Lucas estava tenso o bastante, ele estava com a família, estava feliz, só que ele parecia diferente..
Nós estávamos na cozinha conversando com seu irmão e sua mãe, que são incrível, Math, como quis que eu o chamasse, era uma pessoa muito amável, e adorava demonstrar que se importava com o mais novo.
Math: Bom, acho que já é tarde.. — olhou seu relógio de pulso.— já se passou das 23h da noite, então.. Estou indo dormir, mamãe. — beijou a bochecha da mesma.— Oli, boa noite, irmãozinho. — o abraçou.— Não esquece do que eu te falei, tá? — ele assentiu, esboçando um sorriso.— Luba.. — ele sorriu, me dando um breve abraço.— Foi um prazer te conhecer, cara!
Eu: Valeu, te digo o mesmo. — sorri.
Math: Boa noite, tchau. — deu uma última olhada para sua mãe e sorriu, subindo as escadas.
Vera: Vocês estão com sono? Se quiserem, podem ir dormir.
Lucas: Estou sem sono, mãe.. — disse baixo, eu o fitei.— Vá a senhora, está tarde, vai.. — sorriu pequeno.
Vera: Tudo bem, eu vou.. — ela sorriu, o abraçando forte.— Eu te amo, amor.. — beijou sua testa.— Boa noite.. —beijou minha bochecha, e me fitou sorrindo. Ela balbuciou um "cuida dele pra mim?", e eu assenti.— boa noite.. — então, ela foi ao seu quarto.
Eu: Psiu.. — eu voltei a fita-lo, ele fez o mesmo.— Você não me parece bem.. Quer conversar um pouquinho..? — ele olhou para a escada, tendo certeza que não tinha ninguém por perto.— Não tem ninguém, me fala..
Lucas: Eu não aguentava mais, eu só queria que eles fossem para os seus devidos quartos logo.. — ele fita o chão, eu percebi que lágrimas estão pingando do seu rosto.—E-eu odeio.. — soluçou.—.. Odeio chorar na frente deles..
Eu: Ah não, Ursinho.. — coloquei seus braços em volta do meu pescoço, o abraçado. — Você não pode esconder seus sentimentos assim, eu sei que dói, eu sei.. — beijei seu ombro, seu choro apenas aumentou.— mas você não pode mascarar sua dor por trás de um comportamento que não é seu realmente..
Lucas: Eu não g-gosto de v-ver ela c-chorando por causa de mim, a-amor..
Eu: Tudo bem.. — deitei seu rosto em meu ombro.
Lucas: P-por q-que? — perguntou soluçando.— P-por que tinha que d-doer tanto..? E-eu amo t-tanto meu p-pai, Luba.. — apertou o abraço, molhando minha camisa.
Eu: Oh, meu amor.. — acariciei suas costas.— Eu sei, eu queria tanto te ajudar mais, mas eu não sei como.. —eu o olhei, limpando suas lágrimas.— Eu não sei, me ajuda.. Me ajuda a te ajudar, eu não quero te ver sofrendo tanto assim por causa disso. —preocupei-me.
Lucas: Só c-continua me abraçando forte.. — pediu, eu voltei a abraça-lo.— E-eu só quero e-esquecer..
Eu: Ok.. — acariciei suas costas por baixo da camisa, eu sabia que ele gostava bastante daquilo quando fazia, e, minutos depois, ele aparentemente estava se acalmando com aquilo.— Está melhor..? — ele assentiu.
Lucas: Uhum..
Eu: Ei.. Você está parecendo um nenê.. — sorri, acariciando seus cabelos, sua cabeça está deitada de lado ao meu ombro.
Lucas: Bobo, eu estou mal.. — disse suspirando, beijei sua testa.
Eu: O que quer que eu faça agora? Quer leite quente para tentar dormir? Um chocolate quente? São as únicas coisas que eu posso lhe oferecer agora. — ele deu um risinho fraco.— Consegui tirar um sorriso desse seu rosto? Eew!— sorri, ele me olhou.
