Você pov on
Enquanto eu conversava com Sophie, descobria o quanto ela é legal, madura, forte, desapegada e acima de tudo, enfrentava tudo sempre de peito aberto. Senti um pouco de inveja dela, eu em seu lugar não sei se teria agido da mesma maneira.
Percebi também o quanto ela e Ji se gostavam, no passado. Ela só falava bem dele e em nenhum minuto parou para demonstrar mágoa pelo passado. Parece que ela realmente havia enterrado ele. E Jiyong estava ali, novamente, mas comigo ao seu lado.
- Me conta agora, estou curiosa para saber como vocês se conheceram?
- Bem, fui do Brasil para a Coreia do Sul e estava procurando emprego.
- Ah, sim. Ele me disse. Que legal, eu sempre quis conhecer o Brasil. – eu sorri para disfarçar meu nervosismo do momento. Havia tantas coisas que eu desejava saber sobre ela e no entanto estávamos falando de mim.
- Eu sou dançarina e procurei trabalho em todo lugar, em toda empresa que você possa imaginar.
- E terminou indo parar na Yg! Nossa, sério? Que coincidência. Eu também era apenas dançarina, antes de começar a trabalhar como modelo.
- É, o Jiyong me contou. – mexi as mãos e dei um gole no café amargo - Bem, eu me tornei dançarina do Bigbang ao ser aceita na Yg. Assim, logo de cara. Eles haviam perdido uma dançarina e precisavam urgente de uma substituta.
- Incrível. Aquela empresa é sempre cheia de treinees. Abarrotada. Foi o destino. – Sophie murmurou e sorriu, eu fiz o mesmo.
- É, foi o destino com certeza.
- Ual... – Percebia seus olhos penetrados em mim, e não sabia dizer o que ela estava pensando. De certo modo, era um pouco estranha toda essa situação.
Eu realmente não sabia o que Sophie pensava sobre o Jiyong, sobre reencontra-lo depois de todo esse tempo. Percebi que ele não havia falado nada sobre mim a ela antes de chegarmos aqui a não ser sobre a minha nacionalidade e a mesma não esperava receber o pai de seu filho muito menos com a esposa dele a tiracolo.
- Eu sei que o que vocês tiveram, a amizade de vocês, ou seja lá o que tiver sido foi especial para o Jiyong, e eu precisava mesmo desse momento a sós para conversar com você sobre isso, Sophie.
- Pode falar, hoje somos só você e eu. Espero que o Ji esteja indo bem com o Yoon.
Rimos as duas. Eu sentia minha boca trémula ao sorrir. Havia muitas coisas que eu pensava em falar com ela e que ao mesmo tempo não tinha certeza de como ou se deveria fazer isso.
- Sophie, não foi desde o começo da minha relação com o Ji que ele me falou sobre você... – dei uma pausa para organizar a ordem dos fatos que diria.
- Normal. Não é algo comum, ficar se prendendo ao passado se ele estava tentando um relacionamento com você, como com qualquer outra pessoa.
- O problema é que ele não me contou que tinha um filho e...- Eu não queria que ela entendesse mal o que eu estaca tentando lhe dizer, nem se ferisse por isso.
- Ah...
- E ele estava mais do que preso ao passado - dei uma pausa para tomar uma grande quantidade de ar para dizer o que eu estava pensando – Sophie, eu encontrei uma espécie de diário dele, em seu computador, onde ele escrevia várias coisas, sobre você, sobre tudo o que aconteceu, sobre o filho que ele nunca conheceu... Sophie, o Ji se arrepende amargamente por tudo, e sofreu bastante.
- Eu sei, _______. Eu também sofri, mas nem por isso eu deixei de recebe-lo. Eu sou totalmente a favor que ele conheça o Yoon. E se realmente quer saber, eu não guardo mágoas dele, ainda que eu tivesse todo o direito de fazer isso, e de ser uma pessoa amargurada pro resto da minha vida, e odiar tudo o que tivesse ligação com a Yg e o Bigbang...
- Sim, Sophie, eu sei. E te admiro muito por isso. Imagino que você foi a que mais foi prejudicada nisso enquanto ele, enfim, debutou com o grupo e construiu seu império.
- Império cada vez mais mundial, diga-se de passagem. – Sophie levou o garfo à boca arqueando uma das sobrancelhas. – Essa torta, devia provar. Está maravilhosa.
