. Blá blá blá. E  mesmo que estivesse tudo bem, eles ainda arranjavam algum motivo estúpido pelo qual discutir. Outro dia, ela estava no antigo emprego de sua mãe, comendo um pão com manteiga – já que só tinha dinheiro pra isso: pão com manteiga – e avistou um burguês, que devia ser cheio da grana, reclamando aos berros sobre seu café, que estava doce demais, quente demais e com leite demais.

America ficou indignada na mesma hora. Quis gritar. Falar todos os palavrões que sabia. Dizer que era um absurdo ele fazer toda aquela cena na frente de pessoas – pessoas como ela – que todos os dias, só conseguiam comer um pão dormido e, se tivesse, com manteiga. Na verdade, mesmo depois do café, ela sempre começava o dia se sentindo mais faminta do que antes. E dava-lhe um nó no estomago saber que ainda existiam pessoas em condições piores que a dela. Pessoas como Aspen. Trabalhavam dia e noite pra levantar edifícios estúpidos, em seus trabalhos estúpidos, com seus salários estúpidos e com seus chefes estúpidos, sem nada na barriga.

Mas claro que, como sempre, se viu na obrigação de engolir amargamente todas aquelas palavras, junto com o pão com manteiga.

É, definitivamente eles nunca serviriam para ser ricos.

-Tenho que ir - disse Aspen, preparando-se pra se levantar – me avise se sua mãe conseguir o tal emprego.

-Tá, mas ai, a gente faz o que? – ela perguntou, em quanto ele descia a escada.

-Ué, nois comemora – ele respondeu, soando como se isso fosse óbvio.

-Olha, eu sinto muito, mas a sua idéia de comemoração não é a minha preferida.

-Por que não?

Ela ergueu uma sobrancelha.

-Se lembra do réveillon?

Ele apenas revirou os olhos e sua cabeça desapareceu em quanto descia a escada sem muito cuidado. America virou o rosto quando viu a escada despencando com tudo para trás ç, levando Aspen consigo. Poderia até ter debochado do amigo, mas aquilo era algo que na sua opinião era tão constrangedor que a preguiça falou mais alto, então de manteve quieta no seu lugar.

Depois de um tempo, ela se lembrou. Tirou o papelzinho do bolso e o desdobrou. Estava bem amassado, provavelmente por causa da falta de jeito de Aspen no quesito arrancar folhas de caderno SEM DANIFICA-LÁS. Mas ignorou o fato, correndo os olhos pelos garranchos feitos nas linhas. A letra de Aspen, óbvio.

Entre idas e vindas
            escrevo minhas rimas,
            descrevo o amor
            sem qualquer tipo de pudor
            mesmo sendo tão constrangedor
            Essa vida é bandida 
          com nossas mães enfurecidas
           após a entrega do boletim

Mas lá é nossa culpa

Se as provas eram todas em latim?
            As lambadas eu conto a esmo
           mas a vida é assim mesmo
           um se vão
          os outros ficam
           mas sempre temos bons amigos

Sou seu amigo e companheiro.

Mesmo sem a ideal postura

Serei um eterno PM

Pois só assim, um pobre criatura

Pra aguentar tua TPM

 

America novamente guardou o papel no bolso, tentando se segurar, mas já era tarde. Ela já estava rindo.

 -AMERICA!

Ela olhou para baixo, encarando sua irmã mais nova, May, sacudindo os braços.

 -May! –ela exclamou, saltando de uma vez do telhado, caindo meio sem jeito no chão.

-Você sabe muito bem que a mamãe não deixa você subir nos telhados desse jeito!

 Ela revirou os olhos, bagunçando os cabelos da irmã.

-A entrevista já acabou?

A garota arregalou os olhos, animada.

-Sim, sim!         

-Então? Conseguiu?

A pequena May apenas acenou com a cabeça freneticamente, depois sendo acolhida nos braços da irmã com muitos urros de animação.


Notas Finais


Não me matem se ficou um capitulo incrivelmente patético, mas a bateria do celular está no fim.
Oh Sr. Das baterias, logo eu que sou sua melhor e mais fiel súdita??? Por queeeeeeeeee?????? Por queeeee? #MorteAoRei.


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