Lucas: Idiota.. — sorriu, seus olhos estavam avermelhados e seu rosto estava inchados por causa do choro, limpei-o levemente com os meus dedos, tirando cada resquício de lágrima.— Não entendo por que você faz tanta coisa boa por mim..
Eu: Ainda não deu para entender que eu te amo muito? —ele sorriu.
Lucas: Acho que agora deu sim.. — riu sem graça.— Eu só queria que.. Que tudo fosse um pouco mais fácil de se lidar.. — desenhou linhas imaginárias ao meu peito.— Por que quando as pessoas que mais somos próximos erram conosco, dói tanto?
Eu: Por que confiamos e amamos eles, achamos que eles nunca irão nos machucar.. — falei, fazendo careta. — Igual meus relacionamentos anteriores.. —falei baixo, mas aparentemente ele tinha ouvido.
Lucas: Droga.. Desculpe, eu não queria te fazer lembra daquelas coisas horríveis que lhe aconteceu.. — beijou o canto da minha boca.
Eu: V-você sabe..? — eu o fitei, surpreso.
Lucas: S-sim.. Sua mãe me contou meses depois que você estava em coma.. — disse assentindo.
Eu: Droga, Carminha.. — revirei os olhos.— Eu não queria que você soubesse disso..
Lucas: Mas.. Por que não? Não estamos namorando?
Eu: S-sim.. Só que é desnecessário esse momento da minha vida, ninguém precisava saber.. — ele revirou os olhos.
Lucas: Se não confia em mim, pode falar, Lucas.
Eu: Não tem nada a ver, T3ddy.. — falei baixo.— Eu só não queria falar sobre isso, por ainda ser delicado para mim.
Lucas: Olha.. Nada na sua vida é desnecessário para mim, tudo que se relaciona à você, tem sim a ver comigo, tá? —me olhou, assenti.— E eu te respeito, não quero que me fale sobre, eu sei que é uma coisa bastante delicada para ti, e sua mae só me contou uma "parte" do que aconteceu, ela não me contou detalhadamente. Ela respeitou seu lado. Mas se você se sentir inseguro sobre, você poderá se abrir comigo..
Eu: Ok, me desculpe.. — o dei um selinho.— não quero que fiquemos aborrecidos com algo que já se passou a algum tempo..
Lucas: Uhum.. Eu também não, só que precisamos confiar um no outro, Luba.. — continuou a desenhar linhas imaginárias ao meu peito, eu ri fraco.— O que foi?
Eu: Eu fico indignado como você fica muito fofo até mesmo falando sério.. — ele corou, sorrindo sem mostrar os dentes.— e as tuas bochechas não cooperam muito na sua seriedade. — apertei uma delas, o mesmo fez careta.
Lucas: Dá para me levar á sério pelo menos uma vez..? — disse rindo.
Eu: Não, não gosto de falar sério, gosto de te ver sorrindo.. — sorri e o selei, distanciando-nos minutos depois.— Você precisa descansar, vem..
Lucas: Mas eu não quero.. — eu o puxei pelo pulso, até seu quarto.
Eu: Eu te faço cafuné até dormir.. — ele sorriu.
Lucas: Você sabe me ganhar facilmente, affe.. —ri.
Eu: Onde tem cobertores, Urso? — disse, arrumando os travesseiros.
Lucas: No guarda roupa no final do corredor..
—assenti.
Sai do quarto e rumei até o final do corredor, já vendo o tal guarda roupa. Abri o mesmo e peguei uma coberta, percebi que no meio de uma delas tinha uma fotografia, era uma criança de mais ou menos 7 anos de idade e um cara, com mais ou menos 30 ou mais de idade. Observei surpreso, aqueles eram Lucas e seu Pai brincando num parque da praça. Passei meus dedos por cima da fotografia..
