História I Hate You, I Love You — Imagine WonHo - O Início Da Minha Morte

Janeiro 2019 - 08:34 a.m 

Minha escola

Os meses passaram-se voando, assim, levando minhas férias junto. A escola é um lugar monótono para mim, já que não faço diferença nesse lugar e a única pessoa que posso chamar verdadeiramente de amiga é a Hirai, somente ela. 

Tudo seria mais fácil se eu não tivesse usufruído sentimentos por ele, Shin Hoseok, vulgo Wonho. Do outro lado do refeitório, eu o observo me segurando para não soltar suspiros e deixar visíveis meus desejos mais carnais. Isso tudo começou quando ele me defendeu na aula, alguns idiotas atiravam bolinhas em mim e no professor que, injustamente, me acusara de ser a bardeneira que atrapalhara sua aula. Contudo, Hoseok me defendeu, bateu forte suas mãos na mesa e mostrou-se indignado com total audácia dos meninos. Depois eu fui pateticamente agradecê-lo e começamos a nos falar todos os dias. 

Vocês devem estar imaginando que viramos super amigos, né? Não foi assim, ficamos no estágio "colegas de classe" e acredito que daqui não sairemos por um bom tempo, pois não quero e não tenho a mínima coragem para me declarar. Nos falamos todos os dias, sim, mas não passam de míseros cumprimentos e despedidas. Mas eu não me importo, fico satisfeita com alguns minutos de sua tão disputada atenção.

Já Hirai tem mais sorte que eu, acho que os professores à amam e me odeiam, pois insistem em colocá-la como dupla dele em quase todos os projetos. Mesmo não estando ciente dos meus sentimentos por ele, eu a culpo por ser tão mais sortuda que eu, afinal, essa é a única maneira para não me achar muito trouxa. Entretanto, eu fico aliviada que ela nunca mencionou que gostasse do garoto. Na verdade, nem se importa muito se a dupla for ele ou qualquer outro. 

Como em todos os filmes americanos, no exato momento em que a garota está pensando no amado, ele me olha e sorri ainda mais amplo, agora vindo em minha direção com sua natural caminhada descolada e atiradora. Claro que fiquei nervosa, surpresa, um bolo de coisas que me fizeram querer correr, mas eu precisava ficar para não passar vergonha. 

– Oi, ______! – disse todo animado, logo se sentando ao meu lado. 

Óbvio que estranhei toda aquela proximidade porque sempre eu que tomo a iniciativa dos diálogos, agora ele quem veio até mim. Estranho, mas válido. 

– O-oi. – respondi vacilante. 

Repassei minhas notas mentais: "O que não fazer/fazer quando WonHo chegar perto de você". 

1- Manter a calma.

2- Não surtar. 

3- Não ficar comendo ele com os olhos. 

4- Não suar. 

5- Não voar na boca dele. 

6- Não ficar piscando como se estivesse dando curto circuito. 

7- Não demorar para responder.

8- Não tremer. 

– ______? Oi, está me ouvindo? 

Pisquei algumas vezes e, quando percebi, o garoto estava estalando os dedos em frente ao meu rosto. Uma tentativa constrangedora para chamar minha atenção. 

– Ah! – balancei a cabeça para sair do transe. – Desculpa, o que você disse mesmo?

Que ótimo, ______, dois números da lista já foram quebrados em apenas um minuto de conversa. 

– Ah, eu só perguntei se você estava bem. – riu fraco, colocando as costas da mão esquerda na boca em um gesto fofo. – Você está bem? 

– Estou. – muito bem, bem até demais. -  E você?

– Eu estou ótimo. – alargou ainda mais o sorriso. – Olha, eu sei que é meio estranho o que eu vou pedir, afinal, nós nos conhecemos há pouco tempo... 

Ai meu deus! Shin vai me pedir em casamento! 

Okay, exagerei. Mas fica difícil não imaginar isso com ele ficando ruborizado, ainda mais por estar evitando olhar-me diretamente nos olhos. 

– E você pode ficar com vergonha, eu realmente não vou ficar irritado ou chateado caso não aceite... 

"Mas eu gostaria de sair com você".

Complete logo para eu dizer meu sim, homem!

– Mas eu gosto muito da sua amiga, a Hirai. – voltou a olhar-me, agora parecendo receoso. – E eu queria que você me ajudasse à conquista-la. 