Sorrio e suspiro mais uma vez, apesar de todas as palavras dela, eu vi que seus olhos não exalavam nenhum tipo de sentimento ruim apesar do peso das palavras sinceras. – Eu só queria te dizer que a minha decisão de vir junto com ele foi por saber da necessidade que ele tinha para resolver todo o conflito do passado.
- Claro. É bom para todos nós. Para o Yoon... – ela suspirou por fim.
- Eu realmente não espero que essa seja a nossa primeira e última visita ao Jiyoon, e a você. – ela me abriu um sorriso ladeio e eu vi que estava fazendo a coisa certa. Eu estava feliz por estar fazendo algo bom por Jiyong e pelo seu filho. – Eu sei que ele não pode consertar o que passou...
- Mas ele pode criar um novo futuro, para os dois. É assim que você pensa, não é? Agora que ele cresceu e Hyunsuk não controla mais a vida dele.
- É Sophie. Exatamente isso.
- Eu te admiro, ______. Não sei se eu teria a mesma coragem que você. De estar aqui, com o homem que você ama, para encontrar alguém que fez parte do passado dele, ainda que não tenhamos nada que possa preocupa-la.
- É, eu entendo, Sophie. Confesso que até eu também me admiro por isso. Os nossos amigos disseram o mesmo...
- Ah, me conta. Estou morta de curiosidade. Como anda o Youngbae?
Jiyong pov
- Jiyong, como você pode sair do pais sem me dizer nada?
- Bem, foi tudo de última hora, Bae.
- Minha turnê, Jiyong, inicia hoje e você vai estar presente, não é mesmo?
- O que? Mas já? Como assim?
- Jiyong, em que mundo você anda ultimamente? Há meses que estamos nos preparando. As datas saíram a um mês atrás.
Ultimamente ando com tantas coisas na cabeça que me esqueci da turnê do meu melhor amigo.
- Desculpa Bae, eu não sei eu só...
- Já esta se aproximando o final do ano também. Fevereiro está vindo ai... – passo a mão pelos cabelos, me lembrando desse detalhe.
- Obrigado por me lembrar. – resmungo sarcasticamente e me dirijo até o lavabo do quarto, mirando minha imagem refletida no espelho, a barba por fazer.
- Me conta, como foi o encontro com o menino e com a Sophie?
- Está sendo normal, eu acho. Quer dizer, foi surreal encontrar Sophie e o Yoon parece que ele não gosta muito de mim. Quer dizer, ele me rejeita e eu não tiro a sua razão.
- Jiyong, é compreensível, não é? Ele deve ser um garoto magoado, não tem confiança em você também. Mas relaxe, as coisas elas podem melhorar com o tempo, não podem?
- É, eu acho que podem. – dou um suspiro e ouço um barulho que vem da copa do quarto de hotel.
- E a _______? Como ela está?
- Acabei de pensar nela agora mesmo. Eu acabo de acordar também, ela está na cozinha.
- Como ela reagiu, como está lidando com a situação?
- Melhor que eu, digo, muito bem, Bae. – ouço a risada dele do outro lado da linha.
- Okay, eu vou deixar você ir dar um bom dia a sua mulher e terem um café da manhã em paz, hoje Seul vai assistir à minha performance.
- Me desculpa cara. Desculpa eu esqueci completamente do tempo e eu não sei. Eu vou voltar esse final de semana.
- Não Jiyong, relaxa. Sério. Resolve as suas coisas por ai, passa tempo com seu filho, tenta reverter a situação. Conversa com a Sophie sobre isso, com a ______ também. E por favor, não faz besteira.
- O que você dizer com “fazer besteira”?
- Tchau, Jiyong. Eu preciso por uma camisa agora e ir direto para a arena, checar o som e as outras coisas por lá.
Revirei os olhos pelo modo que o meu amigo pensa ao meu respeito. Senti um cheiro de café vindo da cozinha, chegando lá avisto ________ quieta no balcão, preparava alguma coisa. Me aproximei da mesma e a envolvi em um abraço encostando o queixo em seu pescoço e sinto a mesma rir anasalado com o contato.
- Você acordou agora?