Vera: Eles eram bastante grudados.. — assustei-me, Okhando-a.— Perdão, querido. Lhe assustei?
Eu: Não, tudo bem, Dona Vera.. — ri fraco, ainda observando a foto.— Por isso Lucas sentiu tanto pelo pai.. — ela assentiu.
Vera: Marcos ama muito o filho, Lucas sempre foi bastante paparicado por ser nosso casula, então o Pai era muito babão — ela sorriu.— Eu, no fundo, sempre soube que ele reagiria assim, mesmo amando Lucas com tal intensidade, mas Marcos não é um homem ruim, só é muito temperamental as vezes, mas ele é uma pessoa boa..
Eu: A senhora acha que ele pode mudar de conceito sobre a sexualidade do T3ddy..? — ela assentiu.— Mas ele parecia tão.. Certo do que estava agindo..
Vera: Lucas, eu sempre falo isso, e vou dizer agora à você.. — ela o fitou, eu assenti.— Não existe melhor remédio que o passar do tempo. O tempo muda as pessoas, cicatriza feridas do coração, e faz a gente perceber o quanto fomos bobos no passado.. Para podermos nos perdoar no futuro. Não importa quanto tempo leve, mas sempre iremos perceber que mudamos físico e espiritualmente. (Viih Falando: Eu me arrepiei escrevendo isso, ain!)
Eu: A senhora tem razão.. — sorri, entregando-a a fotografia.
Vera: Ele está bem?
Eu: Sim, ele está melhor agora.
Vera: Que bom, então.. Vai indo, Lucas está te esperando.. — assenti, rindo fraco.— Uma boa noite.. —ela voltou ao seu quarto, segui ao quarto também.
Lucas: Por que essa cara? — disse colocando uma regata.
Eu: Estava conversando com sua mãe.. E ela me disse uma coisa muito boa.. — sorri grandemente.
Lucas: Foi? — assenti.— Hm.. — sorriu.
Eu: Bobo! Deita ai, vai.. — ri, ele se deitou, desliguei a luz e caminhei até a cama.
Lucas: Amor, pode trancar a porta para mim..? —perguntou, prensando os lábios.
Eu: Ue, por que, Lu? — o olhei confuso.
Lucas: Eu.. Eu não quero que.. — eu o interrompi.
Eu: Você tem medo do seu pai chegar e vir direto ao seu quarto tentar algo, né? — eu o olhei, entendendo.
Lucas: S-sim.. — disse, medroso.
Eu: —suspirei.— Ta, Urso.. — voltei a porta e a tranquei-a.— Pronto.. — me deitei ao seu lado.— Boa noite..
Lucas: Você disse que ia fazer cafuné em mim! —fez bico.
Eu: Tá, crianção! — ele riu, deitando-se ao meu peito, aprofundei meus dedos ao seus cabelos, acariciando-os.
Lucas: O que minha mãe te disse..?
Eu: Eu só tinha achando uma foto sua com seu pai quando era menor, e ela viu e me disse que vocês eram bem próximos..
Lucas: Sim.. Bastante..
Eu: E me disse que seu pai é daquelas pessoas de mudar de ideia, e com o tempo, ele pode colocar a mão na consciência e te pedir desculpas..
Lucas: Assim espero também.. Ele não é uma pessoa ruim, só é um pouco violento as vezes, mas no fundo, ele é gente boa..
Eu: Foi exatamente o que sua mãe me disse poucos minutos atrás.. — ele riu fraco.
Lucas: Só que tinha vezes que ele passava dos limites, como dessa vez.. — deu um beijo ao meu pescoço.
Eu: Não importa mais, vai.. — beijei o topo de sua cabeça.— Você merece dormir um pouco, muita coisa acontecendo eu um só dia.. — rimos.
Lucas: Tá, eu te amo.
Eu: Eu também te amo, agora dorme, amor.. — ele fechou os olhos.
E acabamos pegando no sono juntos..
....
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.