De pouco em pouco aquela visão linda de WonHo segurando minha mão no nosso encontro foi indo embora, até sumir completamente e a realidade gritar em meu ouvido o quanto sou trouxa Meu coração simplesmente decidiu tirar um descanso e parou de bater, tirando sarro da minha cara que, nesse momento, deve estar lamentável. Não sei se estou participando de alguma série, filme, livro ou fanfic onde a personagem é toda fodida, mas minha vida é tão ferrada quanto. 

Não sei se o garoto esperava uma resposta imediata, mas dane-se, naquele momento eu mal conseguia respirar, quanto mais pensar. Além de idiota, eu ainda sou cega, de tanto que o observo, como nunca pensei que estivera interessado em minha melhor amiga esse tempo todo? O que tem de errado comigo? Isso é algum karma que eu estou pagando porque fui uma pessoa terrível na vida passada? 

Estou quebrando os seguintes números da minha lista: o "4", porque minhas mãos estão parecendo mais cachoeiras agora. O "6", pois meu sistema realmente queimou e nada consegue processar. O "7", nem sei há quanto tempo estou encarando o garoto na maior cara de pau. E, para terminar da pior maneira possível, o "8", porque minhas pernas ficaram gelatinosas assim que ele terminou a frase. 

A dor que eu estava sentindo não se comparava com o meu desaponto, não estava desapontada com Shin, mas sim comigo mesma, que fui tão ingênua e tracei mil planos nas estrelas para terminar casada com ele. Agora tudo vai ser tirado de mim pela minha amiga, ou melhor, já foi tirado, porque eu vou aceitar o seu pedido. 

Burrice minha? Com certeza, todavia, não há nada que eu consiga negar à esse garoto desde que ele me olhe tão esperançoso e que retraia os lábios de ansiedade, como está fazendo nesse exato momento. Droga, ele é a minha pior fraqueza. 

Isso também significa que vou poder ficar ao seu lado por mais tempo, vou poder falar com ele mais vezes, abraçar ele, talvez me tornar a melhor amiga, quem sabe eu descubro algo dele que quebre todo esse encanto que tenho e acaba me fazendo esquecê-lo. Eu não me importo, contanto que eu fique ao lado dele, seja como namorada ou amiga, eu só quero poder dizer que sou próxima dele, poder ver seus sorrisos mais de perto e muitas vezes contribuir para que eles apareçam... Eu só quero ficar perto dele. 

– T-tudo bem. – respirei fundo, preparando-me psicologicamente para a guerra que se iniciava dentro de mim. – Eu aceito. 

– Sério?! Obrigado!!! – falou animado e me abraçou. 

Eu retribui seu abraço, lógico que retribui. Sempre quis abraça-lo, só não imaginei que isso me daria uma puta vontade de chorar e gritar. As lágrimas queriam transbordar, mas eu tirei forças não sei da onde e consegui mantê-las escondidas, pelo menos até eu achar algum canto vazio daquela escola. Seus braços eram fortes e quentes, assim como eu imaginava e aparentavam ser, um abraço caloroso, eu me sentia protegida enquanto me apertava contra sí. Sonhei com essa cena diversas vezes, só não pensava que seria em uma das piores situações possíveis. 

Percebendo que me apertava demais, ele me soltou e ruborizou, quase reclamei e pedi para que voltasse, quase. 

– Me d-desculpe p-por isso... Eu me empolguei. – brincou com a barra da camisa, visivelmente envergonhado.

– Tudo bem. – ri sem forças. – Não tem problema, estou acostumada.

WonHo sorriu diante de minha resposta, sabendo que eu me referia ao jeito brasileiro. Aqui o Brasil é muito conhecido pela sua harmonia e simpatia, não é segredo que a maioria dos brasileiros são receptivos e adoram demonstrar afeto com beijos, abraços e outras coisas. 

– Então, quando começamos? O que acha que tenho que fazer? Tenho chances? – começou a me encher de perguntas, contudo, já foi um sufoco responder a primeira, então decidi que precisava de um pouco de ar se quisesse mesmo prosseguir com isso. 

– Espera! – levei as mãos em frente ao corpo com as palmas viradas de frente para ele.  – Calma, eu vou pensar em alguma coisa e depois te falo, tudo bem? Tudo vai dar certo. 