- Sim. - Dei um beijo em suas costas semi cobertas pela blusa de alças finas e afasto seus cabelos de sua nunca e dei um beijo naquele local, sentindo o seu perfume, ela resmunga pelo atrito dos meus pelos faciais com sua pele macia.
- Jiyong, não quero ser xereta mas sei que você estava ao telefone.
- Ah, você ouviu? – viro ela de frente pra mim e a mesma passa os braços ao redor do meu pescoço, retribuindo meu abraço.
- Só murmúrios. – ela sorriu.
- Era Youngbae.
- Você pegou no sono ontem, nem me contou como foi seu passeio com o Yoon.
- Digamos que você ouviu essa parte, e está querendo que eu conte a você agora. – ela fez um bico quando eu digo isso – Bem, ele não reagiu muito amigável, digamos assim. Não queria estar comigo, por isso voltamos rápido.
Sinto suas mãos deslizando da minha nuca para minha face e ela faz outro bico, em seguida me da um selinho nos lábios. Eu agarro e puxo ainda mais forte sua cintura contra meu corpo.
- Não fica assim, meu amor. Foi o primeiro contato de vocês. É normal que ele reaja assim.
- Eu sei, Mine. Eu sei.
- Então, Honi. Coloca um sorriso nesse rosto, faz essa barba e toma um café com waffles comigo. Afinal estamos nos estados unidos. – ela sorri e faz uma careta.
- Você sabe fazer waffles?
- Sai pra comprar quando você estava dormindo.
- Mine. Saiu sozinha?
- Qual problema?
- Você não deve fazer isso, e nem conhece o lugar, pode se perder por aqui.
- Eu sei me virar, e levei o celular. Poderia ligar pra você.
- Pra você tudo é tão fácil, não é?
- Aish, deixa de ser ranzinza e vem comer comigo. – ela caminhou até sentar-se a mesa – Ta ficando velho e muito restringido. Relaxa.
- Não vou fazer a barba hoje. Não to a fim.
- Jiyong! ______! - Sophie me deu um abraço e outro em minha esposa. – Sejam bem vindos. Entrem, por favor.
Nós estávamos hoje mais uma vez em seu apartamento, dessa vez para um jantar e nós adentramos à sala que estava vazia.
- O Yoon esta no quarto com um amigo.- Ela avisou e eu concordo com a cabeça. – Fiquem à vontade. Acho que não preciso dessas formalidades com voce, Jiyong. – sorrio e a _____ me acompanha.
- Tem razão. – respondo.
- Querem vir comigo para a cozinha, estou nos últimos preparativos. Ou podem ficar na sala também, não tem problema. – Sophie desapareceu no corredor sorrindo consigo mesma, usava um vestido solto que ia até seus joelhos e com os pés no chão. Ela realmente não precisava de formalidades.
- Por que não vai procura-lo? Eu faço companhia à Sophie na cozinha.
- Hum... – murmuro e a puxo pela cintura antes de deixa-la escapar de mim, deixando um beijo estalado em seus lábios. Fui ate o quarto de Yoon, a porta estava entreaberta e eu encontrei o mesmo jogando videogame com o amiguinho.
- Oi.. – eu disse atraindo a atenção dos dois garotos para mim. Apesar de Yoon ser o meu filho eu não sei muito bem como trata-lo. E eu não sou bom em iniciar conversas, muito menos quando era ignorado e o fato dele não gostar muito de mim não me ajuda nem um pouco.
- Você sabia que eu vinha?
- Minha mãe me falou. - Ele disse sem me olhar, fitando apenas a tela à sua frente com o jogo. Eu não sabia mais o que dizer. Incrível, Kwon Jiyong sem saber o que falar com um garoto.
-Ahn... Fiquei sabendo que você gosta de musica. – ele estava prestando atenção no jogo e eu em uma maneira de tentar puxar assunto com o mesmo.
- Não.
- Mas a sua mãe disse que você gosta de tocar, até estou vendo um violão na sua parede ali. - Apontei para o lugar com um belo violão pendurado em um suporte suspenso próximo à sua mesa de estudos a prateleira de legos.
- Não, eu não gosto e o violão. É apenas de enfeite.
- Okay... – observei o amigo o olhar como se estranhasse as suas respostas.
- Quem é você? – o garoto me perguntou e antes que eu respondesse Yoon respondeu por mim.
- Não é nada meu.