– Você acha mesmo? – parecia apreensivo. 

– Sim, eu tenho. – menti, já me levantando. – Eu preciso ir. 

– Ah, okay. 

Dito isso, eu deixei o garoto sorridente sozinho. Amava seu sorriso, de fato, mas ele nunca foi tão doloroso quanto está sendo agora. Eu iria me esforçar para tudo dar certo, porém, eu não queria que desse.

✴ 

Eu pensei, pensei e pensei. Várias vezes quis correr até WonHo e gritar que não ajudaria e quando ele perguntasse o porquê, eu iria dizer que não queria vê-lo junto de uma pessoa que não seja eu. Entretanto, lembrei que isso seria egoísmo e burrice, pois tudo que eu conseguiria seria deixar nossa... Amizade? Não, não posso chamar isso de amizade. Nossa relação? Definitivamente não. Nossa... Situação? É, isso poderia deixar nossa "situação" muito estranha, o que eu definitivamente não quero que aconteça. 

No fundo eu sei que essa papo de "fico feliz só em ser amiga dele, fico feliz só de poder estar ao lado dele mesmo que não seja como namorada" é papo furado, são apenas desculpas para que eu me sinta melhor. Isso vai acabar me deixando ainda mais machucada, no entanto, vou ignorar os alertas que meu cérebro me dá é seguir meu coração, mesmo sabendo que vou me ferrar no final. Depois eu me recupero, não vou sofrer pra sempre, vou? Não, não mesmo. 

Janeiro 2019 - 12:34 p.m

Saída da escola

Já no portão da escola, eu aguardava Hoseok batucando os pés no chão. Não sei se o bilhete que entreguei ao seu amigo Hyungwon chegou em suas mãos, mas espero que sim e que tenha lido para cumprir com o combinado. 

Hyungwon é da mesma sala que Shin, os dois são bem próximos, pelo o que consegui observar esses anos todos. Ele é bem mais alto que eu e magro, não sei se é definido como Hoseok, pois em nenhum dos treinos de basquete ele tirou a camisa para eu averiguar. Seu rosto é bem fofo, da vontade de morder por causa de suas bochechas grandinhas e seus olhinhos redondinhos e que quase sempre parecem inchados. Ele é bem gentil, amigável e engraçado, percebo isso pelo modo que trata todas as pessoas à sua volta. Só falei com ele uma ou duas vezes, a primeira quando ele esbarrou em mim e derrubou meus livros e a outra que foi hoje, para entregar o bilhete. Mas mesmo assim acho que ele é uma boa pessoa, pois me ajudou no episódio dos livros. 

Aos poucos consegui ver seu cabelo tingido de loiro aparecer entre aquele aglomerado de pessoas, sorrindo largo como se estivesse prestes à ganhar um prêmio. Gostaria muito de ser o motivo desse sorriso, ser a namorada dele e vê-lo sorrir toda vez que seu olhar se encontrasse com o meu. Porém, como a vida é pura sacanagem, ele só está sorrindo tanto porque tem certeza que eu vou ajudá-lo conseguir o que quer. Namorar minha melhor amiga. Muito legal essa minha vida. 

– Oi! – cumprimentou entusiasmado. 

– Oi. – tentei dar o meu melhor sorriso, porém, tenho certeza que ele saiu mais forçado do que sincero. 

– Então, o que você queria comigo? 

Notei o interesse em sua voz. WonHo já tinha noção do que eu queria, bem, pelo menos do que eu FINGIA que queria. 

– Falar sobre a Hirai, você tem conhecer melhor ela se quer conquistá-la. – tentei esconder o desânimo em meu tom. 

– Certo. 

Shin começou à ficar inquieto, parcialmente por estar ansioso e parcialmente por nervosismo, afinal, ele quer que tudo desse certo. Uma voz dizia-me para cortar qualquer vínculo dos dois, estragar a pouca conexão que existe entre eles e tentar ficar com ele enquanto o consolo, porém, não sou esse tipo de garota baixa. 

– Aonde você quer ir? – indaguei. 

– Eu gosto do parque, tem uma parte afastada que fica entre as árvores. Poucas pessoas conhecem lá, portanto, é muito tranquilo. – respondeu olhando o asfalto sem muito interesse, parecendo estar longe. 

– Tudo bem, vamos pra lá, então. – suspirei pesado, parecia que, a cada atitude tomada, mais ele era levado de mim. – Ficar em lugares muito próximos da escola pode ser perigoso, Hirai pode nos ver, ou alguma colega dela, e pode entender tudo errado. 

– Concordo. 

Fomos até a tal área escondida do parque e percebi que ele tinha razão, nenhuma alma ou ruído poderia ser visto ou escutado alí, as árvores eram altas e cobriam tudo envolta, até pensei que não havia uma saída, mas me lembrei que, se entramos, é claro que vamos conseguir sair. Provavelmente pelo mesmo lugar.

No fim, optamos por ficar perto do fim do lago, a área mais afastada de todas, já que o lago é enorme e ninguém tem muita paciência para fazer uma caminhada pelo parque inteiro. Sentamos no gramado e eu abri minha mochila, tirando de lá alguns salgadinhos e refrigerantes. Mesmo eu não o avisando, WonHo também trouxe alguns doces e colocou no chão, estávamos sentados lado à lado, então as comidas ficaram à nossa frente. 

– Vamos começar, vai ser como estudar para uma prova, mas vamos estudar uma garota. – brinquei, já que ele estava com um caderno em mãos para anotar as possíveis dicas que eu daria. 

– É apenas para não me esquecer de nada. – balançou o objeto. 

– Tudo bem. – suspirei, meu ânimo para aquilo não era um dos melhores, mas pelo menos eu estava sozinha com Hoseok e conversando como se fôssemos amigos. Ou seja, deu para engolir o amargo em minha garganta e fingir que estava tão feliz quanto ele. – Você já fez vários trabalhos com a Hirai, certo? Creio que já se reuniram um na casa do outro. – ele assentiu. O maldito ciúmes já se fazia presente em tão pouco tempo de conversa. – Você já chegou à conversar com ela sobre as coisas que ela gosta? 

– Ahn, não muito. – pareceu um pouco decepcionado. – Eu sei que ela gosta de flores e que sua cor favorita é Rosa. 

– É um começo. – tentei parecer entusiasmada. – A flor favorita dela é a rosa vermelha, o que não faz muito sentido já que a cor predileta dela é o rosa. 

– Verdade, achei que ela gostasse de tulipas, hibisco ou qualquer tipo de flor que envolva a cor rosa. Até mesmo uma rosa cor de rosa. – respondeu. – Bem, o que mais ela gosta? 

– Gosta de música, eletrônica principalmente. Adora coisas salgadas, lanche e batata frita são suas paixões. Também gosta de chá, já eu prefiro café. 

– Sério? Eu também gosto mais café do que de chá. 

"Vamos nos casar, eu prometo encher nossa casa de café."

Imediatamente fiquei feliz, todavia, me lembrei que aquilo não faria diferença nenhuma entre nós e reduzi meu entusiasmo. 

– Hirai gosta de coisas fofas, o cara ideal para ela é aquele que a leve para jantares românticos à luz de velas em algum restaurante charmoso. Um cara que sempre lhe de flores e ursinhos de pelúcia com mensagens românticas, que lhe diga sempre coisas amorosas e seja extremamente carinhoso. – comecei à gostar de falar sobre aquilo, pois Hirai é tão minha amiga que peguei o apreço em falar de seus gostos e personalidade. 

– O encontro perfeito para ela seria? 

– Um restaurante, não precisa ser caro, só precisa ser charmoso, os preferidos dela são os rústicos. – expliquei gesticulando um pouco, uma coisa que quase sempre faço quando vou explicar algo. – Hirai é um pouco diferente de mim, ela é mais tradicional, no máximo um piquenique ao por do sol em algum parque.

– Hum, e o que você gosta? 

Sua pergunta me assustou, quase tive um sobressalto, mas me controlei. Ele parecia realmente interessado, pois olhava-me nos olhos. Suas orbes escuras me envolveram novamente, fazendo com que eu perdesse boa parte de meus sentidos, sua boca entreaberta chamava-me repetidas vezes... 

– ________? – sua voz chamou-me distante, mas eu estava concentrada nos movimentos de seus lábios. – ________! 

– Ah, desculpa, eu me distraí. – balancei a cabeça, afastando qualquer pensamento impuro. 

– Percebi. –riu baixo. – Agora responde a pergunta. 