- Não somos nem ao menos amigos? – acabei por deixa-lo calado por um tempo, sem uma resposta na ponta da língua como ele sempre tinha, eu quase me animei por achar que o tinha feito pensar um pouco sobre o que pedi.
- Eu nem te conheço.
- Ah, vocês podem se conhecer melhor e então serem amigos. - O garotinho mais uma vez entrou em nossa conversa, Yoon olhou para ele com uma cara não muito boa.
- Ah, é mesmo?
- Foi assim com eu e o JiYoon.
- Eu concordo com você. Como é mesmo o seu nome garoto?
- Eu me chamo Matt, e você?
- Ah, Matt, eu sou Jiyong. – ele abriu um sorriso.
- Jiyong? - Escutei duas batidas na porta seguida da voz da __________.
- Oi, posso entrar? - Ela e colocou a cabeça na porta com um sorriso no rosto e eu estendi meus braços para a mesma, que apenas se aproximou de nós.
- Olá, Yoon. Olá Mathew. – os cumprimentou. – Nossa, eu adoro jogos de videogame. Será que eu poderia jogar um pouco também?
- Claro, assim que eu terminar essa partida você pode. – Matt respondeu concentrado e me levantei, pelo jeito eu deixaria a _______ um pouco com eles, pois minha presença parecia um pouco incomodo para o dono do quarto.
- Melhor você sair, deixa a sua noiva brincar e vai fazer outra coisa.
- Okay, Yoon. Mas eu já volto pra buscar vocês pro jantar. Assim que sua mãe me mandar fazer isso. - Dito isso ele me olha com aquele olhar “você não é o meu pai” outra vez.
- É, parece que ele não gosta muito de mim. – Sophie cruzou os braços e me olhou como se eu tivesse feito algo errado.
- Tenha só um pouco de paciência com ele, Jiyong. Por favor. Acho que não preciso te explicar isso, mas você já deve imaginar...
- Sim, sim eu sei. E não o culpo por isso, nem você, eu não culpo ninguém a não ser a mim mesmo.
- Desculpe não ter te dito nada sobre isso. – ela encostou- se no balcão e fitou o chão. – Quando eu disse a ele sobre você ter vindo, ele não queria. É difícil, Jiyong.
- Eu sei. – suspirei e fiz o mesmo que ela, com os braços cruzados em frente ao corpo me encosto no balcão ao seu lado olhando para o chão.
- Se você realmente queria isso quando veio pra cá, se aproximar dele, conhece-lo, não desista. Ou talvez isso leve tempo, eu não sei nem posso te prometer nada. Nem ao menos força-lo a alguma coisa, você entende, não é?
- Claro. Entendo perfeitamente. Eu agradeço por você estar me recebendo.
- Eu até tentei. Você viu, na minha frente ele te trata, ou melhor ele parece tímido, apenas um garoto tímido.
- Eu estou levando cada fora que você nem imagina. - Sophie sorriu. – eu realmente não vejo motivos pra esse sorriso.
- Desculpa. Eu sou a mãe dele e sei bem como o Yoon pode ser chatinho quando ele quer.
- Você mudou muito, Sophie. Não te conheço mais, realmente.
- É claro, Ji. Eu me tornei mãe. Eu escolhi ser mãe do nosso filho eu sofri mudanças por causa disso. Elas não foram planejadas.
- Obrigada por ter tido nosso filho. – não podia pensar em outra coisa para dizer no momento. Eu sentia muito agradecido, Sophie mais que uma antiga amiga era uma mulher admirável e eu a amava por isso. Sim, eu a amava, mas de uma maneira diferente.
- O Yoon, ele foi me mudando e foi a melhor coisa que me aconteceu.
- Agora entrando em um assunto totalmente diferente, eu sei que não tem nada a ver e ao mesmo tempo tem. Você tem alguém? Alguma pessoa em especial?
- O Yoon te contou alguma coisa? – ela riu anasalado - Porque estou sentindo que ele fez isso.
- É, ele me disse que não gostava da pessoa em questão. – franzi as sobrancelhas em resposta. Sophie levou a mão à testa
– O Yoon não gostava muito dele mesmo, mas não estamos mais juntos de toda maneira.
- E por que não?
- Por causa do tempo. Eu já trabalho fora e tenho que dividir meu tempo e a atenção que preciso dar ao Yoon, não tinha muito tempo para um namorado. E o Yoon, sim era muito ciumento.
- Ele era? Ele já estava com medo só por eu estar aqui. Ou no mínimo pensou que o levaria de você, ou sei lá o que pode se passar na cabeça de um garota da sua idade.
- Cadê a ______? Não vamos jantar hoje? Se deixar ela vai ficar a noite toda lá com eles.
- O Matt vem muito aqui brincar com ele?
- Na verdade não. Ele o chamou porque sabia que você viria.
- Ah, entendi. Eu vou lá verificar se a ______ ainda está brincando.
Eu fiz isso mas quando chego para verificar ela já estava saindo do quarto e veio em minha direção.
- Parabéns, está conseguindo mais rápido que eu. – sussurro próximo a seu ouvido e ela ri.
- É porque eu não sou o pai nem a mãe do garoto.
- É, eu imagino. Seria bom se fosse a mãe.
- Jiyong...
- Brincando contigo, amor.
- Sabe, eu achei a Sophie bem parecida comigo. Eu ia te dizer isso antes.
- Eu não acho. Vocês duas são muito diferentes.
- Jiyong, você tem que concordar comigo que na semelhança nós somos mesmo parecidas. A cor dos olhos dela são iguais aos meus, o tipo do cabelo, a não ser pela cor, mas temos a mesma altura e até o formato dos meus lábios! Só é muita coincidência.
- É, deve ser.
- ________, vem aqui! É a sua vez de jogar. - Ouvi o Matt gritar do quarto chamando por minha esposa.
- Você podia vir comigo. Não gosta de jogar?
Dou um beijo na testa dela. – Vai que eu já estou indo. – A mesma entra novamente no quarto e quando me viro vejo Sophie bem atrás de mim.
- Vem aqui comigo. - Sophie disse e em seguida me puxou pela mão, eu a segui enquanto subimos as escadas e entramos em um quarto que eu achei que era o dela. Acendeu as luzes e sentou-se na cama e olhou para mim, esperando que eu fizesse o mesmo. Mesmo sem entender nada eu o fiz.
Sophie levantou-se e abriu a porta do guarda-roupas procurando alguma coisa dentro de uma caixa maior que uma caixa de sapatos, azul de bolinhas.
- Eu queria te amostrar algumas fotos do Yoon. Você quer ver?
- É claro. A única foto que eu tenho dele foi quando você me mandou. Ele era muito pequeno.
- Ah, sim. Eu lembro. – Sophie expressou um sorriso triste e voltou a sentar-se do meu lado, me deu a caixa e um álbum grande estava em suas mãos.
Ela abriu o mesmo e uma sensação estranha de repente me invadiu. A de ter perdido algo que nunca se possuiu. Isso seria possível?
Fotos e mais fotos, ele pequeno dentro de uma banheira, seus olhos apertados e o rosto feliz na água encheram os meus olhos de água e eu passei a página me deparando com mais fotos de Sophie com ele nos braços. Ela, obviamente mais nova – fato que me trouxeram ainda mais lembranças daquele tempo.
- Tem mais fotos nos outros álbuns. Essas são as mais antigas, de quando ele era menor. Tem as fotos da formatura dele no primário. – eu passava as fotos e ela continuava falando.
Uma foto com uniforme da escola. O sorriso do meu garoto estreitava ainda mais seus olhos que eles desapareciam na imagem e se tornavam dois tracinhos escuros, e seu sorriso também não deixava dúvidas.
Os outros álbuns mostravam um Yoon diferente. Mais maduro, tanto na idade quanto na expressão. O rosto mais fechado e a ausência do sorriso também me chamaram atenção.
- Aqui ele havia caído da bicicleta, havia se arranhado e estava chorando e eu lhe disse que homens não choram. Por isso tirei a foto.
- Você fez muito errado. Dizer que homens não choram... – Sophie olhava para o álbum em minhas mãos, uma chuva forte começou a cair lá fora que podia ser ouvida mesmo através da janela fechada.
- O que eu estive fazendo durante todo esse tempo em que estivemos distantes?
Num momento eu estava com os lábios formigando e no outro, aproximando a minha boca da dela à minha frente, seu cheiro me invadiu. Sophie era tudo o que eu conseguia ver no momento. Sim, eu fiz aquilo.
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