– Bem, – evitei olhar para seu rosto, perdendo meu olhar no céu acima de nós para não me distrair. – Eu gostaria de algo mais... Exótico. Como um piquenique à luz do luar, em alguma floresta ou praia. – fechei meus olhos, imaginando uma coisa que me faria muito mal depois. 

– E qual o seu tipo de cara perfeito? – uma voz que nem parecia a de WonHo questionou. Sabia que era ele, mas me permiti fingir que não para não voltar à realidade. 

"Você". 

– Pra mim não existe "o cara perfeito", porque todos temos defeitos. – controlei a língua. – Mas eu gostaria de alguém animado, que seja amoroso mas não muito meloso, que me faça rir mesmo nos momentos em que estou triste. Gostaria de alguém que, com apenas um sorriso, conseguiria deixar meu dia completamente diferente, conseguiria me animar com apenas aquilo. – sorri de canto, mais uma vez imaginando WonHo. – Uma pessoa que me leria como um livro, bastava alguns segundos olhando para meus olhos e ele já conseguiria decifrar o que eu estava sentindo e, se fosse algo ruim, tentaria à todo modo me animar, porque meu sorriso seria a sua força. Alguém atencioso, levemente ciumento, mas não louco e obcecado, alguém que me faça desejar cada vez mais sua companhia, amá-lo cada vez mais conforme os dias se passam... Uma pessoa que esteja sempre ao meu lado e seja só minha. 

O vento bateu e eu me permiti sorrir mais uma vez, pois imaginava WonHo à cada palavra dita, sonhando que ele era aquela pessoa que estaria sempre ao meu lado. Todavia, eu tinha que acordar desse sonho é voltar para vida real, o que era quase um pesadelo. 

Abri meus olhos e respirei fundo, sentindo toda aquele sentimento mágico de segundos atrás se esvair no ar e me deixar com um vazio sufocante. WonHo me olhava um pouco estranho, como se estivesse sonhando com tudo que eu disse ou me admirando, minha mente quase deixou um fio viajar pelo mundo das minhas ilusões, mas eu tratei de puxá-lo de volta, cedo ou tarde esse mundo vai me trazer problemas, portanto, tenho que cortar qualquer vínculo com ele logo. 

– WonHo? – chamei-o porque ele estava que nem eu há poucos minutos atrás.

– Eu gostei do que você disse, pensamos igual. – não parecia ter saído completamente do transe, mas acho que saiu. – Temos algo em comum. 

Eu poderia ficar extremamente feliz com aquelas palavras, mas a realidade mantinha-me acordada nesse mundo onde a verdade não é tão doce assim. 

– Continuando... – ignorei suas palavras, olhando-o de canto para ver se ele não estranhou.  – O que acha de chamá-la para sair? 

– Assim? Tão rápido? – tomou uma postura nervosa, olhando-o para os lados frenéticamente. 

– Uma hora vai ter que acontecer, Hoseok, e se você demorar demais, pode perder a chance. – pode acabar como eu que está ajudando a pessoa amada à conquistar a melhor amiga. 

– Mas eu e ela nem nos falamos direito... – olhou para baixo. 

– Eu sei, e é por isso que você vai começar à andar comigo de agora em diante. Na verdade, você vai andar com nós duas, mais com ela do que comigo. – doeu muito dizer aquilo. – Chame o Hyungwon também, talvez assim ela não estranhe tanto a aproximação. 

Hoseok pensou, pensou e pensou mais um pouco, parecia completamente inquieto e confuso, lembrava-me à mim mesma, pois eu também ficava assim quando o via se aproximar. 

– T-tudo bem. – respondeu contrariado. 

Eu poderia atrasar, poderia atrasar isso tudo, todavia, isto apenas me traria mais dor e sofrimento, porque seria mais tempo com ele escutando-o suspirar por outra. Portanto, o melhor seria fazer isso rápido, enquanto não estou completamente envenenada pela minha paixão, enquanto ainda consigo pensar em algo que não seja ele ou que envolva ele. 

Mais tarde eu e WonHo decidimos que seria quase como uma dupla de estudos, iríamos nos reunir para conversar sobre a Hirai e pensar em formas de aproximá-los, o que não era muito excitante para mim. Porém, ao ver o quanto o garoto ficava animado, eu não podia negar, eu só podia me sentir minimamente feliz por lhe proporcionar este sorriso. Ju